FLAVIO FARIA
UMA LEITURA NO SÉCULO 21
SOBRE O
RACIONALISMO CRISTÃO
DEDICATÓRIA
Este livro é dedicado aos meus pais, Fernando e Sonia P. Faria, que mesmo desencarnados,
continuam trabalhando em prol da humanidade,
através do Racionalismo Cristão.
SUMÁRIO
Prólogo........................................................................................
O Surgimento do
Racionalismo Cristão.....................................
Princípios Doutrinários...............................................................
Sobre a Força e Matéria..............................................................
A Raça Humana na Terra............................................................
A História do Pensamento Humano............................................
Considerações sobre a Moral .....................................................
O Bem e o Mal............................................................................
Sabedoria.....................................................................................
A Condição de Encarnado...........................................................
Cérebro, o Receptor das Vibrações da Inteligência Universal....
Práticas Facilitadoras da Recepção..............................................
Interferências ...............................................................................
Desejos.........................................................................................
Pensamentos e suas Consequências.............................................
Sofrimentos..................................................................................
Sobre a Morte e o Morrer.............................................................
Psicologia Transpessoal e o Racionalismo Cristão......................
Contribuições da Neurolinguística para o Racionalista Cristão...
Limpeza Psíquica..........................................................................
Importância do Trabalho..............................................................
Nas Horas de Lazer.......................................................................
Conduta Racional..........................................................................
Sobre a Intelectualidade e Espiritualidade....................................
Evolução Espiritual.......................................................................
O Cidadão Cósmico Universal......................................................
Conclusão......................................................................................
Apêndices......................................................................................
Citações.........................................................................................
Referências Bibliográficas ...........................................................
PRÓLOGO
Após a
desencarnação de minha mãe, Sonia P. Faria
em janeiro de 2008, que atuou como militante da Doutrina Racionalista Cristã na Filial Santos-SP, foram iniciados estes escritos pelo autor, apoiado em
pesquisas feitas na Internet, através das quarenta obras publicadas pelo Racionalismo
Cristão e disponíveis na página, http://racionalismocristao.net/,
dentre outras.
Por ter sido
criado em berço Racionalista Cristão,
participado desde tenra idade como ouvinte, das longas conversas sobre esta Doutrina, feitas pelo seu pai Fernando
Faria com os amigos que sempre o
procuravam nos momentos de dificuldade ou mesmo nos referidos processos de
estudo da Doutrina Racionalista Cristã, o autor foi neste ano (2008), na medida
em que estudava obra por obra, reavivando o conteúdo teórico da Doutrina
Racionalista Cristã proferido pelo seu pai, propostos por Luiz de Mattos desde
meados do século passado e também lembrando dos momentos agradáveis vividos nos
anos setenta e oitenta.
Visando
proporcionar um quadro geral básico da Doutrina Racionalista Cristã em uma obra
apenas; do surgimento às propostas atuais de uso prático do pensamento apoiado
na razão, lógica e moral cristãs, às pessoas que chegam a uma Casa Racionalista
Cristã e, ao assistirem a reunião pública, adquiram a obra básica e manifestem posteriormente,
o desejo de continuar o processo de familiarização com as proposições Racionalistas
Cristãs.
Podendo vir a fazer
parte da lista de títulos à disposição do internauta na biblioteca virtual da
página http://racionalismocristao.net/ como
uma das obras introdutórias da Doutrina Racionalista Cristã, uma vez que os
assuntos tratados estão com as devidas citações dos autores Racionalistas
Cristãos,
para que venham a ser aprofundados pelos interessados, conforme seu
grau de interesse.
Foi possível o
levantamento de hipóteses pelo autor, traçando paralelos, conforme o tema, com demais áreas da ciência a que pôde ter
contato até então e este trabalho foi tomando corpo naturalmente.
“Foi exposto pelo
autor o desejo de escrever à esposa, a qual o apoiou inteiramente, em seguida
ao presidente da Filial Santos do Racionalismo Cristão Haroldo Reis, e ao Sr. Ulisses Cláudio Pereira, também
presidente da Filial Santos no período
(1980-2004), hoje residindo e trabalhando na Filial Dracena-SP; ambos deram
total apoio e incentivo. Contou-se também com a preciosa orientação técnica do
presidente e da diretoria da Filial Santos do Racionalismo Cristão, sugerindo
as devidas alterações, tanto do ponto de vista teórico como de grafia e
gramática, acatadas pelo autor; nas pessoas dos Srs. Haroldo Reis, Filiogonio
Gonsalves, C. L. B”.
Conseguiu-se também o relevante auxílio de amigos
queridos e parente, de grande capacidade intelectual e conhecimentos
filosóficos cristãos de fora da Doutrina Racionalista Cristã, são eles; a
pedagoga Maristela da Silva Ramos, o jornalista e escritor Paulo Rodrigues Mota, revisando e preparando o texto e o administrador de empresas,
professor universitário Ferdinando Faria,
cujas colocações pertinentes e fornecimento de material didático foram importantes
no processo de finalização deste; isto porque, tal trabalho tem a finalidade de
mostrar ao simpatizante o que vem a ser o Racionalismo Cristão.
Em seguida, cópia
deste trabalho foi enviada para apreciação do autor Racionalista Cristão Caruso
Samel, uma das principais fontes de
consulta deste, que mui gentilmente, efetuou o trabalho de revisão técnica
graciosamente.
O SURGIMENTO DO RACIONALISMO CRISTÃO
Antônio do Nascimento Cottas
Antonio Cottas assumiu a presidência do Racionalismo Cristão após o
falecimento de Luiz de Mattos em 1926, escreveu um pequeno compêndio sobre o
surgimento desta Doutrina, relatado
pelo autor a seguir:
Diz Antonio Cottas que o surgimento do Racionalismo
Cristão, confunde-se com a história de
seu codificador, LUÍZ DE MATTOS. Veremos a seguir resumidamente como aconteceu.
Nasce
Luiz José de Mattos Chaves Lavrador, na Vila de Chaves, Província de
Trás-os-Montes, Portugal, em 5 de janeiro de 1860; filho de José Lavrador,
espanhol e de D. Casemira Julia de Mattos Chaves.
Aos
13 anos, em 1873, veio para o Brasil, desembarcando no Rio de Janeiro, onde o
esperava o seu irmão Victorino de Mattos Lavrador, negociante em Santos, que o
internou no Colégio São Luiz, em Botafogo, para seguir os estudos.
O
desejo de Luiz de Mattos era de vir para Santos-SP para ficar na companhia dos seus
tios Victorino e João de Mattos Chaves.
Partiu
assim, autorizado por seus tios, para Santos, empregando-se numa importante casa de estivas – secos e
molhados no atacado – e da qual se passou, mais tarde, para o comércio de café,
desenvolvendo aí grande atividade.
Dotado
de uma inteligência incomum, assimilou tudo com incrível facilidade, neste novo
rumo de comércio, nada havendo que Ele não soubesse fazer com perfeição,
inclusive ensacar, empilhar, separar e qualificar o café.
Seus
chefes, que muito o estimavam e admiravam, despacharam-no para o interior de
São Paulo e Minas, com a incumbência de comprar e obter consignações de café.
Entregue
a essa nova atividade, fez ele as mais elevadas relações com políticos,
fazendeiros, negociantes, industriais, literatos, etc., chegando a alcançar as
maiores simpatias entre compradores e vendedores de café, sendo, em breve, o
mais considerado dentre os seus colegas.
Despedindo-se
da casa em que trabalhava, para se estabelecer, iniciou-se, como comissário de
café; seu capital era pequeno, mas as excelentes relações que tinha no interior
e a sua grande simpatia concorreram para que, ao saberem-no estabelecido, os
fazendeiros mandassem-lhe a maior parte das suas colheitas, e assim foi fazendo
uma casa importante, a ponto de tornar-se a maior casa portuguesa em Santos,
naquela época, exportadora de café.
Conhecedor
profundo da matéria, prestimoso e pontualíssimo na prestação de contas aos seus
comitentes, alastrou-se a propaganda da sua casa de tal forma que os fazendeiros,
mesmo os que não o conhecessem, lhe faziam grandes consignações.
Sempre
ativo e trabalhador, Luiz de Mattos chegou logo a possuir considerável fortuna.
Foi fundador de diversas empresas no Rio de Janeiro e em Santos; dentre elas a
Companhia Industrial, a Companhia Carris de Ferro, etc. Convém observar que
esta última foi organizada em época de grandes dificuldades financeiras. Só
mesmo seu irresistível prestígio poderia conseguir traduzir em realidade uma
idéia que demandava de pronto avultado capital.
Além destas e outras empresas, Luiz de Mattos
foi igualmente o fundador da Sociedade Humanitária dos Empregados do Comércio,
do Real Centro da Colônia Portuguesa, etc.
Entre
outros serviços humanitários, destacam-se os que desveladamente fez à Sociedade
Portuguesa de Beneficência de Santos. Achava-se em completa decadência essa
instituição benemérita, quando Luiz de Mattos, ainda materialista, mas
impulsionado pela grande generosidade de sua alma, pôs ombros à espinhosa e
árdua tarefa de levantá-la da prostração em que se achava.
Foi
tanta a sua dedicação, tão desvelado, tão intenso o ardor com que se atirou a
esse trabalho, que em pouco tempo conseguia ver coroados do melhor êxito os
seus nobilíssimos esforços. A Sociedade Beneficente de Santos ficou em ótimas
condições, no mesmo pé de igualdade das mais importantes agremiações congêneres
existentes no Brasil. Nessa sociedade teve ele o título de Benemérito.
Eleito
Diretor da Associação Comercial de Santos, por diversas vezes, a
ininterrupta
recondução ao cargo era a melhor prova da estima que os brasileiros e
portugueses lhe tributavam.
Benemérito,
por índole, de tudo que dava não admitia alarde; os beneficiados, porém, não se
podiam conter e de boca em boca tornavam conhecido o bem que ele fazia.
No
Asilo da Infância Desvalida de Santos, desde jovem, foi ele incluído no número
de seus grandes Benfeitores.
A
todas as instituições humanitárias ele comparecia, com prazer, auxiliando-as
tanto quanto lhe era possível.
Grande
abolicionista, amigo dedicado de José do Patrocínio, Júlio Ribeiro, Chico
Glicério, Campos Sales, Bernardino de Campos, Santos Pereira, Luiz Gama e
outros, bateu-se sempre pela abolição. Quando promulgada a lei de 13 de maio,
ele, o Dr. Manoel Homem de Bittencourt e outros brasileiros e portugueses, realizaram
em Santos esplêndidas festas em comemoração ao grande acontecimento, que fazia
entrar definitivamente o Brasil no convívio das nações civilizadas.
Embora
havendo nascido em Portugal, era tão brasileiro como os aqui nascidos, visto
ter desde criança, acompanhado, com vivo interesse, o progresso e trabalhado
pela felicidade do povo brasileiro, com ele e por ele se batendo ao lado dos
nacionais honrados daquele tempo, que acima dos interesses do bolso sabiam
colocar os da Pátria.
Esquivou-se,
embora descontentando muito os amigos, de aceitar o lugar de representante do
povo paulista, como Deputado, por não querer deixar o cargo de Vice-Cônsul de
Portugal, que vinha exercendo, nobremente, desde 1887, e mesmo por entender que
não devia naturalizar-se, pois um ato desse praticado por ele, naquele tempo,
reputava indigno. Dizemos naquele tempo porque depois que descobriu a Verdade e
passou a explanar a Doutrina de Cristo, compreendeu e se convenceu de que
Pátria apenas uma existia – O UNIVERSO – e que a seleção de povos e raças era,
como continua a ser, uma consequência da ignorância em que viviam, e vivem
ainda, todos os povos do planeta Terra.
Como
autoridade consular em Santos, deve-se a Luiz de Mattos o fim das cenas
desagradáveis havidas naquela cidade, entre trabalhadores e praças de polícia
ali destacadas. Com o entendimento havido entre ele e o Dr. Bernardino de
Campos, então Chefe da Polícia, em São Paulo, viram-se serenar os ânimos,
restabelecer-se a ordem e voltar à calma e ao trabalho a cidade de Santos,
sendo Luiz de Mattos alvo de grande manifestação popular.
Na
Capital Federal, tinha ele também casa filial à de Santos para negócios de
café, cuja direção estava confiada a um seu irmão. Em café, por mais de uma
vez, perdeu e ganhou fortunas.
Era
um empreendedor, um criador, um reformador. No comércio de café, foi criador do
hoje desenvolvido sistema denominado café “a termo”, que, executado dentro dos
seus moldes, é um negócio lícito, inteligente, moderno e de grande vantagem
para o lavrador, o intermediário e o comprador.
Entre
comerciantes e corretores da praça de Santos, nada era resolvido sem que
primeiro fosse ouvido o Luiz, como na intimidade comercial de café o tratavam.
Qualquer
negócio de vulto em café, não era resolvido sem o seu conselho. Era voz geral: “Vai consultar primeiro o Luiz”.
Deixou
os negócios de café, mais tarde, para recolher-se à vida privada,
comprando
então grandes áreas de terras em Santos e no Rio de Janeiro. Homem de vistas
largas, previdente com relação ao futuro, tinha a certeza do grande valor que
iam adquirir os terrenos, quer urbanos ou rurais.
Estando
ainda cheio de vitalidade, sentiu-se mal fora da atividade comercial, e daí o
ter deixado Santos para organizar e criar, na Capital Federal, a Empresa de
Lixo e o Monopólio das Carnes Verdes, empresas estas entre as mais importantes
daquela época, que produziam rendas colossais.
Confiava em demasia nos outros, e daí o ser
por vezes furtado nos seus haveres e no seu sossego.
Luiz
de Mattos era escravo dos seus deveres, quer para com os seus negócios, quer
para com a sua família, e mesmo para com os amigos.
Quando
fora dos seus negócios, vivia exclusivamente para a família. Nessas horas de
repouso, entregava-se à leitura de obras de autores recomendáveis, e pessoa
alguma era capaz de o encontrar sem uma ocupação útil.
Sua
biblioteca era rica;aproximadamente dois mil exemplares e já quando rapaz era
mais fácil vê-lo agarrado a um livro, a devorar-lhe os ensinamentos, do que a
palestrar.
A
educação dos filhos foi esmerada; não consentia que lhes pousasse uma mosca. E
não era só aos filhos, mas também aos sobrinhos que lhe eram entregues para,
como homem de princípios, zelar pela sua educação e instrução.
Acompanhando
o desenvolvimento de todos, ia fazendo um estudo psíquico de cada um. O seu
enlevo, a sua preocupação era um filho varão, a quem ele queria preparar para o
substituir nas suas grandes empresas.
Somente
permitia a frequência à sua casa de pessoas portadoras de qualidades e virtudes
comprovadas.
Era
austero, mas de uma bondade sem limites, metódico e disciplinado. Tinha horas
para tudo. Com os filhos brincava, fazia ginástica, ensinava-lhes tudo quanto
era preciso fazer, quer para estar em sociedade, como para se defender dela e
assim dos perversos, ensinando-lhes a manejar desde a arma branca até às armas
de fogo.
Às
filhas vestiam todas por igual. Mandava ensinar-lhes tudo quanto quisessem
aprender, e esses ensinos eram ministrados em casa por professores ou
professoras, na presença de uma pessoa de respeito, da família. A sós, com
professores ou professoras, pessoa alguma era capaz de vê-las.
Tinha
a noção exata da moral cristã. Suas filhas ou sobrinhas à rua não saíam
sozinhas, nem tão pouco passavam dias em casa de família alguma, por mais
íntima que fosse.
Desde
o calçado ao penteado, tudo ele observava, e quando alguma coisa estava fora
dos seus princípios, imediatamente mandava modificar.
À
sua mesa de refeições, todos tinham que se sentar com compostura e ordem. Cada
filha servia à mesa uma semana. Suas filhas sabiam tudo, desde a cozinha à
pintura, à música e aos trabalhos de labor; sabiam manejar instrumentos, não só
na cozinha, como na sala de visitas.
Em
sua casa, nunca se podia estar sem uma ocupação: lendo, bordando, pintando,
costurando, etc.
Não
tinha religião alguma. Materialista que foi até aos 50 anos, analisou as
diversas religiões, através da história, e concluiu que as que não eram filhas
da mitologia eram animalizadas.
Luiz
de Mattos, sendo um homem de ação, um lutador incondicional, não podia aceitar
tamanha monstruosidade, e daí o quedar-se livre pensador, materialista honrado,
criando para si a religião da família e do dever, para qual vivia.
Acometido
de um colapso cardíaco, esteve às portas da sepultura alguns dias e noites, não
vendo na sua frente mais que sete palmos de terra gélida, onde iria terminar o
corpo. Questionou a vida e o viver, raciocinou e analisou que não era possível,
na sepultura, extinguir-se a vida do homem; algo mais importante devia existir,
que era a alma: o que ela era porém, não sabia.
Melhorou
ele, mas adoeceram seus filhos; o médico assistente, seu velho amigo Dr.
Oliveira Botelho, aconselha-o a não lhes dar remédios e sim uma alimentação
escolhida, pois era caso perdido, estavam tuberculosos, mas, se houvesse cuidado
na alimentação, ainda poderiam prolongar a existência, mas por pouco tempo.
Entristecendo-se
com que o seu velho camarada lhe disse, retrucou-lhe Oliveira Botelho: — Luiz,
a Medicina nada sabe, vive ainda às apalpadelas e suposições; eu, se não fosse
diabético e ignorasse que estou para morrer dentro de meses, ia estudar o
ESPIRITISMO, pois lá algo de científico existe.
Luiz
de Mattos, que abominava o Espiritismo ao ponto de fazer suas filhas copiarem
obras contra o mesmo, censurou o médico, e disse-lhe que parecia ter perdido o
juízo, pretendendo ser espírita. Botelho confirmou o que dissera, e aconselhou
Luiz de Mattos a estudar o Espiritismo. Este, que já não suportava sectaristas
e muito menos ainda espíritas, pois nessa gente via muitos bêbados, monstrengos, doidos varridos, julgou um absurdo o conselho de Botelho.
Andam
os tempos, Luiz de Mattos estuda Medicina para curar os seus, e chega à
conclusão de que o Botelho lhe dissera a verdade com respeito à Medicina, pois,
analisando o corpo humano pelo estudo anatômico concluiu não passar este de uma
série de engrenagens, tão artisticamente ligadas que a menor molécula afetada,
todo o organismo tinha de ressentir-se.
O
dentista Fonseca, de quem a família de Luiz de Mattos era cliente, frequentava
assiduamente o Espiritismo Racional e Científico, e aconselhou-o a que tirasse
lá receitas e que havia de colher resultado satisfatório, pois curas extraordinárias
já se tinham constatado. Acedendo aos seus conselhos, foram as receitas tiradas
sem que disso soubesse Luiz de Mattos, à medida que os enfermos iam usando os
remédios, melhoras sensíveis obtinham.
Certo
dia, o seu amigo M., negociante laborioso, proprietário de uma torrefação de
café, o estava esperando para pedir-lhe que fosse com ele ao Espiritismo
praticado por certa gente honesta, adiantando que curas importantes estavam
sendo feitas. Disse mais, que tendo gasto uma fortuna com o tratamento de sua
esposa, sem obter melhoras, estava esperançado de lá encontrar o remédio para
curar o mal que avassalava a sua companheira.
Ouvindo-o,
atentamente, Luiz de Mattos diz-lhe:
—
Mas então tu M., queres perder toda a tua fortuna? Não sabes que os praticantes
do Espiritismo são uma corja de patifes? Toma juízo M., e deixa-te disso; eu
não te posso acompanhar a tais antros, onde só se encontram bugigangas,
bêbados, exploradores e patifes da pior espécie. Não te metas com semelhante
gente, que acabas mal.
O
amigo ficou muito entristecido, mas não perdeu a esperança de conseguir a sua
companhia.
Todos
os dias Luiz de Mattos por ali passava, e sempre entrava para cumprimentar o
amigo M. E assim é que no outro dia este volta a pedir-lhe, com insistência,
que fosse com ele, não acedendo ainda desta vez Luiz de Mattos, que sustentou o
que anteriormente dissera. Ao terceiro dia, como de costume, entra Luiz de
Mattos no estabelecimento do amigo M.; sentado a ler o jornal encontrava-se
Luiz Alves Thomaz, vindo de Portugal para tratar da saúde, que há esse tempo
não mantinha relações íntimas com Luiz de Mattos, mas, assistindo à reiteração
insistente do pedido que M. fazia a Luiz de Mattos, disse-lhe Thomaz:
—
Se o Sr. Comendador Mattos for com o M., eu vou também. Mattos, à vista do
exposto e da insistência, disse:
—Pois
bem, eu vou. Às tantas horas passem lá por casa, para seguirmos.
Felizes
pela resposta despediram-se, e à hora marcada partiram para a casa de Luiz de
Mattos; este já estava preparado; saíram então a caminho do Espiritismo, ainda
desconhecido por eles, movidos mais por curiosidade do que pela vontade de
praticá-lo.
Ao
chegar à porta dum “casebrezinho”, já o estava esperando um homem que lhe diz:
—
Sr. Comendador, o nosso Presidente Astral, Padre Antônio Vieira, ordenou-nos
que, quando o senhor chegasse, lhe déssemos a Presidência dos Trabalhos.
—
Está maluco, homem, eu não entendo disso, eu fico mesmo aqui da porta a presenciar.
Mas, diante da insistência, quer do homem que o esperava à porta, quer dos seus
dois amigos, lá foi ele para a cabeceira da mesa.
Aberta
a sessão, feitas as preces (irradiações), atua o Guia Médico no médium sentado
à direita, e lidos diversos nomes, a cada um eram prescritas instruções.
Curioso
e investigador, Luiz de Mattos que, atentamente, presenciara tudo, pede, após o
término dos Trabalhos, os originais das receitas levando-os para a sua casa, em
cujo escritório se fecha e, dirigindo-se à sua mesa de trabalho, senta-se e
procura concentrar-se, fechando os olhos para fazer o mesmo que havia visto;
mal sabia ele que estava correndo um grande risco.
Examinando
o que havia escrito, verificou que o que o médium deixara no papel estava
escrito em ordem, os tt traçados, os ii ponteados.
Procurou
fazer o mesmo, e não o conseguiu.
Principiou
aí o início do seu raciocínio sobre a Força fora da Matéria. Ele conhecia
medicina, era inteligente e nada pudera fazer, ao passo que o médium, quase
analfabeto, tinha produzido trabalho admirável.
No
dia seguinte, já não eram os amigos M. e Luiz Thomaz que precisavam pedir o seu
comparecimento; era ele que, desejoso de estudar, os avisava para, às horas
certas, não faltarem.
Chegada
a hora, de novo partiram para o Espiritismo e, como anteriormente, havia ordem,
no Centro, dada pelo Presidente Astral, para que assumisse a presidência Luiz
de Mattos, logo que chegasse.
Assumida
por ele a presidência, na hora dos Trabalhos, após o receituário e algumas
instruções, o Presidente Astral pede que se concentrem e é dada, por escrito,
uma comunicação em francês legível, livre de erros, causando sério espanto a
Luiz de Mattos, e tanto, que este chegou a perguntar, após a Sessão, se o
médium tinha ilustração, e mandando-o escrever, após os trabalhos, a fim de se
certificar se era verdade ou não. Não fosse estar sendo vítima de alguma
mistificação …
Informado
das condições morais, materiais e intelectuais do médium, certo ficou de que
fenômeno importante se passava.
Conversando
com Luiz Thomaz e outro amigo, disse-lhes que o que vinha observando
causava-lhe grande espanto, forçando-o a meditar sobre a causa dos efeitos que
observava.
Novamente,
no dia seguinte, para lá foram.
Iniciados
os trabalhos, pede ele receita para os seus filhos e, após receitar, o Guia
Médico, Dr. Custódio Duarte, diz-lhe: “Já são meus enfermos, estão melhorando e
hão-de ficar bons”. Admirou-se, e só nesse dia ficou sabendo que, de fato, já
os seus se estavam tratando lá.
Dada
também uma comunicação em inglês, ele a analisou e verificou estar claramente
legível.
No
fim da sessão que Luiz de Mattos, sem interrupção vinha presidindo, atua um
espírito num dos médiuns ao lado dele e insulta-o barbaramente. Desconhecendo
esse fenômeno e supondo fosse o médium o insultador, prepara-se para o devido
revide, quando rapidamente fica atuado o outro médium, e falando-lhe Padre
Antônio Vieira:
—
Acalma-te! Pois então não vês que o médium é um simples porta-voz dos
espíritos? Como querias agir por essa forma, se no espírito não podias atingir?
—
Tem paciência, estuda, eu te ajudarei; porém, é a ti que compete doutrinar, não
só esse, como tantos milhares de outros que te irão aparecer, e assim precisa ajudar-me
a limpar a atmosfera da Terra dos jesuítas que nela se tem quedado para a
prática, ainda mais desenvolvida de crimes, que também já praticavam quando
encarnados. Acordaste tarde; era para aos 26 anos teres iniciado comigo estes
trabalhos, mas já que despertaste agora, e foi preciso que te sacudisse o
ataque cardíaco para te lembrares que a vida não desce à sepultura e sim
ascende ao Espaço, a ligar-se a outras vidas, não podes mais perder tempo.
Ajuda-me, pois, meu filho, estuda, e outros a ti se juntarão para levar por
diante a bela doutrina de Cristo.
—
Esse espírito que acabou de manifestar-se é Ignácio de Loyola, teu e meu
companheiro em diversas encarnações. Há 400 anos que ele se queda na atmosfera
da Terra, como terrível obsessor e chefe de grandes falanges. Cabe a ti doutriná-lo e mostrar-lhe o erro
em que vive.
Acalmado tudo e encerrada a Sessão,
não mais faltou Luiz de Mattos aos trabalhos, nesse Centro, pobre materialmente
falando, mas riquíssimo de luz, de inteligência, de saber, enfim.
Nas
sessões seguintes, novamente se manifesta Loyola e, prevenido que estava Luiz
de Mattos pelo Guia Padre Antônio Vieira, deixou Loyola falar à vontade. De
súbito, Luiz de Mattos entra numa longa dissertação da Natureza, referindo-se a
Deus, não à semelhança do homem, mas como Inteligência Universal, a irradiar
por toda a parte onde existe vida.
Loyola
espanta-se do que ouve do seu ex-companheiro jesuíta, quando Frei Bernardo ou
São Bernardo, e pergunta-lhe:
—
Mas tu que, como eu, não acreditavas em Deus, tu que até há pouco eras ateu,
eras materialista, como e onde foste aprender coisas tão belas, como as que me
explicaste?
—
Amigo, o grande Padre Antônio Vieira, de nós muito conhecido, disse-me ser
preciso acordar, que no Universo apenas existem Força e Matéria e que na Terra,
os encarnados são instrumentos simplesmente do bem ou do mal. Portanto, se o
que eu te disse te espantou, eu nada mais fui que porta-voz das Forças
Superiores, que a seu encargo têm a remodelação do planeta e tu a elas precisas
pertencer.
Grande
foi o diálogo havido, porém, o resumimos e damos apenas uma idéia de como se
iniciou o Chefe do Racionalismo Cristão nesta bela doutrina:
Enquanto
Luiz de Mattos dissertava, com a sua voz de trovão, de orador, de
impulsionador, Loyola cada vez mais iluminava a sua alma e, rompendo o véu de
negrura em que estava envolvido ia vendo, luminoso, radiante, o espírito de
Luiz de Mattos, assistido por Antônio Vieira, Camões, São Pedro, Custódio
Duarte e tantas outras almas suas conhecidas.
Reconhecendo-se
vencido pelas verdades que havia proferido Luiz de Mattos, pede-lhe que irradie
sobre a sua alma, reconhecendo que foi o maior dos desgraçados, que se sentia
sem coragem para olhar para o quadro das suas obras, já agora tão nitidamente
gravadas na sua aura e que, ao rememorar o passado, não via outra coisa senão
barbaridades; que o ajudasse, com sua irradiação de valor, pois queria,
desejava, precisava, entrar em lutas para o bem geral, onde mais depressa pudesse
descontar as suas faltas.
Retirando-se
Loyola, esclarecido, havia dado Luiz de Mattos o primeiro passo para a
explanação da Verdade, tão desejada por Cristo.
Os
companheiros e amigos de Luiz de Mattos, presentes àquela Sessão, disseram-lhe
que estavam impressionados com o que dele ouviram ao que ele respondeu não mais
se recordar do que dissera, e que tudo aquilo lhe viera de momento, não sabendo
mesmo explicar como se prestara a definir a Inteligência Universal, quando nem
em Cristo ele acreditava.
Agora,
porém, analisando a sua obra, concluía ter sido ele um homem lutador, valoroso
e apto a reagir a todos os insultos no terreno da luta.
Além
destes fenômenos, muitos outros foram precisos para que a alma investigadora de
Luiz de Mattos não vacilasse. E assim levou ele ano e meio em consecutivos
estudos, até que um dia o Guia, Pinheiro Chagas, lhe disse:
—
Meu filho, é necessário que te disponhas a iniciar a Obra, pois estás demorando
muito.
Nessa
altura já o Centro não era no casebre, mas sim numa boa casa, de propriedade de
Luiz Thomaz.
Luiz
de Mattos, entretanto, ressentia-se ainda da prevenção que tinha com o baixo
Espiritismo e, como via todos que nele se metiam acabar na miséria, pensava na
Família, pensava no que era preciso despender com a criação de um Centro à
altura de tão bela Doutrina, e receava não poder arcar com tamanha
responsabilidade.
O Astral Superior, vendo-lhe na aura a
preocupação, insiste, por intermédio do Guia, Custódio Duarte, em que era
preciso caminhar. Assim assediado, responde Luiz de Mattos.
—Sim…estou
pronto para a luta, contando que aos meus nada venha a faltar. — Satisfaz-nos a
tua resposta, disse Custódio Duarte, e certo podes estar, que nada te faltará a
ti nem aos teus, tudo há de aumentar e àqueles que junto de ti viverem nada
faltará. A ti, a parte espiritual, a Luiz Thomaz, a parte material. Sois os
dois responsáveis por esta Doutrina. Caminhai unidos, e por vós zelaremos, uma
vez que em pensamentos procureis religar-vos a nós.
Assim
foi iniciada a Doutrina da Verdade, em 1910, na cidade de Santos, construindo-se
um edifício para a sua explanação na Avenida Ana Costa, 67, inaugurado em 1912,
ano em que foi inaugurado também o Racionalismo Cristão, no Rio de Janeiro, na
Rua Jorge Rudge, 121, para onde, por ordem Superior, passou a Chefia da
Doutrina Racionalista Cristã, visto ser a Capital do país.
Compreendida
esta Doutrina por Luiz de Mattos, a ela se entregou, de corpo e alma, como
lutador incansável, sem a menor dúvida ou vacilação.
Luiz
de Mattos desencarnou no dia 15 de janeiro de 1926, quando completava,
exatamente, 66 anos e 12 dias de vida física.
Esta bela história continua e
encontra-se na íntegra no livro cujo título Assim
Surgiu O Racionalismo Cristão, esta a disposição do leitor na internet, http://racionalismocristao.net/biblioteca.
PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS
O Racionalismo Cristão é uma escola, que fomenta o uso de
princípios e de moral cristã no
cotidiano dos seus adeptos; muito
embora a arquitetura de algumas casas possam fazer lembrar aos desavisados
tratar-se de uma igreja ou mesmo uma
loja maçônica.
Enquanto escola
necessita de pessoas dispostas a estudar, fazer largo uso do raciocínio lógico,
trabalhar o pensamento adequadamente, perceber as falhas de conduta adotadas
até então e esforço próprio no sentido de modificá-las, na medida em que forem
sido internalizados conscientemente seus conceitos.
Inicialmente, o Racionalismo Cristão era denominado
Espiritismo Racional e Científico Cristão,
pois valia-se da mediunidade de pessoas bem intencionadas e da prática
rudimentar do espiritismo, para poder firmar as suas bases. Porém, à medida que
foi evoluindo científica e espiritualmente, tomou a designação própria e passou
a cuidar única e exclusivamente do esclarecimento da humanidade.
Nas primeiras palavras sobre
o livro A Morte Não Interrompe A Vida de Luiz de Souza (1),
lê-se que A Doutrina Racionalista Cristã vem editando há algumas décadas, livros
que versam sobre assuntos de ordem espiritual, com o intuito de alertar os
seres encarnados para o problema máximo de nossa existência, que é o de
preparar, através da dedicação diária constante, uma jornada terrena de
excelência, objetivando um futuro florescente, ameno e feliz.
Os assuntos desenvolvidos a seguir, dizem respeito ao
procedimento racional a ser utilizado, por basearem-se em preceitos
espiritualistas, necessários e suficientes para o processamento esperado da evolução.
Tem-se como condição basilar deste, a
aceitação pelo autor dos seguintes
postulados:
-
A convicção de ser uma partícula de Força
que anima e mantém um corpo de Matéria,
num processo de evolução cósmica permanente.
-
De ser uma partícula do Todo, do
Grande Foco Vida do Universo, implicando
estar provido de forma latente, dos mesmos atributos deste, guardadas as
devidas proporções.
-
A reencarnação como um dos instrumentos, no processo evolucional.
-
Constatar o poder do pensamento e
suas consequências na vida do ser.
-
Aceitar os diferentes estágios de evolução espiritual propostos, a serem
alcançados pelo ser.
-
Acreditar nas energias transformadoras provenientes da Luz e da Sombra.
-
Estar convicto da necessidade de usar a Moral Cristã em seus níveis máximos possíveis, norteando os pensamentos e as consequentes
ações na vida.
O autor recomenda o
estudo da obra básica da Doutrina Racionalista Cristã intitulada Racionalismo Cristão bem como A Vida
Fora Da Matéria e A Morte Não
Interrompe A Vida como instrumentos básicos para melhor elucidação das
proposições deste trabalho.
Do
estudo e análise reflexiva das obras disponíveis no endereço eletrônico do
Racionalismo Cristão, http://racionalismocristao.net/,
- biblioteca digital - até então
quarenta títulos, além de outras
editadas pela Casa Chefe, disponíveis nas diversas filiais do Racionalismo
Cristão e mesmo de obras antigas, não mais editadas pela Casa Chefe, surgiu a idéia
de compilar algumas jóias Racionalistas Cristãs, com as devidas citações,
inserir contribuições de autoridades reconhecidamente competentes quando
o assunto permite, também da Psicologia Transpessoal, da Neurolinguística além
de pontos de vista próprios do autor, para a formação deste apanhado.
As
contribuições da Psicologia, mais especificamente da Escola Transpessoal, surgida nos anos setenta; estudadas pelo autor
e comprovadas através de mais de quinze anos de prática profissional, visam facilitar a aquisição
e manutenção de um estado de serenidade mental, em conformidade com os preceitos
Racionalistas Cristãos, há muito compilados por Luís de Mattos.
No entendimento do
autor, isto se faz necessário nos dias de hoje, onde as pessoas recebem
poderosa ingerência dos meios de comunicação, principalmente da televisão, rádio,
jornais, revistas e mais recentemente da
Internet; podendo influir inadequadamente todo um pensar, desprovido de Moral
Cristã; alterando de forma significativa costumes, normalmente para pior, dos
menos atentos.
Buscou-se também
as contribuições da Neurolinguística, e sua forma eficiente de nortear
pensamentos, linguagem, escrita e consequentes ações no cotidiano do ser,
quando em processo de mudança de atitudes.
Conforme o
assunto, procurou-se colher opiniões em forma de obras editadas e/ou artigos
científicos, palestras e conferências de autoridades de fora do Racionalismo Cristão, porém
reconhecidamente competentes em suas respectivas áreas de atuação, objetivando
a complementação ou mesmo a verificação da similaridade dos preceitos racionalistas cristãos com as demais áreas da ciência.
Da
obra racionalista O Meu Depoimento Sobre O Todo de Henrique Carlos Sequeira (2),
parafraseamos: “A capacidade de perguntar e a busca de êxito
na resposta são ilustradas a seguir através da imagem do discípulo que pergunta
ao mestre: De onde vem o Universo? De onde vem a Vida? De onde vem o espírito?
E do mestre que responde, perguntando ao mesmo E de onde vem a sua pergunta?”
O nosso intelecto alonga-se entre o de
onde e o Para onde, diz Sequeira. Ambicionamos identificar a fonte e a foz,
acompanhando e explicando o percurso feito entre eles. Porém, a capacidade da
mente impede-nos por hora de satisfazer a ambição da identidade e do trajeto
total pretendidos, permitindo-nos apenas uma visão panorâmica parcial do que
buscamos encontrar e entender, limitando-nos sempre à consecução do objetivo.
É um fato inevitável aos que exercitam
o intelecto pensando, nos depararmos com a grande questão do fundamento da
existência do Universo e da potencialidade de resposta em nós disponível. Tais
respostas ainda escapam à nossa condição humana; destacamos a seguir dois
pensadores na história da evolução do homem:
Heráclito (AC 544 – 488 AC), pensador
jônico deixou dito que “ A natureza gosta de ocultar-se, de tal maneira que o
paradoxo consiste em que quanto mais aumenta o nosso conhecimento neste
domínio, mais se agiganta a nossa ignorância”
Borel (1871 – 1956) grande matemático,
afirmou que “Quaisquer
que sejam os progressos e os conhecimentos humanos, haverá sempre lugar para a
ignorância”
A Física Quântica (séc XX) acrescentou
ás hipóteses explicativas, a capacidade de exprimir a indeterminação parcial da
própria natureza e do seu comportamento aberto, no quadro do entendimento
humano, agora disponível.
Antes de chegar aos problemas máximos
do Universo, o ser apenas precisa adquirir os conhecimentos necessários à sua
evolução espiritual; esforçando-se por apreender as inúmeras lições que ainda
não absorveu.
Na Doutrina Racionalista Cristã, o ser
encontra uma interpretação do Universo
que tem consequências concretamente úteis para a validação da maneira como se
deve comportar perante as coisas e os outros seres vivos, seus semelhantes,
escreve com muita propriedade, Sequeira.
O Racionalismo Cristão parte da
evidência de que existe o Universo Físico e Espiritual, (ponderável e
imponderável), constituído por Força e Matéria, disponível no ser humano (
espírito encarnado em um corpo físico, ligado por um corpo astral), a quem se dirige como Doutrina
emanada do Astral Superior, explanando os princípios que o ser humano deve
seguir na sua qualidade de cidadão do Universo, habitante temporário do planeta
Terra, aqui imigrante, sendo este o mundo escola da evolução do espírito
associado a cada ser humano nela residente.
Neste contexto, [...] o Racionalismo
Cristão evidencia a importância do ser apreender
e colocar em prática os princípios emanados da Inteligência Universal, o Grande
Foco, onde através do adequado uso do seu livre-arbítrio, o ser trabalha para o
permanente progresso da espiritualidade e intelectualidade, no decurso
correspondente à sua encarnação presente.
Os capítulos que se seguem, portanto, foram
objeto de pesquisa e consulta a obras sérias e de valor tanto do Racionalismo
Cristão, como de outras entidades; uso intenso do raciocínio intuitivo, da
lógica e observação atenta, advindas do estudo além de fatos da própria vida
profissional do autor.
SOBRE A FORÇA E MATÉRIA
Faria, ao ler o pequeno compêndio, intitulado Adorável Jubileu, editado recentemente pela
Casa Chefe (3), em homenagem ao jubileu de prata da presidência internacional
do Racionalismo Cristão por Humberto Machado Rodrigues, lê-se na página 17 , o
trecho final do discurso proferido pelo querido e saudoso Luiz de Mattos, quando da inauguração do prédio da hoje Filial Berço
de Santos-SP, em 21 de junho de 1912:
“Minha convicção sobre o que é o
espiritismo não foi alcançada lendo Allan Kardec ou os ocultistas. Foi
especialmente em Claude Bernard, fisiologista
francês, e em Louis Büchner, filósofo alemão. Foram eles, esses dois homens,
que me embasaram na codificação do Racionalismo Cristão
Claude Bernard é um famoso fisiologista, considerado o pai da
fisiologia moderna. Foi o responsável por uma descoberta revolucionária quanto
ao entendimento dos princípios fundamentais da vida orgânica, o qual continua
válido até hoje. É o conceito da estabilidade controlada do ambiente interno,
composto pelas células e tecidos. Ele explicou que:
"O
corpo vivo, embora necessite do ambiente que o circunda, é, apesar disso,
relativamente independente do mesmo. Esta independência do organismo com
relação ao seu ambiente externo deriva do fato de que, nos seres vivos, os
tecidos são, de fato, removidos das influências externas diretas, e são
protegidos por um verdadeiro ambiente interno. "
Na segunda metade
do século XIX, a visão que as células eram os blocos de construção fundamentais
da estrutura e função do organismo era relativamente nova. Claude Bernard adicionou a isso o componente do
pensamento fisiológico, completando a doutrina celular.
A descoberta da Bioeletricidade trabalhada
no brilhante artigo científico intitulado Ferramentas De Trabalho por Renato M.E. Sabbatini (4), PhD mostra-nos que nas primeiras
décadas do século XIX, a nascente ciência da neurofisiologia estava rompendo
fronteiras de forma fascinante. Era a primeira vez na história da ciência que
surgia uma cooperação íntima entre a Física e a Biologia.
As
correntes e potenciais elétricos gerados pelos tecidos biológicos, a
bioeletricidade, são muito pequenos, da ordem de micro ou milivolts. Portanto,
chega a ser espantoso constatar como os aparelhos primitivos usados pelos
fisiologistas no século XIX eram capazes de registrar variações tão minúsculas. Claude Bernard,
chegou a fabricar engenhosas "pinças elétricas", que usava para
segurar e tocar nervos delicados, estimulando-os, ao mesmo tempo.
Foi Claude Bernard, continua Luiz de Mattos,
que“ me disse”e disse também a todos que
estudaram sua obra, ser a matéria, embora pareça viva, inerte, e que só se
movimenta, só se incita com um elemento que vem de fora dela, continuava.
Foi,
pois, esse elemento( a Bioeletricidade ou Força) que tratei de procurar, para
saber onde ele residia e como ele se organizava, incitava e movimentava a
matéria, por si só imóvel. E cheguei ao resultado desejado.
Foi Louis Büchner que, embora materialista, me
disse, “sem o querer”, que os fenômenos espíritas, verificados que fossem,
viriam deitar por terra toda a ciência dos homens.
O espiritismo, portanto, demonstrando a
existência do mundo espiritual e suas relações com o mundo material, dá a chave
da compreensão não só a uma multidão de fenômenos, que são por isso mesmo
considerados como inadmissíveis por certa classe de pensadores, como também a
chave dos porquês de tudo quanto existe”
Na
obra intitulada Pela Verdade de Luiz de Mattos (5), codificador
do Racionalismo Cristão, extraiu-se
este capítulo, uma vez que seus escritos encontram-se claramente colocados e
sintetizados, para o adequado entendimento e reflexão do leitor.
A Força, que no mundo físico se sente, tem
origem no Grande Foco, também denominado Inteligência Universal.
Desse Grande Foco vem ela incitar e movimentar
todos os corpos orgânicos e inorgânicos, animados e em lenta evolução, dos
reinos mineral, vegetal e animal.
É essa Força
parcelada que se observa em atividade constante neste planeta, assusta o homem
que não sabe fazer bom uso do seu livre-arbítrio e raciocínio.
A Matéria
organizada está nas auras que envolvem os diversos planetas, desde a que forma a do planeta Terra até à dos grandes
planetas cinzentos, opacos, brancos, diáfanos e de Luz que se movimentam no
Espaço Infinito, grandioso e belo.
Não há no Espaço,
montes, nuvens ou campos de matéria, e sim mundos em organização, (as
nebulosas), e outros já organizados, envoltos em auras ou atmosferas cinzentas,
opacas, brancas, diáfanas e de luz, ligados ascendentemente uns aos outros, e é
destas atmosferas cósmicas ou fluídicas astrais que as partículas da Força
lançam mão para organizarem corpos.
Tem, pois, a Matéria
Organizada, origem na Matéria em si, que é elemento fluídico, do qual a Força
lança mão para fazer, em conformidade com as Leis do Universo, o que lhe apraz,
neste planeta e fora dele.
Perdendo a velha
mania de tudo querer subordinar à Matéria
e a este mundo, de tudo querer comparar ao homem físico, que nunca foi a imagem
da Força, mas sim um invólucro da partícula dessa Força para aqui lutar e
vencer.
Convencido de que
o homem físico é apenas uma forma animal organizada pela Força Espiritual, pela
alma, para a sua estada provisória neste mundo, e dando à Força, a
Inteligência, a forma de um imenso foco de luz que tudo organiza, incita e
movimenta, e que está em toda parte, porque em toda parte onde há vida se faz
presente o Grande Foco, rapidamente compreenderá o leitor, o que aqui se for
escrevendo.
Estará o ser então, colocado em condições de
tudo ver e sentir bem claramente, uma vez que pairará acima das mentiras
convencionais, das vaidades, dos vícios e misérias terrenas, das correntes
animalizadas de certos meios em que vive, e sobressairá o homem psíquico, o
homem moral, o homem Força, o homem luz, para tudo ver de maneira mais simples
e exata, para raciocinar sobre as coisas sérias da vida, sobre a sua composição
e sobre a real, certa e incontestável composição do Universo.
Para que a besta, que é o homem instintivo (a
Matéria), não domine a alma, que é a partícula inteligente, (a Força que em nós
existe) e possa esta, reagir contra as imperfeições da primeira e agir com
acerto nas resoluções que tomar, para chegar à descoberta da Verdade, dela se
convencer e praticá-la, diz Luiz de Mattos, é necessário:
- Cada ser humano
ter sempre presente que a Força, a Inteligência Universal que os diversos povos
da Terra denominam Deus, Ser Supremo, Supremo Arquiteto do Universo, Supremo
Arquiteto dos Mundos, base de todas as seitas que existem e o Racionalismo
Cristão afirma ser o Grande Foco e não ter forma de homem ou outra qualquer, é
a Grande Luz Universal de que se compõe o Universo, em que estão envolvidos os
planetas que nele gravitam e todas as galáxias;
- Além deste
planeta, milhares de milhões de outros existem, de diferentes categorias, todos
envolvidos numa atmosfera que lhes é própria, de acordo com a sua categoria;
- O planeta Terra
é envolvido por uma atmosfera gasosa que estabelece ao seu redor, como que uma
aura que, rarefazendo-se, gradualmente, se perde no espaço infinito;
- Em virtude das Leis
Comuns e Naturais, de complicadíssima sabedoria para o homem físico que, por
isso, o perturbam e assustam, Leis essas que encerram todos os segredos e
esclarecem todos os fenômenos, só nos mundos inferiores e atrasados, como o
planeta Terra, é que as partículas da Inteligência Universal, desse Grande
Foco, desde as que se acham ligadas aos diversos reinos da natureza, até ao ser
humano, é que têm forma, é que têm corpo, porque assim é preciso para, em tal
meio, em tal atmosfera pesada, possam agir essas partículas e cumprirem o seu dever de
trabalhar constantemente na organização, evolução e aperfeiçoamento desses
diversos reinos da natureza e, portanto, do seu próprio;
- Por essa razão,
as partículas humanas, as mais evoluídas, as mais adiantadas das que já
passaram por todos os reinos da natureza, de que se compõe este planeta, têm
uma forma diferente das outras, de todos os animais, denominada corpo físico ou
carnal, e que serve de carro para a Força, que é a alma ou espírito,
locomover-se dentro deste lamaçal tremendo em que é obrigada a estar;
- Assim sendo, é
preciso que cada ser humano procure convencer-se do que anteriormente foi dito
e aqui fica explicado, sobre:
a) a composição do
Universo, como Força e Matéria;
b) a certeza de
que a Força é tudo, e a Matéria Organizada é para a inteligência que a anima,
um mero instrumento;
c) de que, desagregado o corpo, a Força
continua a viver e a manifestar-se por vários modos, até por intermédio do ser
humano, para tal fim desenvolvido;
d) de que, por
esse motivo, é preciso que coloque apenas os pés no mundo físico e ligue a sua
partícula de Força à Inteligência Universal, para bem compreender os porquês
das coisas e convencer-se de que não deve tomar a figura humana ou qualquer corpo organizado deste planeta, para modelo de
coisa nenhuma, visto que a Matéria, liberta dela a Força ou alma, entra logo em estado de putrefação, até ir
juntar-se, já em estado fluídico, cada categoria de fluido aos que lhes são,
neste próprio planeta, afins.
O autor recomenda
aos leitores que intensifiquem os estudos sobre Força e Matéria, lendo as
demais obras editadas pela Casa Chefe do Racionalismo Cristão, também
disponíveis gratuitamente para serem baixadas via internet cujo endereço é http://racionalismocristao.net/.
A RAÇA HUMANA NA TERRA
Este tópico foi
baseado na bela pesquisa realizada por Henrique Carlos Sequeira (2), publicada
em sua versão integral na obra O Meu Depoimento Sobre o Todo, do mesmo, disponível na biblioteca virtual da página
do Racionalismo Cristão na Internet, http://racionalismocristao.net/ livro este, que não só pode como deve ser
estudado profundamente, por todo aquele que deseja estar em consonância com as
determinações do Astral Superior, codificadas nesta Doutrina.
Sequeira
diz que, há três milhões de anos, o ser humano ainda não existia no nosso
planeta, pelo menos até onde a ciência pode constatar na presente data.
De
maneira superficial, afirma que a família humana começou com o gênero Homo, de
que o Homo Habilis e o Homo Erectus foram os primeiros membros.
Setecentos
mil anos se passam a partir daí, ou seja, com a possibilidade de dezenas de milhares de encarnações, para que
os antropólogos denominassem de homem, a espécie do gênero Homo, designada por Homo Habilis.
O
Homo Habilis viveu na África e terá sido nosso primeiro antepassado
hominídeo a fabricar instrumentos rudimentares de pedra, seixo, osso, madeira;
a partir de outros instrumentos também primitivos, assim como a construir
abrigos.
Mais
quatrocentos mil anos se passam, com a possibilidade de mais uma dezena de
milhares de encarnações, ou seja há um milhão e novecentos mil anos atrás para
surgir o homem com sinais de inteligência, inventivo e sensível, denominado Homo Erectus.
Este
por aqui esteve do seu surgimento (1,9 M. a.) até quatrocentos mil anos atrás,
algo como a possibilidade de quarenta mil encarnações e reencarnações,
difundindo-se talvez por toda a África, Europa e Ásia.
Os
Erectus viveram nos últimos
quatrocentos e cinquenta mil anos, fazendo importantes progressos como o
domínio do fogo, estabeleceram métodos de trabalho com o sílex, quartzo,
basalto, instalando-se em ambientes muito diversos e dispunha de rudimentos de
linguagem.
Há
aproximadamente quatrocentos e cinquenta mil anos também, uma família dos Erectus na África, tomou um caminho diferente,
que os conduziu pela evolução há pelo menos cem ou cento e cinquenta mil anos
ao Homo Sapiens (homem inteligente),
espécie a qual pertencemos. Humanos já anatomicamente modernos, diferentes em
sutilezas das espécies antecessoras. Refletem necessidades espirituais e
sociais, praticando inclusive o culto de seus mortos.
O
Homo Sapiens, duplamente inteligente, surge entre trinta e cinco e
quarenta mil anos atrás. É a nossa subespécie, vivendo um pouco por toda a
parte, Ásia, Europa, América, Austrália e África. Apresentam desenvolvimento da
inteligência naturalmente maior, assim como linguagem articulada. Cultivaram a
arte, concluindo um longo e demorado processo de transformações físicas e
intelectuais, que permitiu a evolução para os homens atuais.
Os
mais de dois milhões de anos registrados pelo Homo, até dez mil anos atrás, o homem viveu praticamente da mesma
maneira. Durante este tempo, colheu e caçou. Mudava de terreno sempre que os
alimentos faltavam ou quando o clima tornava-se demasiado rude para ele e os
animais que comumente caçava. Não roubava, pilhava ou fazia guerras pois a
terra era muito vasta, as tribos podiam deslocar-se livremente sem interferir
noutros territórios.
As
primeiras civilizações históricas surgem há apenas quatro mil anos; cujas
origens remontam há aproximadamente dez mil anos, com o início da agricultura
no Oriente, a domesticação e criação de animais e a vida em colônias
permanentes.
Para
estes fatos vieram juntar-se a escrita, no momento em que nossos antepassados
começaram a moldar o seu próprio destino, ao invés da natureza.
Entre
quatro mil e dois mil e quinhentos anos antes de Cristo, aparecem as primeiras
civilizações urbanas na mesopotâmia, Egito, Vale do Indo e China. Pouquíssimo
tempo, portanto em relação aos três milhões de anos do nosso surgimento por
aqui, porém momento talvez em que tivesse sido propício a descoberta de seus
questionamentos interiores.
O
autor sugere a leitura da obra Racionalista Cristã de Fernando Faria (6) intitulada A Chave
da Sabedoria em seu capítulo 4, onde encontra-se resumidamente, de forma
cronológica, as fases pelas quais passou o planeta Terra, até estar em
condições de abrigar vida nas diferentes formas encontradas.
A HISTÓRIA DO PENSAMENTO HUMANO
Estudos feitos por
Henrique Carlos Sequeira (2), publicados na obra O Meu Depoimento Sobre o
Todo disponível na biblioteca virtual na página do Racionalismo Cristão da
Internet, verifica-se que em um determinado momento na organização do ambiente,
o homem chega à descoberta de seu mundo interior, onde o mesmo se encontra como
Ser... Deste encontro surgem as questões sobre a alma, espírito e a mente!
Perde-se no fundo dos séculos o
momento, se é que houve um, em que se deu o início de algo parecido com uma
história do pensamento humano.
Na impossibilidade de se saber até onde
se pode recuar no tempo para o efeito da determinação desse início, o que se
dispõe é de uma zona escura, feita de mitos e lendas, e da qual não se consegue
sequer os primeiros fatos concretos.
A questão das origens do pensamento
humano oferece mais mistérios que respostas. É mais prático escolher um ponto
de partida, algum instante em que abrigue em si toda a herança do pensamento e
que contenha também uma nova etapa mais concreta e possível de estudar.
A história do pensamento elege os
séculos VI e V a. C. ( antes de Cristo) como marcos do respectivo início e
destaca aí, os meados do século VI a.C. como um extraordinário período que viu
o nascimento de tantos gênios espirituais e filosóficos. Foi época de Tales,
Anaxiomandro, Anaxímeno, Pitágoras e Platão na Grécia; antes deles, Krishna na
Índia, Hermés no Egito, Confúcio na China, sempre tratando da existência da
alma, da sua reencarnação e dos porquês de tudo existe no Universo; assim
ficando ciente que não há nada de novo sobre a Terra, de que com outras
denominações, o Racionalismo Cristão é tão velho como o mundo e dêle tiveram
conhecimento e praticaram os povos da antiguidade, como os da Índia, do Egito,
da Grécia, etc. antes da era de Cristo.
Na Índia, três mil anos antes de Cristo
e, portanto, cinco mil da nossa era, surgia então dentre a sua grande população
o sábio Krishna, que proclamava a existência de um único Deus, a imortalidade
da alma, seu progresso através das múltiplas reencarnações, e deduzia de tais
ensinamentos a moral puríssima.
Falando de Deus, dizia que Ele, ocupava
todo o Universo e que só Ele, infinito, podia compreender o infinito e o
Universo. Sobre a imortalidade da alma, que faz dele sua morada, é uma coisa
finita, porém a alma que o habita, é invisível, imponderável, incorruptível e
eterna.
O homem terrestre, segundo Krishna, é
triplo como divindade que reflete; inteligência, perispírito e corpo carnal.
Tratando da reencarnação dizia; quando
o corpo morre, se o ser for esclarecido na terra, a alma ascende às regiões
desses seres puros que possuem conhecimento do Altíssimo; mas, se a alma,
quando encarnada na terra se deixou dominar pelas paixões, pelos desejos
intemperados, é então obrigada a voltar de novo à terra para recuperar o tempo
perdido e dizia mais; Eu e vós outros, temos tido múltiplas reencarnações. As
minhas só de mim são conhecidas, enquanto que vós não conheceis nem as vossas.
Quanto à moral, dizia krishna; “Os
males com os quais atormentamos o nosso próximo, nos perseguem como a nossa
sombra ao nosso corpo. As obras cujo móvel é o amor ao próximo, devem ser
ambicionadas pelo justo, porque são as que mais pesarão na balança celeste. Se
só frequentares os bons, teus exemplos serão inúteis; não temas viver entre os
maus para atraíres ao bem.
O homem virtuoso é parecido à arvore das
nossas florestas, cuja sombra benéfica dá as plantas que as rodeiam a frescura
da vida, etc.
Ainda entre os budistas da velha índia, a
revelação que passa de geração em geração onde se diz: A Alma dorme na pedra,
sonha na planta, move-se no animal e desperta no Homem...
No Bagavad-Gita, Krishna também afirma:
Tudo o que nos sucede neste mundo é a consciência dos atos anteriores. Somos o
que pensamos e os atos da presente existência amadurecem numa vida futura...
Foi consultando as memórias da
humanidade através de velhos textos que se colhe de muito antes da era cristã,
com Hermés, do alto Egito, que foi um Cristo remoto, ensinamentos como os de
que Deus era o único que vivia em substância, o único gerador de tudo quanto
existia no Céu e na Terra e o único que não foi gerado; que os seus atributos
eram imensidade, a eternidade, a independência, a vontade toda poderosa, a
bondade sem limites.
Falando de Deus, dizia ele, nosso pensamento
não pode concebê-lo, nem linguagem alguma defini-lo. O que é incorpóreo,
invisível, sem forma, não se pode medir pela curta regra do tempo. Deus é
infalível. É certo que Deus dá a alguns de seus eleitos a faculdade de elevar-se
acima das coisas planetárias, para perceber algumas irradiações da sua
perfeição suprema, mas, estes eleitos não encontram palavras para traduzir em
linguagem vulgar a visão imaterial que os impressionou, e somente tem podido
explicar a humanidade as coisas secundárias que passam ante os seus olhos, como
imagens da vida universal, mas, a causa principal permanece velada e não
chegaremos a compreendê-la senão depois da morte;
Dizia também ele, e continuaram os
sacerdotes dos templos egípcios sobre o destino da alma, sua imortalidade e
reencarnação; “ O espírito do homem tem duas fases; cativeiro na matéria,(corpo
carnal) ascenção à luz. As almas são filhas do céu e a sua viagem é uma prova.
Durante a encarnação perdem as
recordações da sua origem celeste. Cativas da matéria, embriagadas pela vida,
se precipitam como chuva de fogo, com sensação voluptuosa através das regiões
do sofrimento, do amor e da morte até a prisão terrena, aonde a vida divina
parece um sonho vão. As almas baixas e perversas permanecem amarradas à terra,
por múltiplos renascimentos, porém, as almas virtuosas, como providas de azas,
elevam às esferas superiores, onde recobram a vista das coisas divinas, das
quais se impregnam com a luz da consciência iluminada pela cor, com a energia da
vontade adquirida na luta. Fazem-se luminosas, pois que possuem o divino em si
mesmas e irradiam essa divindade em seus atos, etc.”
Depois de Krishna e de Hermes, muitos séculos
depois, veio à terra Moisés, um dos iniciados nos templos egípcios, que chegou
a ser um dos missionários divinos mais conhecidos, porque foi o primeiro a
revelar à humanidade, algumas das grandes verdades, antes ocultas nos templos
em que foi iniciado e reservadas a um pequeno grupo de eleitos.
Foi ele quem revelou ao povo israelita,
que pos sua vez se encarregou de a divulgar por todo o planeta, a idéia de um Deus, condenando a
idolatria.
Vieram depois os gregos Sócrates, Pitágoras e Platão e todos eles trataram da imortalidade da alma e da sua
reencarnação; por último veio Jesus, o meigo, e querido filho de Maria, o
mártir dos mártires, a maior vítima da ignorância humana, do atraso dos povos,
Jesus, não só veio esclarecer e ampliar a doutrina de Moisés, como revelar o
que até então, estava oculto nos templos egípcios; o porque de tudo quanto
existe no Universo e como as almas encarnam e desencarnam, sua origem, seus
deveres e seus fins.
Tudo o que foi narrado, que por muitos
séculos jazeu oculto nos templos egípcios e por isso se denominou ocultismo,
está em conformidade com o que Luiz de Mattos codificou no Racionalismo Cristão
no início do século XX.
Pitágoras (séc VI a. C.) foi o primeiro
a criar o termo “filósofo”, no sentido etimológico da palavra, quando
denominou-se um “amante da sabedoria”.
Filosofia foi entendida originalmente
como a explicação racional de todas as coisas, onde se situa o relacionamento
do homem com o Universo; fornecendo-nos idéias gerais da existência,
apontando-nos os objetos mais específicos que cada um deve estabelecer na vida
comum.
Hoje, entende-se por Filosofia como uma
forma de saber, que se distingue do saber comum e do científico. Filosofia é a
ciência das coisas humanas e divinas e de suas causas.
A inabalável convicção na razão humana
para explicar o Todo, recebeu o nome de racionalismo. Um racionalista cristão,
portanto é alguém que aceita o fato da razão humana ser fonte primária do nosso
conhecimento; ou seja, que a capacidade de apreender qualquer coisa se dá por meio do pensamento.
Racionalismo é fundamentalmente um
método, um caminho para obtenção de conhecimento, cujo critério de verdade não
é sensório, mas intelectual e dedutivo.
Este método enaltece, portanto, a razão
e o raciocínio como meios para alcançar e fundamentar a verdade, minimizando o
papel da experiência no conhecimento humano e deve ser desenvolvido
incessantemente, através de leitura e raciocínio dos que pretenderem ser
adeptos.
O racionalismo desenvolve-se a partir
dos eleatas (VI a. C.), designadamente com Parmênides, os pitagóricos e depois
com Platão.
A escola racionalista aparece em
contraposição ao empirismo de John Locke ( 1632-1704) e outros, de onde
acreditam na obtenção de conhecimentos através da experimentação, surgem de uma
ânsia de vigor metodológico nesta busca.
Reconhece-se também, que existem outras
formas conducentes à obtenção do conhecimento, além das fundamentadas na razão
e na experiência. A intuição, a imaginação e a convicção universalista podem
ser citadas.
Designa-se por intuição a capacidade
geradora de conhecimentos sem que se tenham antes recorrido conscientemente a
informações preliminares.
A Imaginação é, portanto, uma intuição
lúcida e clarividente, considerada por Einstein mais importante que o
conhecimento.
A Doutrina Racionalista Cristã
constitui visão e interpretação do Universo, nascente na Verdade, mas sem
exclusivo da mesma, emanada do Espaço Superior, onde se situam seres de maior
evolução. Apresenta simultaneamente um código de conduta para o Homem, fundado
nos valores determinantes da honra do espírito seu constituinte, enquanto
indivíduo e elemento das sociedades onde participa, no âmbito da sua cidadania
Universal.
O Racionalismo Cristão, ao emanar do
Universo Espiritual Superior, emana em consequência dos Espíritos
Superiores, detentores de sabedoria,
situando-se pois, fora da limitada sabedoria humana.
Então, a Doutrina Racionalista Cristã
configura-se designadamente com a Ética, sendo portanto filosofia, acrescida a
razão de esta ter sido entendida originalmente como a explicação racional do
Homem com o Universo, fornecendo idéias acerca das finalidades gerais da
existência, apontando objetivos a que cada um deve estabelecer na vida comum.
O Racionalismo Cristão pode ser
perspectivado como ciência, se entendermos os seus princípios como premissas de
onde derivam consequências, proposições, afirmações logicamente fundamentadas e
analisadas por recurso aos métodos de observação e a experimentação, resultando
leis gerais, conforme Sequeira.
Luiz Hamilton Menossi (7)
nos diz na sua obra Reflexões Racionalistas Cristãs que uma
das importantes lições que o Racionalismo Cristão nos ensina é que somos parte
do Suprimento Universal, e, como partícula pensante e criadora, temos o poder
de fazer passar da imagem para o concreto tudo aquilo que imaginarmos, que
idealizarmos.
Diz também que somos parcelas da Força Criadora e pelas
nossas palavras e pensamentos somos fantásticas forças vibratórias e criadoras,
e estamos continuamente cristalizando nossos desejos em nossa vida, em nossos
corpos astral e carnal, em nossos negócios, enfim em todos os nossos
propósitos.
Tudo a seu tempo
acaba acontecendo em nossas vidas, oportunamente.
CONSIDERAÇÕES SOBRE A MORAL
Este capítulo se
inicia a partir da resenha elaborada pela Dra.
Márcia M. Raymundo, sobre o capítulo 3 do livro intitulado Civilização Brasileira de Adolpho
Sanchez Vasquez(8), com a visão Racionalista Cristã sobre o tema a seguir.
Na obra de Adolpho
Sanchez Vasquez, intitulada Ética, resenhada por Márcia M. Raymundo, encontramos a Moral como
sendo um conjunto de normas, aceitas
livre e conscientemente, que regulam o comportamento individual e social dos
homens.
Encontram-se na Moral dois planos;
- O normativo,
constituído pelas normas ou regras de ação e pelos imperativos que enunciam
algo que deve ser.
- O factual, que é o plano dos fatos morais,
constituído por certos atos humanos que se realizam efetivamente.
Os atos adquirem um significado moral; são
positivos ou moralmente valiosos quando estão de acordo com a norma e negativos
quando violam ou não cumprem as normas. Portanto, certos atos são incluídos na
esfera moral por cumprirem ou não uma determinada norma.
O normativo não existe independentemente do factual,
mas aponta para um comportamento efetivo, pois, toda norma postula um tipo de
comportamento que considera devido, exigindo que esse comportamento passe a
fazer parte do mundo dos fatos morais, isto é, do comportamento efetivo real
dos homens.
O fato de uma norma não ser cumprida não
invalida a exigência de que ela seja posta em prática. Esta exigência e a
validade da norma não são afetadas pelo que acontece no mundo dos fatos.
A moral efetiva
compreende as normas ou regras
de ação e os fatos que possuem
relação com ela.
Esta distinção entre o plano normativo (ou
ideal) e o factual (real ou prático) leva alguns autores a propor dois termos
para designar cada plano: moral e moralidade.
A moral designa o
conjunto dos princípios, normas, imperativos ou idéias morais de uma época ou
sociedade determinadas. A moralidade, um componente efetivo das relações
humanas concretas que adquirem um significado moral em relação à moral vigente.
A Moral portanto, estaria no plano ideal e a
moralidade no plano real.
A moralidade é a
Moral em ação, a Moral prática e praticada. Por isso, cremos que é melhor
empregar um termo só: moral, indicando os dois planos, o normativo e o efetivo.
Portanto, na Moral se conjugam o normativo e o factual.
Cada indivíduo, comportando-se moralmente, se
sujeita a determinados princípios, valores ou normas morais, sendo que o
indivíduo não pode inventar os princípios ou normas nem modificá-los por
exigência pessoal. O normativo é algo estabelecido e aceito por determinado
meio social. Na sujeição do indivíduo a normas estabelecidas pela comunidade,
se manifesta claramente o caráter social da Moral.
O comportamento moral é tanto comportamento de
indivíduos quanto de grupos sociais humanos. Mesmo quando se trata da conduta
de um indivíduo, a conduta tem consequências de uma ou outra maneira para os
demais, sendo objeto de sua aprovação ou reprovação.
A Dourina
Racionalista Cristã, incentiva o uso da Moral como sendo o fruto de um processo
que se inicia pela busca da Verdade através do estudo e reflexões lógicas,
relacionadas à história de vida do ser,
objetivando o bem estar e o progresso tanto material, como espiritual.
Luiz de Souza, Mestre Racionalista Cristão (9), deixou-nos escritos valorosos sobre a Moral em
seu livro Ao Encontro de uma Nova Era,
que os países cristãos, no qual o Brasil se insere, têm a sua moral baseada nos
ensinamentos de Jesus, denominada Moral Cristã.
Essa Moral, escreve Souza, é seguida pelo Racionalismo
Cristão, por reconhecer nela que o respeito ao próximo, a igualdade de direitos
e a ampla consagração fraterna, serem esteios que se aprofundam na firmeza da
justiça emanante e na grandiosidade do amor espiritual.
A Moral Cristã é o poderoso sustentáculo da constituição da
família, núcleo respeitável que representa a pedra angular da espiritualização
de um povo, pois ali é que germinam as idéias sadias, os conselhos
construtivos, as diretrizes da evolução.
Se o sentido da Moral Cristã fosse melhor compreendido e
cumprido, a humanidade estaria desfrutando todas as dádivas espirituais
cabíveis, e o mundo seria um pouso refrigerante para as almas encarnadas
A Moral Social se define no Racionalismo Cristão, segundo
Luiz de Mattos, seu codificador, pela formação espiritualista, pela
intransigente defesa dos bons costumes e a prática efetiva de hábitos
salutares.
As atividades neste mundo são diversas e muitos são os meios
pelos quais se processa a evolução. Nem todos os seres humanos, no entanto,
contam com iguais possibilidades, mas o que importa, acima de tudo, é enobrecer
o sentido da vida, ainda que nos trabalhos mais rudes e humildes.
Os seres devem preparar-se para dirigirem suas vidas por si
mesmos, devem ir recolhendo o maior
lastro de experiências que lhes for possível alcançar, através da observação e
do testemunho das coisas que ocorrem à sua volta ou de que tiverem tomado
conhecimento.
Os êxitos ou
fracassos dos outros, as causas, razões, motivos das alegrias ou
sofrimentos destes, constituem valiosos ensinamentos dos quais se devem
aproveitar todas as pessoas para não incidirem nos erros que causaram dor e
prejuízo alheios, tomando obviamente os mesmos caminhos que levaram o
semelhante ao triunfo e ao bem-estar.
Se a criatura se inferioriza diante do próximo quando
pratica ações condenáveis, reveladoras de indigência de princípios morais e
educativos, sentir-se-ia inferiorizada e com vergonha de si mesma, se tivesse a
consciência espiritual vigilante e desperta para apreciá-las e analisá-las.
O indivíduo mal-educado restringe o seu campo de ação ao
próprio nível em que vive, tornando-se indesejável nos planos superiores de
educação e daí a necessidade que tem o espírito encarnado de não poupar
esforços no sentido de melhorar as suas condições sociais, contribuindo para a
elevação dos índices de moralização no Planeta.
Muitos de nós ocidentais, diz Luíz de Souza (1) em sua obra A Morte Não Interrompe a Vida, dizem-se cristãos, sem que se tenha na realidade, uma noção, ainda que
elementar, do que seja o cristianismo.
O desconhecimento da Doutrina
Racionalista Cristã pode levar as pessoas
a deformarem o seu caráter com a prática de atos condenáveis, de graves consequências
para elas próprias.
Daí porque, cabe aos que conhecem os males advindos de ações
reprováveis, o dever humanitário de alertar, de chamar a atenção para a leitura
e o estudo do que se escreve sobre a disciplina Moral instituída na Terra pelo
cristianismo autêntico.
Parece impossível haver alguém que, mesmo sabendo que todo
mal que fizer a outrem reverte em seu prejuízo, cometa a loucura de sacrificar
os seus próprios interesses, a sua vida futura, as suas melhores aspirações, a
um proveito material imediato, mas ilusório e efêmero.
O cristianismo tem sido uma mera concepção teórica,
existente nos templos, cânticos litúrgicos e em aparatos religiosos. Na luta
pela vida, desprezam-se o sentido prático.
Mesmo dizendo-se cristãos, muitos se conduzem de maneira
inteiramente diversa do cristianismo, só se recordando dele em momentos
formalísticos, como na hora do casamento, e assim mesmo, por uma questão de
convenção social.
Por não se fazerem uso da forma prática do cristianismo, da
Moral Cristã difundida pela Doutrina Racionalista Cristã é que existem guerras,
revoluções, agressões, assaltos, raptos, usurpações e outros males que afligem
a humanidade.
Siga cada um o seu caminho, fazendo o bem que puder com a
ilustração espiritual recebida, sem olhar para trás para rever o que já
concedeu. O bem é universal, pertence a todos, e a ninguém caberá doá-lo como
se fosse propriedade sua.
Souza nos alerta, incitando-nos a ser realmente cristãos;
cristão no sentido de viver todos os dias cristãmente; cristão no sentido
límpido da palavra; cristão militante, operoso e digno; cristão para que o seu
lema seja o da verdade, da moral, da retidão, do amor e da justiça.
Todos podem perguntar, de vez em quando, sobre a existência
ou não de algum objetivo na vida, por que vivemos. A Biologia atual responde
que se vive para produzir a próxima geração. Apesar disso, muitos continuam a
questionar se isto será tudo.
Sendo assim, qual então o interesse deste pormenor único de
nossa espécie, o código moral presente em todas as sociedades humanas. Sequeira
(2), em sua obra racionalista cristã O
Meu Depoimento Sobre o Todo entende ser indispensável que tal código seja
elaborado por uma consciência clarividente, definidora de caráter impoluto, onde
esteja assentada a conquista da evolução espiritual do ser e com ela a
solidariedade da coletividade humana.
O BEM E O MAL
No capítulo III, da
obra Racionalista Cristã O Meu Depoimento Sobre o Todo através da
pesquisa feita pelo Dr. Sequeira (2), utilizada neste, o ser humano encontra-se
no planeta há aproximadamente três milhões de anos. Uma boa parte de todo este
tempo foi passada praticamente da mesma forma, até que cinco mil anos atrás
teriam surgido as primeiras cidades; da
vida em comunidade, as transformações de comportamento e costumes tomaram um
outro ritmo.
Sobre o Bem,
acredita Sequeira fazer parte da ordem natural e equilíbrio do Cosmos. O Grande Foco Vida do Universo; princípio da Inteligência
Universal, entendido como Fonte Geradora da energia, responsável pelo movimento
expansivo universal constante é denominado pelo Racionalismo Cristão de Corrente
do Bem. Através dela, enquanto partículas da fonte, seguimos a um ritmo
determinado por nós, incitados porém, de tempos em tempos, a sair da corrente,
a quebrar tal ritmo, por uma força diferente, a qual denomina-se no
Racionalismo Cristão, a fim de ilustração, Corrente do Mal. Sobre esta Força
falaremos a seguir.
O Historiador
medievalista Jeffrey Burton Russell (10), através de sua obra O Diabo, as percepções do Mal da Antiguidade
ao Cristianismo Primitivo, elabora um estudo sério sobre surgimento e a
evolução deste conceito do espírito humano.
O mal é um dos
mais antigos e sérios problemas da existência humana.
O intuito de
Russell é relacionar tal contexto e as evidências históricas com a vida e a experiência humanas como um todo.
As culturas do
Egito, Mesopotâmia e Canaã estão diretamente por trás das culturas dos gregos e
hebreus, exercendo uma influência sobre o conceito judaico-cristão do mal.
Para os egípcios
não há um princípio do mal. O cosmo egípcio é uma coincidência de opostos,
estável, uma manifestação da ordem e harmonia divinas.
O Universo,
portanto, é entendido como uma manifestação de Deus, diz Russell; está vivo e
pulsa com a bondade. O princípio do mal não pode existir separadamente e sim
como parte do contínuo divino, do Cosmo vivo.
A mente, a
enfermidade, a mentira, o engano são perturbações da ordem natural, como no
Taoísmo, são partes da ordem que transcendem incluindo tanto a ordem quanto a
desordem.
O mal, portanto,
seria a perturbação da justiça ordenada, harmoniosa do cosmo, pelo indivíduo,
continua Russell. O mal é um ato isolado, individual e o indivíduo é o
responsável pela sua vida na Terra.
O cristianismo
tomou emprestado dos gregos a idéia de que o próprio espírito é considerado
bom, em oposição à matéria, considerada má. O chamado dualismo!
O dualismo oferece
uma explicação do mundo tal como realmente o observamos; onde a mistura do bem
e do mal não é facilmente explicável a não ser que houvesse uma Força que nos
arrastasse para o mal e outra que nos convidasse ao bem.
Estudando Russell,
entende-se a essência do mal como sendo a violência contra um ser senciente,
que pode sentir dor. O relevante neste caso é a dor.
O mal é percebido
logo pela mente e sentido imediatamente pelas emoções; é como um ferimento
causado deliberadamente.
Com frequência, em
muitas sociedades, o mal é visto como uma força consciente e sentido como se
fosse personificado (Diabo). O mal nunca é abstrato; deve ser compreendido
sempre em termos do sofrimento provocado.
A crueldade e
destruição deliberadas são lugares comuns nas notícias cotidianas, como na
história da humanidade, diz Russell. Há quase três milênios, Assurbanipal II,
rei da Assíria, ao tomar uma cidade inimiga, mandava cortar as mãos e os pés de
todos os habitantes e os empilhavam na praça central para que sangrassem até a
morte.
A maioria dos
exemplos de mal apresentados é física, pois são os mais evidentes não obstante
a violência mental e espiritual ser tão comum, destrutiva e dolorosa quanto a
física e compartilha plenamente do espírito do mal.
O que é o mal e
como surgiu? Fruto de sua intensa pesquisa, Russel escreve que é aquilo que as
pessoas sentem como tal; é sentido de maneiras tão diversas que o conceito não
pode ser definido satisfatoriamente; também não se trata de um conceito de
limites imprecisos e não tem qualquer coerência interna. Em consequência,
devemos considerar que o mal é sentido imediato, direta e existencialmente em
lugar de ser definido categoricamente.
A percepção do mal
é a experiência direta e imediata de algo feito a um indivíduo. Sente-se
imediatamente o mal que nos é feito e por empatia, é possível também sentir
diretamente o mal feito àqueles que não se conhece pessoalmente.
O mal não é uma abstração, diz Russell.
Conhece-se e é compreendido através do próprio sofrimento, não importando o
tempo ou a distância em que tenha acontecido. Russell exemplifica tal afirmação
com “a morte por hemorragia”, dos cidadãos conquistados lá na antiguidade pelos
assírios.
O fato de alguém
sofrer nos impõe a obrigação absoluta de se tentar compreender e com isso
resolver o problema do mal.
Partindo da
concepção básica do mal individual, [...] extrapola-se para o mal geral,
passando do reino da consciência para o da construção consciente da
conceituação; exemplificado pelo horror
às guerras dos assírios.
Da consciência
individual do mal geral, surge ainda outro nível de entendimento; percebe-se
que os males não são apenas gerais, mas também estão universalmente presentes
na experiência humana.
Nesta altura, Russell
lembra que até agora foi falado do mal como algo que é feito, porém ele também
é alguma coisa que nós fazemos. Como nenhum de nós tem uma vida totalmente
isenta do mal, não se vive sem praticá-lo. Pelo menos uma parte da questão do
mal está dentro de cada um; não obstante considere-se o mal como alguma coisa
que vem de fora. Um perigo real presente é a nossa tendência de projetar nosso mal sobre os outros.
Somos levados a
crer [...] que o mal é praticado contra nós, no sentido de sermos vítimas dele
ou ele ser uma força estranha que nos leva a praticar atos maus... “Fui levado
por algo”.
O que seria este
algo? O que realmente é o mal?
Diz Russell que
muitos estudiosos já perceberam é que o mal é a destruição insensata e sem
sentido; o mal destrói e não constrói. Rasga e não costura, corta e não une;
procura sempre e em toda parte aniquilar, transformar em nada; apossar-se de
todo o ser sem nada dar em troca; essa é a essência do mal. Como diz Erich
From, brilhante pensador contemporâneo, o mal “é a vida voltada contra si
mesma”.
A ética judaico-cristã,
conforme Russell, isolou o Homem e Deus da Natureza; o materialismo moderno
agravou agora o problema, eliminando Deus e deixando o Homem totalmente
sozinho. Para as árvores e animais, é a humanidade e não a Natureza que
constitui o inimigo ou a personificação do mal. Talvez devêssemos considerar se
a desnaturização da Natureza não constitui uma violência tão grande como a
desumanização dos seres humanos.
O mal alcançou
todos os lugares, todos os tempos, a vida de todos os indivíduos; entende
Russell ser êle Cósmico!
Caruso Samel (11) , autor racionalista cristão, no livro Reflexões Sobre Sentimentos, tenta
trabalhar estes conceitos; escrevendo sobre
o ódio como sendo um dos
sentimentos mais negativos e nefastos que uma criatura pode ter.
O pensamento, diz Samel,
está permanentemente associado ao Bem, ou ao Mal. Está sempre em competição, a
buscar um fim, a querer resultados. Se o
pensamento for dirigido para o Bem, o resultado será prazeroso, caso contrário
ocorrerá a frustração, que pode se transformar em ódio. O ser humano tem de
conviver com este conflito, com este antagonismo, com esta dualidade.
Na vida o homem se
move de um substitutivo para outro, num processo pendular entre o amor e o
ódio, mas todos os substitutivos originam-se do pensamento.
Quando a criatura
não invoca a sua força de vontade, [...] o ódio sempre se manifesta, embora
algumas vezes de forma disfarçada por leve oposição a alguma coisa ou a alguém.
É, então, um sentimento generalizado, arraigado nas pessoas.
É preciso, então,
superá-lo!
Na perversidade
tem-se a verdadeira e única causa sendo de natureza psíquica; Samel não acredita no “perverso nato”, isto é,
não acredita que a perversidade seja hereditária, que haja um genótipo
perverso. Todas as modalidades de perversidade são, a seu ver, adquiridas pela
má educação e orientação que a criança recebe, influência do meio e das más
amizades e, quando adulto, pelo mau uso que faz do seu pensamento e do seu
livre-arbítrio.
Umbelina M. S.
Guimarães (12), autora Racionalista Cristã no capítulo I da obra intitulada A Luta Do Bem Contra o Mal, enfoca a
luta constante do bem contra o mal, que
o homem trava no decurso de uma encarnação, por negligenciar o aprendizado de
um viver privilegiando-se a racionalidade.
Umbelina prossegue
sua linha de pensamento escrevendo que o planeta Terra foi constituído para dar
oportunidade às partículas da Força Criadora de percorrer vários ciclos da vida
evolutiva, até chegar a condição de espíritos, quando então o seu progresso
passa a ocorrer por sua própria conta.
Na condição de
espíritos, as partículas da Inteligência Universal usam, temporariamente o solo
terrestre como escola, objetivando a evolução gradativa através de inúmeras
encarnações. Pouco a pouco vão alcançando a necessária evolução até ascenderem
a mundos mais evoluídos onde entre outras coisas, trabalha-se em benefício de
nós, encarnados.
Se em todas as
mentes humanas houvesse um conhecimento da base do Homem em sua íntima relação
com o Universo, do qual ele faz parte inseparável, não haveria lugar para o
mal.
Vindo Jesus Cristo
de um mundo de grande evolução espiritual, há mais de dois mil anos, [...] ao perceber a degradação dos seres
encarnados, deu tudo de si decididamente para plantar no planeta Terra a semente
da espiritualidade, varrer a maldade das mentes doentias, combater os erros e
apontar o caminho do bem, para nos levar a um estágio mais elevado na evolução
individual.
Explanando a
Verdade pura e cristalina, mostrando que a constituição do Universo é de Força
e Matéria, abriu novos horizontes para os espíritos encarnados; falando como
até então nenhum outro filósofo, Jesus frisou aos seus contemporâneos a grande
importância de cada um viver de tal maneira que os erros praticados fossem
diminuindo no decurso da existência terrena, para que o espírito pudesse mais
depressa encerrar sua jornada na Terra, finaliza Umbelina.
O entendimento do
autor acerca do mal é que se trata de condição deste planeta, algo que sempre
existiu e sempre existirá, embora menos poderoso que o bem, uma vez que o
Universo, através da Força, continua em uma rota de expansão harmônica.
O mal, porém, conforme
o autor, é o que nos coloca à prova todo
o tempo; o que tenta nos desacelerar da rota evolutiva, o que tenta refrear o
processo de espiritualização e que precisa ser enfrentado e vencido por nós
sempre e todo o tempo, através do uso incansável do pensamento racional e
lógico e ações morais.
A irradiação
inicial(A) proferida conforme preconiza a Doutrina Racionalista Cristã assim diz :
“...É pelo estudo, raciocínio e crescimento
derivado da luta contra os maus hábitos e as imperfeições, que o espírito se
esclarece e alcança maior evolução...”.
A evolução não
seria possível neste planeta sem que esta Força (do mal) existisse, diz o autor.
Esta Força (do mal), assim como a inteligência, perspicácia, sensibilidade
(espiritualidade), sempre age e tenta alcançar o espírito de diferentes e sutis
formas.
Na Doutrina
Racionalista Cristã, diz o autor, está compilada uma forma de vencê-la sempre
que for preciso.
É salutar e
necessário que o mal exista!
Luiz de Mattos, codificador
do Racionalismo Cristão (5), no livro Pela
Verdade, escreve que o espírito humano, devido à sua natural perturbação
causada pela diferença da atmosfera diáfana do mundo a que pertence, (e do qual
veio) com a densa, gasosa, pesada, da Terra, e pela sua ligação fluídica à
matéria, ao corpo, por ele próprio organizado, fez o ser humano mais sobressair
pelos instintos, especialmente o da conservação física, (a parte animalizada) e
o hábito originário da sua vontade, só materialmente educada.
Deste imperar de
instintos e hábitos animalizados, desenvolveu-se, cresceu e ficou nele
predominando o egoísmo, motor de todos os seus atos, desejos e pensamentos terrenos,
todos utilitários, todos materializados e bestiais.
Desse egoísmo,
filho dos maus instintos, dos maus hábitos e da falta de educação da vontade,
resultou o hábito pernicioso do ser humano considerar-se superior a tudo,
repleto de orgulho e prepotência.
Dessa errada noção
de independência, de liberdade, do poder e do dever, resultou também a sua
soberba, o repúdio do seu semelhante, da disciplina e da obediência precisas
para a harmonia e o progresso seu e de todos os seres.
Desse instinto,
desse hábito, dessa má compreensão dos seres e das coisas sérias da vida, e
assim dos seus deveres, resultou, por último, a revolta contra o seu semelhante
e a invenção de um ser supremo, superior a todos os homens, engendrado à sua
maneira, à sua semelhança, conforme o seu intelecto e a sua vontade, ao qual
ele se pudesse dirigir nos seus momentos de fraqueza, de medo, de sofrimentos
físicos.
Desse erro, filho
da crassa ignorância e da animalidade dos povos, diz Luiz de Mattos, resultou
ainda a idolatria – invenção de ídolos pelos povos selvagens e dos deuses do
paganismo – além do “deus” das diversas seitas atuais dos povos ditos
civilizados, e com essas criações, o hábito de adorar esses ídolos
representados por tais deuses, como hoje cada família Católica Apostólica
Romana tem o santo de sua devoção, conforme lhe apraz, e assim ficou arraigada,
em todos os povos, a ideia de um ser supremo, materializado, que, depois de
muitas denominações, passou a firmar-se mais em uma só: na do “Deus
todo-poderoso”, mas, ainda assim, à imagem de cada povo.
E é por este
motivo que o Deus dos Normandos era Odin, o Deus da carnificina, por estar de
acordo com os seus inferiores desejos, com os seus instintos, inteiramente
animalizados.
Todavia, se o
instinto animalizado, o hábito depravado criaram essa figura, esse ser supremo
tão feroz, a alma humana, nas suas horas
de paz, elevando-se acima das coisas e misérias terrenas, também sentia
necessidade de ligar-se a alguma coisa que na Terra não existia.
Ora, desde que
dele tinha saudades, e o sentia nesses momentos, é porque de fato ele existia;
e daí a ideia de o adorar, tomando, como tal, o que foi inventado pelo
instinto, pelo hábito, pelos desejos desordenados de todos os seres ignorantes,
limitando tudo à sua imagem, ao seu “Eu”, já que Deus devia ser uma figura de
homem ou outra que tivesse forma física terrena, superior ao homem, surgindo,
por essa errada ideia, a materialização da Força.
Assim engendrado, esse Deus todo material,
todo terreno, todo à imagem do homem, dos animais e até dos astros, todo
utilitário, somente evocado para a satisfação de coisas e gozos materiais, não
podia a humanidade dele fazer uma ideia nítida e real, e daí as muitas mil
seitas, cada uma com um Deus de acordo com a sua imaginação, sem se importarem
com os desejos, fins e bem-estar da alma, da essência e da composição desse ser
supremo, da sua verdadeira espiritualidade, limitando-o ao mundo físico, sem
pensarem no infinito.
Entretanto, pelo
que Luiz de Mattos diz com relação à Força e à Matéria, fácil se torna agora
compreender não o Deus inventado pelas religiões, mas sim a Inteligência
Universal (Grande Foco), tal qual é, e garantir, sem receio de contestação, que
no Universo apenas existem Força e Matéria, e que é na Força que se encontra a
explicação dos porquês de todas as coisas, e a ela se liga o ser pela
irradiação de seus pensamentos elevados.
Fica, pois, assim
definido pelo codificador do Racionalismo Cristão, o Grande Foco, Inteligência
Universal ou Força Criadora, o primeiro Princípio componente do Universo, a Alma Mater de tudo quanto existe e vida tem.
O Grande Foco, e
como Ele se faz sentir e ver, tanto quanto é possível, neste mundo físico.
Pelo que Luiz de
Mattos escreve, fácil fica de compreender-se que é a vontade mau orientada a
causa de certos males; e como esta tem origem no próprio espírito, em ação,
conclui-se que é a má educação do espírito, e assim, da sua vontade, a causa
dos males, pois que sem a ação deste, sem que a sua vontade queira, sem que o
seu livre-arbítrio determine, nada de maior lhe acontecerá, nem maus elementos
atrairá.
SABEDORIA
Neste capítulo, o
autor escreve sobre o conceito de Sabedoria, trabalhado por Rubem Alves (13),
um dos brasileiros com a maior titulação disponível na área da educação,
Livre-docente em educação, Doutor em Filosofia (Ph.D - Philosophy Degree) e
Teologia. Em seguida, o que foi escrito sobre este tema pelo engenheiro e
escritor Luiz de Souza autor Racionalista Cristão.
Rubem inicia seu
texto sobre sabedoria, fazendo uma analogia interessante sobre o comportamento
dos jovens. Estes, os jovens, são aves que voam pela manhã: seus vôos, são
flechas em todas as direções. Seus olhos estão fascinados por 10.000 coisas.
Querem todas, e nenhuma lhes dá descanso. Estão sempre prontos a de novo voar.
Seu mundo é o mundo da multiplicidade. Eles a amam porque, nas suas cabeças, a
multiplicidade é um espaço de liberdade.
Com os adultos acontece o contrário. Para eles
a multiplicidade é um feitiço que os aprisionou, uma arapuca na qual caíram.
Eles a odeiam, mas não sabem como se libertar. Se, para os jovens, a
multiplicidade tem o nome de liberdade, para os adultos a multiplicidade tem o
nome de dever.
Os adultos são
pássaros presos nas gaiolas do dever. A cada manhã 10.000 coisas os aguardam
com as suas ordens (para isso existem as agendas, lugar onde as 10.000 coisas
escrevem as suas ordens!). Se não forem obedecidas, haverá punições.
No crepúsculo,
quando a noite se aproxima, o voo dos pássaros fica diferente. Em nada se
parece com o seu voo pela manhã. Já observaram o voo das pombas ao fim do dia?
Elas voam numa única direção. Voltam para casa, ninho. As aves, ao crepúsculo,
são simples. Simplicidade é isso: quando o coração busca uma coisa só.
Jesus contava
parábolas sobre a simplicidade, diz Alves. Falou sobre um homem que possuía
muitas jóias, sem que nenhuma delas o fizesse feliz. Um dia, entretanto,
descobriu uma joia, única, maravilhosa, pela qual se apaixonou. Fez então a troca
que lhe trouxe alegria: vendeu as muitas e comprou a única.
Na multiplicidade o
homem se perde: ignora-se o verdadeiro
desejo, [...]. Os seres se movem fascinados pela sedução das 10.000 coisas.
Acontece que, como diz o segundo poema do Tao-Te-Ching, “as 10.000 coisas
aparecem e desaparecem sem cessar”.
O caminho da multiplicidade é um caminho sem
descanso. Cada ponto de chegada é um ponto de partida. Cada reencontro é uma
despedida. É um caminho onde não existe casa ou ninho.
O caminho da ciência e dos saberes é o caminho da multiplicidade. Adverte o escritor sagrado: “Não há limite para fazer livros, e o muito estudar é enfado da carne“ (Eclesiastes 12.12). Não há fim para as coisas que podem ser conhecidas e sabidas.
O mundo dos saberes é um mundo de somas sem fim. É um caminho sem
descanso para a alma. Não há saber diante do qual o coração possa dizer:
“Cheguei, finalmente, ao lar“. Saberes não são lar. São, na melhor das
hipóteses, tijolos para se construir uma casa. Mas os tijolos, eles mesmos,
nada sabem sobre a casa. Os tijolos pertencem à multiplicidade. A casa pertence
à simplicidade: uma única coisa, [...].
Diz o Tao-Te-Ching: “Na busca do conhecimento a cada dia se soma uma
coisa. Na busca da sabedoria a cada dia se diminui uma coisa.”
Diz T. S. Eliot: “Onde está a sabedoria que perdemos no conhecimento?”
Diz Manoel de Barros: “Quem acumula muita informação perde o condão de
adivinhar. Sábio é o que adivinha.”
Sabedoria é a arte de degustar. Sobre a sabedoria Nietzsche diz o seguinte: A palavra grega que designa o sábio prende-se, etimologicamente, a sapio, eu saboreio, sapiens, o degustador, sisyphus, o homem do gosto mais apurado.
A sabedoria é,
assim, a arte de degustar, distinguir, discernir.
O homem dos saberes, diante da multiplicidade,
precipita-se sobre tudo o que é possível saber, na cega avidez de querer
conhecer a qualquer preço.
O sábio, porém, escreve Alves, está à procura
das “coisas dignas de serem conhecidas”.
Imagine um bufê:
sobre a mesa enorme da multiplicidade, uma infinidade de pratos. O homem dos
saberes, fascinado pelos pratos, se atira sobre eles: quer comer tudo. O sábio,
ao contrário, pára e pergunta ao seu corpo: De toda essa multiplicidade, qual é
o prato que vai lhe dar prazer e alegria? E assim, depois de meditar, escolhe
um.
A sabedoria é a
arte de reconhecer e degustar a alegria. Nascemos para a alegria. Não só nós.
Diz Bachelard que o universo inteiro tem um destino de felicidade.
Vinícius de Moraes
escreveu um lindo poema com o título de “Resta...” Já velho, tendo andado pelo
mundo da multiplicidade, ele olha para trás e vê o que restou: o que valeu a
pena. “Resta esse coração queimando como um círio numa catedral em ruínas...” Resta
essa capacidade de ternura... “Resta esse
antigo respeito pela noite...” “Resta essa vontade de chorar diante da
beleza...”. Vinícius vai, assim, contando as vivências que lhe deram alegria.
Foram elas que restaram.
Luiz de
Souza (14), autor de algumas verdadeiras jóias do Racionalismo Cristão, no seu
livro A Felicidade Existe, escreve
que A
compreensão das coisas adquire-se pelo hábito da ponderação, resultante da
meditação.
Quando for
preciso ter uma visão clara de qualquer assunto, compreendê-lo bem em todos os
ângulos e facetas, é necessário aprofundar o pensamento em seu estudo e
esmiuçar todos os pontos obscuros.
A meditação serena e concentrada, [...] sem deixar o
pensamento esvoaçar ou tomar rumos estranhos, é a maneira mais eficiente de
conseguir-se penetrar no âmago das questões, convindo notarem que a meditação
profunda proporciona ligação mental com o oceano cósmico dos conhecimentos
emanantes da Sabedoria Universal.
Há indivíduos compreensivos a quem se pode apresentar uma tese,
uma dúvida, uma dificuldade, que será encarada por eles com a simpatia, ao
passo que outros são incapazes de aderir com solidariedade ao tema, e, no comum
das vezes, arvoram-se em críticos acerbos ou juízes condenadores.
A capacidade de compreensão é um atributo desenvolvido pelo
espírito através de numerosas experiências, tanto positivas como negativas,
trabalhadas pelo raciocínio.
Souza está
convicto de que o grande repositório da Sabedoria não está na Terra, mas no
Espaço Superior.
Os progressos avançados
da moderna tecnologia não seriam ainda conhecidos, [...] se muitas das suas
parcelas não tivessem sido transmitidas aos seres humanos pela via da intuição,
vale dizer pela força do bom pensamento, diante da qual todas as distâncias
se anulam.
A CONDIÇÃO DE ENCARNADO
Encontra-se desde
a obra básica da Doutrina, intitulada Racionalismo Cristão até a mais recente
publicação Racionalista Cristã, além de ser explanado sempre pelos presidentes
de reunião, bem como nas Doutrinações do
Astral Superior, ao final de cada reunião pública da Casas Racionalistas
Cristãs, a necessidade de estarmos atentos à vida espiritual.
Para ser o mais
fiel possível ao que está codificado, o autor faz uso a seguir, do conteúdo
explicitado na obra básica, intitulada Racionalismo
Cristão.
Segundo a Doutrina
Racionalista Cristã, o Universo é formado basicamente por Força e Matéria.
Em Força e Matéria
se resume, se sintetiza, se define, se explica toda a Verdade.
Da obra básica de Luiz
de Mattos (15), extraímos:
“A Força mantém o Universo regido por leis comuns, naturais e imutáveis.
Comuns, porque são inerentes a todos, sem a mínima exceção; naturais, por
decorrerem de uma sequência lógica no processo da evolução; imutáveis, por
serem absolutas, e neste sentido não há lugar para o imprevisto, para o acaso
ou a dúvida, imperando – só e sempre – a exatidão, a certeza, a perfeição”.
A Força é o agente ativo, inteligente e
transformador. A Matéria, o elemento passivo e amoldável. Ambos, na sua forma
original, indivisível, fundamental e imponderável, penetram todos os corpos,
estendendo-se pelo espaço infinito.
A Força, agindo em obediência às leis
evolutivas, utiliza-se da Matéria, no estado primário desta, e com ela forma
corpos e realiza fenômenos incontáveis e indescritíveis que escapam à
apreciação comum, considerados os limitados recursos deste planeta.
Os inumeráveis corpos compostos em
combinações múltiplas de partículas da Matéria organizada, nada mais exprimem
do que essas transformações.
Os átomos são cientificamente
combinados para formar as moléculas que se classificam, por sua vez, como
partículas infinitésimas dos corpos compostos.
Tanto os átomos como as moléculas se
mantêm agregados uns aos outros enquanto sobre eles exerce a Força a sua ação
coesiva, e se desagregam, quando essa mesma Força deixa de atuar, [...].
A Matéria organizada, ainda que
representada por um simples átomo, contém uma soma de energia de extraordinário
poder, mantendo-se cada núcleo de alta condensação de Força perfeitamente
equilibrado com os demais na composição do Todo, em completa uniformidade, cada
qual dentro da respectiva classe, sem nenhuma alteração na sua constituição
específica.
Isto porque o que as Leis estabeleceram não
podem sofrer modificações, já que não existem imprevistos para a Sabedoria
Excelsa que é una, integral, total.
A Força, utilizando-se da Matéria,
começa a sua evolução na estrutura do átomo, passando, depois, a uma nova ordem
de ação construtiva, na composição das moléculas.
Em todo o constante agregar e
desagregar dos corpos, a intensidade da Força vai aumentando nesses núcleos
infinitésimos com maior acentuação das vibrações da vida, fazendo progredir o
seu grau de inteligência.
Completado o ciclo iniciado no primeiro
dos três grandes reinos da natureza – o mineral – de onde ascenderam para o
vegetal e o animal, passam esses núcleos a constituir-se em micro-organismos de
ínfima espécie.
Assim, continua Mattos, de mudança em mudança de um corpo para
outro imediatamente superior, vai evoluindo a partícula da Força, até atingir
condições que lhe permitam, já como espírito, encarnar em corpo humano, em
situação de exercer a faculdade do livre-arbítrio e assumir as
responsabilidades inerentes a essa faculdade.
O espírito faz a sua trajetória neste
planeta em condições apropriadas ao seu estado de adiantamento, passando em
cada reencarnação a viver em meio adequado ao progresso já alcançado, até
terminar a parte da evolução que corresponde a este mundo.
O espírito é imaterial. Material é o
seu corpo astral, também conhecido como perispírito ou corpo anímico, composto
de fluido quintessenciado – mas matéria – da mesma natureza da substância
fluídica do mundo em que estagia no intervalo das encarnações, diz Luiz de
Mattos.
Semelhantemente, o seu corpo carnal
corresponde à Matéria componente deste planeta. Quanto mais adiantados forem os
mundos de estágio, mais diáfana é a matéria quintessenciada de que são
compostos os corpos astrais.
Isso explica a razão de serem os corpos
astrais – embora de substância idêntica – uns mais diáfanos do que outros.
O corpo carnal em formação vai sendo
envolvido, molécula a molécula, pelo corpo fluídico do espírito que sobre ele
irradia, postado do lado de fora do corpo da gestante, até o momento de vir à
luz, quando então dele se apossa, inteiramente.
Consumada a encarnação, fica o espírito
apoiado no seu corpo astral justaposto ao corpo da criança, do lado esquerdo.
Logo que o espírito encarna, passa a
criatura a ser constituída de três corpos:
– corpo mental (espírito)
– corpo astral (matéria fluídica)
– corpo carnal (matéria organizada
composta)
Com essa
constituição terá de exercer as suas funções terrenas e viver, distintamente,
as duas vidas: a material e a espiritual.
Portanto, pelo
fato de tomar-se conhecimento e aceitar o que foi exposto por Luiz de Mattos,
ficam claras as consequências que nos aguardam, de nossos atos em vida, tanto
bons quanto maus.
É necessário
então, conforme o autor, considerar-se a vida espiritual a verdadeira e a de
encarnado, como uma espécie de estágio a ser cumprido por muitas e muitas vezes
neste planeta- escola.
Escreve ainda o autor, que: quando o ser
encarnado possui a capacidade de ouvir ou ver além dos olhos do corpo,
faculdade esta denominada mediunidade auditiva e de vidência e suas derivações;
explicadas minuciosamente nas obras desta doutrina, fica mais fácil incorporar a
condição citada no parágrafo anterior.
Para as pessoas como este que vos escreve,
desprovido de tais faculdades, a percepção cósmica fica resumida inicialmente, aos
sentidos que o corpo carnal pode identificar e suas consequentes limitações,
parafraseando Luiz Hamilton Menossi na obra Reflexões
Racionalistas Cristãs:
“No estado
de consciência normal e comum a todos (consciência de si mesmo), sentimos
existir dentro dos limites do nosso corpo carnal.
Nossa
percepção é limitada ao alcance dos nossos cinco sentidos básicos. Nossa
percepção interna e a externa estão presas aos limites do tempo e do espaço”, finaliza.
O autor adota a tese de que “a vida enquanto
encarnado é tão importante quanto a
espiritual”, pois é de posse de um corpo carnal e das limitações deste, que
conseguimos perceber o Todo e agir aqui, no sentido de mantermos uma conduta
adequada e esperada à evolução.
O planeta Terra deve ser visto como um grande campo
experimental de aprendizado e realização material e espiritual, também nos diz
Luiz H. Menossi em Reflexões
Racionalistas Cristãs.
Menossi (7) crê na conveniência de se encarar a vida como um
campo experimental de aprendizado onde se veio buscar evolução; principalmente
a evolução espiritual.
Diz ainda que através das diversas experiências que o
planeta Terra nos oferece nas mais variadas circunstâncias do dia a dia,
somadas aos ensinamentos do Astral Superior, ficamos conscientes daquilo que já
vivemos e podemos elaborar um plano para a vida futura; passamos a ter domínio
próprio e a ter um objetivo sintonizado com a principal meta do Racionalismo
Cristão que é o aperfeiçoamento individual e coletivo da espécie humana.
O autor reconhece uma capacidade de questionar o Cosmo muito maior que
a de achar respostas satisfatórias, em função mesmo das limitações impostas
pelo corpo carnal, contudo a inteligência latente e o desenvolvimento de
raciocínio lógico devem ser suficientes para se trabalhar adequadamente novos
conceitos e mesmo proposições de ações diversas, com o esperado grau de
moralidade frente à vida.
A Doutrina Racionalista prega insistentemente, conforme o autor, o uso
do raciocínio lógico, dentro de uma conduta de Caráter Ilibado e Moral Cristã,
ao invés de reações viscerais, instintivas; como a melhor forma de se viver
neste planeta. Tal método pode e deve ser conquistado pelo ser.
Felizes os que entram em contato com as teses do Racionalismo Cristão,
aceitam-nas através do estudo, reflexão e procuram colocá-las em prática com
empenho. Assim como este que vos escreve, a mudança para melhor na vida é
perceptível num curto espaço de tempo e na proporção do empenho individual.
CÉREBRO, O RECEPTOR DAS VIBRAÇÕES DA INTELIGÊNCIA UNIVERSAL
Luis de Mattos (16)
deixou escrito na obra Vibrações da Inteligência Universal, encontra-se que de Força e Matéria são compostos
todos os planetas e de onde tudo o que é bom, vem à Terra para fortificar os
seres e auxiliá-los no seu progresso, na sua ascensão.
É por meio do
pensamento que são formados cordões fluídicos para receber aquilo de que o
espírito precisa para lutar e vencer.
Para se estar em
paz, receber boas irradiações, [...] é preciso que o ser humano saiba, de fato,
colocar somente os pés no mundo físico e ligar a Força, o espírito, ao mundo
moral por pensamentos e obras, e não por simples palavras, não por discursos
estéreis, não por tagarelices, nas quais, via de regra, envolvem os nomes de
Deus, de Jesus, e vivem a praticar atos de “Satanás” . . .
Uma vez que o ser
se convença de que o seu eu material
nada mais é do que o “carro da alma”, [...] neste mundo de perturbações, ou,
mais claramente, um material inerte a ser cavalgado pela Força, pelo espírito,
pela alma, a caminhar, com mais ou menos rapidez, com mais ou menos vontade,
neste campo físico onde tal condição se torna indispensável para o progresso; se
de tal verdade se convencer e racionalmente dominar essa matéria bruta e por
ela, pelo seus saltos e pinotes não se deixar amedrontar e por fim a domar,
fácil será o seu ganho de causa em tudo quanto se meter, inclusive a sua
ligação mental às purezas astrais, fácil será a sua vitória em todas as lutas,
em todos os combates que travar para a sua purificação.
As leis comuns, a
que todos estão sujeitos, são regidas pela Inteligência Universal, e terão de
fazer desaparecer os vícios, para que imperem a virtude e a verdade, que elevam
e dignificam os povos.
Para que o homem
possa bem compreender o que são essas Leis, [...] é necessário estudo e meditação,
a cerca das proposições Racionalistas Cristãs, procurando conhecer-se nos seus
três corpos, para reconhecer que, além do corpo material, existe uma coisa
superior que o incita e movimenta, de acordo com a sua inteligência e os seus
sentimentos.
No dia em que a
humanidade compreender que além da Matéria há a Força que a locomove, que faz
dela o que quer, Força que é a inteligência, comum a todos os seres,
compreenderá então que a única característica que os diferencia, é a posse de um
espírito mais ou menos evoluído, já dizia Luiz de Mattos cem anos atrás.
Compreenderão os
que se julgam infelizes, devido a circunstâncias várias de educação e
instrução, que, desde que o homem saiba ser honrado, ter moral e critério,
poderá aprender tudo o que deseja, porque possuindo sentimentos elevados, há de
forçosamente atrair Forças idênticas à sua vontade, para que possa, assim,
realizar os seus ideais; mas é claro que só o conseguirá quando seus ideais
visarem o bem do próximo e não somente a ostentação da sua vaidade e luxo, sem
finalidade de evolução espiritual.
Procure-se, pois,
compreender o que somos, enquanto seres humanos, e quais as leis a que estamos
sujeitos, para que possamos nos colocar à altura de podermos enfrentar os
desafios e deles sairmos vencedores, sempre com lógica, razão, moral e critério,
[...].
O tempo é de
lutas, e só será digno de consideração o que se souber colocar ao abrigo das Leis
Comuns e Naturais, para dentro delas poder sair vencedor e nunca se deixar
vencer ou escravizar à vontade de políticos, feitos a martelo, que não querem
lutar pelo engrandecimento e tranquilidade do povo, [...].
Procure-se pois, despertar
em nossas almas, os nobres sentimentos da Fraternidade Cristã, a fim de que não
continuemos a nos mostrar indiferentes às dores alheias.
Procuremos ainda, [...]
colocar cada coisa no seu lugar, para que assim saibamos gozar com a alegria alheia
e também sofrer quando o nosso semelhante sofra, provando que de fato pertencem
a uma Pátria espiritualizada, cujos filhos desejam para o seu próximo o que
para eles próprios almejam.
Conhecedores de
que são estes os dois elementos empregados na composição psíquica e fisiológica
do ser humano, da sua Força irradiando sobre a Matéria e de como deve ser posta
em prática a Lei de Atração, estamos certos de que todos procurariam empregar a
sua vontade conscientemente para o bem.
Na sociedade resultante
do capitalismo-selvagem, afirma o autor, o homem tem sido dominado pela parte
animal, daí resultando o mal-estar que se observa em toda parte, sem falar nas
guerras externas e internas, individuais e coletivas.
Quando, porém,
passar o Homem Força a imperar sobre o Homem Matéria, quando o Homem Força se
dispuser a reagir contra a indolência e a preguiça e passe a lutar,
conscientemente, para subjugar, para vencer, para dominar os perturbadores
instintos do animal, que é o corpo material ao qual está ligado, a sua
depuração será feita com maior rapidez, como é necessário, e ele deixará de
movimentar-se pelo instinto, como acontece com a maioria, [...].
Sim, deve imperar
o homem, partícula da inteligência Universal, porque é chegado o tempo de a Terra
e seus habitantes passarem por uma grande e esperada transformação.
Por mais indolente
que seja o ser humano, terá que trabalhar e lutar sempre contra os maus
instintos, por serem estes a fonte de apetites depravados, de desejos
intemperados, que o ser precisa vencer, para não se deixar empolgar e
escravizar, nivelando-se aos irracionais.
Lutar, pois, com
valor e paciência, é vencer, é ter certeza de êxito, é caminhar para a Perfeição
Suprema.
Também nos deixa
por escrito Luiz de Mattos que “o principal
segredo de todo êxito na vida dos seres é, pois, a prática desses princípios
fundamentais da honra”.
É certo que a
serenidade, consequente estoque de paciência e o domínio de si mesmo, aplanam o
caminho da vida, abrem muitas outras vias que sem isso, ficariam fechadas; isto
sucede na política, como nos negócios, e o bom êxito nessa esfera da vida,
obtém-se menos pelo talento, do que pela moderação; menos pelo gênio, do que
pelo caráter.
Portanto, o ser
humano que não tiver império sobre si mesmo, se não tiver paciência e tato, não
poderá se dominar, nem governar os outros.
A superioridade
que pode destacar qualquer ser humano entre os seus concidadãos, tão apregoada
por esse mundo e por muitos desejada, só poderá existir, na medida em que a
alma de cada um se esclarecer e aprimorar os seus sentimentos, o seu saber na
investigação dos porquês de todas as coisas, partindo do princípio de que Força
e Matéria compõe o Universo, a base portanto, de tudo quanto existe.
A superioridade
existe na Força e não na Matéria (corpo) de cada ser.
Luiz de Mattos (16)
diz que, na Inteligência Universal, é que se encontra a superioridade que
incita e movimenta cada ser humano, neste mundo, para o bem; estejamos então
sintonizados, diz o autor, pelo maior tempo possível, enquanto
encarnados, com a Inteligência Universal!
Sendo a sede dessa
superioridade dos seres humanos na alma, só podem ser realmente superiores as
criaturas verdadeiramente esclarecidas sobre o significado de Força e Matéria,
para palmilharem, apoiadas nesse esclarecimento, a larga estrada da virtude, da
verdade e da moral. Os que assim procedem, dignificam a sua vida, fortalecem a
vontade e só o bem fazem aos que deles se aproximarem e por eles se deixarem
irradiar.
A verdadeira
superioridade consiste no real conhecimento da verdade e na sua inteira e
desenvolvida prática – base da Moral. Esta, sim, é que torna os seres humanos
verdadeiramente superiores, amados, respeitados, e até temidos. No conhecimento
da Vida e na prática desartificiosa da Moral, é que consiste, pois, a
superioridade dos homens.
O intelectual, o milionário,
o atleta, todos os homens, enfim, que não possuam real valor moral, não podem
ser classificados de superiores, nem tomados a sério; porque serão, enquanto
assim procederem, péssimos instrumentos humanos, representando um grande perigo
social, ao invés de grandes auxiliares do progresso.
A criatura humana,
sem moral, é o mesmo que uma flor sem perfume, um diamante sem burilação, um
corpo sem vida real, uma vida inteiramente perdida.
Mattos (16) nos
revela no livro Vibrações da Inteligência Universal que: são nas manifestações da arte, que mais
claramente se sente a Inteligência
Universal, nas quatro estações do ano e nos movimentos, vida e hábitos de
exemplares dos diversos reinos da natureza, bem como na história dos povos, nas
navegações e na guerra.
Depois de fartamente provada a sua existência
pelas obras, pelas manifestações da vida inteligente, da vida superior, pode-se
senti-la e quase vê-la nas belas-artes, produto das suas partículas mais
evoluídas, os seres humanos, cópias dos diversos reinos da natureza e até da
vida nos mundos superiores, nesse além grandioso e belo.
Diz Mattos que: na poesia, como na música, “é onde o
homem, partícula inteligente, mais elevadamente pensa, age e produz”, porque
nesses momentos de produções poéticas e musicais, o ser se desprende da vil
matéria, à qual se acha ligado, deixando nela apenas a vida anímica, penetra
nas atmosferas brancas, diáfanas e de luz puríssima, e nelas envolto e casado
com as forças que nelas existem absorve o necessário, deixando-nos as
indicações do caminho à seguir, quando contemplamo-las.
Das belas artes, é de fato, a música, a
que mais se eleva, se salienta e nos faz sentir e compreendê-la em toda a sua
grandeza.
A Inteligência Universal, na música, sente-se de maneira tão
intensa, tão empolgante, que nem os irracionais, desde a serpente, ao cão, ao
cavalo, até os alados, dentre os quais se destaca o melro, negro, vibrante,
luzidio, bico amarelo, “madrugador, jovial que dentre os arvoredos, logo de
manhã cedo, solta risadas de cristal”, escapam à sua real e deificadora
(divina) influência.
Em todas as artes, [...] se sente essa
Força, essa Inteligência, através das imensas belezas que produz; mas na música,
em qualquer dos seus gêneros, demonstrando diversos estados da vida dos seres,
da atmosfera e coisas deste planeta, desde as tempestades cruentas, tétricas,
até ao raiar da aurora em dias primaveris, que traz alegria para todos os
seres, ela é tão realmente sentida, que chega a tornar-se visível na luz da
aura, que envolve as suas partículas, produtoras dessas incomparáveis belezas
espalhadas por todo o planeta.
“É a música que mais facilmente nos faz
compreender que, na grandiosa obra da Inteligência Universal, tudo se encadeia,
derramando torrentes de harmonia, e que nas sábias leis que conduzem à
perfeição”, que produzem desde o mais insignificante grão de areia, desde o menor
inseto, desde o mais microscópico átomo, aos grandes planetas dispersos no
infinito, tudo toma o estado preciso ao meio e às correntes fluídicas, para
permitir uma vida duradoura, de harmonia com as irrevogáveis leis da natureza.
É ela, a música, que nos faz
compreender tudo isso e mais: que de fato os mundos têm suas leis sábias, e que
os seres humanos, sujeitos, como tudo, a essas Leis, estão ligados
fluidicamente a todos os seres inteligentes, corpóreos e incorpóreos, recebendo
irradiações do mundo espiritual, conforme a sua vontade e a natureza dos seus
pensamentos.
A alma do artista, no momento em que se
dispõe a produzir, em virtude da Lei da Atração, eleva-se e religa-se aos
grandes planetas, e ali, envolta na luz astral que lhe é própria, na grande, na
diáfana, na pura atmosfera desses mundos, em presença da Luz, da Força, da Inteligência,
que reside neles, como se já fora completamente desprendida da torturante
atmosfera do mundo físico, vive ela e sente a verdadeira vida da alma humana;
Beethoven, L. V. já surdo, dizia que a música que produzia não era nada perto
da que conseguia ouvir.
“E nesse estado de plena liberdade,
amparado e intuído por entidades puras, é que ele produz essas harmonias, essas
verdadeiras belezas da alma, que tão benéfico efeito produzem em todos os seres
da criação, especialmente no ser humano”.
“O contato constante com a boa música,
nos faz sentir a Inteligência Universal na sua grandeza imensa, nessa música,
toda encantos, toda beleza, expressão verdadeira, sentir completo da alma
evoluída, e que muito tem concorrido para a remodelação do caráter dos seres”.
Incorporemos
então, sugere o autor, em nossa prática diária, além da limpeza psíquica pela
manhã e à noite, a companhia agradável da boa música. “Em nosso trabalho, nos
afazeres domésticos, no trânsito, sejamos
embalados em nossos estudos e momentos de reflexão pela musicalidade suave”.
Desta forma, conforme
o autor, facilitamos a manutenção da sintonia espiritual nas vibrações de frequências
típicas da Inteligência Universal conforme a Doutrina Racionalista Cristã, da
Superconsciência da Psicologia Transpessoal, potencializando nossa permanência
em um estado mental de “serenidade e equilíbrio”, onde é possível o esperado uso
da razão e lógica, para as melhores intuições e consequentes reações, frente aos desafios da vida enquanto encarnados.
O cérebro, diz o autor, é o responsável
pela decodificação dos mais variados estímulos que podemos alcançar e o reflexo
no corpo é instantâneo; daí a importância de utilizá-lo com o máximo de
eficiência que nosso estágio evolutivo e as condições de encarnado permitir;
para que consigamos as melhores reações e o consequente bom aproveitamento de
nossa jornada aqui.
Felino Alves de Jesus (17) na obra editada pela Casa Chefe do
Racionalismo Cristão, intitulada Trajetória
Evolutiva faz uma interessante comparação da nossa mente e um aparelho
receptor de rádio que vale a pena ser analisada na integra.
Resumimo-la a seguir, dizendo ao leitor que conforme Felino,
com o nosso endosso, o homem, quando
pensa, age analogamente a um aparelho rádio transmissor que lança vibrações de
radiofrequência no éter. O pensamento é uma vibração do espírito.
Alves diz que o homem quando pensa, emite vibrações de frequência
espiritual, lançando no espaço as modulações do seu estado de espírito.
Inversamente, pode-se dizer que o modo de pensar do homem
age como um condensador variável que determina qual a frequência natural
espiritual em que se encontra. De acordo com esta frequência natural
espiritual, diz Felino Alves, são captados os pensamentos que estejam em sintonia,
pensamentos estes que cortam o espaço em todas as direções.
Antes de
realizar qualquer ação, o homem a imagina, em pensamento, e transmite aos seus
órgãos, aos seus músculos, as ordens, as instruções para a sua efetivação.
Portanto, ao criar em pensamento a ação que pretende
realizar na prática, [...] o homem põe
seu espírito em uma frequência natural espiritual de valor tal que atrai para si
os pensamentos afins que cortam o espaço, isto é, os pensamentos que estejam em
sintonia com o seu.
Assim, tudo o que
é feito, todos os atos dignos ou indignos são o resultado de pensamentos também
dignos ou indignos.
O espírito imprime
ao pensamento a própria Força de que é dotado. Como o som e a luz, ele também
faz todo o seu percurso em ondas vibratórias, [...] detectáveis pela ciência
hoje em dia, observação do autor.
Sabe-se, conforme
Faria, que o indivíduo acaba por transformar sua vida em função dos tipos de
pensamentos dominantes, ou seja, pessoas otimistas e bem humoradas, são mais resistentes
à enfermidades, têm uma capacidade de resolver problemas bem maior do que os
melancólicos, sofredores, indolentes.
O contato com a
boa música, afirma o autor, mantém o ser em estado mental vibracional
compatível com o bom humor e otimismo! Vale ressaltar que a radio A RAZÃO,
disponível na Internet, no endereço http://radioarazao.com.br/toca.php, oferece o tipo de música ideal além das breves inserções orais incentivando o
uso da razão e bom senso.
A ciência, conforme o autor, não explica,
ainda, o porquê de certas pessoas naturalmente, vibrarem em maior tempo nas
faixas de frequência sutis, positivas, próprias do Astral Superior, do que
outras.
O Racionalismo Cristão esclarece que tal fato
está relacionado ao grau de evolução espiritual a que o indivíduo pertence.
Ânimo resoluto para pensar e deliberar é
condição que se impõe. O pensamento racionalmente otimista deve prevalecer,
sempre e sempre, porque — quando aliado à ação — se constitui numa força capaz
de demolir os mais sérios obstáculos. Temores e indecisões conduzem ao
fracasso.
Pensamentos de
valor e de coragem, de firmeza e decisão, atraem vibrações de outros
pensamentos de formação idêntica, produzindo um ambiente de confiança capaz de conduzir ao sucesso.
PRÁTICAS FACILITADORAS DA RECEPÇÃO
O
autor está convencido, de que, do trabalho honrado e bem feito pelo ser, do
estudo metódico das obras editadas pelo Racionalismo Cristão e outras, da
consequente reflexão via pensamento e incorporação dos conceitos lógicos,
juntamente com as mudanças de atitudes
promovidas em conformidade com as proposições da Doutrina Racionalista Cristã, lembrando
sempre da limpeza psíquica, estaria o sujeito sintonizado com as Vibrações da Inteligência
Universal por tempo suficiente ao longo de um dia.
O
autor sugere também, baseado no que escreveu Luís de Mattos (16) em sua obra Vibrações da Inteligência Universal
sobre os efeitos da boa música no estado geral de animo e pensamentos das
criaturas, que estas, adquiram o hábito no seu cotidiano, de estarem embalados
por este tipo de musicalidade, sugestão do autor.
Estudos
científicos no campo da Psicologia comprovam os efeitos benéficos da boa música
no ser, diz Faria, potencializando o tempo em estado de calma e tranquilidade,
bem como, facilitando a manutenção da concentração e consequente bom
rendimento, diminuindo por sua vez, o tempo empregado na solução de problemas,
preservando o bom humor e harmonia interna e externa.
Tal estado
positivo, diz o autor, advindo desta prática, impregna os ambientes de bons
fluidos, pode proporcionar o ritmo ideal ao desenvolvimento espiritual dos
seres, onde o mal por mais que tente, não consegue agir adequadamente.
Torna-se muito
fácil e acessível nos dias de hoje, afirma o autor, estarmos em contato com a
boa música. Os aparelhos portáteis de som estão ai aos montes, os CD’s com os
mais variados tipos de canções estão em todos os lados e a custos baixos, os
automóveis e as residências em sua grande maioria possuem equipamentos sonoros.
Há que se ter, porém, cuidado na seleção das
músicas, pois as letras têm um efeito sugestivo poderoso, mesmo que em língua
estrangeira; caso sejam de conteúdo positivo, altruísta, ótimo. Porém, caso
sejam de conteúdo depressivo, ou nos incitem à ira, à sexualidade exagerada,
atrapalham mais do que ajudam. Os ritmos também tanto podem nos acalmar como
nos excitar, diz o autor.
O que se recomenda
é fazer uso da música desprovida de letra. Bastam as belas harmonias embaladas
pelos diversos instrumentos de cordas e sopro, com suave percussão para
alcançarmos os efeitos mentais desejados.
Música orquestrada
suave, música instrumental suave é o ideal. Uma gama enorme de autores
trabalham nestes gêneros.
O autor lembra
novamente que o Racionalismo Cristão, disponibiliza aos internautas a web rádio
A RAZÃO, com uma programação de alto nível, com ritmo e melodias adequadas à
manutenção de um estado de serenidade, reforçados por breves inserções orais,
racionais, lógicas, positivas de cunho moral.
Pode-se fazer uso
deste tipo de música no automóvel, tanto indo e vindo do trabalho, como nos
demais afazeres onde o ato de dirigir-nos leva, inclusive para o lazer! No
ambiente de trabalho, lembra o autor, seja ele mais braçal ou intelectual, a
influência da música suave é poderosa e pode ser muito benéfica.
Também, pode ser
usada nas horas de estudo, de lazer em casa,
um som melodioso no ambiente embalando atividades salutares é um modo dos
mais eficientes para que incentivemos nosso espírito a se manter vibrando nas
frequências próximas as do Astral Superior.
Uma vez experimentado
este método pela pessoa, sentidos os reais benefícios mentais, corporais e
ambientais, o autor acredita estarem os seres mais bem inseridos na corrente do
bem, evoluindo de forma mais harmônica, segura e constante na encarnação em
questão.
Encontra-se na obra básica de Luís de Mattos, Racionalismo Cristão, ensinamentos sobre as
quatro fases de desenvolvimento do ser quando encarnado; são elas: a infância,
a mocidade, a madureza e a velhice.
Embora a Doutrina Racionalista Cristã ensine a grande
verdade que, do nascimento à velhice, cada fase da vida tem lições importantes
a ensinar, entende-se que o momento presente e atual é o fundamental. O momento
mais decisivo é este preciso instante. O dia mais pleno é o dia de hoje, diz
Mattos.
O instante presente contém em si os resultados de todos os
aspectos de nossa história e as sementes de todos os acontecimentos que estão
por vir.
Desde o nascimento, [...] passa-se realmente por fases muito
diferentes, mas para o espírito, somos
uma unidade, o tempo cronológico não conta. Só as formas são passageiras, porém
o espírito, eterno e imutável na sua essência, está evoluindo para a perfeição.
Embora não possamos alterar os erros do passado, [...]
podemos sim a partir deste exato momento, passar a decidir e a realizar uma
existência mais proveitosa e harmoniosa para o nosso espírito imortal.
INTERFERÊNCIAS
Desde
a publicação da obra básica Racionalismo
Cristão (15) com suas proposições (1910) até os dias de hoje, o planeta não
havia experimentado mudanças tão profundas, afirma o autor.
No campo do
comportamento humano, área que o autor aborda neste capítulo, o surgimento da
mídia e o alcance que a mesma passou a ter na vida dos seres, principalmente através do rádio,
televisão e mais recentemente a Internet, percebe-se uma verdadeira revolução
de costumes.
Boa
parcela dos concessionários de tais meios de comunicação usam e abusam de
técnicas muito eficientes de sugestão, induzindo os menos atentos a adquirir
produtos dos mais diversos, como forma de encontrar a tão sonhada felicidade;
ledo engano, afirma o autor, esta, só dura até instantes depois da tão almejada
aquisição. E sempre há o que ser adquirido.
Os meios de
comunicação são capazes de influenciar pensamentos, incitar ações e reações conforme o interesse
de quem patrocina, deixando em segundo plano os princípios morais e éticos,
fundamentais para a verdadeira evolução do ser, diz Faria.
Nota-se um exagero na exposição das
situações do cotidiano, onde as reações instintivas vicerais são a tônica,
afirma o autor. Incitam os sentimentos mais primitivos como a ira, a
incredulidade, o temor, a malediscência a revolta, a sexualidade exagerada
(libido) e tantos outros, verificados na grade de programação oferecida nos
diversos meios já citados.
Esta quantidade de tempo de exposição,
na forma científica como é feita, afirma Faria, podem estar colaborando nas
mudanças de atitude nas pessoas desavisadas que se distraem diante da TV e
internet.
Quem não possue um aparelho de
televisão hoje em dia, um rádio e mesmo um computador interligado à rede
mundial? Falava-se na geração TV, hoje já se fala na geração internet.
Como consequência, afirma Faria, tem-se
um verdadeiro exército de pessoas
buscando alienadamente a “felicidade prometida”, inseridos em um sistema
capitalista-selvagem, onde a lei do mais esperto é a que vale. Encontra-se uma
situação caótica nos mais diversos campos de atuação do homem no planeta.
Percebe-se
o caos no trânsito das estradas, das cidades médias e grandes, nos ambientes de
trabalho, nas diversas instituições a que se é obrigado a recorrer, como
bancos, repartições públicas, lojas, nos hospitais e escolas; nem os ambientes concebidos ao lazer escapam de tal quadro, afirma o autor.
Está
configurado um ambiente, cuja tônica é o desequilíbrio da ordem. Pode-se verificar
sem esforço, o mal e suas formas mais sagazes e sutis de atuação, tentando
empurrar o ser para fora do caminho da Moral
Cristã, da Ética, do Bem Comum, base para o desenvolvimento da Espiritualidade
preconizado pela Doutrina Racionalista Cristã.
É
dentro deste quadro social atual, diz o autor, que se encontram as provas e
expiações do Espiritismo de Kardec a que temos que enfrentar e vencer, as tentações do Catolicismo, onde percebemos
o sofrimento derivado da luta contra os maus hábitos e as imperfeições do
Racionalismo Cristão.
Não
só o caos advindo de um projeto de vida ilusório perturba a jornada do ser; os
reveses que eventualmente assolam a criatura, também o fazem.
Fernando Faria (19), autor Racionalista Cristão, através da
obra Para Quando Os Reveses Chegarem
escreveu que um revés não significa mais que um incidente passageiro.
Deve servir sim, para
chamar a atenção para algo que foi negligenciado ou que era desconhecido.
Muitas vezes chega até a ser útil.
De qualquer modo,
sempre há de haver uma experiência a colher e uma lição a guardar de cada
insucesso que ocorre.
Fernando Faria, continua
a dizer que: “na
vida nada acontece por acaso. Tudo tem a sua explicação, o seu motivo, a sua
causa, a sua razão de ser. Ninguém pode aprender somente com o êxito, pois
também se aprende, e muito, com o insucesso”. Aliás, observação
do autor, nosso Sistema Nervoso Central foi concebido para aprender com os
erros. Foi assim para aprendermos a andar, falar, etc. A Vontade de progredir, dominar e descobrir, na criança, é muito maior
que a frustração e se a mesma for reforçada pelos pais a não desistir, tornar-se-á
uma pessoa de sucesso.
Diante disso,
ninguém deve esmorecer. O lema, é sentir o mal para evitá-lo, para combatê-lo,
para destruí-lo, e conceber o bem para conquistá-lo, para atraí-lo, para
integrá-lo nos hábitos e costumes de todos os dias.
Nessa conduta, [...]
reflete a ação soberana do pensamento que sobressai, por representar uma força
motriz de prodigiosa capacidade para derrotar os obstáculos.
O pensamento se cultiva,
se aperfeiçoa, se aprimora e fortalece pelo poder consciente da vontade.
Pensamentos fortes são claros, refletidos e bem definidos, finaliza Fernando
Faria.
Não se
iludam, extrai-se dos ensinamentos deixados pelos codificadores da Doutrina
Racionalista Cristã, colocados na obra
Reflexões Racionalistas Cristãs de Luiz
Hamilton Menossi (7), que enquanto o espírito humano mantiver algum desejo
terreno a ser satisfeito, e isto é possível, através do uso do pensamento, não se liberta das reencarnações.
Para aproveitar bem a encarnação, afirma Menossi, deve-se
viver equilibradamente as vidas material e espiritual, sem sacrificar uma em
detrimento da outra. Sendo Força e Matéria,
deve a criatura saber equilibrar os dois aspectos que se completam.
DESEJOS
Neste capítulo, o
autor trata deste sentimento tão comum e fomentado nos últimos tempos, onde o
materialismo é a tônica, influenciando milhões de criaturas a cada instante,
podendo ser motivo de entrave no processo evolucional esperado.
Buscou-se
também a contribuição de pensadores que escrevem sobre os desejos, de fora da
Doutrina Racionalista Cristã, uma vez que este procedimento em nada prejudica a
análise pelo leitor, de diversos pontos de vista a respeito, e as consequentes
conclusões à luz da Doutrina Racionalista Cristã, ao contrário, nos dá a visão
eclética, racional, lógica e científica desta questão, procedimento largamente
utilizado por Luiz de Mattos, o codificador do Racionalismo Cristão.
O
autor inicia este tema, através de uma singela, porém pertinente estória,
contada por Sathia Sai baba, guru hinduísta contemporâneo. Em seguida, trabalha
“o mecanismo do desejo” por Jidu Krishnamurti, filósofo contemporâneo, autor de
mais de cento e sessenta livros, traduzidos em diversos idiomas, através de uma
publicação do Instituto Cultural Krishnamurti, disponível no endereço
eletrônico www.krishnamurti.org.br .
Após, enfoca o mesmo tema através do artigo publicado pelo psicólogo e escritor
espírita contemporâneo Enéas Martin Canhadas, baseado em psicografia de Chico
Xavier pelo espírito de Emmanuel, encontrado no endereço www.portaldoespirito.org.br
Trabalhando
finalmente o tema através da ótica do Racionalismo Cristão, Faria utiliza-se
dos autores Racionalistas Cristãos Pompeu Cantarelli, Caruso Samel e Luiz
Hamilton Menossi uma vez que estes, trabalharam em seus respectivos escritos a
questão dos desejos.
Reflexão de Sai Baba (20) sobre
os desejos:
O Homem que ignora a verdade é escravizado pelos objetos externos e pela atração que estes objetos exercem sobre ele.
Sai Baba exemplifica tal afirmação nesta história:
-
Nas vilas existem caçadores profissionais de macacos que usam um sistema
rudimentar para este propósito. Eles colocam nos pomares ou jardins infestados
pelos 'saqueadores' algumas cumbucas com um punhado de amendoins dentro de cada
uma.
O macaco se aproxima da cumbuca, percebe que existem deliciosos amendoins lá dentro, introduz a sua mão e pega os amendoins fechando o punho. Percebe, então, que não pode retirar o braço, pois a abertura da cumbuca é muito estreita para a mão fechada cheia de amendoins! Com isso ele se senta indefeso e desolado, sendo facilmente preso e transportado!
Caso ele simplesmente abrisse a mão e se libertasse do apego aos amendoins poderia escapar!
Assim também, os seres costumam ser vítimas dos desejos e do apego que os desejos criam. Ficam presos pelos grilhões que colocaram em torno de si mesmos, finaliza Sai Baba.
Krishnamurti
(21) escreve:
Que é desejo? Como surge ele? Vê-se, lá
fora, um carro, reluzente, bonito, de linhas elegantes, Há o ato de ver e, em
seguida, a sensação resultante desse ato. Em seguida, o contacto com o objeto que
se vê e, em seguida a esse contacto, a sensação; essa sensação é o desejo.
Percepção, contacto, sensação e desejo;
isso está sucedendo a cada instante, na vida do homem. Por conseguinte, urge
compreender o que é “desejo”.
Desejo, [...] é apetite não satisfeito.
O desejo é isto, um apetite a que se não soltaram as rédeas. E a sociedade diz
que se deve contê-lo, reprimi-lo, guiá-lo, controlá-lo ou sublimá-lo. O lado
religioso da sociedade diz; “Praticai várias formas de disciplina, reprimi-vos
a fim de achardes Deus”. Dessa maneira implanta-se na psique, no ente humano,
essa contradição.
Que é, pois, desejo? Vê-se uma bonita
casa, ou um belo carro ou um homem poderoso gostaria de possuir aquela casa, de
ser aquele homem de posição, ou de conduzir aquele carro sob os olhares
admirados da multidão. Como aparece esse desejo, pergunta krishnamurti?
Há, pois, o ver, o perceber, que cria a
sensação; em seguida, vem o contato, depois o desejo; o desejo de possuir, que
dá continuidade àquela sensação. Isto é muito simples, [...]. Vê-se uma bela
mulher ou um belo homem. Há então o prazer do ver, e todo prazer exige
continuidade. Por conseguinte, pensa-se nesse prazer, e, quanto mais se pensa
nele, tanto mais se favorece a sua continuidade. E entra em cena o “eu” quero, não quero.
Assim, [...] o pensamento dá
continuidade ao desejo. Se não houvesse a continuidade do desejo, não haveria a
busca de preenchimento. O desejo apareceria e tornaria a desaparecer. Ele tem
de aparecer, como uma reação. O desejo, pois, viria como uma reação, e a essa
reação não seria dada continuidade pelo pensamento. Observai esse fato em vossa
vida.
Se observar, em si mesmo, todo o
processo do desejo, vê-se que há sempre um objeto para o qual a mente é
dirigida, em busca de mais sensação; e que esse processo implica resistência,
tentação e disciplina.
Há percepção, sensação, contato e
desejo, e a mente se torna o instrumento mecânico desse processo, em que
símbolos, palavras, objetos, constituem o centro em torno do qual se formam
todos os desejos, aspirações, ambições; e esse centro é o “eu”.
Um dos maiores problemas a enfrentar, [...]
é o referente à compreensão do desejo.
Se, em vez de procurar controlar, sublimar ou
transcender o desejo, puder o ser, encará-lo de frente “o fato”, que é o
desejo, e começar a compreender a sua índole, surgirá então uma ação de
qualidade totalmente diversa.
O desejo, afinal, é energia dirigida
para o exterior, e, sendo o desejo positivo, dominador, potente, a sociedade
procura controlá-lo e moldá-lo. A sociedade é produto desse mesmo desejo, o
qual procura ajustar-se e funcionar dentro dos limites da moral social,
continua.
Nessas condições, [...] aquela energia
dirigida para o exterior esbarra numa muralha de moralidade social e volta para
dentro, ao seu ponto de partida. Esse retrocesso não é um movimento livre: é
simples reação.
Superficial ou profundo, esse movimento
para dentro é sempre uma regressão, e todo esse “processo”, esse movimento da
energia “para fora” e “para dentro”, é o movimento do “eu”, do “ego”.
Há desejo de poder, desejo de posição,
desejo de fama, desejo sexual, desejo de dinheiro, desejo de carro, etc.
Reprimir o desejo, ou a ele ceder, é a
mesma coisa, porque o desejo continua ainda existente. Pode-se reprimir o
desejo de uma mulher, de um carro, de uma posição; mas o próprio estímulo a não
ter essas coisas é, em si, uma forma de desejo. Assim, ao se ver preso na rede
do desejo, deve-se compreendê-lo, em vez de dizer que ele é correto ou errado,
justo ou injusto.
O desejo, [...] é a raiz de toda
ignorância, toda aflição, e não é possível libertamo-nos da ignorância e da
aflição, a não ser com o abandono do desejo. Não se pode afastá-lo com a
simples vontade, porque a vontade é parte do desejo; não se pode afastá-lo com
a negação, porque esta é resultado dos opostos. Só é possível dissolver o
desejo com a percepção de suas múltiplas formas e expressões. Mediante
observação e compreensão tolerantes, pode-se transcendê-lo. Na chama da
compreensão consome-se o desejo, finaliza Krishnamurti.
O
psicólogo Enéas Martin Canhadas (22), desenvolve um artigo sobre os desejos,
disponível no portal www.espirito.org.br, através dos escritos psicografados por Chico
Xavier, pelo espírito de Emmanuel no capítulo 2, A vontade, do livro Pensamento e Vida; através dos tópicos
abaixo.
Curiosidade
Afirma Canhadas,
por Emmanuel através de Chico Xavier, que o ser humano é naturalmente dotado
dos impulsos que o levam à frente em todos os sentidos.
O homem é
naturalmente insatisfeito e curioso. A curiosidade faz sair de dentro, a pessoa
impulsiva que cada um é. Como um saca-rolhas. Pode fazer a criatura tomar posse
do que deseja, ou faz agir sem esperar a “hora
certa” como se costuma dizer. “Ai que
vontade que dá!”, exemplifica bem o que acontece.
O impulso, [...]
é uma carga de energia que, para
satisfazer os desejos ou
necessidades, move o ser repentinamente, visceralmente.
Desejo
“Não. Não temos
vontade de chupar um sorvete, mas sim desejo de fazê-lo”. A vontade, diz
Canhadas por Emmanuel, é mais abrangente; é uma força que dirige todo o nosso
ser e não deve ser confundida com os desejos.
Normalmente manifestam-se na criatura muitos
desejos todos os dias. Daí surgem as dúvidas e então, necessário é procederem
as escolhas. É quando entra a vontade
em cena. Descartes diz que da “vontade
dependem as ações da alma”. G. Murphy, outro filósofo, explica que “vontade é um complexo processo íntimo que
influencia o comportamento de modo a tornar o ser menos vítima da pura força
bruta dos impulsos.”
A ponderação
nestas horas é indicada, [...] inventando modos diferentes de manifestar a tal
situação e imaginando as consequências das respostas, através do raciocínio, da
lógica e da razão, completa Faria.
Neste exercício
de, dever ou não, estar certo ou errado, melhor ter ido ou foi melhor ficar,
etc. Os desejos exigem a ação da vontade no viver.
Para satisfazer os desejos usa-se a força da
vontade para fazer as coisas. A vontade julga os conteúdos e conhecimentos do
psiquismo e da mente, continua Canhadas por Emmanuel através de Chico.
Ponderação
Na medida em que o
nosso espírito é consultado, [...] através de Chico; porque quem pensa e, de
fato, tem pontos de vista, experiências, conhecimentos anteriores, medos, etc.
pois é o espírito que habita o corpo e dá vida à mente, ele faz com que as
ações da criatura sejam pensadas, ponderadas e avaliadas.
Assim é o caráter
do espírito que lida com o certo e o errado, conforme o grau de progresso moral
(espiritualidade - apêndice do autor) que já possui. O que está em jogo nesse
momento é o juízo sobre o que se convém e o que é lícito, bom e saudável.
Não é necessário
perguntar a ninguém e nem usar o exemplo dos outros. Fazemos isso por
insegurança, necessita-se de aprovação, ou porque não se tem conhecimento
suficiente ou ainda pelo medo de sentir culpa e arrependimento.
Culpa e
arrependimento, [...] geralmente estão associadas aos conceitos de castigos ou
recompensas de acordo com a idéia de Deus incutida na mente da criatura, por
causa da educação religiosa recebida.
Princípios
O nosso código
pessoal de valores éticos, morais, espirituais já existem no espírito, afirma
Canhadas por Emmanuel, porque vimos de outras experiências reencarnatórias,
portanto vidas já vividas.
Estamos em pleno processo de aprendizagem e
ainda não sabemos tudo, [...]. O ser fica frente a frente com os seus
princípios morais quando uma decisão é necessária. Ainda não esta se falando de
virtudes, pois não se é virtuoso no sentido amplo do termo, mas o cuidado com
que se demonstram intenções de agir determina a qualidade do caráter do ser.
O que evidencia o código moral e de valores, é
portanto, o que nos revela como seres éticos.
A maneira
individual de ser ético, revela o verdadeiro modo de pensar, ser e agir, [...].
Com as dúvidas tem-se indicações sutis,
que mostram o quanto ainda não se sabe, movidos pela curiosidade incessante de
aprender, experienciar e desbravar.
Vontade
A vontade entra na
brecha entre os desejos e a dúvida, diz Canhadas por Emmanuel, porque o
espírito ainda não sabe tudo, e está em busca da virtude no seu eterno
progresso.
É aí que a vontade
pode entrar e atuar.
Não nos
transformamos em espíritos virtuosos de repente.
“A vontade dirige todos os setores da ação
mental. Harmoniza o Espírito, disciplina e administra”. Para que alguém tome
posse de uma qualidade moral, será necessário repetir atitudes à exaustão no
propósito de melhorar os comportamentos e as consequentes atitudes, [...].
A criatura precisa de motivos e boas
justificativas para fazê-lo. O objeto do desejo pode ser mais forte,
contradizendo a vontade e os princípios morais. Atitudes pensadas significam
atos voluntários, conscientes, mas não espontâneos e naturais. Se o desejo e os
impulsos são de má índole e fazem o torpe prazer das más realizações, é por
causa da vontade que falha e cujas disposições de caráter não são boas, [...].
Quando o ser pratica atitudes virtuosas, deixa
paulatinamente de ter que fazer escolhas, pois a vontade já se tornou boa, tem
assim, cada vez menos dúvidas. Atitudes edificantes ficam prontas dentro do
ser. Há menos embates, portanto, entre o bem e o mau. Passa-se então à condição
de espírito de boas ações e de boa fé.
Tão natural como pegar uma uva no cacho, finaliza Canhadas, por Emmanuel.
Pompeu Cantarelli (23), autor do
Racionalismo Cristão, na obra Saber
Viver, as consequências do mau uso dos desejos que, no entrevero das
paixões, as criaturas justas, boas, sensatas e cônscias dos seus deveres para
consigo próprias e para com a coletividade humana são como rochedos inabaláveis
que não cedem à impetuosidade de ondas revoltas que, bramindo e espumejando, se
atiram ao seu encontro.
A incompreensão da
maioria dos povos é apavorante e o espírito de justiça e bom senso que preside
as suas ações ainda deixa muito a desejar, ficando as criaturas à mercê de
circunstâncias ocasionais, porque elas pensam e agem dominadas pela egolatria,
pelo instinto atávico e pelo materialismo, e não param de ferir a
sensibilidade, a honra e o direito dos semelhantes, levadas meramente por
interesses pessoais ou de grupos ou por simples desejo de mando, por inveja e
perversidade, finaliza Cantarelli.
Caruso Samel (11),
autor Racionalista Cristão através da obra Reflexões
Sobre os Sentimentos, designa um capítulo especifico sobre os desejos em
que o autor, Flavio Faria, lança mão a seguir.
Diz ele, que o desejo está associado a
muitos conflitos exteriores e interiores, estes abrigados no recôndito mais
profundo do ser.
Existe uma vasta gama de desejos, [...]
muitos benfazejos, outros maléficos, todos impulsionados pela vontade de fazer
ou não fazer, de agir ou não agir. Por exemplo, a ambição de galgar o topo de
uma carreira ou cargo para cumprir uma de suas metas na vida, a vontade firme
na realização do desejo de um político de se tornar presidente ou a de um
compositor musical ou músico de um dia ser maestro.
É o desejo que causa o conflito. O
desejo, [...] é estimulado pela associação de idéias e pela lembrança de fatos
e ocorrências passadas; daí, a memória desempenhar papel fundamental na geração
e compreensão da natureza do desejo. As lembranças podem ser agradáveis ou
desagradáveis, as primeiras causando prazer e estas, dor ou sofrimento. Estes
desejos opostos nutrem o conflito.
Por causa da alternativa do prazer e da
dor, a mente divide ou fraciona o desejo em diferentes categorias de valores e
atividades.
Apesar de se chocarem e se oporem, [...]
todos os desejos são um só. É fundamental compreender esse ponto para evitar
que o conflito dos desejos opostos se torne interminável. Do equilíbrio dos
desejos opostos se tem a inação; portanto, é fundamental passar os desejos
opostos por um filtro e depurá-los, para poder eliminar os conflitos e bem agir.
Tal dualismo é aparente, é uma ilusão. Não há dualismo no desejo, mas apenas
diferentes tipos de desejo. Aliás, o dualismo é quase sempre uma ilusão em
todas as atividades humanas. Não se deve confundir dualismo com alternativas de
problemas para os quais existem soluções. Só há dualismo perfeito entre o tempo
e a eternidade, porquanto a existência de um elimina a existência do outro.
O desejo, [...] se
divide entre querer e não querer algo. Tanto procurar querer como evitar querer
é desejo. Não se pode fugir deste conflito porque é o próprio desejo que cria
oposição a si mesmo. Daí, concluir-se que todos os desejos são um só e não
podemos alterar esse fato. Se isto for compreendido, o desejo tem força para
libertar a mente da criação de ilusões!
Estabelecido que o desejo, se fraciona
em partes distintas e opostas e que “querer” e “não querer” são desejos que
geram conflitos, a criatura vivencia estes desejos opostos em conflito.
Verifica-se, assim, [...] que o desejo só faz multiplicar, ou melhor, repicar o
desejo, numa armadilha cíclica. Por isso, é necessário ter primeiro uma noção
bem nítida do desejo como uma entidade simples e única.
As necessidades orgânicas são moldadas
pelos desejos psicológicos, [...] que se agrupam em dois tipos: potentes ou
conscientes, porque evidentes, e ocultos ou latentes, estes mais importantes
porque escondidos no subconsciente.
A
mente humana consciente ou superficial está sempre em estado de agitação.
Acalmando-se os desejos superficiais, torna-se possível sentir os desejos
ocultos, “motivos” e intenções subirem à superfície, isto é, é preciso fazer
estes desejos (os latentes) aflorarem ao consciente para podermos estudá-los,
eliminá-los ou dar-lhes livre curso real.
Ao se analisar a natureza do desejo, [...]
volta-se ao problema do experimentador e da coisa experimentada, isto é,
verifica-se que não somos separados de nossos desejos. Então, como
experimentá-los sem envolvimento direto? Como reprimir um desejo e seguir
outro?
O que “freia” um e “libera” outro, é a
força de vontade.
Se existir esta percepção, sempre que
surgir um desejo deve-se abandonar a idéia do experimentador como “entidade
separada” e, então, pode o nosso “eu” conferir o desejo sem censura, momento
por momento, passo a passo e, assim, os conflitos cessam. É difícil seguir este
processo, mas adotando-o, sempre que necessário, percebe-se rapidamente a
serenidade e tornando o ser ciente e
seguro de suas ações.
O desejo, [...] se realiza e se consome
depressa enquanto o amor é duradouro e sempre trará alegria; ao contrário, o
desejo realizado quase sempre deixa uma sensação de vazio. O desejo não pode
ser detido; tentar cessá-lo pela vontade leva à decadência e ao sofrimento
(processo do sufoco). Só o amor pode dominar o desejo e o amor não é coisa ou
produto mental. O desejo é tão flexível e veloz que a mente é capaz de
ajustá-lo a qualquer coisa, adaptar-se a qualquer circunstância.
Finalmente, diz Samel, desejar e
perseverar faz um homem forte e preparado para lutar com tenacidade e vencer
todos os obstáculos.
Menossi (7), aborda este tema, afirmando
inicialmente, que todos os seres encarnados tem desejos. Afirma ele, serem
estes que prendem o ser ao planeta através das reencarnações. Nenhum espírito
deixa de voltar a encarnar enquanto mantiver desejos terrenos a serem
satisfeitos.
Mas, desejos são enganos, [...] são
passageiros, ilusões, uma vez satisfeitos perdem a atração e o encanto. Basta
observar os fatos do passado da vida de cada um. Sempre em qualquer fase de
vida, deseja-se muito alguma coisa, pensando que se for alcançada, junto
obter-se-á felicidade; então, luta-se pela realização do referido desejo, com
todas as forças, no entanto, uma vez alcançado o que tanto era desejado,
passa-se, inevitavelmente, para uma fase de desgaste e desilusão.
Menossi afirma que a consciência diz, nos
momentos de silêncio e reflexão, que conquistas terrenas não são totalmente do
ser, lembram-se dos riscos de perda do que se conquistou, lembra-se da lei de
impermanência que rege as coisas da vida material.
Ele também escreve que, a partir da
concretização do desejo, com o tempo, e não costuma demorar muito, acaba
acontecendo o inevitável: aquilo que se conquistou começa a perder
gradativamente, ou até de um dia para o outro, o encanto. Gastou-se o brilho,
apagaram-se as efêmeras luzes, aquilo já não é mais uma maravilha, já não é tão
importante e, é exatamente aí que chega a desilusão, inevitável desfecho das
coisas materiais.
Nenhuma das coisas da passageira vida
material pode satisfazer plenamente ao espírito, [...] pois este é de natureza
eterna, necessita de conquistas eternas, espirituais.
As coisas do mundo material são
passageiras: apodrecem, gastam-se, quebram-se, engordam, ganham rugas...
acabam. Já os bens espirituais, [...] uma vez conquistados, passam a fazer
parte da nossa real estrutura, porque são conquistas eternas, perfeitas, não
tem fim.
Menossi cita o
trecho do livro Racionalismo Cristão, onde
diz "o planeta Terra não é habitação permanente de nenhum
espírito", convindo, portanto, deixar-se de lado as coisas aparentemente
urgentes, mas, no fundo, inúteis para a vida espiritual.
Ele indica a
necessidade de se abandonar, no plano psicológico, a agitação e a ansiedade
causadas pela ambição e desejo descomedidos.
A disciplina
espiritual divulgada pelo Racionalismo Cristão, encerra Menossi, ensina a
abandonar as excessivas preocupações pessoais com a vida material e fornece a
chave para se obter a felicidade interior e a elevação espiritual, pois nada
mais se levará daqui.
Sobre os desejos, diz Faria, fazem parte
da realidade do ser encarnado, devem porém incitar pensamentos, projetos e
consequentemente ações, que contemplem níveis consideráveis de moral, ou seja,
que visem o bem da criatura e da coletividade, nunca prejudicando o outro; caso
contrário, são falsos. Trazem, finaliza Faria, uma sensação de prazer breve e
insatisfatória além de consumir um precioso tempo de que o ser possui em uma
encarnação, no sentido de se desenvolver cada vez mais para o bem e evoluir; podem
trazer ainda, como consequência do seu mau uso, muito sofrimento.
PENSAMENTOS E SUAS CONSEQUÊNCIAS
Na obra Racionalista Cristã
intitulada Fundamentos Racionais de
Caruso Samel (24), encontra-se um destaque dado para o valor do pensamento na
vida das criaturas.
A Doutrina
Racionalista Cristã, diz Samel, é a única que põe em destaque este enfoque,
como corolário, verdadeiro reflexo da Lei da Atração e Repulsão, onde os
pensamentos afins se atraem e os contrários se repelem.
O pensamento vem a
ser, portanto, a maior riqueza espiritual, o atributo que permite sermos nós
mesmos.
Diz
ainda Samel, que da somatória dos
pensamentos, dos milhões e milhões de seres que vivem na Terra, formam duas
grandes correntes, cortando nosso planeta em todas as direções; a corrente do
Bem e a corrente do Mal, concentradas na forma de pensamento.
Deve-se vibrar o pensamento em
consonância, em harmonia com a grande corrente do bem, atraindo boa assistência
astral, recebendo intuições fortalecedoras e fluidos benéficos.
Os
pensamentos ficam ligados entre a fonte emissora e a fonte receptora e
vice-versa, [...] estabelecendo verdadeiros climas ambientais espirituais, que
proporcionam saúde ou enfermidade, alegria ou tristeza, sucesso ou fracasso,
cabendo ao ser racionalista cristão, ligar-se sempre à corrente do Bem.
No
Pensamento concentra-se todo o poder espiritual
e, como vibração do espírito, constitui a verdadeira manifestação da
Inteligência Universal em nós outros.
Saber
concentrar-se em determinado assunto, dando asas à imaginação, com o propósito
e o empenho de estudá-lo bem, de descobrir todas as suas nuanças, toda a
multiplicidade de aspectos, todas as diferentes formas de interpretação,
constitui exercício de excepcional importância para chegar ao domínio absoluto
do objeto desse estudo, [...].
A tese do autor é
de que, ao incorporar a musicalidade suave no cotidiano, além do acesso fácil e
barato a todos, facilita ao espírito transmitir as vibrações adequadas ao corpo
físico, utilizando para isso o cérebro, mantendo-nos bem concentrados por muito
mais tempo, melhorando assim a qualidade das tarefas e relacionamentos.
Facilitando, portanto, a viajem pelas
correntes do bem, enquanto encarnados.
O vigor do
pensamento emitido por criatura mentalmente sã e esclarecida, diz Samel, cresce
na medida das necessidades do momento, amplia-se, expande-se e supera qualquer
corrente de pensamentos inferiores, pela atração que exerce da Força afim, cujo
poder é infinito.
A história da
medicina registra inumeráveis casos de doenças graves cujas curas, por muitos
consideradas milagrosas, apenas se deveram à reação espiritual dos próprios
enfermos e à atração que souberam exercer das Forças Superiores via pensamento;
cabe aqui ao leitor, estudar a obra Racionalista Cristã da médica. Glaci
Ribeiro da Silva (25), intitulada Racionalismo Cristão e Ciência Experimental, onde tal assunto é
abordado com uma competência ímpar.
A Psicologia,
afirma Faria, principalmente a escola Transpessoal, desenvolveu métodos de ação
que tentam conduzir o ser à vibrar nas faixas da superconsciência, que em
outras palavras, nada mais são que as próximas das Vibrações da Inteligência Universal ou Astral Superior,
objetivando a cura de males mentais e físicos, advindos dos pensamentos
inadequados do ser.
O sucesso do tratamento fica sujeito, porém,
ao estágio de evolução Moral e Técnica do psicoterapeuta, opinião do autor.
A exposição
exagerada do ser às frequências vibracionais típicas da negatividade, diz o
autor, desencadeiam modificações hormonais e consequentes estados melancólicos,
depressões, fobias, etc. culminando nas doenças físicas propriamente ditas, o
que já é corroborado pela Medicina
Psicossomática, assunto este abordado com a devida profundidade no já
recomendado livro da dra. Glaci R. da Silva.
Das riquezas
espirituais que a criatura tem forçosamente de conquistar neste planeta, assume
papel de excepcional relevo a faculdade do bom pensamento, de cujo poder
concentrado e abrangente depende a racional solução de todos os problemas da
vida, que embalados pela boa música, certamente poderão ser alcançados por
qualquer um que tenha sido despertado.
O modo de vida de
toda pessoa é uma reflexão dos seus sentimentos. Para cada tipo de sentimento,
existe uma frequência cerebral correspondente; conseguimos facilmente
detectá-las hoje em dia.
A alegria é um
estado de espírito, o espírito vibra e o cérebro alcança frequências próprias.
Tal estado mental advém de forma prolongada, através da prática natural do bem.
Ao manter-se em determinada faixa de onda ao longo do dia, o ser
incorpora e vive as consequências disto. O modo moderno de viver, típico dos
séculos XX e XXI podem colocar os seres frente a sentimentos, cujas faixas de
vibração são nocivas à nossa saúde tanto
física como espiritual, afirma Faria.
O autor procura
aqui, induzir às pessoas a alterar este quadro através do método difundido pela
Doutrina Racionalista Cristã, resumidos em cultivo de bons hábitos, envolvendo
trabalho com gosto, estudo, raciocínio e esforço próprio no sentido de sanar
nossos maus hábitos e imperfeições sempre que percebidos.
Para conquistar-se
a felicidade é preciso que se evite a ociosidade, que é a mãe de todos os
males. Para isso, tempo deve ser
dedicado às ações e tarefas concretas, geradoras de prazer.
Felizes os que
buscam um trabalho de que gostem, pois podem permanecer horas a fio, vibrando
positivamente, no caminho de melhores condições de vida aqui, procurando ser o
melhor possível naquilo que faz, diz Faria.
O espírito ganha
hábitos, pois é difícil ensiná-lo de uma hora a vibrar nas faixas da
felicidade, estando o mesmo infeliz. Portanto, é obrigação do ser esclarecido
buscar todos os dias o que fazer, estudar muito, fazer uma auto-análise do que lê e da vida
para modificar-se para melhor.
Na obra básica
intitulada Racionalismo Cristão,
lê-se que eventualmente, por comodismo, indolência ou mesmo preguiça mental,
muitos acabam atribuindo aos outros a tarefa de pensar por eles e passam a
aceitar como próprias, as idéias alheias.
Nascem daí os
movimentos sectários com numerosos rebanhos, estes sempre propensos a acreditar
no que os outros acreditam ou fingem acreditar, por mais absurdo que seja o
objeto da crença, principalmente no terreno amplo e escorregadio do misticismo,
em que a investigação espiritualista para a apuração da verdade não é admitida.
Com o poder
penetrante de pesquisa que o raciocínio possui, fácil se torna distinguir o
racional do absurdo, o lógico do ilógico, o certo do errado, e divisar o
caminho que levará o ser convicto à Verdade, portanto estudar é o caminho.
A Doutrina
Racionalista Cristã fornece um método simples do Ser colocar-se frente à vida, incentivando o
estudo e raciocínio, o bom uso do caráter e moral cristã, de forma que este
estado, induzido no início do processo, passe a ser cada vez mais frequente,
afirma o autor.
O espírito encarnado tem suficiente poder para mudar, em qualquer
tempo, os rumos da vida, manejando, corretamente, o livre-arbítrio. Do seu
futuro, bom ou mau, do triunfo ou do insucesso, é ele o artífice.
O homem
esclarecido prepara hoje o dia de amanhã. Isso significa que o futuro será o
que estiver sendo projetado e trabalhado no presente.
Ao iniciar-se o
processo evolutivo, cada partícula da Inteligência Universal conta com as
mesmas possibilidades, os mesmos recursos, encontra-se em idênticas condições e
possui iguais valores latentes.
Por isso se
desenvolve na mesma proporção até alcançar a denominação de espírito, quando
passa a dispor do livre-arbítrio para conduzir-se por sua conta e risco.
Todos terão de
compreender, cedo ou tarde, que a humanidade caminha numa mesma direção e para
alcançar um idêntico fim, que é o aperfeiçoamento, só atingível pelo esforço
próprio bem orientado, pelo trabalho individual disciplinado e pela conquista
do saber à custa de atividade intensa e permanente.
Deve o indivíduo
procurar-se a si mesmo, e em si mesmo aprender a confiar, consciente de serem
imensos os recursos que possui para levar a bom termo cada existência física.
Com este
pensamento ficará sincronizado com a corrente da evolução, por onde fará a sua
ascensão espiritual, sem grandes tropeços e sem maiores sacrifícios.
Todas as
faculdades tendem a debilitar-se, quando não são regularmente exercitadas. O
exercício fortalece e revigora. Ele é tão necessário à mente, quanto ao corpo.
O exercício da mente consiste na prática habitual de atos e pensamentos de
valor, que precisam ser estimulados desde a infância.
SOFRIMENTOS
O autor inicia a
reflexão sobre o sofrimento, a partir
dos escritos de dois estudiosos deste tema, Dra.
Dirce Fátima Vieira e Krishnamurti,
para em seguida observarmos o ponto de vista dos autores Racionalistas
Cristãos, citados no capítulo 1 da obra Para Quando os Reveses Chegarem e no
capítulo 7 do livro Racionalismo Cristão
Responde, ambos de Fernando Faria.
Será visto
inicialmente o sofrimento como condição
da vida e os sofrimentos evitáveis; por Dirce F. Vieira (26).
Sabe-se que o
sofrimento faz parte da condição humana. Quem nunca teve uma dor ou quem nunca
sofreu?
O sofrimento
sempre foi um tema que interessou filósofos, religiosos, pensadores, poetas,
psicólogos e é parte intrínseca da natureza humana, portanto, podemos
considerar que é um dos sinais da sua normalidade. Por sermos humanos,
possuímos esta condição.
A espécie humana,
que tem como uma de suas características ser criadora de cultura, elabora e
interpreta suas experiências de sofrimento conforme as diferentes sociedades. O
significado do sofrimento vai se modificando ao longo do tempo e tendo outras
representações que são captadas e expressas pelo imaginário coletivo.
Sendo o sofrimento
intrínseco ao existir, não tem que necessariamente ser encarado como a desgraça
fatal que sobrevém e nos torna infelizes, mas sim como algo contínuo de um
existir único, finito e que pode nos fazer crescer. O mesmo pode-se dizer da
felicidade, do prazer e de outras sensações e sentimentos que entendemos fazer
parte inseparável da vida humana.
O sofrimento como
uma tonalidade afetiva da consciência sadia e da vivência normal, faz com que
ele seja uma possibilidade de entender o mistério de nossa história, significá-la
e responder eticamente pela vida; nota-se até então, o que é comum em diversos
pesquisadores, a ausência do emprego dos princípios morais no cotidiano do ser,
substituídos por éticos.
Apesar de saber
que o sofrimento é universal, e não estamos querendo abolir esta noção, mas
pensando em minorar o sofrimento de alguns, queremos aqui refletir e discutir
sobre os sofrimentos evitáveis, ou seja, aqueles que não necessariamente devem
fazer parte da existência humana, aquele sofrer que provavelmente foi criado
inconscientemente por nós, que se constituiu na nossa forma de viver em relação
aos outros e ao mundo.
É um padrão de
comportamento que acaba gerando sofrimentos recorrentes, criando assim uma
predisposição psicológica expressa por uma atitude de sofrimento diante da vida
funcionando como uma droga.
Assim, continua
Dirce, os viciados
em sofrimentos são aqueles que padecem em silêncio e nem eles
ouvem o seu grito, seu lamento.
Provavelmente acabam pensando sobre suas dores
e acham que não tem sorte, que tudo parece dar errado, que seu destino é sofrer
e consequentemente acabam se sentindo desvalorizados e com autoestima
prejudicada.
Essas pessoas têm
uma atitude na vida de insegurança, ansiedade, derrota e pessimismo, não
conseguindo se conectar com sua saúde psíquica. Neste vício não existe uma
droga concreta, muito menos externa, mas sim uma forma de se relacionar consigo
e com o mundo ao seu redor.
A droga, se assim podemos chamar, seria o ganho secundário com
esta atitude
repetitiva que estes têm diante da vida de sempre sofrer por
algo.
Assim como
acontece nos viciados em uma substância (lícita ou ilícita), comida, chocolate,
exercício físico, jogo, consumo ou qualquer outro substrato possível para um
vício, existe um prazer momentâneo.
No caso descrito,
o substrato é a dor no sofrimento e a atenção que se recebe dos outros como
ganhos secundários por essa atitude sofrente.
Essa experiência é
vivenciada como fugaz e seguida por uma sensação de frustração que remete
consequentemente à falta, vazio ou carência inicial caracterizando a forma
cíclica de uma dependência, porque algo de essencial não foi preenchido ou
reconfortado.
A Psicologia
Transpessoal, afirma o autor, diz que
privilegiando-se estados mentais inerentes ao sofrimento, independente da
intensidade, já é suficiente para se configurar com o decorrer
do tempo, um quadro de anomalia mental, tendo como consequência as anomalias no
corpo ou doenças propriamente ditas.
Krishnamurti (27),
brilhante pensador contemporâneo, citado por autores Racionalistas Cristãos, discursando
em Saanen, Suíça 1961 sobre o sofrimento, diz ser muito difícil pensar
diretamente, ver as coisas diretamente e seguir atentamente o que se vê,
"até o fim", de maneira lógica, racional e sã.
Ele reconhece ser
muito difícil ver as coisas com clareza e, por isso, muito difícil ser simples.
Não se refere à simplicidade exterior do vestir, do possuir poucas coisas; e
sim à simplicidade interior. Entende ser a simplicidade essencial, quando se
considera um problema muito complexo, como o sofrimento. Assim, antes de
começar a apreciar o sofrimento, necessário se faz estar bem esclarecido quanto
ao significado da palavra "simples" no contexto.
Krishnamurti
afirma ser a mente, como agora a conhecemos, muito complexa, infinitamente
solerte, sutil; teve experiências mui numerosas; e contém em si todas as
influências do passado, da raça, o resíduo dos tempos, (entende o Racionalismo
Cristão ser o espírito que traz consigo tal bagagem). Reduzir essa imensa
complexidade à simplicidade é dificílimo; porém, acha o palestrante necessário
fazê-lo, pois, do contrário, não se é capaz de ultrapassar o conflito e o
sofrimento, nesta ótica.
A questão, pois, é
esta: Considerando-se toda esta complexidade, (de saber, experiências, memória)
existe alguma possibilidade de olhar o sofrimento e dele se livrar?
Uma definição
verbal não torna a mente simples, e as explicações não produzem a clareza de
percebimento. O palestrante enfatiza a condição de nossa consciência estando a
mercê de nossa escravização às palavras, sem perder-se de vista, entretanto,
que as palavras são necessárias para as comunicações.
O que se comunica,
porém, não é meramente a palavra mas sentimentos, visões que não podem ser
formuladas em palavras.
Mente simples é
aquela que está livre para seguir todas as sutilezas, todas as variações, todos
os movimentos de um dado fato. E para tanto deve a mente, sem dúvida, estar
emancipada das palavras. Essa liberdade produz uma austeridade feita de
simplicidade. Se há essa simplicidade no considerar as coisas, pode-se então
tentar compreender o que é o sofrimento.
Ele pensa,
que a simplicidade da mente e o
sofrimento estão relacionados entre si.
Viver no
sofrimento em todos os dias de nossa vida é, sem dúvida, dizendo-o
delicadamente, a coisa mais insensata que um homem pode fazer.
Viver em conflito, na frustração, sempre
enleado no medo, na ambição, enredado na ânsia de preenchimento, de êxito (passar a vida toda num tal estado), isso
parece de todo, em todo fútil e desnecessário. Para livrar-se do sofrimento, a criatura
deve se aplicar de maneira simples a este complexo problema.
Há várias
qualidades de sofrimento físico e psicológico. Há a dor física ocasionada pela
doença (uma dor de dentes, a perda de um
membro, deficiência visual, etc;) e o sofrimento interior que vem quando
perde-se alguém que se ama, quando não se tem aptidões diante de pessoas que as
têm, quando se é desprovido de talento frente aos talentosos, de dinheiro,
posição, prestígio, poder.
Há sempre ânsia de
preenchimento; e, à sombra do preenchimento, se encontra a frustração, e com
esta, o sofrimento.
Tem-se, pois, [...]
esses dois aspectos do sofrimento; o
físico e o psicológico.
Ao perder-se
porventura um braço, surge o problema do sofrimento. Volta-se mentalmente ao
passado, lembrando-se do que podia fazer, que já não é mais possível, a mente
compara, e nesse processo gera-se sofrimento. Mas a mente gosta de lamentar-se,
de volver ao passado.
E fica, assim, o fato presente em contradição
com o que foi. Essa comparação produz invariavelmente conflito, e por causa
dele sofremos. Esta é uma modalidade do sofrimento.
Conforme Faria, “A
Doutrina Racionalista Cristã nos diz que, enquanto Força, que somos, animamos um
corpo, trazemos conosco esta bagagem de informações que podem ser acessadas
pelo poder do pensamento; este poder é que deve ser dirigido constantemente
pelo ser, a fim de que se evite orbitar pelo astral inferior, trazendo-nos
certamente sofrimento, um espírito nos estágios evolutivos iniciais, ainda com
carência de Moral ou mente mau treinada como diz Krishnamurti, está mais
propenso a sofrer”.
Em seguida, tem-se
o sofrimento psicológico. Por exemplo: - Meu irmão, meu filho morreu, foi-se
deste mundo.
Não há quantidade
de teorias, de explicações, de crenças, de esperanças que me possam restituí-lo.
A realidade cruel, inexorável, é o fato de que ele se foi.
E outro fato é que
me sinto sozinho, porque ele se foi. Éramos amigos, passeávamos juntos,
conversávamos, ríamos, divertíamos-nos, e essa camaradagem acabou-se e fiquei
sozinho. A solidão é um fato e a morte também.
É forçoso aceitar
o fato, (sua morte) mas é necessário aceitar o fato de ter ficado só no mundo.
Por isso,
começa-se a inventar teorias, esperanças, explicações, como meios de fuga ao
fato, e são essas fugas que produzem sofrimento, e não o fato de “achar-me
sozinho”, não o fato de ter morrido o irmão.
O fato nunca pode
produzir sofrimento; [...] enfatiza esta importância; caso queira a mente
verdadeira, total e completamente livre do sofrimento.
Ele só acha
possível a libertação do sofrimento quando a mente já não busca explicações e
refúgios, quando encara o fato de frente.
Ora, pode cada um
de nós, com inteligência, sanidade, enfrentar o fato? Pode-se enfrentar o fato
de que meu filho, meu irmão, minha irmã, meu marido ou esposa, ou quem quer que
seja, morreu e eu fiquei sozinho, em vez de tentar escapar a essa solidão por
via de explicações, crenças e teorias sutis, etc.
Pode-se olhar o
fato, qualquer que seja ele: o fato de não ter eu talento, de ser estúpido, de
estar sozinho, de que minhas crenças, minhas estruturas religiosas, meus
valores espirituais são apenas defesas? Podem-se encarar esses fatos e não
buscar meios e modos de fugir? É possível isso?
Krishnamurti
só acha possível quando se desconsidera
o tempo, o amanhã. Nossa mente é preguiçosa e, por isso, o ser tende sempre a pedir tempo; tempo para se
recuperar, tempo para melhorar. O tempo não apaga o sofrimento.
É possível
esquecer um dado sofrimento, porém o
sofrimento existe sempre, profundamente oculto no ser.
Ele crê na
possibilidade de extinção de todo o sofrimento, não amanhã, não no decurso do
tempo, porém percebendo a realidade no presente, e passando além.
Afinal, por que
sofrer? O sofrimento é doença. Procuramos o médico para nos livrarmos de uma
doença. Por que suportar o sofrimento, de qualquer espécie que seja? Seria
insensato. Por que suportar qualquer
sofrimento, se é possível nos libertarmos disso completamente?
O sofrimento é
conflito. Diz-se que o conflito é necessário, que faz parte da existência, que
na natureza e em tudo o que nos cerca existe conflito, e que é impossível
existir sem conflito. Consequentemente, se aceita o conflito como inevitável
interiormente, em nós mesmos, e exteriormente, no mundo.
Para Krishnamurti,
o conflito, de qualquer espécie que seja, é desnecessário. É questão de
educação correta, e nossa educação não foi correta; ensinaram-nos a pensar em
termos de competição, em termos de comparação.
Ele questiona se é
possível uma pessoa compreender, ver realmente, diretamente, por meio de
comparação. Ou só se pode ver claramente, com simplicidade, depois de cessar a
comparação?
Decerto, uma
pessoa só pode ver claro, quando a mente já não é ambiciosa, já não se esforça
para tornar-se alguma coisa, mas isso não significa que a pessoa deva ficar
satisfeita com o que é.
Êle acredita que
um homem pode viver sem comparação, sem comparar-se com outro homem, sem
comparar o que ele é com o que deveria ser.
Enfrentar "o
que é", a todas as horas, suprime as avaliações comparativas e, por
conseguinte, pode-se, assim, eliminar o sofrimento. Ele crê ser importantíssimo
que a mente esteja livre do sofrimento para que a vida tenha então significado
bem diferente.
Outra coisa
desastrosa que se faz é buscar o conforto: não apenas conforto físico, mas
também conforto psicológico. Desejamos abrigar-nos numa ideia, e quando essa ideia falha, ficamos desesperados, e isso, por sua vez, gera sofrimento.
A questão, pois, é
esta: Pode a mente viver, funcionar, existir sem abrigo, sem nenhum refúgio?
Pode o homem viver, dia por dia, enfrentando cada fato que surge e nunca
buscando refúgio; enfrentando "o que é" a todas as horas, todos os
minutos do dia. Porque então, descobre-se que não só o sofrimento termina, mas
também a mente torna-se sobremodo simples e clara, apta a perceber diretamente,
sem ajuda das palavras, do símbolo.
Do livro Racionalismo Cristão Responde, de
Fernando Faria (28), no capítulo 7, Por
que Sofremos, podemos ler logo no primeiro parágrafo que o ser humano sofre
porque desconhece a Verdade.
É necessário que todos se esclareçam sobre a finalidade da vida
e a maneira correta de conduzir-se na existência terrena, para evitar
sofrimentos desnecessários e a consequente perda de encarnações.
O ser
humano sofre para estimular a marcha do Espírito rumo à sua evolução. A
evolução do Espírito é o resultado do seu esforço, da sua vontade, das suas
aspirações de progredir.
Durante essa marcha ocorrem, porém, frequentes pausas devidas
à intolerância e ao comodismo do espírito encarnado, principalmente se ele não
se vê muito assediado pelas dificuldades.
Já no capítulo 1 do livro Para Quando os Reveses Chegarem, também de Fernando Faria (19),
foram colhidas em mais de vinte autores do Racionalismo Cristão, escritos sobre
o sofrimento, mostrados a seguir.
Luiz de Mattos escreve sobre o
mundo Terra, que atravessa uma de suas fases mais difíceis, atingindo
principalmente as criaturas que não querem estudar, que não querem pensar com
valor.
Essas podem realmente cair, e cair feio, porque a luta é
árdua, as dificuldades se sucedem, umas atrás das outras, problemas não faltam
para serem enfrentados pelas criaturas. Para tudo isso existe remédio, e o
principal está na fortaleza do espírito.
As criaturas podem e
devem saber se desviar do mal que avassala a humanidade, como os vícios, a
indolência, o mau uso do livre-arbítrio, empregando para isso o poder da
vontade e a força do pensamento.
Felizes daqueles que sofrem e têm força espiritual para
encontrar dentro de si mesmos o remédio para os seus males.
Esse é um bom sinal, e, assim fazendo, a criatura demonstra
que o seu espírito é forte, pois mesmo sofrendo ela procura suavizar esses
sofrimentos com a força do pensamento.
Delfina
Cottas recomenda que não se fuja do sofrimento, ninguém procure ali o que
pode encontrar aqui, porque tudo o que acontece de bom ou de mau às criaturas é
porque elas se fazem merecedoras do tipo de luta que enfrentam.
Maria Cottas analisa que o nosso planeta está desprovido de seres
perfeitos e a tendência para o mal é constante, sem que a maioria das criaturas
a procure reprimir.
As perturbações, os avassalamentos que se verificam são resultados da ignorância em que vive a
humanidade sobre a vida espiritual e o valor do pensamento.
As criaturas que não controlam seus impulsos nem medem as
suas palavras criam ambiente propício à ação perturbadora do astral inferior, e
nesse ambiente ninguém pode se sentir bem.
Felino Alves de
Jesus diz que muitos sofrem, às vezes calados, para não se manifestarem e nem
perturbarem o ambiente que os rodeia.
Ninguém passa pela vida sem ter sofrido; até hoje nenhum ser
humano deixou de sofrer.
Uns contêm-se mais, outros, mais espalhafatosos, dizem aos
quatro ventos que estão sofrendo, que estão magoados, queixando-se de tudo e de
todos.
São esses então os que erram, pois deveriam se habituar a
sofrer e a enfrentar o sofrimento. E quem não sofreu? Jesus foi traído, Luiz de
Mattos foi traído, e homens de bem que passaram pela Terra sofreram traições,
mas nem por isso as suas vidas foram esquecidas, porque os homens desse quilate
sabem enfrentar aquilo que lhes vem, erguem a cabeça e pisam firmes, entregando-se,
então, à labuta, à vida diária e ao trabalho.
Todos os espíritos encarnados temem o sofrimento, embora
todos saibam, quando reencarnam, que vêm ao mundo Terra para sofrer, pois só
dessa maneira vão conseguir resgatar os seus débitos.
Portanto, devem procurar reagir, fazer uso incansável da
força de vontade ao invés de lamentar diariamente que sofrem muito, que não
suportam tanto sofrimento; para lutar contra os sofrimentos que a vida oferece,
seja de que maneira for, por mau uso do livre-arbítrio, pelas contingências da vida, mas nunca devem
se deixar vencer, principalmente a criatura que tiver algum conhecimento da
Doutrina Racionalista Cristã.
Orlando Cruz nos lembra de que
a caminhada é longa e interminável para uns e menos difícil para outros. É mais
fácil para aqueles que são amigos do trabalho e cultivam a virtude.
Para os que vivem atolados nas misérias da vida terrena,
desprezando os valores da vida espiritual, a jornada torna-se mais longa, os
sofrimentos surgem com mais intensidade, pois é pela dor que o ser humano vai
despertando para as coisas sérias da vida. Por isso, em tais casos, é benfazejo
o sofrimento.
Quantas criaturas carregam grandes sofrimentos sem saber a
que atribuí-los! A ignorância das coisas sérias é, em parte, responsável por
esses e outros males. As dívidas espirituais se acumulam de encarnações para
encarnações, e são resgatadas com sofrimento.
Não há nada que se faça que não fique permanentemente
gravado na longa esteira fluídica de cada ser, de cada espírito encarnado.
Na Doutrina
Racionalista Cristã, diz Faria, o
sofrimento é fruto da falta de lógica e razão no dia a dia do ser encarnado. O
sofrimento é esperado, quando derivado da luta contra os maus hábitos e as
imperfeições individuais.
Convencido sobre a
pertinência da tese que estimula o uso do cristianismo prático - termo de Luiz de
Souza - em níveis adequados, nas atividades cotidianas, a pessoa fica sujeita a
níveis mínimos de sofrimento; advindo ainda dos pensamentos inadequados ou próprios
dos resgates acumulados no decorrer de nossas encarnações.
SOBRE
A MORTE E O MORRER
Neste capítulo, o autor enfoca inicialmente, a morte conforme os pontos de vista de autoridades que não
pertencem à Doutrina Racionalista Cristã; são eles o também Doutor em Teologia Rubem Alves; a (Ph.D). em medicina, especialista em
doentes terminais, Elizabeth Kübler Ross, do Mestre Budista Thich Nhat Hanh,
Mestre da escola budhista Tiep Hien e de alguns mestres do Racionalismo Cristão
que escreveram sobre a morte, entre eles Luiz de Souza, Luiz Hamilton Menossi e
Caruso Samel, cujas biografias podem ser vistas no apêndice deste livro.
O autor acredita
ser interessante verificar proposições diferentes, porém muito bem embasadas
devido ao aspecto metodológico impecável das autoridades escolhidas, para que
uma vez comparadas às teses Racionalistas Cristãs, possam ser complementadas ou
mesmo corroboradas, através do estudo e raciocínio do leitor.
Rubem Alves (29)
escreve um artigo sobre o temor comum acerca do morrer; quando acompanhado de
dores, humilhações, aparelhos e tubos enfiados no corpo, contra a vontade, sem
que nada possa ser feito, pois nesta condição já não se é mais dono de si;
solidão, medo de que a passagem seja
demorada.
Bom seria, [...] se, depois de anunciada, ela
acontecesse de forma mansa e sem dores, longe dos hospitais, em meio às pessoas
que se ama, em meio a visões de beleza.
Mas a medicina não entende assim. Mais precisamente, o que é a vida de um ser humano? O que e quem a define? O coração que continua a bater num corpo aparentemente morto? Ou serão os ziguezagues nos vídeos dos monitores, que indicam a presença de ondas cerebrais?
Êle escreve que, na experiência própria de ser humano, nunca se referiu a vida sob a forma de batidas de coração ou ondas cerebrais. A vida humana não se define biologicamente.
Mas a medicina não entende assim. Mais precisamente, o que é a vida de um ser humano? O que e quem a define? O coração que continua a bater num corpo aparentemente morto? Ou serão os ziguezagues nos vídeos dos monitores, que indicam a presença de ondas cerebrais?
Êle escreve que, na experiência própria de ser humano, nunca se referiu a vida sob a forma de batidas de coração ou ondas cerebrais. A vida humana não se define biologicamente.
Permanecemos
humanos enquanto existe em nós a esperança da beleza e da alegria. Morta a
possibilidade de sentir alegria ou gozar a beleza, o corpo se transforma numa
casca de cigarra vazia.
Mestre Thich Nhat
Hanh (30) constata que a maioria de nós ainda não é capaz de lidar
confortavelmente com a perspectiva de que nada há para ser negociado, e que em
um determinado momento teremos de enfrentar nossa finitude, sem nenhuma
vantagem ou preferência pessoal diante dos mistérios do Universo.
E assim se chega à momentosa questão da
Morte. Na verdade, é justamente esta questão que aglutina toda a luta pela
obtenção de méritos em nossas vidas. A morte é como uma sombra que nos
acompanha a todo o momento, mas que preferimos não comentar. Além de não
sabermos enfrentar satisfatoriamente a ideia da morte em todas as suas facetas
nas nossas vidas, criamos a concepção de que ela é um sinal de nossa falta de
controle sobre a existência, e que, portanto devemos buscar meios de superá-la,
derrotá-la, tornando-nos imortais de alguma forma.
Thich N. Hanh, mestre budista, diz que
quando se fica diante da morte; quando aquela sentença chocante nos é revelada,
a constatação de que irremediavelmente iremos morrer , é como se nossa mente
caísse em um precipício, um abismo de incertezas.
Rapidamente, talvez em milésimos de
segundos, refazemos nossas vidas, em uma desesperada tentativa de resgatar o
bom que ela nos ofereceu, e redimir o ruim que nela vivenciamos.
Mas, da mesma forma que não existe um
meio de barganha com “Deus” para se viver, também não há como negociar como
iremos morrer.
Iremos morrer, seremos engolidos pelo
inefável, e diante da aparente pequenez de nossa condição humana, ficamos
perplexos e assustados, finaliza Hanh.
Elisabeth Kübler
Ross (31) trabalhou vários anos com pacientes terminais internados em UTI,
através de observação minuciosa, entendeu o que ocorre com o ser humano quando
em contato com a possibilidade real da morte, sistematizando todas as fases
pelas quais passamos, tornando-se referência mundial para estudiosos deste
assunto, bem como a toda uma classe de trabalhadores abnegados que lidam com
seres enfrentando tais condições.
As pessoas,
independente de grau cultural ou credos
filosófico-religiosos, diz Ross, uma vez de frente com uma situação de “morte”,
que em Psicologia entendemos por “situação de perda”, passam por cinco fases
clássicas, que se desenvolvem ao longo de um determinado tempo:
- A primeira fase
diante da morte ou perda, constata Dra. Elisabeth, é a fase da “NEGAÇÃO". Simplesmente
não se acredita na veracidade da notícia ou fato.
O resultado de um
exame indicando uma doença terminal com o referido diagnóstico médico; é comuníssimo
a vítima e os seus, não colocarem “fé” e procurar refazer os exames, procurar
novos profissionais para refutarem tal notícia.
Também,
o comunicado sobre o final de um relacionamento amoroso por uma das partes, e a
vítima age num primeiro momento, como se
não fosse verdadeira tal intenção.
Ou então, quando
ao se dirigir ao local onde foi deixado o automóvel, por exemplo, e o mesmo não
se encontrar mais lá; dá-se voltas para procurá-lo em outros lugares, pois não
se acredita que tal fato tenha ocorrido!
Pode acontecer uma
permanência exagerada da pessoa nesta primeira fase, podendo trazer consequências
nefastas para si e eventualmente para outras pessoas também.
Quantos não
consomem uma parcela significativa de seu patrimônio, diz Faria, no gasto com
exames e mais exames, consultando diversos especialistas; protelando o início
de um tratamento médico adequado, podendo também em casos de doenças
infecto-contagiosas como a AIDS, continuar
relacionamentos íntimos com altíssimo risco de contaminação a inocentes;
ou então, continuar agindo como namorado, noivo ou marido, infernizando a vida
do companheiro(a), etc.
- A segunda fase
clássica de Luto foi denominada por
Elizabeth, de fase da “RAIVA”. A pessoa
se convence da veracidade do ocorrido e atormentada, volta-se contra o
laboratório que fez o exame, o médico que deu o diagnóstico, o ladrão que o
roubou, a companheira(o) que o
abandonou, o governo ineficiente, Deus, que é injusto, enfim joga para fora sua
ira, culpando a tudo e a todos pelo ocorrido consigo, pelos seus erros.
É ditado popular
antigo que “A melhor defesa é o ataque”.
Vibra o ser, na
negatividade, diz o autor, atraindo cada vez mais o pior para si, dificulta sua
relação com as demais pessoas.
- A terceira fase
do Luto foi denominada de “BARGANHA”. Esta pode acontecer no lugar da segunda
fase também.
É quando o ser após o período da raiva resolve
apelar. Tenta subornar os profissionais, oferece recompensas a quem recuperar o
seu bem estimado, barganha com o ser “amado” na tentativa de reconquistá-la (o),
faz promessas fervorosas, procura trabalhos de magia, pode se tornar fanatizado
por alguma religião, negligencia os tratamentos prescritos, por acreditar no
divino, diz Ross por Faria.
- A quarta fase
clássica por que passa o ser diante da morte, e é conhecida por fase da
“DEPRESSÃO”. A criatura convence-se da situação, viveu e passou a raiva,
barganhou o quanto pode e tudo falhou; entra num quadro de tristeza profunda,
que, aliás, só agrava o quadro inicialmente detectado.
Este é o quadro
mais danoso para o ser, pois mina as defesas do organismo, permite o
agravamento rápido dos quadros infecciosos. Muitos se perdem nesta fase,
podendo vir a óbito dependendo do estado de debilidade física em que se
encontrarem, [...].
- A quinta fase
percebida e descrita pela Dra Elizabeth foi traduzida por fase da “ELABORAÇÃO”.
Nesta fase, predominou o uso do raciocínio e
da lógica e o indivíduo aceitou a realidade apresentada para si e resolve
acatar com seriedade os tratamentos propostos, parte em busca de um (a) novo (a)
companheiro (a), trabalha mais para obter o bem que lhe foi furtado, melhora a
qualidade dos relacionamentos com os profissionais que lidam consigo nesta
empreitada, ou então, conforme o caso, aceita a morte e vai em paz!
O autor entende
que a Doutrina Racionalista Cristã, fornece elementos, que uma vez enraizados
no ser, reduz substancialmente o tempo de permanência nas quatro fases iniciais
do Luto, bem como ameniza os graus de
raiva, barganha e angústia vivenciados, todas as vezes que se apresentarem na
mente.
Estas fases são cíclicas, diz Faria e
devem ser trabalhadas com serenidade e
razão lógicas para que o ser consiga se manter nos trilhos que os conduzem
pelas correntes do bem.
Thich Nhat Hanh ainda fala sobre outro
enfoque da expressão morte, podendo significar “mudança” . A cada dia, estamos
todos lidando com as nossas mortes. Algumas mortes (mudanças de condição) são
úteis ao crescimento, outras são fruto de incapacidade em agir com mais
sabedoria, são mortes dolorosas, perdas difíceis de lidar.
Isto ocorre devido aos maus hábitos do
ser, aos vícios de percepção que os prende ao longo da vida. É interessante
perceber como muitos jovens jamais se preocupam com as questões do espírito,
exceto em casos limitados às suas religiões ou crenças culturais.
Mestre Thich chama a atenção sobre a
fase da juventude, onde simplesmente pode-se esquecer de refletir sobre os
vários aspectos da existência sob o prisma mais profundo e humanista da
consciência. Quando jovens, muitas vezes se desconhece o caráter integral da
vida.
Quando tal desconhecimento se mantém,
pode-se chegar à maturidade destituída de conteúdo reflexivo propício para
enfrentar as nossas mortes cotidianas, [...].
Morte também pode significar Ignorância,
e será esta ignorância que irá fomentar em nossas mentes o terror daquilo que
tememos ser o fim.
Mestre Thich N. Hanh finaliza,
escrevendo que embora talvez seja difícil para todos nós entender as mudanças,
ações e transformações constantes em nossas vidas como "mortes", elas
assim o são.
Será através da correta compreensão da
natureza da morte em suas infinitas manifestações que poderemos lidar
sabiamente com a inevitabilidade do eterno ciclo de morte e renascimento.
Os editores do Racionalismo Cristão, na
obra A Morte Não Interrompe a Vida de Luiz de Souza (1), escreveram algumas
palavras sobre a morte; são elas:
- O vocábulo "morte" é uma impropriedade admitida
em todas as línguas, que tem como significado a cessação da vida.
- Se considerarmos, porém, que nada morre no Universo, por
ser a vida real eterna e não temporária – e a vida real é a partícula da Força
ou Inteligência Universal que, quando em acionamento do corpo humano,
denominamos espírito – essa cessação nunca se deu, nem jamais se dará.
O mestre Racionalista Cristão, engenheiro e escritor Luíz de
Souza, no cap. I, intitulado A Morte Não Interrompe a Vida, escreve que
a vida faz parte integrante da estrutura espiritual de cada ser e, por isso,
dele não pode ser retirada. Ninguém, nem mesmo a Inteligência Universal, pode
matar, anular, destruir o espírito.
Os seres humanos são espíritos encarnados e a carne nada
mais é do que um invólucro provisório do espírito. A vida do corpo físico é
transmitida pelo espírito. Logo, se o corpo físico deixar de receber a vida que
o espírito transmite, desintegra-se, mas o espírito continua íntegro e, pois,
imortal.
Aquilo a que se chama morte, não passa de um acontecimento
comum na rotina da vida eterna. O indivíduo, depois da morte física, continua a
ser o que era, com mais alguma evolução, se algo fez em favor dessa conquista.
A vida do espírito é muito mais ativa e intensa quando
desencarnado, afirma Luiz de Souza, do que quando em acionamento do corpo
físico, em que sofre as influências mais ou menos perturbadoras da matéria, de
muitas maneiras, o que não se dá no plano astral.
O espírito perde, ao encarnar, a noção das existências
pretéritas, não guardando delas, nenhuma recordação. O que o impede de
contemplar o passado e ver-se nas múltiplas encarnações anteriores, é o véu da
matéria.
O motivo pelo qual o espírito esquece, ao encarnar, todo o
seu passado, prende-se a razões de ordem superior, afirma Luiz de Souza, entre
as quais a necessidade de não serem reconhecidos os desafetos, possibilitando a
reconciliação da vítima com o algoz, e convertendo o ódio em amor.
Uma coisa, porém, é certa: se o véu da matéria não impedisse
a visão da vida nos mundos espirituais, haveria total desinteresse do espírito
encarnado pela vida terrena, e um permanente anseio de partir deste mundo.
Fazemos aqui um adendo, pertinente em nossa opinião, com
relação a relevância de se pesquisar sempre, autoridades com uma visão
diferente da Racionalista Cristã, também.
Os estudiosos céticos, por exemplo, vão se ater às minúcias
do comportamento e reações físicas, também com largo uso de raciocínio e
lógica, objetivando o domínio de técnicas e procedimentos que minimizem o grau
de sofrimento do ser, ou então, otimizem bastante o desempenho profissional, o
conforto e bem estar dos seres, o que vêm de encontro com os princípios
racionais.
O conhecimento deve ser buscado incessantemente, toda
informação é relevante e pode ser muito bem utilizada. Souza lembra que, o véu
da matéria que também impede a visão da vida nos mundos espirituais é um
atributo superior. Menosprezar o tempo que se passa aqui nestas condições
constitui erro grave; uma vez que é o procedimento conhecido até então para que
a evolução se processe.
A vida e as limitações de encarnado, enquanto preso a um
corpo físico tem igual importância à vida espiritual para o desencarnado! Um
precisa do outro e vice-versa, pelo menos nos estágios em que Todos nos
encontramos, diz Luiz de Souza.
As Leis que regem a evolução são tão sábias, que para chegar
o ser humano à convicção da inexistência da morte, precisa exercitar a mente e
ativar o raciocínio, lançando mão de todos os recursos da inteligência, para
alcançar a verdade.
Esta luta em busca de conhecimentos reais, não só ajuda a
evoluir, como traz para o espírito a compreensão e o esclarecimento de que ele
muito necessita.
Luiz Hamilton Menossi (32), outro escritor do Racionalismo
Cristão, através de sua obra Reflexões
Racionalistas Cristãs 3 no item 13, enfoca a Morte e a Vida. Diz ele que
diariamente, sem que se tenha controle, a morte física bate à porta das
criaturas humanas, animais e vegetais. O noticiário diário traz detalhes do
fenômeno morte física, abatendo seres vivos em todo o planeta.
Fica bem claro,
portanto, que da morte física ninguém escapa. Em nível humano, ela chega todos
os dias, tanto para os anônimos quanto para os notáveis.
Entretanto, diz Menossi, apesar da inexorabilidade da morte
física, por outro lado, o fenômeno universal da vida física, leva-nos também, a
profundas reflexões. Afinal, a vida é mais poderosa que a morte? Quem seria
mais forte, a vida ou a morte?
Sob o ponto de vista Racionalista Cristão "a morte não
interrompe a vida", Luiz de Souza, citado anteriormente, convida o ser a
uma educação para a vida e a morte, nos ensinando a entender a morte como um
fenômeno natural da vida.
O corpo humano, assim como qualquer outro ser vivente,
nasce, cresce e viça, para depois fenecer e renascer, esta seria a lei da vida,
que sempre triunfa sobre a morte.
Caruso Samel (11), através da obra racionalista de sua autoria Reflexões
Sobre Os Sentimentos, parte II, “o
medo da morte” escreve que este atinge bilhões de pessoas, por viverem
dissociadas da vida espiritual, só admitindo a vida material, que terminaria
definitivamente com a morte carnal.
Caruso diz ser a
morte uma realidade inevitável, inexorável. Não importando o que se
faça; ela é irrevogável. Para que surja “algo novo” é preciso que exista alguma
coisa que venha a findar por envelhecimento. Isso é uma verdade para qualquer
pessoa, cujo organismo começou a morrer logo que nasceu, num processo contínuo
de renovação celular, muitas vezes de natureza revitalizante, mas decaindo com
o tempo até se aniquilar por completo.
Há uma descontinuidade, já que o corpo não
dura para sempre.
O medo não seria uma mera abstração, mas tem uma existência real,
isolada e independente. Ele surge sempre relacionado com alguma coisa, isto é,
não existe o medo independentemente de uma relação.
Como
a morte continua sendo “o desconhecido”, ela não pode ser trazida para a esfera
do “conhecido” para que seja estudada, dissecada, isto é, não se pode tocar o
desconhecido com as mãos.
O problema está em poder ou não poder
penetrar além da cortina da morte, estando-se vivo, com a nossa consciência
plena, atenta e desperta. Neste estado, que chamamos “vida”, deseja-se
experimentar (conhecer) algo que não se acha na esfera da consciência.
A vida é luta, dor, ódio, todas as
sensações conscientes e inconscientes; desejamos “experimentar” algo que
represente o oposto disso. O oposto, neste caso, é o prolongamento do “que é”.
Porém, a morte não é o oposto da vida. Ela é o desconhecido. Se fosse possível
experimentar a morte enquanto vivo, o medo da morte cessaria por completo.
A morte é o desconhecido e é isso que nós tememos. Na
verdade, tem-se medo da perda do conhecido, porque essa perda pode ser dolorosa
ou acabar com nossos prazeres, nossas satisfações. Assim, Caruso afirma que o
ser teme o conhecido em relação à morte.
Caruso Samel termina sua reflexão
afirmando que como muitas pessoas têm medo, fogem (processo de fuga) do desconhecido
e, procurando não encará-lo de frente, sofrem com este medo por pura ignorância
do “que é”.
PSICOLOGIA TRANSPESSOAL E O
RACIONALISMO CRISTÃO
O termo “Psicologia” é familiar à maioria das pessoas, embora nem sempre
seja compreendido no seu real aspecto.
A idéia ou senso comum ainda dominante é a de que esta área
apenas trate de criaturas com problemas mentais e emocionais, sendo, portanto,
quase sempre à imagem de uma terapia mais ou menos isolante das pessoas com
problemas emocionais ou mentais.
Embora a Psicologia
realmente adote a “terapia” para o tratamento de “problemas” este é apenas um
dos ramos dela.
Sua área de atuação é de uma grandeza muito mais ampla,
afirma o autor, inclusive na psicoterapia, cujo potencial de auxílio abarca
muito mais que os problemas emocionais, já que o termo grego “Psique”, d’onde deriva as palavras
Psicologia, Psiquiatria, Psicanálise e outras, significa “Alma”, sendo, pois, a
psicologia, etimologicamente, o “Estudo
da Alma”.
Dentro
das várias ramificações da Psicologia – Psicologia Clínica, Psicologia da
Educação, Psicologia das Organizações, Psicologia Jurídica, etc., encontram-se
várias abordagens, ou seja, maneiras de se explicar a ação humana com base em
determinados pontos de vista, ou formas de se interpretar o ser humano, que
constituem escolas baseadas em teorias da personalidade: comportamentalista,
humanista, psicanalista, etc.
Estas áreas e diferentes abordagens, porém,
devem ser vistas como complementares entre si.
Uma forma de se
entender isso é lembrar-se da unidade em que se constitui, na sua bela
variedade de cores, o arco-íris. São sete cores visíveis, mas não se sabe ou
pode-se determinar onde começa uma ou termina a outra. Antes, uma vai se
transformando paulatinamente em outra, e, apesar de diferentes, estão juntas em
um mesmo todo: o todo que constitui o arco-íris.
Da mesma forma, as diferentes abordagens psicoterápicas,
embora se atenham a uma determinada característica essencial do ser humano,
formam, em seu conjunto, um espectro de “cores” que constituem diferentes
estados, ou etapas, ou níveis de consciência.
Pois
bem, esta compreensão aprofundada do “espectro” da consciência é melhor dada
por uma área bastante recente da Psicologia, denominada Psicologia Transpessoal, ou a Psicologia dos Estados de
Consciência, sendo que a denominação “Transpessoal” significa “para além dos limites do pessoal”, do
“consciente”.
A abordagem Transpessoal é uma área
da psicologia que estuda as possibilidades psíquicas (mentais, emocionais,
intuitivas e somato-sensoriais) do ser humano pelos diferentes estados ou graus
de consciência pelos quais passa a pessoa.
Para se ter idéia do que sejam os “estados de consciência”,
lembre-se que o estado de consciência de quando se está acordado é diferente do
estado de consciência de quando se está dormindo; que o estado de consciência
de quando se resolve um problema de matemática é diferente de quando se assiste
a um filme, etc.).
Em cada um destes estados de consciência (que são vários,
alguns ainda desconhecidos) é experimentada uma forma diferente de se perceber
ou interpretar a realidade (quando estamos com raiva ou frustrados, percebemos
o mundo de uma maneira muitíssimo diversa de quando estamos apaixonados).
A Psicologia Transpessoal, portanto, volta-se para o estudo
destes diversos estados, não os encarando como contrários, mas como
complementares, dando, porém, especial ênfase aqueles estados de consciência
superiores, “espirituais” ou “transpessoais”.
Nestes “tais estados”,
o sentimento de separação e de egoísmo tornar-se um segundo plano em relação a
um sentimento e identificação mais ampla, “cooperativa”, “fraternal”,
“transpessoal” para com todos os seres
vivos (consciência crítica, búdica, nirvânica, universal ou ecológica).
Foram exatamente os grandes mestres, quer religiosos
(Cristo, Buda, Francisco de Assis), quer científicos (Einstein, Tesla,
Heisenberg), quer políticos (Gandhi, Luther King), quer artísticos (Bach, Da
Vinci) que experimentaram, em graus variáveis, picos de “Consciência Cósmica”
ou “ Super-Consciência” que mudaram não só suas próprias percepções da
realidade, como ajudaram a outros (embora de modo diferente, pois a experiência
não pode ser facilmente posta em palavras) a atingirem ao menos uma intuição
desta “outra maneira de ver e sentir” o mundo, natural e humano.
Vejamos esta descrição, feita por Stanislav Grof, de
experiências correlacionadas com o declínio de uma patologia (extraído, com
comentários meus, de Fadiman & Frager, 1986, página 168):
No
estado de consciência 'normal' ou usual, o indivíduo se experimenta existindo
dentro dos limites de seu corpo físico (a imagem corporal), e sua percepção do
meio ambiente é restringida pela extensão, fisicamente determinada, de seus
órgãos de percepção externa; tanto a percepção interna quanto a percepção do
meio ambiente estão confinadas dentro dos
limites do espaço e do tempo.
Em
experiências psicodélicas (área explorada por Grof em fins dos
anos 50, na Tchecoslováquia, e nos anos 60 nos EUA) de cunho transpessoais, uma ou várias destas
limitações parecem ser transcendidas (este fenômeno também se encontra, de modo esporádico, nas
várias terapias psicológicas, tendo recebido nomes como "Experiências
Oceânicas" em Freud, "Experiências Culminates" em Maslow,
"Consciência Cósmica", em Weil, "Experiência Mística", etc).
Em
alguns casos, diz Weil, o sujeito experiência um afrouxamento de seus limites
usuais de ego e sua consciência e autopercepção parecem expandir-se para
incluir e abranger outros indivíduos e elementos do mundo externo.
Em
outros casos, ele continua experienciando sua própria identidade, mas numa
percepção de tempo diferente, num lugar diferente ou em um diferente contexto.
Ainda
em outros casos, o individuo pode experienciar uma completa perda de sua
própria identidade egóica e uma total identificação com a consciência de uma
'outra' entidade.
Finalmente, numa categoria
bastante ampla destas experiências psicodélicas transpessoais (experiências
arquetípicas, união com Deus, etc.), a consciência do sujeito parece abranger
elementos que não têm nenhuma continuidade com a sua identidade de ego usual e
que não podem ser considerados simples derivativos de suas experiências do
mundo tridimensional.
São, pois, estas
experiências culminantes e trans-humanas, bem como suas consequências no
comportamento, que são o foco central da Psicologia Transpessoal.
Foi em meados da
década de sessenta, durante o rápido desenvolvimento e aceitação dos
pressupostos básicos da psicologia humanista, com Maslow e Rogers, que alguns
psicólogos e psiquiatras começaram a discutir quais os limites e
características a que seria possível chegar o potencial da consciência humana.
Muitos pesquisadores achavam que a visão da
psique dada pela Psicanálise e pelo Behaviorismo eram, no mínimo, bastante
simplificadas e reducionistas, não explicando uma grande gama de
fenômenos mentais que escapavam - e muito - do
campo de alcance de tais teorias.
A Psiquiatria também deixava a
desejar, dando menos clareza ainda sobre
uma ampla gama de estados de consciência claramente chocantes e, ao
mesmo tempo, fascinantes, que não podiam se restringir unicamente à história
orgânico-biográfica de alguns pacientes. Ademais, existiam pessoas de grande
capacidade humana que possuíam experiências de consciência que não se
enquadravam nas teorias vigentes da Psicologia. Daí a necessidade de estudar os
estados não ordinários positivos, ou “Transpessoais”, de percepção e
consciência...
Eis as
palavras de Maslow anunciando o desenvolvimento da Psicologia Transpessoal:
"Devo também dizer que considero
a Psicologia Humanística, ou Terceira Força em Psicologia, apenas
transitória, uma preparação para uma Quarta Força ainda "mais
elevada", transpessoal, transumana centrada mais na ecologia universal do
que nas necessidades interesses restritos ao ego,
indo além da identidade, da individuação e congêneres... Necessitamos de
algo "maior do que somos", que seja respeitado por nós mesmos e a que
nos entreguemos num novo sentido, naturalista, empírico, não eclesiástico,
talvez como Thoreau e Whitman, William James e John Dewey fizeram".
Basicamente, a Psicologia Transpessoal
abarca um conjunto de técnicas que objetiva conduzir o paciente aos estados mentais
próximos das Vibrações da Inteligência Universal ou Astral Superior, para que o
indivíduo intua as indicações de solução dos seus problemas cotidianos,
advindos de uma forma ineficiente de dirigir pensamentos.
Experimentando as
sensações agradabilíssimas típicas
destes estados mentais, sem que para isto seja necessário qualquer tipo de
substância alucinógena, pode o paciente reorientar toda uma forma de encarar a
vida, evitando novos transtornos.
O
Racionalismo Cristão, diz o autor, desde o início do século passado, traz
compilado um método de vida eficientíssimo, simples, que prevê o uso correto
dos pensamentos e raciocínio lógico, norteando as ações da criatura dentro dos
princípios da moral cristã, e ainda, o
alcance pela criatura dos “estados de super-consciência” duas vezes por dia, ao
realizarem-se as “irradiações de limpeza
psíquica”, conforme descrito nas obras publicadas, feitas nas reuniões públicas
e particulares nas Casas Racionalistas Cristãs, ou seja, um verdadeiro processo
terapêutico na vida do ser.
CONTRIBUIÇÕES DA NEUROLINGUÍSTICA
PARA O RACIONALISTA CRISTÃO
Este texto foi extraído do livro: Pnl – A Nova Tecnologia Do Sucesso -
Steve Andreas e Charles Faulkner (33) - Equipe de Treinamento da NLP
Comprehensive - Editora Campus
No início dos anos 70, o futuro co-fundador
da Neurolinguística, Richard Bandler, estudava matemática na Universidade da
Califórnia, em Santa Cruz. No princípio, ele passava a maior parte do seu tempo
estudando computação. Inspirado por um amigo de família que conhecia vários dos
terapeutas inovadores da época, ele resolveu cursar Psicologia.
Após estudar cuidadosamente alguns desses
famosos terapeutas, Richard descobriu que, repetindo totalmente os padrões
pessoais de comportamento deles, poderia conseguir resultados positivos
similares com outras pessoas. Essa descoberta tornou-se a base para a abordagem
inicial de Neurolíguística, conhecida como Modelagem da Excelência Humana.
Depois, ele encontrou outro co-fundador
da Neurolinguística, o Dr. John Grinder, professor adjunto de linguística. A
carreira de John Grinder era tão singular quanto a de Richard. Sua capacidade
para aprender línguas rapidamente, adquirir sotaques e assimilar comportamentos
tinha sido aprimorada na Força Especial do Exército Americano na Europa nos
anos 60 e depois quando membro dos serviços de inteligência em operação na
Europa. O interesse de John pela Psicologia alinhava-se com o objetivo básico
da linguística; revelar a gramática oculta de pensamento e ação.
Descobrindo a semelhança de seus
interesses, eles decidiram combinar os respectivos conhecimentos de computação
e linguística, junto com a habilidade para copiar comportamentos não verbais,
com o intuito de desenvolver uma "linguagem de mudança".
O que os diferenciava de muitas escolas
de pensamento psicológico alternativo, cada vez mais numerosas na Califórnia
naquela época, era a busca da essência da mudança.
Quando Bandler e Grinder começaram a
estudar pessoas com dificuldades variadas, observaram que todas as que sofriam
de fobias pensavam no objeto de seu medo como se estivessem passando por aquela
experiência no momento, ( Para nós racionalistas, pessoas em processo de obsessão).
Quando estudaram pessoas que já haviam
se livrado de fobias, eles viram que todas elas agora pensavam nesta
experiência de medo como se a tivessem vendo acontecer com outra pessoa,
semelhante a observar um parque de diversões à distância. Com esta descoberta
simples, mas profunda, Bandler e Grinder decidiram ensinar sistematicamente
pessoas fóbicas a experimentarem seus medos como se estivessem observando suas
fobias acontecerem com uma outra pessoa à distância. As sensações fóbicas
desapareceram instantaneamente.
Hoje, a
Programação Neurolinguística é a essência de muitas abordagens para a
comunicação e para a mudança. Popularizada por Anthony Robbins, John Bradshaw e
outros, partículas de PNL inseriram-se nos treinamentos de vendas, seminários
sobre comunicação, salas de aula e conversas.
'Neuro' (derivado do grego neuron para nervo) representa o
princípio fundamental de que todo comportamento é o resultado de processos
neurológicos. 'Linguística' (derivado do latim língua que significa linguagem)
indica que processos neurais são representados, organizados e sequenciados em
modelos e estratégias através da linguagem e sistemas de comunicação.
“Programação refere-se ao processo de
organizar os componentes de um sistema (representações sensoriais neste caso)
para alcançar resultados específicos". (Dilts, Grinder, Bandler e
DeLozier, Neuro-linguistic Programming Vol. I).
A PNL é uma ferramenta educacional. Nós
ensinamos às pessoas algumas coisas sobre como seus cérebros funcionam e elas
usam esta informação para mudar." (Richard Bandler)
A PNL é prática. Trata-se de um
conjunto de modelos, habilidades e técnicas que nos permitem pensar e agir com
mais eficiência no mundo. O objetivo da PNL é ser útil, oferecer mais opções de
escolha e melhorar a qualidade de vida. As perguntas mais importantes deste
livro são: 'Ele é útil? Dá resultados?.
Descubra o que é útil e o que funciona
através da experiência. Descubra também o que não funciona e modifique-o até
que dê resultado.
“Esse é o espírito da PNL.” (O'Connor e
Seymour, na obra Introdução à PNL).
1. Cura rápida de fobia.
2. Cura rápida de vícios e maus
hábitos, como tabagismo e roer unhas.
3. Modelagem de estratégias e
capacidades de pessoas e ensino a outras, incluindo:
- Decisão
- Aprendizagem
- Leitura
- Memorização
- Motivação
- Vendas
- Estabelecimento de empatia
com as pessoas
Robert Dilts modelou as estratégias de
criatividade de grandes gênios como Einstein, Mozart, Leonardo da Vinci, Nikola
Tesla, Walt Disney e até Sherlock Holmes, publicando-as nos três volumes de A Estratégia Da Genialidade, (traduzidos: Vol. I: Aristoteles, Sherlock Holmes, Walt Disney,
Mozart e Vol. II:
Einstein). Usando técnicas de PNL, pode-se também modelar as
estratégias de alguém que se conheça.
a- Resolução de conflitos.
b- Cura de traumas intensos, como
de estupro.
c- Cura de alergia sem
medicamentos.
d- Mudança de crenças e convicções
limitantes.
e- Aperfeiçoamento de estratégias
de definição de objetivos e aumento da flexibilidade de comportamento para
atingi-los.
f- Aperfeiçoamento do uso da
linguagem na comunicação e na representação de informações.
O autor sugere aos seres “em processo
de luta contra os maus hábitos e as imperfeições” percebidas através do estudo
e reflexão das obras do Racionalismo Cristão, façam uso das técnicas da
neurolinguística como mais uma boa ferramenta a fim de otimizarem seus
resultados.
A bibliografia de PNL em português é
vasta e os profissionais especialistas estão espalhados pelo mundo em número
suficiente.
LIMPEZA PSÍQUICA
Conforme
as teses do Racionalismo Cristão, o ser humano deve ter, por base, uma
composição de Força e Matéria. O corpo físico é evidente demais para ser negado
por nós. Para os que não têm limitações em estudar o tema, elementos
científicos confiáveis estão colocados em quantidade suficiente, para o
convencimento de qualquer pesquisador, a cerca da existência do espírito.
Entre
o corpo físico e o espírito, existe um elemento intermediário, denominado
corpo-astral ou períspirito; através do qual o espírito transmite ao corpo
físico as manifestações de vida, tanto boas quanto más. Em 1939, o casal
Kyrlian conseguiu fotografar este corpo astral; muito utilizado e estudado já,
pela parapsicologia.
Este
corpo energético pode atrair elementos fluídicos tanto bons como maus, através
do uso do pensamento do espírito que o anima. Os pensamentos positivos,
compreendidos como bons e fortes, atraem correntes fortes e sadias, enquanto
que o contrário também ocorre.
Nosso
corpo astral vive, portanto, carregado de miasmas positivos e negativos,
conforme vivemos. Os miasmas deletérios são mais comuns na atmosfera do nosso
planeta. A vida muito arraigada aos compromissos terrenos, as preocupações dela
inerentes, intoxicam nosso corpo fluídico, perceptíveis através das fotos
kyrlian.
Temos capacidade
de suportar, até certo ponto, esta carga de negatividade; por nós atraída via
pensamentos. Quando se sobrepõem os miasmas negativos, os transtornos psicológicos
são logo percebidos pelo ser, que, se não forem tomadas providências, evoluem
para transtornos físicos podendo levar o ser a experimentar um alto grau de
sofrimento em seu viver.
Devemos
então, ampliar nosso conceito de higiene, raciocinando por analogia, mediante o
que fazemos com o nosso corpo físico e efetuarmos o mesmo com nosso corpo
astral (períspirito). Se para mantiver nosso corpo físico higienizado, devemos
nos banhar diariamente, haveremos que higienizar também nosso corpo astral,
para que possamos sentir a leveza e frescor, percebidos após um bom banho de
água e sabonete, em maior grau até, após uma limpeza astral.
Luiz
de Mattos desenvolveu então, uma atividade a qual denominou Limpeza Psíquica,
que é o banho astral. O princípio é o de se atrair através do pensamento
positivo, os elementos necessários para esta higienização, que passa a ser
necessária e até primordial para a boa qualidade de vida do ser.
Poderá
ser realizada de forma individual, bastando para isso que a faça em horários
pré-determinados e isolados mentalmente dos turbilhões do cotidiano,
concentremo-nos via pensamento, a nossa atenção e interesse para as esferas
mais sutis e elevadas, a fim de que possamos estabelecer esta via de acesso,
preenchendo-nos de bons fluídos, limpando-nos, desintoxicando-nos, portanto.
No
início do século XX, Luiz de Mattos (17) assim compilou esta prática de preparo
mental denominada Limpeza Psíquica:
“Deus! Supremo bem e suprema justiça!
Grande Foco gerador, incitador e movimentador de tudo quanto existe no
Universo! Nós, vossas partículas em provação neste planeta depurador, sabemos
que vossas leis são sublimes e imutáveis e que a elas estamos sujeitos, como
tudo que no Universo existe.
Sabemos
também, que é pelo estudo, pelo raciocínio e pelo sofrimento derivado da luta
contra os nossos maus hábitos, contra nossas imperfeições e contra a ignorância
dos seres, que o espírito se depura, ascende mais rapidamente para vós, sua
fonte de origem.
Certos de
nosso dever e pondo em ação o nosso livre-arbítrio, aqui estamos a irradiar
pensamentos, partículas do vosso espírito, aos mundos superiores, habitação dos
espíritos esclarecidos, para que eles desçam até nós e nos envolvam na sua luz
e fluidos benéficos, fortificando-nos no cumprimento do nosso dever para com
eles, para com a humanidade e para convosco, a quem amamos verdadeiramente”.
No
intuito de facilitar aos praticantes, com os anos, esta irradiação foi
desdobrada em duas. Hoje em dia, temos a irradiação A e a B e a forma convencionada
de utilização por todas as pessoas conhecedoras delas são:
Pela
manhã, após acordar, levantar e a prática da higienização individual, deve o
ser, praticar de preferência as 07h00min da manhã por cinco minutos e à noite,
as 20h00min, uma irradiação A e algumas vezes a irradiação B, até que se
completem sete minutos no total. A seguir, escreveremos as atuais irradiações
para melhor orientar os leitores.
Irradiação
A:
Ao
Astral Superior.
“Grande Foco Força Criadora. Nós sabemos que
as Leis que regem o Universo são naturais e imutáveis e a elas tudo está
sujeito. Sabemos também que é pelo estudo, raciocínio e crescimento derivado da
luta contra os maus hábitos e as imperfeições, que o espírito se esclarece e
alcança maior evolução.
Certos do que nos cabe fazer e pondo
em ação nosso livre-arbítrio para o bem, irradiamos pensamentos aos espíritos
superiores para que eles nos envolvam na sua luz e fluidos, fortificando-nos
para o cumprimento dos nossos deveres.”
Irradiação
B:
“Grande Foco Vida do Universo; aqui estamos
a irradiar pensamentos às forças superiores, para que a Luz se faça em nosso
espírito e tenhamos consciência dos nossos erros a fim de evitá-los e nos
fortalecer para a prática do bem.”
Com
tal prática, conseguiremos melhores condições psicológicas e mesmo físicas,
tornando-nos mais preparados para a continuidade de nossa jornada e consequente
cumprimento de nossos deveres.
Nas
cidades onde tiver uma Casa Racionalista Cristã, todas as segundas, quartas e
sextas-feiras, as vinte horas, são realizadas reuniões públicas de limpeza
psíquica das vinte às vinte horas e sete
minutos. Aconselha-se às pessoas irem assistir tais reuniões e passar pela
limpeza psíquica lá, pois devido a concentração de pessoas e pelo tempo ser
maior, existe as condições adequadas para que uma limpeza mais profunda seja
feita e a consequente sensação de bem estar seja otimizada.
Basta
o ser concentrar-se no conteúdo das irradiações enquanto a praticar mentalmente
nas duas vezes por dia em que as fizer, conforme recomenda o Racionalismo Cristão.
Outras
práticas de exercícios meditativos também podem nos higienizar do ponto de
vista psíquico, porém esta é uma das mais eficientes, fáceis e sem custo algum
para os que a praticarem.
Uma
vez combinados os pensamentos positivos com estas palavras, a ação
higienizadora será mais intensa, assim como mais intensa é, quando feita em
grupo.
Pesquisando
mais Luiz de Mattos, codificador do Racionalismo Cristão, percebemos que a Força é como um poderoso Foco
de Luz, ou Foco de Vida, de Inteligência, como um poderoso oceano de Luz que se
espalha pelo Universo, no interior de tudo. Entendemos que este Espírito da
Força Criadora está em nosso interior e mistura-se com o nosso espírito como o
leite com o café. Quanto mais “leite” for sendo adicionado a esta mistura,
chegará ao ponto de se tornar tão puro quanto o elemento de origem.
Somos
uma partícula dele e a medida que assimilarmos e adotarmos em nosso íntimo as
virtudes essenciais que constituem sua natureza, vamos no final, despertar com
a fonte, tornando-nos fonte!
IMPORTÂNCIA DO TRABALHO
"A
lei do trabalho, imposta à criatura pela necessidade de obviar as intempéries,
vencer as dificuldades, suprir as necessidades, minorar o sofrimento e
sobrepujar‑se nas lutas, dominando os elementos adversos e tirando partido das
circunstâncias; o trabalho é o corretivo de todos os males que assediam a
humanidade; o bálsamo sagrado que cura todas as chagas, o lenitivo de todas as
dores.”
“Se
bem analisado, pode-se considerar honestamente o trabalho como a maior das
dádivas aqui; vê-se que está na essência da vida tanto no micro como no
macrocosmo. A Inteligência Universal trabalha incessantemente, sem trégua de
uma fração de segundo” é o que escreve
Luiz de Mattos (16), codificador da Doutrina
Racionalista Cristã, na obra Vibrações da Inteligência Universal.
Enquanto absorvidos em uma ocupação
honesta, seja ela qual for, diz Pompeu Cantarelli (23), vibra-se nas correntes
do Bem. Uma vez inseridos no mercado de trabalho, somos forçosamente obrigados
a dispensar horas do dia para os cumprimentos de nossos deveres.
Felizes os que conseguem tal condição.
A quantidade de vagas no mercado de trabalho, principalmente nos países em
desenvolvimento como o nosso, não tem acompanhado o aumento populacional.
Portanto, existe sempre uma parcela da população, algo em torno de dez por
cento, que não consegue colocação, sujeita as consequências adversas que tal
condição impõe, diz o autor.
Bem aventurados, os que inseridos no
mercado de trabalho, executam tarefas das quais passam a gostar. São horas e
horas de júbilo! Desenvolvem sem perceber, um processo harmônico de busca
interna pela perfeição, que é muito salutar, mantendo o espírito do indivíduo em
sintonia com as Vibrações da Inteligência Universal, adequado portanto, à sua
evolução, afirma o autor.
Novamente, o autor reforça a
conveniência de se fazer uso da musicalidade suave neste ambiente, como um incentivo
ao espírito manter-se em tal estado vibracional, refletido no corpo carnal do
ser. A web rádio A Razão, sintonizada pela Internet, no endereço Rádio A Razão possui uma programação musical que atende o que
é indicado pelo autor nesta obra.
Pompeu L.
Cantarelli, autor Racionalista Cristão, no livro Saber Viver, escreve que todo e qualquer trabalho, tem o seu início
em nossa mente, que o arquiteta e delineia, e por meio do poder da vontade é
que o executamos; portanto, o raciocínio equilibrado e bem coordenado é a
bússola que orienta as técnicas do trabalho.
A planificação do
trabalho deve ser mais objetiva do que subjetiva, para que o resultado seja bem
positivo.
Também nos afirma Cantarelli,
que a racionalização do trabalho conjuga esforços organizados, aumenta a
produtividade e ocasiona economia, porque tudo é previamente concebido e
concatenado, dentro de normas justas, inteligíveis e realizáveis. O trabalho
realizado fora dos domínios da lógica, da razão e da técnica é antieconômico e
pouco produtivo pela desassociação de idéias, pelo desperdício de energias,
pelo empirismo e pela imprevisão.
O autor concorda
plenamente com Cantarelli, quando afirma
que: “ nosso labor
cotidiano é um derivativo, é um deleite necessário ao nosso espírito e um
exercício indispensável ao físico; por conseguinte, deve ser bem orientado, com
racionalidade e inteligência, a fim de não extenuar as nossas forças físicas e
mentais, e não desperdiçar o nosso tempo, que é irrecuperável".
Aos que já cumpriram o tempo necessário
de trabalho técnico e fizeram jus à aposentadoria, têm a sua disposição horas e
horas que podem ser melhor utilizadas no estudo mais pormenorizado dos assuntos
que lhe instigarem o interesse. Chega-se num ponto em que o mesmo sente a
necessidade de passar adiante, além dos exemplos de vida, o que pôde apreender
na sua jornada; surgem então, as atividades em benefício do próximo.
Diversas atividades de benemerência
podem ser desenvolvidas pelo sujeito. As entidades particulares, bem como governamentais
nas diversas instâncias, tais como as comunidades de bairro, creches, asilos,
hospitais e mesmo igrejas, mantêm oficinas dos mais variados tipos, em que a
criatura pode se inserir e assim não só aprender, como também, ensinar o
próximo. O bom convívio social com todos, é muito salutar.
Atividades intelectuais das mais
diversas, também podem ser desenvolvidas a partir daí. Sempre há o que aprender
e passar adiante; basta a percepção e humildade suficientes para constatar tal
condição e buscar o que se deseja. Do aprendizado de uma língua estrangeira ao
domínio da informática, por exemplo.
NAS HORAS DE LAZER
Deve-se aprender, nas horas vagas, e
sempre que o ambiente proporcionar, a reter o pensamento na apreensão de um
estudo, na análise de um determinado problema, embalados por boa música. Os que
agirem dessa forma, aprenderá a aprofundar-se convenientemente no exame de
todos os assuntos.
O conhecimento não vem ao encontro do indivíduo,
ao contrário. A criatura é que tem de ir buscar, com empenho, sabedoria,
persistência, alegria, pois este processo é um dissipador de todas as dúvidas.
Aquilo que por indolência, se deixar de
aprender hoje, fará muita falta amanhã, como consequência, os frutos da dor
logo se manifestam. As oportunidades chegam, porém os sonolentos não as
percebem e deixam-nas passar intactas.
O real objetivo deverá ser sempre o de
desenvolver as qualidades espirituais que nos oferecem na marcha dos acontecimentos,
vida mais agradável, maiores alegrias, encarnações prósperas, trabalhos mais
condizentes com as predileções, enfim, um campo de ação mais extenso.
Sempre que possível Luiz de Mattos recomenda estar
em contato com a natureza, onde a Força Universal, e tudo o que tem vida
encerra uma sua partícula, embora diminuta.
Da obra Vibrações
da Inteligência Universal de Luiz de Mattos (16), codificador do Racionalismo Cristão, encontram-se diversas formas
de estar em contato com estas vibrações, tão necessárias e benéficas ao ser
encarnado, que pode adaptar seus horários de lazer e ou férias, com tal
finalidade. E porque assim é, e está em
toda parte, a Inteligência Universal é sentida e compreendida bem claramente
nas várias manifestações dos reinos da natureza, conforme a categoria de cada
ser, o estado da sua matéria e o desenvolvimento dessas suas partículas na
Terra.
Em virtude desse racional princípio,
é a Inteligência Universal sentida; no conjunto harmônico dos reinos da
natureza, também é nas manifestações das artes, tais como a pintura, a
escultura, a tapeçaria, o artesanato, a poesia e a música, afirma Luiz de
Mattos.
Felizes os que
fizeram da arte uma forma de sustento! Pode perfeitamente, porém, o ser
racionalista, mesmo que especialista em outras áreas lançar mão de parte das
suas horas de lazer a contemplar ou mesmo desenvolver-se em alguma das
manifestações artística citadas, além do estudo.
Evidentemente que a jornada é dura e
espinhosa, já que o aprendizado do indivíduo se faz através do estudo,
raciocínio e sofrimento derivado da nossa luta contra os maus hábitos e as
imperfeições.
Não fosse o mau uso do livre-arbítrio,
o relaxamento mesmo que momentâneo das convicções morais do plano astral,
nenhum fracasso se verificaria em qualquer dos navegantes deste mar revolto,
denominado Terra.
Luiz de Mattos, Luiz Thomaz e Antonio
Vieira Cottas, são três Entidades Supremas do Racionalismo Cristão. São os seus
ensinos, aplicados aos diferentes temas aqui tratados, que podem servir de guia
para elucidação dos problemas cotidianos.
Torna-se necessário, estabelecer uma
linha de conduta na vida, e esta, pode ser conseguida por meio do raciocínio
bem trabalhado e com amparo na lógica dos argumentos expostos neste trabalho.
Firmeza e meditação, são duas
disciplinas imprescindíveis ao bom êxito das iniciativas e maior aproveitamento
das sugestões emanantes destes escritos.
Ser cristão é dar provas concretas e
cabais de que os ensinos de Jesus estão realmente no seu interior e deles faz
bom e oportuno uso, sem que seja necessário estar filiado a esta ou aquela
religião, diz Luiz de Mattos.
CONDUTA RACIONAL
O autor, fala a
seguir, sobre a relevância do estudo, pensamento, uso do raciocínio lógico, força de vontade e a disciplina, obtidos pelo
ser, de forma harmônica, uma vez que, convencido, passe a adotar o método Racionalista
Cristão em seu viver, alcançando e usufruindo o eterno presente, com níveis de
satisfação jamais obtidos.
Já foi dito
anteriormente que todo ser humano, como parte integrante da Inteligência
Universal, tem em estado latente, os mesmos atributos desta Inteligência;
devendo fazer esforço para desabrochá-los e desenvolvê-los. Entre estes
atributos, encontra-se a faculdade de raciocinar.
A Doutrina
Racionalista Cristã faz um apelo eloquente e constante ao estudo e raciocínio,
no sentido de que todos compreendam a necessidade imperiosa de se entregarem ao
perseverante esforço harmônico e disciplinado, para se tornarem cada vez
melhores.
Luiz de Mattos
lançou o Racionalismo Cristão depois de sentir bem o estado deplorável a que
chegara o caráter humano, e fê-lo sem poupar esforços, certo de poder oferecer
ao mundo o grande e único recurso para dirimir os graves males morais que
estavam, e ainda estão, assolando.
Ele não quis impor
a ninguém uma disciplina que não pudesse executar, e não condensou uma norma de
conduta que não fosse a sua; daí a principal razão de haver sempre falado com a
autoridade que lhe era peculiar, definidora da convicção que possuem os que
sabem que podem dar o exemplo.
É, pois, sob uma
norma de conduta bem definida, disciplinada, modelarmente conduzida, que o
Racionalista Cristão há de impor-se na luta pela vida, à consideração e ao
respeito de todos. Não são as palavras, mas os atos e as atitudes, que
assinalam o valor dos princípios que a criatura adota, dizia Luiz de Mattos.
Deve o indivíduo
procurar a si mesmo, e em si aprender a confiar, buscar a força de vontade,
consciente de serem imensos e inavaliáveis os recursos que possui para levar a
bom termo cada existência física. Assim, fica sincronizado com a corrente da
evolução, aplainando sua jornada.
O ser encarnado ou
desencarnado é sempre um espírito, partícula da Inteligência Universal.
Portanto, todos somos Espírito. Enquanto encarnados, estamos sujeitos às
limitações de percepção do nosso corpo físico e também das contingências da
vida terrena.
Quando o Espírito
atua na Matéria, para manifestação da vida biológica, denominou Luiz de Mattos esse
espírito de Força, pois o Espírito é muito mais que inteligência. É Força
organizadora, é Força pensante, é Força inteligente. A Força só pode agir de
acordo com o seu estado evolutivo e em fiel obediência à Lei da Atração. A
Matéria, representada pelo corpo físico, sujeita, portanto, às limitações
cerebrais, é o elemento passivo.
O Espírito faz sua
trajetória neste planeta em condições apropriadas ao seu estado de
adiantamento. Dependendo de como passa por tais contingências, pode ir se
desviando dos caminhos da evolução para o bem. No corpo fluídico ou períspirito
e consequentemente, no inconsciente, ficam gravadas tais formas de enfrentar as
situações, que são apresentadas na mente do indivíduo, nas frações de segundo
que tem-se, antes de reagir.
Deve-se, portanto,
buscar um estado de consciência tal, que permita, através da serenidade e do
raciocínio lógico, intuir as melhores soluções e consequentes reações, frente
às vicissitudes da vida.
O autor sugere
estar sempre sob o efeito de musicalidade suave nas tarefas cotidianas, como
forma mais eficiente de se intuir e proceder no dia a dia para que o espírito
mantenha-se vibrando o maior tempo possível nas correntes do bem. Pensando nisto, o
Racionalismo Cristão, criou a web rádio A Razão, disponível atualmente pela
internet no endereço http://radioarazao.com.br/toca.php.
A correta vibração
espiritual e consequente sintonia cerebral, buscando e mantendo os melhores
pensamentos, evita as más sugestões e as consequências nefastas à evolução do espírito.
Caruso Samel (24), autor do Racionalismo Cristão diz em sua obra Fundamentos Racionais ,
sobre as vantagens de se cultivar o bom
humor, gerador de otimismo e alegria,
constituindo fator preponderante para condicionar e predispor nossas mentes ao
bem-estar, à serenidade, à tranquilidade e à paz de espírito.
O bom humor abre
caminho ao triunfo, já que desarma os pensamentos derrotistas e os receios
infundados, afastando o nervosismo. E, assim, proporciona, também, um grande benefício
às células de nosso organismo, principalmente, através da ativação das
glândulas de secreção interna produtoras de serotonina — o hormônio do
bem-estar.
Samel escreve
também, que o Racionalismo Cristão nos ensina que, ser justo é ser valoroso, sério
e honrado, o que implica, também, sermos tolerantes, moderados e ponderados,
para podermos compreender a vida em toda a sua complexidade, dentro de um
conteúdo realista, isto é, com o pé no chão, como se costuma dizer.
Enfatiza também a
necessidade de se ter equilíbrio mental para assegurar a calma e a serenidade
necessárias nas atitudes de moderação e ponderação, aplicando sempre com
critério e bom senso as qualidades reveladoras de autodomínio ou autocontrole
das emoções, sem o que, o esforço possa perder o sentido e levar ao consequente
fracasso.
Finalmente, Samel
aconselha a aprimorar esses sentimentos a ponto de se tornarem verdadeiros
hábitos salutares. Ser moderado, afinal, é agir com cautela, sem atropelos de
espécie alguma, para aumentar significativamente o índice de acerto.
De outro lado, ser
ponderado é saber dar o verdadeiro valor àquilo que realmente tem valor para
não tomarmos atitudes extremas, já que, diz o ditado, "a virtude está no
meio-termo".
Quando a situação
abalar e a pessoa sentir-se enfraquecer, o autor recomenda sintonizar uma boa
música, também recapitular o livro Racionalismo Cristão ou outra obra do
Racionalismo Cristão e dentro de alguns
minutos, circundado de Luz, emanada dos Mundos Evoluídos, visto alterar-se o pensamento
e consequente vibração do espírito, permite assim, religar-se ao Astral
Superior. Ler, pensar, concentrar e irradiar é atrair e como já foi dito, “A
Lei da Atração não Falha!”
Ânimo resoluto
para pensar e deliberar é condição que se impõe. Temores e indecisões conduzem
ao fracasso. O pensamento racionalmente otimista deve prevalecer, sempre e
sempre, porque — quando aliado à ação — se constitui numa Força capaz de
demolir os mais sérios obstáculos.
O hábito de ouvir boa música, afirma o autor,
é um poderoso auxiliar para que consigamos manter os pensamentos próximos às frequências
da Inteligência Universal pelo tempo necessário ao adequado progresso do ser.
Pensamentos de
valor e coragem, de firmeza e decisão, atraem vibrações de outros pensamentos
de formação idêntica, produzindo um ambiente de confiança capaz de conduzir ao
sucesso.
Todo indivíduo que
vive sob os ditames da honra e do dever, que molda os seus hábitos e costumes
com a argamassa dos princípios cristalinos da moral cristã e se mantém sob o
dinâmico estímulo das vibrações do bem, está permanentemente envolto numa
couraça impermeável às arremetidas do mal.
Essa couraça,
ainda que invisível, conserva toda a sua rigidez enquanto o ser humano se
mantiver equilibrado e vigilante. Um descuido pode pôr tudo a perder e os
percalços da vida e as tentações estão aí. Porém os fortes, apoiados no
esclarecimento, fazem por não se descuidar, o método de vida preconizado pela
Doutrina Racionalista Cristã, visa
precisamente, orientar e esclarecer os fortes para que não se descuidem e os
fracos para se tornem fortes, diz Luiz de Mattos.
É imperioso
raciocinar para bem viver. Urge proceder com independência, valendo-se, cada
qual, dos próprios recursos morais e espirituais de que dispuser. Quem fizer o
mal terá que resgatá-lo, inapelavelmente, mais cedo ou mais tarde.
Somente os atos de
valor engrandecem a personalidade e enobrecem o caráter.
O caráter é
representado pela soma de qualidades morais do indivíduo, em que se destacam as
suas virtudes e o conjunto de valores espirituais conquistados de encarnação em
encarnação.
Esse valioso
atributo expressa o nível de espiritualidade do ser humano, que pode ser
aferido pela firmeza e retidão com que procede em seus atos cotidianos.
Mais do que pela honestidade
da conduta nas transações comerciais ou no exercício de qualquer função, o
caráter se revela pela intransigente repulsa à pusilanimidade, à intriga, à
inveja, às atitudes dúbias, à prevaricação, à deslealdade, aos movimentos
traiçoeiros, enfim, a todas as ações indignas.
É o caráter um dos
mais ricos e preciosos bens do espírito. A sua aquisição, porém, não é nada
fácil. Ao contrário, exige prolongados períodos de meditação, ao longo das
quais as conclusões vão amadurecendo sob a dura prova da experiência.
Em qualquer setor
da atividade – e não apenas nas lides literárias e científicas – pode o ser
humano exercitar-se no desenvolvimento da inteligência: nas fábricas, no
comércio, na agricultura, na escola, na oficina, no lar.
Qualquer ambiente
de trabalho honrado oferece constantes oportunidades para o aprimoramento do
caráter, sempre obedecendo a uma progressão normal em que não cabem
transformações radicais nem regenerações sumárias. Jamais, entretanto, poderá se
operar sem esforço, boa vontade e, acima de tudo, sem a consciência esclarecida,
aliada à noção do dever e ao interesse em cumpri-lo.
Os pais e
professores que estiverem à altura de transmitir aos filhos e aos discípulos –
no tocante à retidão do caráter – a linguagem viva e altissonante do exemplo,
exercerão excepcional influência no espírito deles, que se traduzirá em
acatamento, obediência e respeito, diz Luiz de Mattos.
Conquistar pelo
maior tempo possível um estado de serenidade e bom humor, diz o autor, de cujo
cultivo é nossa obrigação, podem ser mais facilmente obtidos, se embalados por
boa música. O ser abre caminho ao triunfo. É a “A Lei da Atração” que, conforme
Luiz de Mattos, não falha!
Todo indivíduo que
vive sob os ditames da honra e do dever, que molda os seus hábitos e costumes
com a argamassa dos princípios cristalinos da moral cristã e mantém-se sob o
dinâmico estímulo das vibrações do bem, está permanentemente envolto numa
couraça impenetrável às arremetidas do mal, finaliza Luiz de Mattos.
SOBRE A INTELECTUALIDADE E ESPIRITUALIDADE
Da obra Racionalista Cristã de Luiz de
Souza (9) intitulada Ao Encontro de uma Nova Era, encontramos
logo no início, uma bela análise da sociedade; onde o processo vertiginoso do séc XX teria
arrastado as massas humanas para o mais agudo materialismo. As religiões sendo
ineficientes para deter tal avalanche contaminante. Surge então a Doutrina
Racionalista Cristã, enfatizando o sentido da moral, advertindo-nos.
Uma obra dessa envergadura não pode ser
feita de improviso e nem aos pulos. As Forças do Bem são inabaláveis, a
grandeza dos seus ideais correspondem aos êxitos alcançados.
O adepto do Racionalismo Cristão é um
discípulo permanente que nunca chega a ser diplomado, porque os ensinamentos a
adquirir estão além dos limites da nossa imaginação...
O cultivo da inteligência faz-se
através do estudo. É preciso estudar muito e sempre, afirma Luiz de Souza. O
Racionalismo Cristão oferece a oportunidade de conduzir o discípulo ao estudo,
à meditação sobre o que ouve e lê, para gravar o resumo concentrado do
conhecimento!
As Vibrações da Inteligência Universal
enchem o espaço infinito, atravessam e saturam todos os corpos, conduzindo na
sua essência, o amor supremo de que também se constituem. Através do
desenvolvimento pelo estudo, raciocínio e prática, da espiritualidade, se
estabeleça a sintonização destas vibrações com as das partículas individuais
(espíritos), Tanto a inteligência alcança os mais altos refinamentos como o
amor desabrocha com suas aprimoradas refulgências.
Este é o caminho da espiritualidade,
atingir-se a sintonização e vibrar em sintonia com os seres do Astral Superior
e o ambiente sob a ação de música suave facilita muito esta sintonia e
manutenção destas vibrações. Este processo inicia-se através das diretrizes
adotadas na vida terrena (estudo, raciocínio e ação), em que se amoldam e se
revelam as predisposições espirituais.
Da obra já citada de Henrique Carlos Sequeira, intitulada O Meu Depoimento Sobre o Todo, extraímos parte do conteúdo, que
deve ser visto na íntegra pelo leitor, onde assim como ele, também consideremos
o Cosmo, sendo o Universo tomado como um Sistema, onde se sobrelevam a unidade,
ordem, regularidade e a harmonia. Sistema este, bem ordenado e regido por Leis
individualizadas tanto no Universo Físico como no Espiritual.
Até bem pouco tempo, diz Sequeira, o Universo era tido por boa parte das pessoas,
como um local sem ordem nem regras, regido pelos caprichos dos deuses ou até
pelo acaso. No entanto, Kepler (1571 – 1630), matemático e astrônomo,
considerado um dos fundadores da ciência moderna, juntamente com Galileu (1564
– 1642) e Newton (1642 – 1727); escreveu em 1619 uma obra intitulada “Harmonia
do Universo”.
O todo passa a ser entendido como a
unidade em interação e evolução, portanto, no Cosmo, só há vida interassociada.
Deste dinamismo transformador, resultam novas substancialidades ( novas formas
e configurações) na existência do Todo.
A Doutrina Racionalista Cristã, tem
como tese que, o espírito encarna na Terra ( constituindo um ser humano) em
obediência a Leis que regem o Universo Espiritual. Deste modo, pode usufruir do
dinamismo transformador, característico do Todo.
A espiritualidade é para o Racionalismo
Cristão, o atributo básico, fundamental para a evolução do espírito; ela
vincula a associação do espírito com o Todo; uma relação alicerçada na
determinação para evoluir, aumentando-se assim o grau de intimidade com o
Astral Superior, produzido pelo aprofundamento de tal relação obtido da nova forma
de viver que a criatura passa a adotar, uma vez que coloque em prática o método
de vida proposto pela Doutrina.
A espiritualidade é o alicerce da
lucidez e clarividência, sustentáculo firme, suporte inabalável, duradouro e
inequívoco, conferindo-lhe liberdade para o progresso digno. Esta se mostra
claramente, na presença valorosa do indivíduo perante si próprio, que se
projeta na família, na sociedade, no comportamento validamente ativo perante o
semelhante e nas comunidades onde participa.
De outra forma, pode-se também explicar
a espiritualidade como sendo a capacidade adquirida pelo ser, de colocar a
dignidade pessoal a serviço do Bem, através de uma ação intervencionista do
indivíduo, desenvolvida como responsabilidade sua e social, através das inúmeras
encarnações sucessivas a que o ser está sujeito.
Deve-se associar a espiritualidade com
disciplina e ordem, diz ainda Sequeira, ordem essa traduzida em leis, a que
está inerente à disciplina. Pela evidência de sua significação, assim como pelo
sentido de lucidez, está associada à moderação, ponderação e justiça.
A espiritualidade exige do indivíduo,
ação espiritualmente interativa, desenvolvida como responsabilidade sua e
social; solicitada pela consciência como suporte do bem; percebe-se uma necessidade
interna no sentido de trazer os que nos são mais caros a fazer parte desta
corrente!
A espiritualidade também desperta,
ainda que modestamente, a atenção e interesse por parte de setores da sociedade
que procuram conhecer a natureza dela, sua caracterização e valor; existem
iniciativas que se ocupam do desenvolvimento espiritual na criatura, procurando
assim instrumentos capazes para inseri-los logo nos primeiros anos de vida.
O outro pilar básico para a evolução do
ser, a intelectualidade, é pela Doutrina Racionalista Cristã entendida, como a
capacidade de abrangência universalista do todo, promovida e sustentada pelo
grau de espiritualidade nele disponível. Não é, pois, academismo apenas, afirma
Sequeira.
Sem espiritualidade, não se pode sequer
equacionar a intelectualidade, por maior que seja o academismo ou a erudição do
sujeito. Mas também, de acordo com os princípios racionalistas, não deve haver
lugar para a ilusão de que, renunciando-se a intelectualidade o ser conquiste a
evolução espiritual; pois tal atitude denuncia grande carência de
espiritualidade. Só pela conquista dos dois, encontra-se o caminho da evolução
espiritual, aberto pelos que, com determinismo, lutem por alcançá-los e a
promovê-los decididamente.
A abordagem do todo é, quantas vezes,
exercitada apenas com base na intuição, própria do indivíduo equilibrado,
valoroso e ativo, do homem de bem, assim portador de significativa
espiritualidade.
Quando tal situação ocorre, diz
Sequeira, a intuição incita em momentos adequados à reflexão, à investigação
que, organizada e dirigida, juntamente com o estudo, conduz a racionalização da
abrangência, conseguida na universalidade do todo, antes intuitiva apenas. É
por assim dizer, a rota natural da evolução, ou seja, espiritualidade dirigida
espontaneamente no sentido da intelectualidade.
O indivíduo torna-se agora, com uma
“substantividade”. Torna-se mais lucidamente clarividente perante o Todo,
porque reforçou o fundamento da sua correspondente abrangência, com a
racionalização adquirida, com a intelectualidade então alcançada. O mesmo farol
com um facho mais alto. O espírito, portanto, evoluiu!
É comum, a reflexão lúcida e
clarividente sobre os conhecimentos previamente adquiridos, nos mais variados
campos, como estimuladores do ser a abrir-se
e dirigir-se para a verdade sobre a vida; podendo mesmo conduzi-lo a alcançar
espiritualidade e intelectualidade suficientes à Verdade Absoluta .
A Doutrina Racionalista Cristã coloca
que a via da evolução espiritual do indivíduo, tem a intelectualidade adquirida
posteriormente, promovida e sustentada pela espiritualidade daquele modo
conquistada; tornando-se esta, agora envolvente, luminosa e iluminadora dos
referidos conhecimentos, afirma Sequeira.
O resultado disso é uma nova
configuração espiritual, geradora e impulsionadora da racionalização dos
conhecimentos, antes “amorfos”, elevando-os ao plano da abrangência
universalista do Todo, que a espiritualidade, assim adquirida permite. É a
evolução do espírito!
A nova “substantividade” com que o
sujeito se apresenta, é o resultado do desenvolvimento inato se transformar em
deslumbramento esclarecido, que a razão constrói sobre a espiritualidade já
conquistada. Estamos assim, perante o caminho da evolução espiritual. Trajeto
designado por Henrique Sequeira como sendo “saudade do futuro”. Futuro lido no
deslumbramento perene na Natureza, saudade da evolução que nos fugiu e só o
futuro nos trará por conquista da espiritualidade e intelectualidade, finaliza
Sequeira.
EVOLUÇÃO ESPIRITUAL
O autor inicia este tópico,
entendendo que as transformações a que o Homem vem promovendo na Natureza da
Terra emanam de uma espécie de mundo de sentidos internos, ao qual denominamos
espiritualidade e intelectualidade bem diferente dos sentidos externos de onde
estão vinculados os nossos cinco sentidos (tato, olfato, paladar, visão e
audição).
Passando a entender o Universo como
um sistema ordenado, regular e harmônico, regido por Leis distintas tanto no
Universo Físico quanto no Universo Espititual; a evolução seria o atributo
fundamental e caracterizador deste Todo, embora ocorra de maneira diferenciada
em um e outro Universo.
Henrique Sequeira (2) demonstra na
obra O Meu Depoimento Sobre o Todo, que no
Cosmo só há vida, ou seja, a ação da Força sobre a Matéria. Deste dinamismo
transformador resultam novas formas e configurações na existência do Todo. Esta
é a idéia de evolução no Cosmo.
O espírito encarna na Terra obedecendo
a Leis Espirituais. A evolução do espírito encarnado, já obedece a um ritmo
próprio, induzindo-o a um aperfeiçoamento dos atributos latentes, geradores de
novas formas de se estar presente, mais translúcidas e sutis daí resultantes,
trajetos estes, cada vez mais complexos, diz Sequeira.
Para isso, deve o ser encarnado
determinar-se a cumprir as Leis Espirituais bem como as que regem a sociedade
onde está inserido, tendo sua consciência, sintonia perfeita com a Moral Cristã
e conduta dentro de um caráter impoluto. Surge daí os referidos estágios de
evolução do espírito encarnado.
A Doutrina Racionalista Cristã propõe
que no nosso planeta, estão encarnados espíritos dos primeiros planos
sucessivos de adiantamento espiritual; sendo estes planos ou esferas
concêntricas em relação ao centro do planeta; faixas vibratórias de uma frequência
para cada plano. Por isso, em cada faixa ou plano, residem algumas
aproximadamente do mesmo adiantamento espiritual.
Pensar o bem, em conformidade com os
preceitos da Doutrina Racionalista Cristã, frequentar esta esfera de pensamento
o maior tempo possível em vida, absorver suas emanações, chegar as melhores
conclusões e reações é o que se objetiva.
Uma vez que nosso espírito sintonize-se
com as correntes do bem, o cérebro
traduz para o corpo as sensações daí advindas, diz o autor, a exemplo de
um seletor de frequências de rádio, numa determinada faixa de onda, (FM, OM,
OC) e as diversas rádios nelas contidas, aproveitando o que nos deixou Felino
Alves de Jesus (17), na obra Racionalista
Cristã Trajetória Evolutiva.
Cabe ao adepto do método proposto pelo
Racionalismo Cristão pautar seus estudos, pensamentos e ações dentro do referido
código de princípios, contido nas dezenas de obras publicadas até então, para
que os infortúnios sejam substituídos por alegrias.
Diz a teoria Racionalista Cristã que o
corpo astral, (um dos 3 corpos propostos, já explicitados) é muito mais
influenciável que o corpo físico, recebe os traços bem caracterizados de todas
as ações boas ou más praticadas no correr da nossa vida.
Os traços de má origem ficam gravados
no perispírito ou corpo astral e só desaparecem quando transferidos a um corpo
físico, que os absorve como esponja para a devida depuração enquanto vivo na
Terra. Estas marcas, consequências das falhas morais, ao se tranferirem para o
duplo-etéreo após uma encarnação, revelam-se do mesmo modo que as moléstias em
geral, causando certo grau de sofrimento, o que leva o espírito a desejar
angustiosamente a reencarnação, para poder se livrar delas. Alguns por
ansiedade sujeitam-se às piores condições de vida na Terra.
Enquanto encarnado, cabe ao indivíduo
procurar viver positivamente, tendo a noção de que os fatos negativos que o
atingirem, eventualmente, tem relação com a sua história passada, presente e
futura.
O firme propósito de acertar tem de
estar presente sempre; um cochilo pode representar uma oportunidade perdida de
redenção. Convém, por isso, ninguém se descuidar. Vale a pena repisar sempre
que nossa encarnação deve ser aproveitada ao máximo, com inteligência,
raciocínio e esclarecimento.
O autor está convencido sobre a
veracidade da máxima racionalista de ser através do estudo, raciocínio e crescimento
derivado da luta contra os maus hábitos e as imperfeições, onde encontramos os
trilhos da evolução do espírito encarnado que desembocam na espiritualidade e
intelectualidade obtidas através do esclarecimento espiritual deste modo
alcançado, a curto, médio ou longo prazos.
O CIDADÃO CÓSMICO
UNIVERSAL
A evolução do espírito encarnado se dá
através do desenvolvimento gradual da espiritualidade e intelectualidade, no
decurso de incontáveis encarnações e só através dela, o raciocínio vai sendo
desenvolvido.
Este desenvolvimento obedece a um
complexo sistema de aptidões, conhecimentos e experiências, que o espírito só
obtém encarnando muitas vezes e em diversos lugares.
Embora o espírito numa determinada
encarnação possa avançar mais em um do
que em outro parâmetro, sejam eles espiritualidade e intelectualidade, para o
Racionalismo Cristão, estas formam uma unidade que não se pode decompor.
Ao se atingir uma determinada fase
evolutiva, o espírito sente a necessidade de expandir seus conhecimentos, de
alargar os horizontes da inteligência e cada vez mais fortalecer seus valores
morais e éticos.
É através do exemplo, das atividades
altruístas, pelo serviço prestado à coisa pública, que se aceleram os níveis de
paz e progresso, do desenvolvimento material, social e espiritual que se
sustentam com autenticidade.
A Doutrina Racionalista Cristã tem por
foco, que o ser encarnado consiga através de suas ações, identificar-se
socialmente pelo seu caráter valoroso e honra; elevando-se de maneira própria
no espaço e no tempo em que pôde colocar seu livre arbítrio a serviço das
correntes do Bem.
Aprendendo e adotando o método proposto
por Luiz de Mattos, o ser adquire o comportamento transformador. É a
autoconstrução de um novo Ser, é a obtenção aqui na Terra da Cidadania
Universal enquanto humanos, nos diz Henrique Sequeira.
CONCLUSÃO
“Nossa origem está no Infinito; de
natureza dinâmica; cuja evolução neste mundo, se faz através do reino
animal, da ameba ao homem, para
continuar infalivelmente em outros mundos.
Há de se continuar necessariamente a
evolução do espírito; pois como Força
não se destrói, não se aniquila; existe, subsiste e persiste; vem do
Infinito em marcha para o Eterno”.
Está aí a proposição feita pelo Dr. Pinheiro
Guedes (34) através da obra Ciência
Espírita em 1900; o ciclo evolutivo da Força Psíquica.
Através da
sensibilidade recebemos as impressões do mundo externo; pela inteligência as
compreendemos; pela vontade agimos e reagimos, operamos, produzimos e criamos;
pela razão, podemos investigar
minuciosamente o Infinito; pela consciência moral nos esclarecemos; pelo livre
arbítrio, determinamos nossa trajetória evolutiva.
Embora a mente possa avançar até certo
ponto, ela fica sempre sem atingir a meta extrema que se encontra sobre o
domínio de valores absolutos. Exemplificamos tal afirmação como se, ao fazer
uma viagem à noite de automóvel, viagem esta que pode ser feita de forma segura
e prazerosa, dentro apenas dos limites do facho de farol do veículo, que é
infinitamente menor que a total distância entre a partida e o destino. É
desnecessário, portanto, enchergar “o Todo”, para o sucesso da jornada.
Em síntese, disse Henrique Carlos
Sequeira, no qual concordamos; embora conhecidamente limitado, em função da
miopia interior a nós inerente, o homem dispõe, contudo, de capacidade de
colocar questões sobre “o Todo”.
A humanidade constitui uma única
família habitando passageiramente este nosso mundo, com o objetivo de realizar
em conjunto, o progresso espiritual de cada um, sendo o espírito um operário
individualizado, que deve participar com esforço, inteligência e eficiência, da
evolução do Todo.
O autor acredita que o espírito encarnado
estagiando legalmente na Terra, age de modo correspondente ao grau evolutivo
alcançado, não indo além das suas possibilidades, a não ser quando se determina
a evoluir, ampliando assim, qualitativa e quantitativamente nossas capacidades
iniciais, quando da encarnação.
A evolução se processa pelo
desenvolvimento gradual da intelectualidade e espiritualidade, no decurso do
tempo. O livro da vida é volumoso e nele estão escritas por cada autor, as
memórias individualizadas das respectivas viagens feitas a este e neste
planeta, as lições que careceu e ainda carece, o que já cumpriu e o que há de
cumprir do currículun exigido; o que já foi apreendido e incorporado e o que
ainda falta...escreveu brilhantemente Sequeira.
Espiritualidade e intelectualidade no
entender racionalista, são atributos (do espírito) diferentes, que o ser
aprimora através de lutas e conquistas, independentemente, podendo avançar mais
em uma que em outra, no curso de cada encarnação. Ambos, porém, são
indispensáveis à evolução e terão que ser alcançadas com determinação.
Na Doutrina Racionalista Cristã
encontramos um método muito eficiente, minuciosamente descrito para o percurso
evolutivo do ser, tantas vezes ignorado, que uma vez compreendido deve ser
cultivado.
Tal desenvolvimento obedece a uma
complexidade de aptidões, conhecimentos, e experiências normalmente obtidas
através de muitas e muitas encarnações, em várias situações e lugares.
O Racionalismo Cristão tem como certo que, para
a evolução do ser é indispensável o desenvolvimento da espiritualidade tanto
como o da intelectualidade; estes são os identificadores do grau evolutivo
conquistado, identificando a classe correspondente do ser. Ambos constituem a
unidade que deve estar em equilíbrio.
A Doutrina explica que ao se atingir
determinada fase evolutiva, o espírito necessita dar expansão aos seus
conhecimentos, de alargar seus horizontes intelectuais, fortalecer os valores
pelos quais se orienta na rota da existência. Esclarece também que, a
encarnação na Terra, onde se encontram espíritos de classes diferentes,
justifica-se pelo propósito de, através da convivência, os mais inexperientes
aprendam com os mais experientes; pelo propósito nato de evoluírem, espiritualizando-se
e intelectualizando-se; aprendendo e adotando, respeitando-se o livre arbítrio
de cada um, o comportamento transformador do Bem.
É a autoconstrução em nós, de um novo
homem, de Cidadania Universal.
“A
obra básica do Racionalismo Cristão, do mesmo nome é um trabalho sério de
pesquisa e elucidação, para estudo e consulta constantes, capaz de abrir novos
horizontes ao ser com a amplitude da visão panorâmica que coloca diante dos nossos
olhos, que podem fornecer uma nova orientação, novos rumos à vida e fazer com que ela se modifique para
melhor. A cada passo alcançado, um sentido na vida mais prático, amplo,
profundo, seguro e autêntico”, parafraseando Henrique Sequeira.
Luiz de Mattos, codificador dos
princípios do Racionalismo Cristão,
elucida-nos que o “mal da humanidade”
é não querer estudar. Para o indivíduo
se esclarecer é preciso muito estudo, aprofundar-se em leituras úteis.
O valor do estudo independe de nos
tornarmos intelectuais. Este é sim, como um dever do ser; é uma exigência inalienável, decorrente da dignidade
espiritual do indivíduo. Esta, conduz à espiritualidade, que nos dá lucidez para
a evolução e também adquirir intelectualidade como valor do espírito,
assentado na aquisição da Verdade,
decorrente da conquista da evolução,
através da prática.
O autor acredita ter trabalhado no
sentido de enfatizar os benefícios que o estudo
através da leitura das obras Racionalistas
Cristãs e outras; a consequente
reflexão, as mudanças de pensamento e atitudes nas atividades cotidianas do ser, potencializam o processo da espiritualidade e intelectualidade, otimizando consequentemente nossa jornada rumo a Inteligência Universal.
O autor sugere também, que em vista do
poder sugestivo dos meios de comunicação, que seja feita uma seleção prévia da
programação a ser vista, procurando enfatizar os documentários, mesas redondas,
entrevistas de bom nível, filmes e desenhos educativos.
Sempre que possível, embalar-se nas
tarefas cotidianas com musicalidade suave, ou providas de letras positivas, alegres; esta
sim, uma forma sugestão benéfica ao ser em
processo de evolução.
O autor em conformidade com Luiz de Souza (1) acredita que enquanto
os habitantes deste planeta não derem início a ação espiritualizadora, terá que
reencarnar tantas vezes quantas forem necessárias até resolverem dar este
passo. Esta é a advertência de amor mais
fraternal que os espíritos do Astral
Superior oferecem aos seres encarnados, colocando você leitor, como membro
efetivo do Todo, portador da Cidadania Universal.
APÊNDICES
SOBRE O AUTOR
Flavio Faria, nascido em 13 de
dezembro de 1960 na cidade de Santos-SP, é o segundo de três filhos do casal
Fernando Faria e Sonia Paronetto Faria.
Sua
formação acadêmica iniciou-se na “Escolinha da Tia Augusta” com aproximadamente
cinco anos de idade. Posteriormente, no “Parque Municipal Martin Afonso”, onde
ele e seus vizinhos, todos na mesma faixa-etária não se adaptaram,
principalmente pelos lanches de qualidade duvidosa aos quais eram obrigados a
fazer.
Aos
sete anos, é matriculado no Colégio Marista de Santos, onde permanece até o
terceiro ano colegial.
Submete-se
em 1979, ao processo seletivo para o Núcleo de Preparação de Oficiais da
Reserva (NPOR) da Infantaria do Exército, onde se escolhem trinta dentre mais
de dois mil candidatos.
Forma-se
Aspirante a Oficial de Infantaria do Exército Brasileiro; submete-se ao estágio
probatório e é promovido a 2º Tenente da Reserva em 26 de dezembro de 1980.
Aprovado
em 1979 no exame vestibular para o curso de Engenharia Civil na Universidade de
Taubaté-SP.
Percebe grande influência, no seu desempenho
escolar, dos estados emocionais advindos dos processos de relacionamentos pessoais;
a ponto de convencê-lo a mudar de carreira. Estamos aí no primeiro quinquênio
dos anos 80 e o mesmo entra no mercado mobiliário (Bolsa de Valores) por
influência de seu primo e também do tio; obtendo significativo sucesso.
Em dado momento, diversificando
seus ganhos, entra para o comércio. Analisou cuidadosamente qual ramo lhe
proporcionaria o melhor retorno financeiro, facilidade na gestão e ainda,
estivesse dentro da legalidade. Optou por adquirir uma Casa de Café Expresso.
Junto com um colega de infância e também companheiro de Engenharia; adquiriram
a primeira casa, chamada “Café Society”.
Um ano após, adquiriram uma
segunda Casa; foi onde o mesmo percebeu que era solicitado sempre pelos frequentadores,
pedindo-lhe conselhos, aos quais não sabia como proceder. O questionamento
sobre a vida e o viver, advindo do espiritismo, budismo, ocultismo e mesmo do
racionalismo cristão, colocavam-no a se questionar do por-quê estar aqui!
Apenas para adquirir mercadorias e revendê-las com lucro? Expecular na Bolsa de
Valores? Haveria de achar algo mais útil, com maior retorno espiritual.
Foi quando começou a cogitar a
possibilidade de fazer Psicologia.
Fez curso pré-vestibular no regime
intensivo, para recordar conhecimentos escolares e treinar o convívio harmônico
com os futuros colegas de classe dez anos mais jovens em média.
Passou no vestibular para
Psicologia na Universidade Católica de Santos e ao dar por si, terminava o
mesmo.
É especialista em Terapia Regressiva
Vivencial Peres, pelo INTVP. Também especialista em Neurolinguística pela
UNAERP, é practittioner e Máster-Practittioner em Programação Neurolinguística,
pelo Instituto Holon-SP. Membro da Sociedade Brasileira de Psicologia
Transpessoal. Especialista em Gestão Integrada do Trânsito. Aluno do curso de
pós-graduação Lato-sensu em Neuropsicologia
na Escola Paulista de Medicina.
Exerce atualmente a função de
Psicólogo Perito Examinador de Trânsito, há quatorze anos; credenciado em São
Vicente-SP. Presta consultoria na execução de laudos técnicos de Psicologia, em
processos de seleção, professor universitário nos cursos de pós-graduação em
Psicopedagogia Institucional e Psicopedagogia Clínica, Gestão Escolar I e II. É
também psicólogo clínico, dentro da abordagem Transpessoal.
Casado com a Sra. Gilmara Berndt
Faria, dois casais de filhos, residindo em Guarujá-SP.
Atualmente está Diretor de
Biblioteca da Filial Berço do Racionalismo Cristão, em Santos-SP.
BIOGRAFIAS
Todas
as obras que constam nas referências bibliográficas foram estudadas pelo autor.
Algumas, porém, com seus respectivos autores, foram especialmente utilizadas,
com as devidas citações, ao longo deste trabalho; os quais agradecemos
profundamente, pois sem o saberem, foram os viabilizadores deste.
Para
que o leitor possa ter uma idéia do gabarito técnico das pessoas as quais foram
consultadas, através de suas obras, em todo este trabalho, colocaremos um pouco
da história de cada um e, em quais situações deste, foram fundamentais.
Antonio Cottas
viabilizou os escritos sobre “O Surgimento do Racionalismo Cristão”; vamos
conhecer um pouco mais sobre este homem:
Antonio do Nascimento Cottas nasceu em
Sirvuzelo, Concelho de Monte Alegre, Portugal, a 19 de novembro de 1892, e
faleceu no Rio de Janeiro, em 12 de junho de 1983.
Veio para o Brasil a 18 de abril de
1905, com 12 anos de idade, ingressando, desde logo, no comércio, onde
prosperou, tornando-se dos mais acatados e respeitados comerciantes. Possuiu
várias casas comerciais, como o Armazém Brasil, a Mercearia Brasileira, o
Armazém dos Heróis, passando, em 1922, para o atacado, tornando-se a firma que dirigia
grande importadora do famoso azeite Sacadura Cabral, de vinhos etc.
No Racionalismo Cristão, realizou uma
obra gigantesca. Em 1926, com a desencarnação de Luiz de Mattos, foi nomeado
por este, ainda em vida física, seu substituto, assumindo assim a Chefia da
Doutrina. Consolidou os grandes alicerces do Racionalismo Cristão, e sob a sua
mão tutelar floresceram muitas Casas Racionalistas Cristãs.
Foi o maior discípulo de Luiz de Mattos.
Dedicou-se, de corpo e alma à Doutrina que lhe fora confiada. Divulgou os
ensinamentos do Racionalismo Cristão através da correspondência e das
explanações que fazia durante as Sessões Públicas de Limpeza Psíquica
realizadas no Centro Redentor. Assegurou à Doutrina recursos para a sua
independência material. Além de doutrinador, foi lutador incansável pelo
esclarecimento da humanidade.
Dotado de extraordinário valor moral e
de inquebrantável caráter, transbordava nele o entusiasmo, sempre aplicado aos
interesses racionalistas, sem jamais falar de si, elogiar os seus trabalhos ou
fazer estandarte do seu nome.
Sempre confiante nas horas difíceis,
venceu todas as batalhas travadas contra a Doutrina, e as suas iniciativas se
encaminhavam ao desejado êxito.
Não havia quem não o respeitasse e
venerasse, porque ao afeto de todos se impunha pelo seu trato cavalheiresco,
além da bondade, que era inata em seu espírito.
Antonio do Nascimento Cottas, Chefe do
Racionalismo Cristão, era um homem extremamente simples. Desprezava as
honrarias. Apesar de haver sido agraciado com o título de Comendador, não
permitia que assim o chamassem.
Dos títulos com que foi distinguido, o
que mais se orgulhava de possuir era o de cidadania brasileira, assinado, em 8
de agosto de 1939, pelo então Ministro da Justiça, Embaixador Francisco Negrão
de Lima, em nome do Presidente da República.
Entre outros títulos, destacamos os
seguintes:
Cruz de Benemerência — concedido pelo Governo Português,
Grau de Comendador, Cidadão do Estado da Guanabara, Cidadão do Estado de Minas
Gerais, Cidadão Benemérito do Estado da Guanabara, Grande Benemérito do Real
Gabinete Português de Leitura, mais tarde elevado ao honroso cargo de 1.°
Vice-Presidente Emérito, Benemérito da Caixa de Socorros D. Pedro V,
Conselheiro da Federação das Associações Portuguesas e Luso-Brasileiras, Sócio
Benemérito do Clube Ginástico Português, Sócio Benemérito da Real Sociedade
Portuguesa de Beneficência, Fundador e Sócio Proprietário da Associação
Atlética Vila Isabel, Sócio Proprietário do Clube de Regatas Vasco da Gama e
Sócio da Associação Brasileira de Imprensa, desde a sua fundação.
Antonio do Nascimento Cottas,
apesar de ter sido distinguido com títulos e distinções, foi, durante toda a
sua longa vida física, um homem simples, isento de vaidades.
Nas
palavras sobre “O Surgimento do Racionalismo
Cristão”, deste, e também nos capítulos “Sobre a Força e a Matéria”, “O
Bem e o Mal”, “A condição de Encarnado”,
“Cérebro, o Receptor das Vibrações da
Inteligência Universal”, “Praticas Facilitadoras da Recepção”, “ A importância do Trabalho”, “ Conduta Racional”, “Evolução Espiritual” e “ Conclusão”;
percebemos o papel fundamental de Luiz de Mattos. Complementando o que
já está lá colocado sobre Luiz, temos
sobre o fundador ainda que:
Entre os grandes
vultos da humanidade, que deixaram na Terra traços luminosos da sua passagem, a
figura imperecível de Luiz de Mattos
ocupa uma posição de singular relevo.
Luiz de Mattos trouxe para executar,
quando por aqui esteve, uma grandiosa missão destinada a transpor os limites
continentais, e viveu o tempo necessário para que o seu idealismo fosse
implantado, com segurança. Ele possuía, no mais alto grau, qualidades humanas
só cultivadas pelos seres conscientes.
Foi um exemplo de bondade, de firmeza,
de honradez e de bravura cristã.
Como Chefe, soube fazer-se respeitado e
amado com a superioridade das suas maneiras pessoais distintas e nobres, de
tolerância e de estímulo. Todos os bons, os compreensivos, os que não
cultivavam a inveja e a mentira, não escondiam o bem imenso que lhe tributavam.
Luiz de Mattos distribuiu, às
mancheias, as dádivas do seu saber e o calor da sua alma forte e generosa, e
não conheceu os deslizes depreciadores que se encontram em caracteres
vulneráveis que se desmerecem nas posições que ocupam.
Homem de atitudes, de ação e de
princípios, soube engrandecer, com o seu nome e o extraordinário valor de que
era dotado, a pátria que lhe serviu de túmulo, o Brasil, à qual tudo deu de
melhor, numa vida de lutas e glórias, de esperanças e de realizações, de gestos
largos e de indimensionável altruísmo.
A vibração amena do seu espírito
afetivo perdura sobre os que o conheceram e amaram como um bálsamo tonificador,
refletindo a sua imagem como um símbolo na retina mental dos seus discípulos.
Impôs-se pelo poder da sua eloquente e
concisa oração, pela sabedoria dos seus conceitos vazados em conhecimentos
originais de alta transcendência, e as suas opiniões apresentavam-se de tal
modo inspiradas, que serviam de roteiro até mesmo a supremos dirigentes da
Nação.
Em todas as suas atividades
distinguiu-se, sempre, pela ponderação, pelo critério, pelo acerto das
proposições firmadas em segura base e ditadas pelo equilíbrio da sua orientação
racional.
As obras que deixou, as suas famosas
"Notas", são fontes perenes de inspiração para novas produções e
normas de viver que todos devem seguir, além de advertências enérgicas e úteis
para os que desejam acertar nas experiências diárias e na marcha pelo
torvelinho da vida.
Jornalista emérito, militou na imprensa
com disciplina equilibrada, sadia, construtiva e enaltecedora das virtudes
humanas. Sua pena vigorosa esteve sempre ao serviço dos oprimidos, com o desejo
de vê-los recuperados e integrados no seio da coletividade, de posse das
legítimas reivindicações conquistadas. Desprendido de bens materiais, jamais se
deixou seduzir por eles, o que importava em poder usar de liberdade plena em
todas as suas admoestações.
Revelou-se um educador esmerado em
jornalismo, em que deu sempre exemplos de honorabilidade, de envergadura moral
e de amor à verdade, com profundo respeito pela opinião dos seus opositores,
tanto que, fazendo do seu jornal diário, A RAZÃO, uma tribuna livre, punha-o à
disposição destes para a publicação gratuita da contestação que desejassem
fazer dos seus escritos.
Espírito profundamente liberal e
democrático, o jornalista expunha, com exemplar coragem e, muitas vezes,
temerariamente, as suas idéias, sem as impor a ninguém, e era um autêntico
paladino do debate, por achá-lo indispensável ao esclarecimento do povo.
Escusado é dizer que por estar
permanentemente apoiado na verdade, com a qual fazia a sua trincheira, sempre
levou a melhor, em todas as campanhas que empreendeu.
Os opositores, faltos de argumentos,
abandonavam o campo de luta, ao cabo das primeiras escaramuças, e o grande
público leitor do jornal testemunhava, entusiasmado, as vitórias sobre vitórias
do bravo lidador, a quem não regateava o aplauso e o estímulo.
Luiz de Mattos fulgurará, sempre, para
os seus discípulos como uma das mais vivas e generosas fontes de inspiração.
Seus exemplos de uma vida nobre e luminosa dedicada ao bem da humanidade,
jamais serão esquecidos; faleceu em 1926.
Luiz Alvez Thomaz foi uma figura
não menos importante que o codificador Luiz
de Mattos, contemporâneo, viabilizador econômico desta doutrina, será
melhor conhecido a partir de agora:
Luiz de Mattos talvez não pudesse ter
levado a efeito a implantação do Racionalismo Cristão, sem a preciosa ajuda do
seu intemerato amigo e companheiro de lutas, Luiz Alves Thomaz.
Enquanto o primeiro codificava e
burilava a parte cultural e teórica da Doutrina, facilitando a sua compreensão
e aplicação na vida, o segundo desenvolvia uma eficiente ação prática,
solidificando as bases materiais para garantir a independência da Doutrina.
A ambos deve-se essa fonte de
esclarecimento e saber que se sintetiza na Doutrina Racionalista Cristã, porque
os dois se completavam na integração de um só idealismo, de uma única
estrutura, de uma perfeita realização.
Luiz de Mattos e Luiz Thomaz simbolizam
os heróis da alma lusa, cuja aura sempre recobriu o Brasil na majestosa sequência
dos fatos históricos.
Ambos, desde longa data, irmanados nos
mesmos propósitos, nunca recuaram diante dos maiores tropeços, na inabalável
resolução da cumprir os planos e projetos que haviam traçado espiritualmente.
Luiz Alves Thomaz manteve-se
exemplarmente na sua missão, ora predicando com a fortaleza dos seus conhecimentos,
ora preparando fundos para a manutenção da grande obra. Soube aplicar, com
grande perícia, na vida prática de negócios e na economia privada, as sábias e
incomparáveis lições que o Racionalismo Cristão ministra, sempre colhendo, como
prova do seu valor, os mais auspiciosos resultados.
Forte, enérgico, operoso, extremamente
simples e controlado, desfrutou de plena autoridade moral na corporificação de
todos os seus atos, sempre comedidos e seguros, angariando amizades e simpatias
através de suas atitudes cativantes.
Renunciando às atrações terrenas,
casado, mas sem filhos, voltou-se, abnegadamente, para a sua grande Causa, e
por ela lutou estoicamente, dando o máximo de si, num aproveitamento completo
das suas energias e atividades.
Partiu deste mundo cinco anos depois do
seu companheiro de ideal, Luiz de Mattos, após cumprir a principal incumbência
de deixar amparado, financeiramente, o movimento Racionalista Cristão, que já
por esta época crescia, em número de adeptos.
É princípio básico da Doutrina que
sendo, como é, uma entidade de elevado cunho espiritualista, não se deve formar
e manter à custa da migalha do necessitado, da espórtula do desprovido, do
sacrifício do sacrificado.
A Doutrina Racionalista Cristã,
dirigida por Espíritos do Astral Superior, tem por escopo esclarecer as almas
encarnadas, tarefa incomparavelmente maior e mais difícil para aqueles
Espíritos do que a mera coletagem de meios materiais.
Para solucionar este aspecto dos
trabalhos que iriam desenvolver no Planeta, ao invés de ficarem na dependência
de humilhantes peditórios terrenos, como é comum, por falta de esclarecimento
espiritual, decidiram de pleno acordo resolver, exatamente a situação
financeira desta Doutrina.
Deste modo, a Doutrina Racionalista
Cristã nasceu independente, nunca soube
o que foi pedir e nem o deseja saber. Ela se impõe por princípios imutáveis, e
estes determinam que, em matéria de dinheiro, os assuntos espirituais com ela
não se imiscuam.
Esta ocorrência, sobremaneira significativa, coloca o
Racionalismo Cristão numa posição de evidente relevo na interpretação das
coisas do espírito. Há na Casa, discípulos de Luiz Alves Thomaz que se
inspiraram no seu magnífico exemplo, oferecendo convincentes provas de
aproveitamento e prática.
Assim se confirma a ação pioneira de
Luiz Alves Thomaz, o insuperável batalhador de uma memorável jornada terrena,
em que soube sustentar esse basilar conceito de que uma obra espiritualista se
impõe pela elevação moral dos seus princípios norteadores, pairando acima dos
interesses materiais pela sua independência em todos os sentidos, e pela
demonstração de que os suprimentos chegam, sem ser necessário que os
responsáveis pela Causa molestem o seu semelhante, com maneiras submissas de
uma refinada e hipócrita mendicância.
Luiz Alves Thomaz foi um exemplo, uma
bandeira, uma glória para o Racionalismo Cristão. Estendeu a sua vitória a
todos os militantes, porque, acima de tudo, estimulou e concretizou. A sua alta
missão foi inteiramente cumprida, e os seus magníficos resultados ecoam,
incessantemente, em todo o movimento Racionalista Cristão, como uma vigorosa
força impulsionadora que transmite confiança e coragem, perseverança e firmeza.
Um
dos principais mentores espirituais de Luiz
de Mattos, no decorrer do processo de codificação desta doutrina, foi Padre
Antônio Vieira; dele é importante sabermos que:
Tendo vivido entre 1608 e 1697,
sobretudo em Portugal e no Brasil, foi sacerdote jesuíta, pregador da corte de
Portugal e conselheiro do rei, embaixador político, missionário e militante
anti-escravagista. Vieira, foi um orador eloquente e um escritor esmerado. As
suas obras abrangem vinte e cinco volumes, que compreendem cerca de duzentos
sermões, mais de quinhentas cartas e numerosos escritos políticos e literários.
Nenhum prosador de língua portuguesa se
lhe pôde comparar na exuberância e propriedade de vocabulário utilizado. Vieira
foi uma inteligência poderosíssima que desfrutou da oportunidade de se manter
em contato com o mundo intelectual da época - nomeadamente durante as suas
missões diplomáticas na França, na Holanda e na Itália e no período em que
viveu em Roma.
Figura humana excepcional, teve coragem
de assumir interpretações pessoais de vários temas teológicos, afastando-se da
visão conservadora e fanática da ordem dos jesuítas a que pertencia. Por isso,
também foi alvo de perseguições, tendo sido preso durante alguns anos em
situação de incomunicabilidade, num lúgubre cubículo de reduzidas dimensões,
sem luz, mal arejado, apenas com uma cama, um cântaro, uma mesinha, um banco e
um vaso de despejos. Veio a ser condenado à morte na fogueira, sentença que de
fato não chegou a ser executada.
Antônio Vieira renunciava ao conforto e
às situações de conveniência pessoal, mantendo-se fiel aos princípios do
verdadeiro cristianismo. Nada fez para evitar que o prendessem e, uma vez
encarcerado, não se deixou abater psicológicamente, mantendo intacta a sua
dignidade. Reconhecia-se como Homem Imortal, e as vicissitudes por que passava
não alteravam a sua força interior, consciente da inferioridade espiritual dos
seus algozes e da duração passageira das injustiças destes.
Certa vez, dada a sua amizade com o
rei, empenhava-se com ele em grandes negócios, quando pessoas neles
interessadas, cientes da sua influência, lhe mandaram entregar uma bolsa com
apreciável quantia em ouro. Para não parecer uma gratificação, sugeriram-lhe
que distribuísse essa importância pelos pobres. Vieira, ao aperceber-se das
intenções dos negociantes, recusou a oferta com indignação, acrescentando ao
portador que, perante tal atrevimento, merecia que o fizesse descer pela
janela, em vez de pela porta.
As torturas morais e materiais que lhe
infligiram os membros do clero, serviram-lhe para melhor se aperceber do
flagrante desvirtuamento do cristianismo, e fizeram crescer nele o desejo de
trabalhar no sentido de restabelecer a Verdade nos princípios divulgados por
Jesus Cristo e contribuir para uma maior espiritualização da humanidade.
Anteviu e defendeu um projeto espiritualista cristão universal, baseado na teoria
das reencarnações e no princípio de igualdade do homem - como Força e Matéria -
perante as leis naturais e imutáveis que regem o Universo.
Não tendo conseguido essa ação
remodeladora nos cerca de noventa anos de vida física, terá decidido trabalhar
astralmente nesse sentido. E foi, então, já depois de liberto da matéria, que coordenou
o trabalho de fundação de uma Doutrina verdadeiramente espiritualizadora,
planejando e executando uma longa série de ações que, culminaram com o
lançamento do Racionalismo Cristão, em 1910, no Brasil.
Antônio Vieira, com a sua natureza
varonil, independente, destemerosa e segura das suas convicções, foi o
idealizador e o inspirador principal do Racionalismo Cristão, daí ser
considerado o patrono espiritual desta Doutrina.
Um dos mestres racionalistas cristãos, cujo brilhantismo dos
conteúdos consultados pelo autor, foram largamente utilizados neste, Luiz de Souza, será melhor conhecido a
seguir. No início da “Reflexão”, nos capítulos “Considerações Sobre a Moral”, “Sabedoria”,
“ Sobre a Morte e o Morrer”, “Nas Horas de Lazer”, “Sobre a Intelectualidade e
Espiritualidade” e “ Conclusão”. A quantidade de informações sobre Souza, está
aquém do que merece, porém:
Nascido em
1896, engenheiro civil de profissão e escritor notável e incomum Residente em
vida física na cidade de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro — Brasil,
presidiu inúmeras reuniões públicas de limpeza psíquica, realizadas na Filial
do Racionalismo Cristão daquela cidade, marcando sua passagem de incomparável doutrinador,
ainda relembrado por assistentes que frequentam essa Casa e por militantes que
nela trabalham.
A
desencarnação de Luiz de Souza ocorreu em 1974
O autor afirma que, foi
através da leitura de uma verdadeira “preciosidade”, escrita por este que vocês
terão oportunidade de conhecer agora, que surgiu a idéia deste trabalho. Henrique Carlos Sequeira está presente
indiretamente da primeira à ultima linha deste; explicitamente, foram
utilizadas suas proposições na “Reflexão” e nos capítulos “ A Raça Humana na
Terra”, “A História do Pensamento Humano”, “Considerações Sobre a Moral”, “O
Bem e o Mal”, “ Importância do Trabalho”, “Conduta Racional”, “ Sobre a
Intelectualidade e a Espiritualidade”, “Evolução Espiritual” e “ O cidadão
Cósmico Universal”.
Henrique Carlos Sequeira foi um homem que desenvolveu a sua
intelectualidade na área da Matemática. Professor catedrático na
Universidade Internacional de Lisboa, deu aulas para formação de mestrado no
Instituto Superior Técnico (IST), foi um dos fundadores do Instituto Nacional
de Estatística (INE), diretor do Laboratório Nacional de Engenharia e
Tecnologia Industrial, funcionário superior do Estado, membro da Sociedade de
Geografia, membro de Investigação Científica.
Marido, pai, avô e bisavô extremoso,
homem de porte correto, simples, humilde, de educação exemplar, sempre soube
transmitir, externar todo o seu saber, todo o seu pensar, em suas palestras.
Trabalhou como professor dos 21 aos 70 anos, em 1998, se aposentou.
Orador por excelência, de grande eloquência,
teve ao longo do tempo, designadamente nos eventos das Casas Racionalistas
Cristãs em Portugal, e em particular na de Lisboa, intervenções espiritualistas
e espiritualizadoras, impregnadas de saber e desenvolvimento dos princípios
doutrinários no envolvimento das causas culturais, sociais, morais, cívicas,
econômicas etc., que prendiam a atenção de quem o escutava, bebendo suas sábias
exposições, que transmitiam, sempre, princípios conducentes à evolução, não
raro desafiando a assistência à prestação da sua quota-parte.
Grande incentivador do estudo e prática
do Racionalismo Cristão, objetivando a contribuição para a melhoria da
sociedade humana em que nos inserimos.
Brilhante colaborador do Jornal A Razão quer no tempo do nosso querido dr. Humberto Machado
Rodrigues, quer recentemente, na abordagem sobre a biblioteca de
Alexandria (Dezembro de 2006). Além do que escreveu nessa matéria,
Henrique Carlos Sequeira enviou a essa monumental e histórica biblioteca,
através da embaixada do Egito em Portugal, dois exemplares do livro Racionalismo Cristão.
Nascido em 1928 com elevada
espiritualidade, desenvolveu-se nas ciências e na filosofia, em Luanda, Angola
e Portugal, onde Henrique Carlos Sequeira passou a trabalhar com muito afinco,
dedicação, estudo contínuo, até o seu último dia de vida física, em 12 de abril
de 2008.
Foi no ultimo
livro estudado pelo autor, até o encerramento deste, encontrado na página racionalista cristã da internet, “Adorável Jubileu”, que no trecho do
discurso de Luiz de Mattos, quando da
inauguração da filial berço de Santos-SP, o mesmo diz ter codificado o Racionalismo Cristão a partir das
proposituras do famoso fisiologista Claude
Bernard, ao invés de kardec e os ocultistas, que procuramos pesquisar sobre
esta notável figura. Especificamente, foi utilizado no “O Surgimento do Racionalismo Cristão”. Sobre êle, temos a dizer
que:
Claude Bernard, médico e fisiologista
francês nascido em Saint-Julien, França, (1813 – 1878) famoso por seu estudo
dos sistemas orgânicos e a criação da fisiologia experimental, que abriu novos
caminhos para o conhecimento dos mecanismos que regem o funcionamento dos seres
vivos.
Estudou
Medicina em Paris, onde foi assistente e sucessor do fisiologista François
Magendie (1783-1855), seu mestre, na cátedra de Medicina no Colége de France, e
com quem realizou pesquisas sobre os nervos espinhais. Iniciou seus estudos
sobre a Fisiologia (1843), que resultaram em trabalhos sobre a digestão, a
circulação e o sistema nervoso, doutorou-se em ciências (1853) e criou e
assumiu a cátedra de Fisiologia Geral na Faculdade de Ciências de Sorbonne
(1854).
Entrou como membro da Academia Francesa
de Ciências (1854) e para o Collège de France, após a morte de Magendie (1855)
e morreu em Paris. Considerado um precursor da revolução bioquímica do século
XX, desenvolveu também importantes investigações sobre substâncias venenosas.
Também entrou para a Academia de Medicina (1868) e escreveu um extraordinário
livro: Introduction à la médecine expérimentale (1865).
Do próximo “colaborador”, o autor terá muita facilidade em
escrever, pois conviveu com o mesmo desde o seu primeiro dia de vida, trata-se
de Fernando Faria, seu pai. Foram
utilizados conceitos extraídos das três obras racionalistas do mesmo. Especificamente
nos capítulos “A Raça Humana na Terra”, “
Interferências” e “Pensamentos e suas Consequências”.
Fernando
Faria
nasceu em 15 de outubro de 1930 na cidade de Pires do Rio-GO, ali teve sua
infância. Por motivos de ordem profissional, seu pai Mario Orlando Faria, foi
transferido para a charqueada do grupo ao qual era funcionário, para a cidade
de Uberlândia-MG. Mudaram-se então Pai, mãe, Fernando e o seu irmão gêmio
idêntico Ferdinando Faria.
Posteriormente, mudaram-se para São
Paulo capital, onde seu pai exerceu os ofícios de barbeiro e posteriormente
taxista e chaveiro.
Fernando e Ferdinando começaram aos quatorze
anos de idade a trabalhar como ofice-boys no centro da capital paulista para
custear seus estudos, no período da noite, uma vez que o ensino ginasial era
particular.
Seu sonho era ser um químico, matéria,
aliás, que mais gostava, porém pelo fato de tanto Fernando como Ferdinando
serem daltônicos, foram aconselhados por um professor a procurar uma carreira
diferente, já que os mesmos não conseguiam distinguir as mudanças de cores
provenientes das reações químicas. Foram aconselhados a procurar fazer
faculdade de elétrotécnica; ambos seguiram o conselho do velho mestre e
formaram-se elétrotécnicos, cursaram também inglês e francês, o que lhes proporcionaram
fluência nos dois idiomas. Terminando o curso, o pai Sr. Mario, manifestou o
desejo de que ambos seguissem sua profissão de taxista, para que em esquema de
rodízio, o veículo pudesse trabalhar as 24 horas do dia, otimizando os ganhos
da família; o que não foi visto com simpatia tanto por Fernando como por seu
irmão Ferdinando.
Surgia a Petrobrás, e as obras da
Refinaria Presidente Bernanrdes em Cubatão iriam começar. O governo tinha
enorme carência de técnicos com inglês fluente, para fazerem parte das equipes
de construção vindas dos Estados Unidos da América do Norte, e pudessem
absorver a técnica dos mesmos. Lá foi Fernando enfrentar o processo de seleção
e como tinha inglês fluente, foi contratado de imediato, assim como seu irmão
gêmeo Ferdinando. Foram colocados junto à engenheiros americanos e sua vida
profissional após formado deu-se ali, nos anos cinquenta. Seu pai Mario, não
viu com bons olhos tal empreendimento;
em outra cidade, longe dos seus olhos cuidadosos; até que ficou ciente dos
salários a que ambos fariam jus; muito
superior ao de taxista. Foi então que a família resolveu mudar-se para Santos
junto com os filhos.
Em 1954, numa visita que o então
compadre de seu pai, desde os tempos de Pires do Rio-GO, o caminhoneiro Mario Paronetto Guiotti fazia em
sua casa com a filha que vinha passar férias de início de ano, conhece Sonia
Paronetto. Deu-se início o namoro, noivado e a mesma já não voltou mais para
Pires do Rio após as férias. Casaram-se e desta união nasceram 03 filhos; Sueli,
Flavio, quem vos escreve e a caçula Silvia.
Foi na primeira casa que o casal
adquiriu após o casamento, no canal 05 em Santos, que fenômenos estranhos
aconteciam quando as luzes eram apagadas para que dormissem... Estalos por todo
o canto, barulho de madeira e correntes se arrastando, não deixavam que ambos
dormissem. O então materialista Fernando, elaborou um dispositivo em que, da
sua cama, com um único botão, uma vez acionado, acendiam as luzes da casa
toda... para que o mistério pudesse ser mais facilmente desvendado. Qual nada,
ao ser acionado tal dispositivo, o lustre caiu por sobre a cama do casal,
assustando-os terrivelmente, foi quando Fernando colocou à venda sua
residência.
Um subordinado seu ao ler o anúncio na cantina
do canteiro de obras sobre a venda do imóvel, foi ter com o seu chefe a cerca
dos motivos que o levavam a se desfazer do imóvel recentemente adquirido ...
explicada a real situação, o mesmo anotou o endereço e falou sobre uma reunião
espírita que acontecia em um centro de sua irmã, em São Paulo, capital, no
sábado próximo e, o mesmo levaria o endereço lá e explicaria o ocorrido.
Fernando achou graça, era uma 4ª feira...
Os barulhos continuaram intensamente
neste dia, na 5ª, na 6ª feira e no sábado desapareceram.. assim como no domingo!
Fernando foi na 2ª feira movido por uma curiosidade enorme, atrás do seu
subordinado, para saber o que havia acontecido e o mesmo lhe falou sobre um
antigo morador da residência que havia falecido há um bom tempo, porém
continuava lá e ficou muito chateado com a presença de estranhos, fazendo tudo
para que os mesmos se retirassem de lá.
Fernando achou absurda a explicação,
porém os barulhos desapareceram completamente o que o levou a estudar o
espiritismo. Iniciou-se pelo Livro dos Espíritos de Allan Kardec.
Para que pudesse alcançar melhores
colocações na Petrobrás, no início dos anos setenta, entra na faculdade de
administração de empresas Lusíadas, 1ª turma, na cidade de Santos, juntamente
com seu fiel companheiro e irmão gêmeo. Formam-se e conseguem a merecida e
sonhada promoção através de concursos internos promovidos pela empresa,
especializando-se no controle e gestão de estoques informatizados. O sistema
por ele desenvolvido foi implantado em todas as refinarias do país e em algumas
no exterior. Aposentando-se em 1989, voltou a trabalhar por contrato na mesma
Petrobrás, por mais 03 anos para a finalização da informatização nas demais
refinarias brasileiras.
Conheceu o Racionalismo Cristão nos
anos setenta, continuou suas pesquisas espiritualistas através do ocultismo,
umbanda, candomblé, maçonaria, estabelecendo-se definitivamente no Racionalismo
Cristão, vindo a tornar-se militante e eternizar-se no Racionalismo Cristão
através das três obras racionalistas de sua autoria, disponíveis atualmente
tanto na Internet como nas livrarias das Casas Racionalistas Cristãs. Faleceu
em 21 de outubro de 1995, vítima de um acidente rodoviário.
O próximo colaborador, possa ser que não tenhamos informações biográficas a
contento, uma vez que ainda jovem, sequer cogitou na possibilidade de uma autobiografia.
Porém, a pertinência dos conteúdos de suas obras sobre o Racionalismo Cristão é
primoroso. Foram utilizados conceitos do livro I e III de sua coleção, citados nas referências
bibliográficas, que enriqueceram os capítulos “A História do Pensamento Humano”,
“ A Condição de Encarnado”, “Práticas facilitadoras da recepção”, “Interferências”,
“Desejos”, “Sobre a Morte e o Morrer” e “Importância do trabalho”. Trata-se de Luiz Hamilton Menossi.
Este intelectual não racionalista cristão, norteou o início
do capítulo “Considerações Sobre a Moral”,
onde se fala sobre a Moral. Trata-se
de um filósofo contemporâneo espanhol chamado Adolpho Vasquez Sanchez, sobre sua vida e obras, resumidamente
temos:
Adolfo Sanchez Vazquez (nasceu em Andalucia, Espanha em 17 de
setembro, 1915) é um espanhol, mexicano filósofo, escritor e professor.
Depois de estudar filosofia na Universidade de Madrid, ele emigrou para
o México em 1939 com muitos outros intelectuais, cientistas e artistas seguindo
a derrota da República na Guerra Civil Espanhola. Ele obteve o Doutorado em
Filosofia na Universidade Nacional Autônoma do México onde ele é professor.
O próximo colaborador também não
pertence a Doutrina Racionalista Cristã, porém é um historiador
conceituadíssimo, de onde tiramos informações valiosas sobre as origens do mal.
Sua pesquisa sobre as influências do mal, embasaram a primeira parte do
capítulo “O Bem e o Mal”, que versa justamente sobre o Bem e o Mal. Trata-se de
Jeffrey B. Russell!
Jeffrey Burton Russell (nascido em
1934) é um historiador americano e estudante religioso, que recebeu sua
pós-graduação na Universidade da Califórnia, Berkeley em 1955 e seu PhD da
Universidade Emory em 1960. Ele é agora Professor Emeritus de História, na
Universidade da Califórnia, Santa Bárbara. Ele também ensinou História e
Religião em Berkeley, Riverside, Harvard, Universidade do Novo México e
Universidade de Notre Dame.
Ele publicou
largamente a história medieval da Europa e a história da teologia. Ele é mais
escrito por seu quinto-volume histórico no conceito de ‘O Diabo’.
Outros livros
incluem Inventando o seu Lugar na Terra (1991). Isso debateu pois no século 19
anti-cristãos inventaram e difundiram a falsa história que educou pessoas na
Idade Média que acreditavam que a Terra era o seu lugar, Ele também escrever A
história do Céu: O Som do Silêncio (1997), o estudo da história do céu no
pensamento do Cristianismo.
O
próximo autor, Racionalista Cristão, forneceu elementos relevantes para a
composição dos capítulos “O Bem e o Mal”, “Desejos”, “Pensamento e suas Consequências”,
“Sobre a Morte e o Morrer” e “Conduta Racional”; mostrando a visão racionalista
do assunto abordado, ora complementando ora corroborando os pesquisadores de
fora da filosofia Racionalista Cristã, além de “ensinar” ao autor deste como se
estrutura tecnicamente um livro. Trata-se de Caruso Samel. Sobre ele conseguimos levantar:
Caruso
Samel,
77, natural de Miracema (RJ) em 1929, RJ, proveniente de família humilde é
graduado em engenharia química pela Universidade do Brasil (UB), com registro
no CREA e em direito pelas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), também com
registro na OAB. Especialista nas áreas de engenharia, Engenharia e Construção
de Usinas Nucleares; Processamento de Dados para Executivos pela IBM,
Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas, entre outros.
Professor em vários cursos de formação
universitária, conferencista e palestrante sobre temas
filosófico-espiritualistas.
Diretor-Tesoureiro
do Centro Redentor Filial de Butantã, na cidade de São Paulo, SP, Brasil, em
abril de 2000 passou a colaborar no jornal A Razão, desenvolvendo temas sob o título geral de “Regras de
bem viver”.
Escritor, com títulos específicos nas áreas
de engenharia, petroquímica e mais recentemente sobre assuntos filosóficos e
metafísicos.
Aposentado em
1993, passou a se dedicar, com maior intensidade, ao auto-desenvolvimento
intelectual e espiritual. Desde sua juventude teve uma grande inclinação para
escrever. Fascinado pelas obras de grandes escritores nacionais e
internacionais, com forte inclinação para as obras de Filosofia, Metafísica e
Ciência.
Mesmo sabendo que
o pensamento é a manifestação mais significativa da Força Inteligente, da alma
humana, enfim, do espírito, preocupou-se sempre com o estudo da inteligência
emocional e suas manifestações em forma de sentimentos e emoções. Possuindo uma
biblioteca de mais de 1500 obras e após muitas pesquisas na Internet, escreveu
e editou três livros, a saber:
Em 2001, lançou o livro de sua autoria
Reflexões sobre os sentimentos, agora em sua quarta edição, contendo numerosos
temas relacionados com a espiritualidade. Nessa obra, de fundo filosófico e
humanista, Caruso Samel mostrou a importância de o ser humano manter sempre uma
atitude positiva de bem-querer em seus relacionamentos.
Em 2004, lançou o livro Pensamentos
para bem viver, entrando agora na sua terceira edição, livro de auto-ajuda que
teve enorme repercussão e aceitação por parte de seus leitores. Trata-se de um
livro baseado na filosofia do EU POSSO, em que o leitor, através de pensamentos
positivos e altruístas, descobre e ensina como enfrentar as vicissitudes da
vida com galhardia e sucesso.
A
harmonia universal e a evolução espiritual vêm completar essa trilogia.
Autodidata em assuntos de natureza científica e filosófica, além de profundo estudioso
do espiritualismo, Caruso Samel, procura nos transmitir os elevados princípios
da moral cristã sob a ótica espiritualista.
Presentemente, um quarto livro acha-se
em elaboração, com o título provável de “Reflexões sobre os sentimentos e
emoções”, com lançamento previsto para 2009.
A próxima autora tinha especial simpatia da também militante
racionalista Sonia Faria, mãe do autor. Escreveu a cerca da luta do bem contra
o mal, título de seu livro, e também embasou o capítulo “O Bem e o Mal”.
Trata-se de Umbelina M. S. Guimarães.
Sobre sua vida, pudemos colher as informações que se seguem:
Umbelina
Maria dos Santos Guimarães,
natural de Pará de Minas-MG, nasceu em 12 de julho de 1932, casada, mãe de seis
filhos, formada no curso de auxiliar de enfermagem da Escola de Saúde Oswaldo
Cruz, em Belo Horizonte.
Exerceu
atividades relativas à sua profissão no SOCOR (Socorro do Coração), um dos mais
conceituados hospitais de Minas Gerais.
Filiou-se no Racionalismo Cristão em
14/11/1983 na filial de Belo Horizonte, desempenhando funções como esteio das
correntes; presidindo algumas sessões públicas. Liderando atualmente o grupo de
racionalistas cristãos do correspondente de Sta. Efigênia, em Belo
Horizonte-MG. desde janeiro de 1992.
Este intelectual é
de fora da Doutrina Racionalista Cristã. Esteve em diversas partes do planeta
estudando, refletindo, palestrando e escrevendo brilhantes obras para
orientadores e professores. Seus conceitos embasaram parte do capítulo “Sabedoria”. Trata-se de Rubem Alves; sobre ele:
Rubem
Alves
nasceu no dia 15 de setembro de 1933, em Boa Esperança, sul de Minas Gerais,
naquele tempo chamada de Dores da Boa Esperança. A cidade é conhecida pela
serra imortalizada por Lamartine Babo e Francisco Alves na música "Serra
da Boa Esperança".
A família mudou-se para o Rio de Janeiro, em
1945, onde, apesar de matriculado em bom colégio, sofria com a chacota de seus
colegas que não perdoavam seu sotaque mineiro. Buscou refúgio na religião, pois
vivia solitário, sem amigos. Teve aulas de piano, mas não teve o mesmo
desempenho de seu conterrâneo, Nelson Freire. Foi bem sucedido no estudo de
teologia e iniciou sua carreira dentro de sua igreja como pastor em cidade do
interior de Minas.
No período de 1953 a 1957 estudou Teologia no
Seminário Presbiteriano de Campinas (SP), tendo se transferido para Lavras
(MG), em 1958, onde exerce as funções de pastor naquela comunidade até 1963.
Casou-se em 1959 e teve três filhos:
Sérgio (1959), Marcos (1962) e Raquel (1975). Foi ela sua musa inspiradora na
feitura de contos infantis.
Em 1963 foi estudar em Nova York,
retornando ao Brasil no mês de maio de 1964 com o título de Mestre em Teologia
pelo Union Theological Seminary. Denunciado pelas autoridades da Igreja
Presbiteriana como subversivo, em 1968, foi perseguido pelo regime militar.
Abandonou a igreja presbiteriana e retornou com a família para os Estados
Unidos, fugindo das ameaças que recebia. Lá, torna-se Doutor em Filosofia
(Ph.D.) pelo Princeton Theological Seminary.
Sua tese de doutoramento em teologia, “A
Theology of Human Hope”, publicada em 1969 pela editora católica Corpus Books
é, no seu entendimento, “um dos primeiros brotos daquilo que posteriormente
recebeu o nome de “Teoria da Libertação”.
De volta ao Brasil, por indicação do
professor Paul Singer, conhecido economista, é contratado para dar aulas de
Filosofia na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro (SP).
Em 1971, foi professor-visitante no Union Theological Seminary.
Em 1971, foi professor-visitante no Union Theological Seminary.
Em 1973, transferiu-se para a
Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, como professor-adjunto na
Faculdade de Educação.
No ano seguinte, 1974, ocupa o cargo de
professor-titular de Filosofia no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
(IFCH), na UNICAMP.
É nomeado professor-titular na
Faculdade de Educação da UNICAMP e, em 1979, professor livre-docente no IFCH
daquela universidade. Convidado pela "Nobel Fundation" profere
conferência intitulada "The Quest for Peace".
No início da década de 80 torna-se
psicanalista pela Sociedade Paulista de Psicanálise.
Em 1988, foi professor-visitante na
Universidade de Birmingham, Inglaterra. Posteriormente, a convite da
"Rockefeller Fundation" fez "residência" no "Bellagio
Study Center", Itália.
Na literatura e a poesia encontrou a
alegria que o manteve vivo nas horas más por que passou. Tornou-se autor de
inúmeros livros, é colaborador em diversos jornais e revistas com crônicas de
grande sucesso, em especial entre os vestibulandos.
Afirma que é “psicanalista, embora
heterodoxo”, pois nela reside o fato de que acredita que no mais profundo do
inconsciente mora a beleza.
O autor é membro da Academia Campinense
de Letras, professor-emérito da Unicamp e cidadão-honorário de Campinas, onde
recebeu a medalha Carlos Gomes de contribuição à cultura.
Agora, falaremos de uma pessoa de especial importância para
o Racionalismo Cristão. Trata-se do doutor Pinheiro Guedes, cuja obra Ciência
Espírita embasou técnicamente boa parte das explicações racionalistas cristãs, codificadas
por Luiz de Mattos. No trabalho que se segue, utilizamo-nos dos seus conceitos
no capítulo “A Condição de encarnado” e a “Conclusão”. Sobre Pinheiro Guedes podemos dizer que:
Pinheiro Guedes, médico na Corte, oficial do Exército,
foi Senador da República, justamente quando se instalou a Assembléia
Constituinte de 1890, que elaborou a primeira Constituição Republicana do
Brasil.
Era
Pinheiro Guedes, nessa ocasião, representante de Mato Grosso, ao lado de
Joaquim Murtinho. Da independência de seu caráter e sinceridade de suas
convicções, é prova o fato de haver Pinheiro Guedes, com Ângelo Torterolli e
outros espiritualistas da época, encabeçado uma comissão que foi à presença de
Pedro II oferecer uma coleção de obras espíritas ao magnânimo Imperador do
Brasil.
CIÊNCIA
ESPÍRITA prova de início, que a Medicina se originou do espiritismo e demonstra
a perfeita entrosagem entre o corpo, que o médico trata, e o espírito, que
preside a formação desse corpo, desde a sua fase inicial. Daí a extraordinária
vantagem do médico que, possuidor da ciência humana, é também conhecedor da
ciência espírita. Nesta ordem de idéias, o Dr. Pinheiro Guedes é de uma clareza
admirável, e se torna irresistivelmente fascinante quando explica, sob a luz da
ciência espírita, os fenômenos comumente designados como histerismo, loucura e
outros.
Quando dos estudos das obras racionalistas, disponíveis na
internet, o autor depara-se com um livro de capa verde, intitulado “Trajetória
Evolutiva”, não fazia idéia que tudo o que tinha na mente pronto para passar
para um dos capítulos deste, já havia sido escrito por este que será o nosso
próximo autor a ter um pouco de sua vida conhecida.
A pontinha de
inveja sentida, por não ser o precurssor de tal façanha logo se desfez, quando,
ao ler sobre a biografia deste, lágrimas
de emoção o alcançaram e, um elevado grau de admiração surgiu. Também foram colhidos conceitos deste, nos
capítulos “Cérebro, o receptor das Vibrações da Inteligência Universal”e “Escalas
de Evolução Espiritual”. Trata-se de Felino
Alves de Jesus:
Era
Felino Alves de Jesus filho de Maria
Alves de Jesus e Saturnino Antonio de Jesus, pais humildes, mas honrados, e com
algumas carências, transcorreu a sua infância.
Morou
em ambiente muito simples e alguns de má vizinhança, a ponto de sua mãe
ocupá-lo em atividades na Igreja de Santo Afonso, no bairro do Andaraí (aonde
chegou a ser sacristão), a fim de afastá-lo do meio ambiente em que residiam,
nas proximidades do Morro do Arrelia, um dos famosos locais perigosos daquela
época. Envidados esforços, mudou-se a família para Jacarepaguá e aí tudo
começou a se modificar. O menino é matriculado na antiga Escola Bahia, em
Jacarepaguá (escola pública de ensino gratuito) e de tal modo se destacava, que
sua professora, a sempre lembrada D. Olímpia Bitting Borges, passou a tomar
interesse por ele, procurando seus pais para que interrompidos não fossem os
estudos do aluno brilhante, que concluído o curso primário não teria
possibilidades de prosseguir estudando.
Naquele
tempo, apenas existia um colégio de nível ginasial, mantido pelo governo e
gratuito, o tradicional Colégio Pedro II, com vagas sempre ocupadas por
recomendação. Era aprimorado o seu
ensino e altamente conceituado o seu Corpo Docente composto de grandes mestres.
–
Quem recomendaria um menino desconhecido e carente de recursos financeiros?!
D.
Olimpia, ciente das dificuldades existentes, empenha-se com um amigo, diretor
de um colégio particular, para conseguir uma matrícula gratuita no curso
ginasial.
Todavia,
não satisfeita com a orientação que o seu ex-aluno vinha recebendo, resolve
apelar, através de reportagem no jornal “O Globo”, para que melhor fosse olhado
o aluno carente de recursos financeiros e com capacidade intelectual, citando
como exemplo o caso do seu aluno querido, impedido de ter acesso às escolas de
nível ginasial.
Logo
se fizeram sentir os resultados daquele alerta! Foi conseguida matrícula no Colégio
Pedro II e Felino recebe aulas dos grandes mestres daquela época. Cursava ele o
4º ano ginasial, quando sua amiga e ex-professora D. Olimpia o alerta para a
tomada de uma decisão quanto à carreira a seguir. Na situação dele, com
carência de recursos financeiros, deveria ser escolhida uma carreira militar.
Felino
escolheu a Marinha. Talvez fosse desnecessário dizer que ele optou pela de mais
difícil acesso, quer pelo exame de habilitação, quer pelo critério de seleção
na admissão à matrícula em sua escola preparatória de oficiais – a famosa
Escola Naval (Villegagnon).
É
incentivado por D. Olimpia. Apesar de ainda estar no 4º ano ginasial, arrisca,
sem nenhum preparo em curso especializado, o exame de habilitação à Escola
Naval, por causa do limite de idade que seria ultrapassado, caso ele esperasse
concluir o curso ginasial (na época de 5 anos).
Agradável
surpresa: é aprovado em 11º lugar! E, depois?!
Surgem
os sérios obstáculos do critério de admissão, rigorosíssimo na seleção dos
candidatos, porque para a Escola Naval, naquela época, era selecionada uma
espécie de elite da mocidade que desejava uma carreira militar.
Analisados
os antecedentes do aluno classificado em 11º lugar, a Diretoria da Escola Naval
rejeita a admissão por ser filho de um praça da Polícia Militar do antigo
Distrito Federal. Novamente, D. Olimpia se movimenta. Procura seu amigo
Almirante Protógenes Guimarães, na época interventor do Estado do Rio de
Janeiro, expõe o problema do seu pupilo e ameaça com uma reportagem sobre o
critério de discriminação social na Escola Naval. O Almirante Protógenes
Guimarães interessa-se pelo assunto e envida esforços junto à direção da Escola
Naval e junto ao Ministério da Marinha, alertando para o censurável critério
que tanto desmerecia a famosa Marinha Brasileira e o sério problema criado com
a exclusão de um aluno classificado dentro do número de vagas e num dos
primeiros lugares, após rigoroso exame de habilitação.
Satisfatoriamente,
é resolvido o problema, e a partir daquela época começa a se modificar o
critério de admissão dos alunos aprovados na Escola Naval.
Novo
obstáculo: aquisição do enxoval, bastante custoso, dado o número de fardas e
complementos, roupa de cama, calçados etc.
Diante
da situação dos pais de Felino, D. Olimpia lembra um ofício endereçado ao
Comando da Policia Militar do antigo Distrito Federal, relatando a notícia
alvissareira: um filho de praça daquela corporação matriculado na Escola Naval!
O ofício é enviado pelo próprio Ministério da Marinha. Recebido o ofício, é
imediatamente transcrito na Ordem do Dia da Corporação e por sugestão do
Comandante Aragão o enxoval do futuro Oficial da Marinha ia ser fornecido pela
Policia Militar. Mas, tal foi o regozijo e tão estimado era o praça Saturnino
Antonio de Jesus, que cada praça fez questão de doar um dia de seu soldo para
ajudar na aquisição do enxoval!
Em
23 de abril de 1934, Felino ingressa na Escola Naval e inicia sua carreira
militar. Destaca-se nos estudos, disciplina, trato social e atitudes
patrióticas. Em 30 de dezembro de 1939 sai Guarda-Marinha e classifica-se num
dos primeiros lugares. Faz a viagem de instrução no Navio-Escola Almirante
Saldanha e, após, recebe o galão de 2º Tenente da Marinha.
Felino
queria ser aviador. Todavia, teria que esperar o posto de 1º Tenente para
ingressar na Aviação Naval.
É
criado o Ministério da Aeronáutica, em janeiro de 1941. Felino pede
transferência para a Força Aérea Brasileira (FAB). É matriculado na Escola de
Aeronáutica dos Afonsos em 10 de maio de 1941, tendo como companheiros os
Aspirantes de Villegagnon (Escola Naval) e os Cadetes de Realengo (Escola de
Aviação Militar). É considerado Oficial-aluno. Terminado o Curso de Pilotagem,
em 30 de setembro de 1942, tira o Curso de Pára-quedista, na Escola do
Aeroclube de S. Paulo, onde surgiu o pára-quedismo no Brasil. Ao término do
Curso, em 3 de março de 1943, recebe Menção Honrosa e classifica-se em 1º
lugar. Passou a ser o Primeiro Páraquedista da FAB e chegou a executar 31
saltos, alguns do tipo retardado.
O
Brasil entra na 2ª Guerra Mundial.
Surge
o 1º Grupo de Caça e é aberto o voluntariado. Felino inscreve-se como voluntário
para Controlador de Radar. Ocupa uma das 4 vagas existentes e é enviado, em 30
de março de 1944, para uma Base de Treinamento da Força Aérea Americana, no Canal
do Panamá. Antes de partir, despede-se do Comando da Escola de Aeronáutica dos
Afonsos, e seu Comandante, Brigadeiro Fontenelle, em ofício diz: “Elogio o
Tenente Felino pela correta disciplina militar, dedicação e espírito de
sacrifício”.
Em
agosto de 1944, em companhia de três colegas ruma para a Itália, desembarcando
em Nápoles. Permanece agregado à Força Aérea Americana, enquanto aguarda a
chegada do 1º Grupo de Caça. Em 7 de outubro de 1944, na Base Aérea próximo a
Tarquínia (Itália) recebe o 1º Grupo de Caça e fica incumbido da ligação desse
Grupo de Caça com a Força Expedicionária Brasileira (FEB). Diziam seus colegas
que ele era tudo: desde mensageiro, até oficial indicado para tratar de
assuntos ligados com o Estado-Maior das forças em combate. Por ser de grande
iniciativa, merecedor da confiança do Comando do Grupo, só recorria ao Comandante
Nero Moura quando se tratava de problema de extrema gravidade. Apesar das
funções em terra, não deixou de ser aviador. Realizou onze missões de
transporte, pilotando o B-25 do Grupo.
Em
2 de maio de 1945, dia em que terminaram as hostilidades na Itália, ele se
desliga do 1º Grupo de Caça recebendo do Comandante Nero Moura o seguinte
elogio: “Por ter de regressar ao Brasil, louvo o 1º Tenente Aviador Felino
Alves de Jesus pelos bons serviços prestados a este comando com tanta
espontaneidade e dedicação.
Afastado
do vôo por imposição da função que lhe coube, serviu ao Grupo com o mesmo
espírito de sacrifício e patriotismo, trabalhando para a Unidade, em guerra,
com interesse e boa vontade. Inicialmente treinado como controlador de vôo, e
neste teatro de operações não tendo oportunidade para empregar os conhecimentos
adquiridos nos cursos e estágios que realizou no Panamá, Estados Unidos e
Itália, destacou-se em outras funções que lhe foram designadas: coordenador da
mala do correio, ligação com a FEB e chefia da Seção de Armamento do lº Grupo
de Caça. Trabalhador incansável, organizador metódico e oficial disciplinado, o
Tenente Felino, pelas suas qualidades e conhecimentos obtidos em operações de
guerra, será sem dúvida uma fonte permanente de consultas futuras no âmbito da
Forca Aérea Brasileira.
No
dia 11 de maio de 1945, Felino volta à Pátria.
Estava
havendo no Brasil como que um movimento para o retorno do país à democracia.
Vivia-se a fase da ditadura de Vargas. Liderava um movimento, em prol de um regime
democrata, o inconfundível Brigadeiro Eduardo Gomes. Felino, recém-chegado dos
campos de batalha, procura o Brigadeiro e apresenta-se: “Brigadeiro, vim de
lutar por um mundo melhor, quero ao seu lado lutar por um Brasil melhor”.
A
partir desse encontro, começa a participar ativamente da campanha pela
redemocratização do país, sem temer consequências. Estava no serviço ativo da
Força Aérea Brasileira. Em serviço, era o militar disciplinado. Fora do serviço
era o lutador incansável, idealista, colaborador dedicado e leal, grande
incentivador da Campanha liderada pelo Brigadeiro Eduardo Gomes que tinha por
lema: “O preço da Liberdade é a eterna Vigilância”.
Era
indicado para viagens aéreas com a responsabilidade de conduzir autoridades civis,
militares e eclesiásticas. Apesar de seus superiores hierárquicos conhecerem
suas convicções e ideais espiritualistas, era frequentemente indicado para
conduzir padres e bispos a Congressos, e numa dessas viagens teve a
responsabilidade de conduzir o Cardeal D. Jaime Câmara que havia solicitado à
Diretoria de Rotas Aéreas um piloto competente para conduzi-lo à sagração de
Bispos, no Norte do país. Naquela época, a aviação brasileira como que
engatinhava; suas rotas recém-criadas, falta de radiocomunicações em alguns campos
de pouso; não havia os recursos e a segurança de hoje. Era uma aventura
sobrevoar o rio Tocantins, atravessar o Amazonas, alcançar Fernando Noronha, no
Oceano Atlântico, e aterrar com aparelhos de maior porte em pequenos campos de
pouso. Daí a indicação dos pilotos da FAB para missões de major
responsabilidade. Em todos os lugares onde pousava, Felino fazia amigos,
recebia presentes (pássaros, corcinhas, micos, tartarugas, jabutis) e até uma
coleção de arco e flechas ganhou do cacique de uma tribo, quando pela primeira
vez o cacique viu pousar um avião do Correio Aéreo Nacional, em Xavantina,
próximo à tribo. Os padres e missionários protestantes eram seus admiradores,
pela boa vontade com que o piloto Felino, às vezes até infringindo o
regulamento, mas tentando salvar vidas, conduzia enfermos para as localidades
aonde pudessem ser prestados socorros imediatos. Quantas vidas ajudou a salvar
e crianças a nascer! . . . Mas tal era a sua noção de disciplina, que chegado
ao final de viagem, em seus relatórios sempre citava “as indisciplinas"
cometidas.
Resolveu
cursar Engenharia. Desejava tirar o Curso de Engenheiro em Radiocomunicações.
Concorre ao exame de seleção à antiga Escola Técnica do Exército, hoje
Instituto Militar de Engenharia (IME) e é aprovado em 1º lugar! Inicia o curso
em março de 1945 e chega até a metade do 2º ano, quando faleceu. Apesar do
pouco tempo de convivência, a figura do colega Felino foi tão marcante que a
rapaziada de então, até hoje, recorda-o pelo seu coleguismo, capacidade
intelectual, sua liderança.
Nas
homenagens póstumas prestadas por ocasião da Formatura de Engenheiros do ITA de
1951, foi lembrado, citado, como que o símbolo de união das Forças Armadas –
iniciara sua carreira militar na Marinha, prosseguira na Aeronáutica e quando
de seu falecimento estava agregado à Escola Técnica do Exército. “Para eles foi
o líder a ser seguido” (palavras do orador da Turma 1951, Engenheiro Antonio
Carlos Junqueira de Moraes).
Concluído
o Curso da Escola Naval, quando já possuía uma remuneração, resolveu, como que
em agradecimento a tudo que havia obtido, ajudar “alguém que quisesse ser
alguém”. Custeou os estudos de um afilhado de seus pais, filho de mãe viúva
enfrentando dificuldades. Matriculou-o num dos melhores colégios do Rio de
Janeiro, e até as despesas com material escolar pagava. Mesmo quando ausente do
país, durante a guerra, nada faltou ao afilhado de seus pais. Encaminhou o
rapaz, terminado o ginásio, para a Escola de Aeronáutica dos Afonsos, não tendo
ali concluído o curso, por motivo de saúde. Depois, já em espírito, Felino deve
ter tido a satisfação de ver seu pupilo formado em Engenharia Civil, na antiga
Escola Politécnica, a melhor da época, do Rio de Janeiro.
Felino
era afável, comunicativo, discreto, despido de vaidades, convivia com humildes,
como com grandes personalidades, sabia estar em ambientes simples, como em
ambientes de requinte, apenas se transformava quando envergava sua farda, e em
serviço era rigoroso na disciplina e no cumprimento do dever.
Apesar
das dificuldades e obstáculos “o menino sem recursos financeiros” estudou. Pelo
seu esforço e interesse, recebeu ajuda, teve uma carreira e destacou-se sempre.
Nunca alimentou sentimentos de inveja, recalques ou despeito. Foi sempre amigo
de ajudar e nunca aninhou em seu espírito sentimentos de revolta pelas
adversidades que enfrentou. Dizia ele, recordando o passado, que tudo parecia
como que um sonho e era para ele como que a valorização do que havia alcançado.
Felino
nasceu em 9 de maio de 1918. Realizou seu último vôo, comandando um avião do 2º
Grupo de Transporte, em serviço na rota de Fernando Noronha, em 11 de junho de
1949. Faleceu em 12 de julho de 1949. Apenas 31 anos de vida física. Deixou
exemplos a serem seguidos e que enchem de orgulho aqueles que lhe pertenceram.
Agora conheceremos a Dra. Glaci R. da Silva. Vamos ter o prazer de entrar em contato com um
pouco da sua bela história. Os conceitos por ela desenvolvidos foram valiosos
na confecção do capítulo “Pensamento e suas Consequências”, deste trabalho.
Nascida em 1931, na capital do Estado
de São Paulo, em berço racionalista cristão,
foi também criada dentro dos ensinamentos dessa Doutrina.
Glaci, nos
anos 80, começou a desenvolver mediunidade e foi instrumento mediúnico do
Racionalismo Cristão nos Filiados de Ribeirão Preto (SP), Campinas (SP) e Porto
Alegre (RS).
Médica,
graduada em 1957 pela Escola Paulista de Medicina (EPM). Seus primeiros
contatos com o mundo científico foram feitos durante os anos em que trabalhou
voluntariamente na EPM como Instrutora de Bioquímica. Isso a entusiasmou tanto
que resolveu seguir a carreira universitária pois as pesquisas científicas são
feitas principalmente no âmbito universitário.
Nessa época,
quem quisesse fazer Ciência no Brasil encontrava muitas dificuldades, pois
ainda não existiam aqui os cursos de pós-graduação. Uma das alternativas mais
usadas para resolver esse problema era fazer uma especialização no exterior,
estagiando em uma universidade. Assim, pouco depois de formada, foi para os
Estados Unidos onde permaneceu durante três anos fazendo estágios em
Farmacologia em duas universidades americanas: a Yale University e a Tulane
University.
Foi durante
esse período que publicou seus primeiros trabalhos científicos.
Ao retornar
ao Brasil, foi convidada para trabalhar no campus
que a Universidade de S.
Paulo (USP) acabara de implantar em Ribeirão Preto onde o objetivo específico
era fazer ciência e formar cientistas. Fez ali seu doutoramento em Farmacologia
Médica e, posteriormente, com uma bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo (FAPESP) passou dois anos na Itália fazendo seu
pós-doutoramento na Università Degli Studi di Roma.
Retornando ao Brasil e sentindo que, como
médica, era importante ter uma vivência clínica, pediu transferência para o
Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da USP onde permaneceu durante seis
anos.
Essa experiência na clínica foi um aprendizado
válido, porém afastou-a completamente das pesquisas, pois nunca concordou em
fazê-las usando para isso o ser humano como cobaia.
Em 1983
conseguiu sua transferência da USP para a Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP) onde voltou a fazer Ciência Experimental por cerca de mais dezessete anos.
Oficialmente
aposentou-se em 1996, porém continuou ligada à UNICAMP como Professora
Convidada até o ano 2000.
Este foi um dos maiores intelectuais de nossos tempos, seus
escritos, palestras e entrevistas, influenciaram positivamente a vida do autor
e de outros tantos habitantes deste planeta. Trata-se de J. Krishnamurti; filósofo contemporâneo reconhecido
internacionalmente. Utilizamos seus conceitos nos capítulos “Desejos” e “Sofrimentos”,
deste. Sobre ele temos:
Jiddu Krishnamurti nasceu na Índia em 1895. Com a idade
de 13 anos passou a ser educado pela Sociedade Teosófica, que o considerava um
dos grandes Mestres do mundo. Krishnamurti em breve viria a emergir como um
Mestre extraordinário e inteiramente descomprometido. As suas palestras e
escritos não se ligam a nenhuma religião específica nem pertencem ao Oriente ou
ao Ocidente, mas sim ao mundo na sua globalidade:
Durante
o resto da sua existência, foi rejeitando insistentemente o estatuto de guia
espiritual que alguns tentaram atribuir-lhe. Continuou a atrair grandes
audiências por todo o mundo, mas recusando qualquer autoridade, não aceitando
discípulos e falando sempre como se fosse de pessoa a pessoa. O cerne do seu
ensinamento consiste na afirmação de que a necessária e urgente mudança
fundamental da sociedade só pode acontecer através da transformação da
consciência individual. A necessidade do autoconhecimento e da compreensão das
influências restritivas e separativas das religiões organizadas, dos
nacionalismos e de outros condicionamentos, foram por ele constantemente
realçadas. K. chamou sempre a atenção para a necessidade urgente de um
aprofundamento da consciência, para esse "vasto espaço que existe no
cérebro onde há inimaginável energia". Essa energia parece ter sido a
origem da sua própria criatividade e também a chave para o seu impacto catalítico
numa tão grande e variada quantidade de pessoas.
A
Educação foi sempre uma das preocupações de Krishnamurti. Fundou várias Escolas
em diferentes partes do mundo onde crianças, jovens e adultos podem aprender
juntos a viver um quotidiano de compreensão da sua relação com o mundo e com os
outros seres humanos, de descondicionamento e de florescimento interior.
Durante
sua vida, K. viajou por todo o mundo falando às pessoas, tendo falecido em
1986, com a idade 90 anos. As suas palestras e diálogos, diários e outros
escritos estão reunidos em mais de 60 livros.
Amigos de K., reconhecendo a importância dos seus ensinamentos, estabeleceram Fundações, na Europa, nos Estados Unidos, na América Latina e na Índia, assim como Centros de Informação, em muitos países do mundo, onde se podem colher informações sobre Krishnamurti e a sua obra. As Fundações têm caráter exclusivamente administrativo e destinam-se não só a difundir a obra de K., mas também a ajudar a financiar as escolas experimentais por ele fundadas.
Amigos de K., reconhecendo a importância dos seus ensinamentos, estabeleceram Fundações, na Europa, nos Estados Unidos, na América Latina e na Índia, assim como Centros de Informação, em muitos países do mundo, onde se podem colher informações sobre Krishnamurti e a sua obra. As Fundações têm caráter exclusivamente administrativo e destinam-se não só a difundir a obra de K., mas também a ajudar a financiar as escolas experimentais por ele fundadas.
"...
Falamos da vida -- e não de idéias, de teorias, de práticas ou de técnicas.
Falamos para que olhe esta vida total, que é também a sua vida, para que lhe dê
atenção. Isso significa que não pode desperdiçá-la. Tem pouquíssimo tempo para
viver, talvez dez, talvez cinquenta anos. Não perca esse tempo. Olhe a sua
vida, dê tudo para a compreender." (Krishnamurti)
O próximo
colaborador, forneceu elementos para elaboração do capítulo “Desejos”. Trata-se do guru indiano
contemporâneo Sathya Sai babá.
Sathya Sai Baba nasceu em 23 de novembro de 1926, numa
pequena vila no sul da Índia, chamada Puttaparthi, no estado de Andhra Pradesh. Ele reside lá ainda hoje, recebendo milhares de visitantes
do mundo inteiro em sua comunidade espiritual (ashram), chamada Prasanthi Nilayam, que significa "Morada da Paz
Suprema" (shanti=paz,
pra=suprema, nilayam=morada).
Apesar de muitos se aproximarem por
curiosidade, o ashram, onde
vive Sai Baba, não é um lugar turístico, e sim um local onde um grupo de
pessoas está voltado para um objetivo comum, que é a obtenção da Paz Interior
através de íntima comunhão com o sagrado, com o Divino. Visando a alcançar tal
objetivo, busca-se colocar em prática as orientações de Sai Baba, tais como:
silêncio, meditação, serviço altruísta, canto de nomes sagrados,
autoquestionamento e amor incondicional.
A seguir, o autor
fala de um colaborador, cujos dados biográficos não foram possíveis de se
obter, o que não desmerece de forma nenhuma a importância dos conceitos
utilizados a partir do artigo publicado na Internet, de sua autoria, no portal
do espírito, utilizado no capítulo 14- “ Os Desejos”. Trata-se de Enéas Martins Canhadas, psicólogo
contemporâneo, espírita, autor de diversos artigos publicados e livros, a
disposição na Internet, no endereço www.portaldoespirito.org.br.
A próxima autora
tem fundamental importância no capítulo “Sobre a Morte e o Morrer”, em que se
trata sobre a morte e o morrer. Esta foi a cientista que talvez mais tenha
caminhado no sentido de desvelar os efeitos na mente e no corpo, relativas à
esta situação. Trata-se de Elizabeth
kübler Ross cuja vida teremos a satisfação de conhecer mais agora:
Elisabeth
Kübler-Ross,
nascida em Zurich Suíça,(08/07/1926 – 24/08/2004) médica psiquiatra, com 33
anos mudou-se para os E.U.A (1959), onde continuou seus estudos; contam-se
dezoito títulos de doutorado em psiquiatria; é a mulher que mudou a maneira
como o mundo pensava sobre a morte e o morrer. Através de seus vários livros e
muitos anos de trabalho com crianças, pacientes de AIDS e idosos portadores de
doenças fatais, Kübler-Ross trouxe consolo e compreensão para milhões de
pessoas que tentavam lidar com a própria morte ou com a de entes queridos. Ao
enfrentar a perspectiva da morte (aos setenta e um anos), essa médica
internacionalmente famosa conta a história de sua vida, aprofunda sua verdade final dizendo que “a
morte não existe”.
Escrita com franqueza e entusiasmo,
a autobiografia de Kübler-Ross reconstitui o desenvolvimento intelectual e
espiritual de um destino. As convicções que enfrentaram dogmas, preconceitos e
críticas, já estavam presentes na menina suíça, quando a jovem Elisabeth se viu
pela primeira vez diante das injustiças do mundo e jurou acabar com elas.
Do seu trabalho na Polônia
devastada pela guerra à sua forma pioneira de aconselhamento terapêutico aos
doentes terminais, a seus já lendários seminários sobre a morte e o processo de
morrer na Universidade de Chicago, às suas surpreendentes conversas com os que
reviveram depois da morte, cada experiência proporcionou a Kübler-Ross uma peça
do quebra-cabeça. Em uma cultura determinada a varrer a morte para debaixo do
tapete e escondê-la ali, Kübler-Ross desafiou o senso comum ao trazer e expor
essa etapa final da existência para que não tivéssemos mais medo dela.
Sua história é uma aventura do
coração, vigorosa, controvertida, inspiradora, um legado à altura de uma vida
extraordinária.
“As pessoas sempre me perguntam
como é a morte. Digo-lhes que é sublime. É a coisa mais fácil que terão que
fazer. A vida é dura. A vida é luta. Viver é como ir à escola. Dão a você
muitas lições a estudar. Quanto mais você aprende, mais difíceis ficam as
lições. Quando aprendemos as lições, a dor se vai.”
“Sei muito pouco sobre a filosofia
da reencarnação. Não foi o tipo de educação que recebi. Mas sei agora que
existem mistérios da mente, da psiquê, do espírito, que não podem ser
examinados em microscópios ou testados com reações químicas. Com o tempo,
saberei mais. Com o tempo, vou compreender.”
O próximo autor é um monge budista. Sua
visão interessante e pertinente sobre a morte e o morrer complementou os
conceitos de Elizabeth no capítulo “Sobre a Morte e o Morrer” deste. Sobre o
Mestre Thich Nhat Hanh, saibam que:
THICH NHAT HANH, chamado carinhosamente por todos de
Thây, nasceu no Vietnã do Centro em 1926. Aos 16 anos iniciou sua vida
religiosa na tradição zen budista Thien Lam-Te, ou Rinzai (no Japão), que
surgiu no sec. III no Vietnam. Poeta e ativista pela paz, trabalhou em sua
juventude para que o budismo vivesse em harmonia, reconciliação e fraternidade
com a sociedade vietnamita.
Durante a guerra no Vietnam renunciou ao isolamento monástico para ajudar ativamente o seu povo e, desde então, tem sempre dado a prática religiosa um empenho social e político pela paz.
Mestre Zen, é monge há mais de 40 anos. Fundou no Vietnã a School of Youth for Social Service, uma organização para reconstruir os lugarejos destruídos e para reinstalar as milhares de pessoas que fugiram da guerra. Também fundou a Van Hanh Buddhist University, a La Boi Press e a Tiep Hien Order of lnterbeing.
Durante a guerra no Vietnam renunciou ao isolamento monástico para ajudar ativamente o seu povo e, desde então, tem sempre dado a prática religiosa um empenho social e político pela paz.
Mestre Zen, é monge há mais de 40 anos. Fundou no Vietnã a School of Youth for Social Service, uma organização para reconstruir os lugarejos destruídos e para reinstalar as milhares de pessoas que fugiram da guerra. Também fundou a Van Hanh Buddhist University, a La Boi Press e a Tiep Hien Order of lnterbeing.
No
ano de 1964, de retorno de uma viagem de estudo aos Estados Unidos onde durante
dois anos fez um curso de Religiões Comparadas na Universidade de Princeton,
participou no Vietnam da criação de um dos mais significativos movimentos de
resistência sem-violência do século XX. Participou junto com um grupo de
professores e estudantes universitários vietnamitas da fundação da Escola de
Jovens para Serviço Social (réplica do modelo americano do "Pequeno Corpo
de Paz"): grupo de leigos e religiosos que se empenharam na campanha de
criar escolas, hospitais e, mais tarde, na reconstrução das aldeias
bombardeadas, sofrendo ataques de ambos contendores: comunistas (Vietnam do
Norte) e não-comunistas (Vietnam do Sul). Fundou também durante a guerra, em
1964, na Universidade Budista Van Hanh, a Ordem Tiep Hien, (Ordem Interser),
que deriva da Escola Zen Budista de Lin Chi, e está na 42ª geração dessa
escola. Devido ao seu empenho em terminar com a violência que afligia seu povo,
Thich Nhat Hanh foi impedido de retornar ao seu país pelos contendores.
Em 1966, Thich Nhat Hanh desembarcou nos Estados Unidos para fazer um ciclo de palestras como porta voz do povo vietnamita aos líderes militares americanos, advogados, líderes religiosos e ativistas sociais. No ano de l967, devido ao seu imenso esforço e pregação sem violência, pela reconciliação entre o Vietnam do Norte e o do Sul, ele foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz por Martin Luther King, Jr.
Em 1966, Thich Nhat Hanh desembarcou nos Estados Unidos para fazer um ciclo de palestras como porta voz do povo vietnamita aos líderes militares americanos, advogados, líderes religiosos e ativistas sociais. No ano de l967, devido ao seu imenso esforço e pregação sem violência, pela reconciliação entre o Vietnam do Norte e o do Sul, ele foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz por Martin Luther King, Jr.
Em
1969, Thich Nhat Hanh chefiou a Delegação Budista Vietnamita da Paz na
Conferência de Paz em Paris e permaneceu na França até que os acordos fossem
assinados em 1973. Após a Assinatura do Acordo de Paz, quando tentou retornar
ao país, não mais foi permitido seu ingresso no Vietnam, e até hoje ele vive em
exílio na França, onde continua a servir a seu povo através da organização de
esforço de salvação dos povos dos barcos no Golfo do Sião (Tailândia). Os
governos da Tailândia e de Singapura logo impediram este corajoso projeto.
Em
1982, tendo como colaboradora a monja Chân Không, sua colega de muitos anos,
fundou Plum Village, uma comunidade budista para monges e monjas, situada
próxima a cidade de Bordeaux, no sudeste da França, onde ensina a "Arte de
Viver em Plena Consciência". Em seus retiros participam a cada ano
milhares de pessoas, procedentes de todas as partes do mundo. Plum Village não
é somente um refúgio para aqueles que buscam paz interior através de práticas
de plena consciência; é também um "um lar fora de seu lar" para muitos
expatriados vietnamitas, onde eles podem visitar e experimentar muitos
elementos de sua tradicional cultura. Ainda hoje Thich Nhat Hanh continua a
escrever, ensinar e fazer palestras. É autor de inúmeros livros sobre
meditação, cura e transformação, e também inúmeros poemas. Ele dirige retiros
em vários lugares do mundo, e também workshops de cura para veteranos da guerra
do Vietnam. Thay, como seus estudantes carinhosamente o chamam, viaja
regularmente para os E.U.A., onde
continua ensinar budismo engajado, responsabilidade social e dissolução da
violência através da prática do viver consciente.
Em
1987 veio ao Brasil, visitando as cidades do Rio de Janeiro e Belo Horizonte
onde conduziu retiros e pronunciou palestras, originando o livro editado pelo
Instituto Solaris, Respirando e Sorrindo.
Em 1997 foram estabelecidos em Vermont (E.U.A.) o Maple Forest Monastery e o Green Mountain Dharma Center como centros dessa tradição na América. Mais recentemente foi criado também na Califórnia o Deer Park Monastery.
Em 1997 foram estabelecidos em Vermont (E.U.A.) o Maple Forest Monastery e o Green Mountain Dharma Center como centros dessa tradição na América. Mais recentemente foi criado também na Califórnia o Deer Park Monastery.
Embora
a luta pela reconciliação no Vietnam tenha significado para ele ter que
renunciar a sua pátria, ele conquistou inúmeras honrarias ao redor do mundo.
Thich
Nhat Hanh tem transmitido o budismo tanto a noviços quanto a leigos, não só no
Vietnã, seu país, e no seu exílio na França, como também nos diferentes países
em que, como figura de proa, é chamado a comparecer nas conferências de paz.
É
autor de numerosas obras (75 livros), todas vazadas em estilo simples e
profundamente perceptivo, características fundamentais de um mestre zen.
Procura
mostrar o que é a meditação dirigida à compreensão. Para ele, compreender não é
obra do pensamento que reflete, e sim da contemplação consciente que percebe e
intui. Com seu estilo simples, profundo e compassivo, Nhat Hanh utiliza
elementos da psicologia budista, da epistemologia e da fisica contemporânea,
servindo-se de muitas historietas para acompanhar o leitor em sua Jornada da
atenção consciente para a iluminação.
O próximo autor a ser melhor conhecido por nós é Pompeu
Cantarelli. O Racionalismo
Cristão deve muito a este senhor, que dedicou muitos anos de sua vida à
esta causa. Seus escritos foram fundamentais para a elaboração dos capítulos “Desejos” e “Importância do trabalho” deste livro. Uma brilhante e merecida
biografia poderá ser percebida pelo leitor a seguir:
Às vinte e três horas do
dia 31 de agosto de 1904, no sítio Santa Maria, que dista apenas um quilômetro
da cidade de Parnamirim, na época denominada Leopoldina, Estado de Pernambuco,
nascia uma criança a quem deram o nome de Pompeu, em homenagem ao avô paterno,
que se chamava Pompeu Cantarelli,
sendo os pais do menino Antônio Lustosa Cantarelli e Ascendina Aquino. Desde
garoto encarava a vida com seriedade e sensatez, motivo por que era chamado de
menino-homem. Ainda bem jovem tornou-se livre-pensador, amigo da verdade, da
justiça e da razão.1
Eis
aí, em rápidas palavras, um retrato significativo da meninice e da juventude de
Pompeu Cantarelli.
Em
1920, transferiu-se para a vizinha cidade de Cabrobó e, em 1924, com vinte anos
de idade, estava residindo no Recife. Aí viveu quatro anos trabalhando na
Drogaria e Farmácia Conceição e, depois, na Farmácia dos Pobres. À noite,
estudava, após o expediente de trabalho, que se estendia até as vinte horas.
Em
sua estada na capital pernambucana, frequentava a casa do ex-governador do
Estado, Dr. Manuel Pereira Borba, e a do então deputado federal Dr. Agamenom
Magalhães, que posteriormente viria a ser também governador. Nesse período,
travou conhecimento, ainda, com vários chefes políticos do sertão.
Desejando
conhecer as plagas mais ao sul do país, chegou, em janeiro de 1929, a São
Paulo. Dois meses depois, ingressava na Farmácia do Hospital Militar da Força
Pública do Estado (hoje Polícia Militar), como civil contratado. Em janeiro de
1930, tirou o título de oficial de farmácia, mediante exames de habilitação,
sendo, dois anos depois, militarizado com a graduação de sargento-ajudante.
Tendo servido essa instituição durante vinte e cinco anos, passou, em 1954,
para a reserva, no posto de capitão.
Já
em 1929, ano de sua chegada a São Paulo, Pompeu Cantarelli passou a frequentar
a teosofia, tornando-se também vegetariano, por indução dessa sociedade espiritualista
e filosófica.
Casou-se
em 1934 com dona Alzira de Vecchia. Desse consórcio nasceram três filhas:
Guiomar, Ascendina (ambas falecidas) e Amália, casada com o Dr. Lecy Ribas
Camargo.
Em
1937, conheceu o Racionalismo Cristão, desligando-se, consequentemente, da
Sociedade Teosófica e passando a frequentar as sessões públicas de limpeza
psíquica da Casa Racionalista Cristã de São Paulo, que na época funcionava na
Rua Francisca Júlia, Alto de Santana. Em 1954, aposentado na Polícia Militar,
pôde inscrever-se como militante da Doutrina, na Filial de São Paulo.
O
ano de 1955 também marcou a vida do autor. Foi quando conheceu o Presidente
Perpétuo do Racionalismo Cristão, Antonio do Nascimento Cottas, de quem se
tornou amigo e pessoa de sua confiança.
Conhecedor
do Racionalismo Cristão há quase sessenta anos e militante há mais de quarenta,
Pompeu Cantarelli integrou-se de corpo e alma nessa Doutrina. Uma vez inscrito
na militância do Racionalismo Cristão, distinguiu-se sempre pela constância e
pela assiduidade, comparecendo às sessões públicas de limpeza psíquica e às
sessões particulares.
A
partir de l962 passou a ocupar o cargo de Diretor-Tesoureiro da Filial de São
Paulo, por indicação de Antonio Cottas e de acordo com os saudosos amigos
Antônio de Ornellas Flor e Humberto Romanelli, então Presidente e
Diretor-Secretário, respectivamente.
Caracterizou-se,
no desempenho desse cargo, por sua austeridade e rigor na administração das
finanças e do patrimônio do Racionalismo Cristão.
Com
a desencarnação imprevista do inesquecível amigo Humberto Romanelli, em 1982,
assumiu as funções de Diretor-Secretário, também por indicação de Antonio
Cottas. Quando ainda Diretor-Tesoureiro, chegou a acumular as atividades de
Diretor-Procurador e Encarregado de Salão, nas sessões públicas de limpeza
psíquica. Acrescente-se que, desde a época em que conheceu Antonio Cottas, este
passou a convidar Pompeu Cantarelli para auxiliá-lo nas inaugurações de Casas
Racionalistas Cristãs em várias partes do Brasil, nomeando-o também repórter e
representante do jornal A Razão nessas
solenidades inaugurativas.
Como
jornalista, tornou-se assíduo colaborador desse órgão de comunicação da
Doutrina, constituindo muitas das colaborações boa parte do conteúdo deste
livro.
Pompeu
Cantarelli e Humberto Romanelli foram dois dos diretores da Filial de São Paulo
de mais destacada atuação com que pôde contar o Presidente Antônio Flor,
principalmente na construção da monumental sede própria do Racionalismo Cristão
em São Paulo. Foi, como se sabe, uma etapa de grandes lutas e sofrimento. Mas
que, afinal, valeram a pena, pois culminaram com o pleno sucesso do
empreendimento, concretizado na inesquecível festa da inauguração do edifício,
em 25 de novembro de 1973, presidida por Antonio Cottas.
Em
sua vida relacionada com a Doutrina, uma das maiores alegrias de Pompeu Cantarelli,
segundo ele, foi ter merecido a inteira confiança e a amizade de Antonio
Cottas, e disso o Presidente Perpétuo deu provas cabais durante a construção do
novo edifício-sede do Racionalismo Cristão no bairro de Santana da capital
paulista. O autor lembra com saudade as inaugurações de Casas Racionalistas
Cristãs. Antonio Cottas lhe escrevia, então, dizendo:
Você está convocado, em nome da Casa
Chefe, para ir a tal lugar, a fim de fazer a reportagem para o jornal A Razão e organizar a cerimônia inaugurativa.
Tenho em meu arquivo inúmeras cartas
que me enviou o Presidente Cottas, e as guardo como num relicário do grande
homem que consolidou o Racionalismo Cristão, confidencia Pompeu
Cantarelli.
É
também com saudade que o autor evoca as figuras de Antônio Flor e Humberto
Romanelli, pela grande amizade e o ótimo relacionamento que sempre houve entre
eles. Antônio Flor costumava dizer que Humberto e Pompeu eram os seus braços na
Filial de São Paulo. Mas nunca falava quem era o braço direito...
Na
qualidade de amigos de Pompeu Cantarelli, os companheiros das Filiais de
Santana e do Butantã, na capital paulista, tomaram a iniciativa de reunir neste
livro sua produção literária esparsa em artigos no jornal A Razão e, mais recentemente, na
revista A Razão, de Portugal.
Sua produção não se limita apenas ao jornalismo. Há diversos trabalhos do autor
fazendo parte de livros editados pelo Racionalismo Cristão. Além do mais,
Pompeu Cantarelli, como é do conhecimento de muitos, é também poeta de generosa
inspiração.
Tendo
em conta a excelência dos seus escritos, versando variados assuntos, de cunho
moral, educativo e cultural, achamos que deveríamos dar a esses trabalhos uma
difusão mais ampla, com a publicação da presente obra, consignando nesta
iniciativa a homenagem afetiva e sincera dos seus amigos e admiradores.
Homem
de cultura e brilhantes dotes de inteligência, teve o nosso Pompeu Cantarelli a
ventura de privar da amizade do “Príncipe dos Poetas Brasileiros”, Guilherme de
Almeida,
Foi
no convívio com esse imortal da Academia Brasileira de Letras que Pompeu
Cantarelli
recebeu valiosas lições na arte de versejar, em que, aliás, se tornou exímio,
como se verifica pela leitura de suas castigadas e fluentes estrofes.
Pompeu Cantarelli faleceu em 13 de agosto de 2007 com 103
anos de idade.
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