FILHOS:
Um
projeto de educação racional para
crianças e adolescentes
SUMÁRIO
Prólogo
Sobre o
Racionalismo
Cristão
Objetivos
Sobre a
Educação dos
Filhos
Vida
Moderna
O
Casal
Tudo se
Inicia na Gravidez
A
Culpa
A
Educação
Permissiva
Formando-se
a
Auto-Estima
O
Comportamento dos
Pais
Comportamento
Estilo
Animal
Comportamento
Estilo
Humano
Felicidade
Egoísta
Felicidade
Familiar
Felicidade
Comunitária
Felicidade
Social
Gente
Gosta de
Gente
Infância:
Aprendendo com os
Outros
Educando
os Pequenos
De
Gregário a
Social
Iniciando
o Papel de Pai
Pai
Integrado
O Bebê
Nasceu
Sobre os
Limites
A
Comunicação com o
Bebê
O Sono da
Criança
O Sono da
Mãe
Respeitar
as fases de Crescimento
A
Educação dos
Filhos
As Bases
Relacionais
A Higiene
do
Corpo
Arrumando
a
Bagunça
As
Contingências
Filho
Único
Crianças
Distraídas
A Fase
dos Por
Quês
A
Birra
O
Choro
A
Mentira
As
Brigas
Auxílio
Técnico de
Profissionais
A
Escola
Pais
Separados
Sobre a
Adoção
Educando
as Crianças
Pós-Modernas
A
Precocidade na
Adolescência
Educação
Sexual
Mesada
Telefone
Celular
Videojogos
A Vida
nas Grandes Cidades
Filhos
são como
Navios
Prevenção
às Drogas
Pais
Maus
Apêndices
Biografias
Citações
Bibliografia
AGRADECIMENTOS
Ao amigo,
jornalista Cléber Léo Bortolomasi, prof. Ferdinando Faria,
à Dra. Jane Teixeira Carvalho Ota; ao
militante José Carlos Ferro,
pelo
precioso trabalho de revisão e orientação técnica,
ofertados
graciosamente ao autor Flavio Faria.
DEDICATÓRIA
Este
trabalho é dedicado às mães, aos pais,
aos
educadores e responsáveis
pela
adequada formação
das
nossas crianças.
PRÓLOGO
Surpreende-nos
negativamente, hoje em dia, entrarmos em contato com notícias sobre uma mãe ou
mesmo uma professora ou uma babá serem flagradas batendo numa criança.
O
que mudou? Pois até bem poucos anos, a criança podia apanhar; estava implícito
um processo educacional nesta atitude. Em casa, mães e pais davam bofetões no
traseiro, rosto, cabeça, costas enfim, aonde pudessem atingir. Atitudes comuns,
em nome do “educar”.
Palmadas,
cintadas, chineladas, puxões de orelha e de cabelos; na escola, valia a vara,
ajoelhar no milho, a palmatória com as calças arriadas, dadas por professores e
diretores vigilantes. Quando uma criança se queixava, a mãe ou pai dizia que
era porque merecia apanhar.
E
por acaso os pais amavam menos os filhos do que hoje?
Falamos
de uma época em que já existia televisão e se o programa exibisse na cozinha
uma cinta pendurada, para quando se fizesse necessário usar, não chocava
ninguém...
Alguma
coisa mudou sim. Içami Tiba(1), psiquiatra brasileiro especializado em trabalho
com crianças e adolescentes, principal fonte de informações deste trabalho,
chama a atenção para a grande transformação cultural da humanidade, marcada
pela aquisição de poder da mulher. Poder para o controle da prole.
Dr.
Tiba chama a atenção para a cultura do filho único, que teria se propagado a
partir dos anos 70 do século XX, tornando este (filho único) uma nova espécie
de riqueza da família.
Diferente
dos séculos anteriores da humanidade, a abastança produtiva para a família,
como ocorria nas proles numerosas que nasciam e morriam em grande número, mas
uma riqueza instintiva, idealizada para garantir a conservação da espécie e
espiritual, como realização humana.
Chegamos,
então, a novas gerações nas quais não existem mais irmãos, primos, tios e muito
menos padrinhos.
Como
então castigar um filho único?
As
crianças, conforme Içami Tiba, passaram a ter proteção do Estado e uma
super-proteção da família.
Procuraremos
mostrar como o processo educacional ficou distorcido e como os pais, vivendo o
conflito contemporâneo dessas mudanças, juntamente com as experiências
tradicionais pelas quais eles passaram, tendem, sem novos fundamentos, a confundir
que basta amar, desvirtuando assim, a proposição de que amar é educar.
Com amor apenas, os filhos podem
ser bem-criados, ou melhor, eles se criam se os pais não atrapalharem. No amor
um filho se cria sozinho, mas por mais que seja amado, afirma Dr. Tiba, ele não
se educa sozinho...
Teremos, portanto, um diagnóstico
de como estamos hoje e de como poderemos melhorar para que os filhos se tornem
pessoas racionais, éticas, felizes, autônomas, morais e competentes, recebendo
uma educação integrada.
Através da Teoria da Integração
Relacional, proposta por Içami Tiba, que
tem como diferencial incluir na saúde mental a disciplina, a gratidão, a
moralidade, a cidadania e a ética desde tenra idade, consubstanciada aos
princípios Racionalistas Cristãos, trabalho este feito pelo autor Flavio Faria.
Assim, acredita-se ter chegado a um bom termo no que diz respeito à orientação
aos pais no bom processo educacional dos seus filhos.
SOBRE O
RACIONALISMO CRISTÃO
O Racionalismo Cristão é uma
doutrina de caráter espiritualista, que de forma objetiva, ensina a viver
melhor, através do uso otimizado da razão e do raciocínio lógico.
Respeita todas as religiões e
seitas, bem como a maneira de pensar de cada um, não discrimina raça, postura
sexual, e nem possui cunho político e/ou partidário.
Esta doutrina filosófica valoriza
o pensamento, à vontade, a disciplina, o trabalho, a moral, preparando o adepto
para, consciente de seu papel, tornar-se mais útil a si, à família, à pátria e
à humanidade.
O Racionalismo Cristão difunde a
afirmativa básica de que o Universo é composto basicamente por Força e Matéria.
De forma simples e objetiva,
constata a existência de um princípio inteligente, compreendido pela maioria
das pessoas como sendo Deus, que o Racionalismo Cristão denomina Força
Criadora, Grande Foco ou Inteligência Universal, da qual somos uma partícula,
que contém os mesmos atributos em forma latente, para serem desenvolvidos e
aperfeiçoados, nas inúmeras oportunidades inerentes à vida na Terra.
A Força Criadora mantém o
Universo regido por Leis Naturais e Imutáveis, às quais estão sujeitos todos os
seres, não admitindo, portanto, predestinações ou milagres.
Esta filosofia ensina que todos
os atos de nossa vida decorrem do emprego do livre-arbítrio, da faculdade
espiritual controlada pelo pensamento, do raciocínio e da vontade. Daí porque,
conforme pensarmos, viveremos. Enfatiza, pois, a cultivarem os bons
pensamentos, evitando-se sentimentos inerentes à raiva, inveja, malquerença,
temores de toda espécie.
Fundado em 1910 por Luiz de
Mattos e Luiz Thomaz, na cidade de Santos no Estado de São Paulo, o
Racionalismo Cristão explana princípios que, se colocados em prática, animam,
levantam almas e fortalecem corpos enfraquecidos pela dor e pelo sofrimento de
toda a espécie, proporcionando ainda, através de princípios simples, a
oportunidade de regeneração dos maus hábitos.
A Doutrina orienta, educa e
espiritualiza as pessoas para serem justas, valorosas, honradas e verdadeiras.
As que se convencem e seguem as
normas de conduta propostas alcançam êxito em seus empreendimentos.
Esta Doutrina Espiritualista não
precisa valer-se de angariar recursos financeiros ou materiais de quem quer que
seja, fora de suas próprias fontes. Portanto, sem quaisquer outros interesses.
Flavio Faria orienta os leitores
a conhecerem a doutrina racionalista cristã, através da leitura das obras
editadas disponíveis nas livrarias das Casas Racionalistas Cristãs, bem como na
página da internet de endereço http://racionalismocristao.net/biblioteca/
no link biblioteca virtual, onde aproximadamente 40 títulos estão à disposição
para serem baixados gratuitamente pelo internauta.
Recomenda-se ler dois livros
essenciais: a obra básica, intitulada Racionalismo Cristão e, em seguida, o
livro A Vida Fora da Matéria. A partir destes, aproximadamente 20 autores
escrevem sobre o assunto em suas respectivas obras literárias.
Através da frequência às Reuniões
Públicas, às segundas, quartas e sextas-feiras, das 20 às 20h45min, as pessoas
recebem orientação pratica para solução de problemas que decorrem de
transtornos espirituais, e também participam da limpeza psíquica, importante
para obter o equilíbrio interior.
A limpeza psíquica é uma prática
de higiene mental, uma forma de obter equilíbrio interior e tranquilidade
espiritual, recomendada pelo Racionalismo Cristão. Consiste ela na repetição de
um conjunto de palavras, concebidas pelo codificador Luiz de Mattos,
proporcionando adequada conexão mental ao Universo Superior e consequente
desintoxicação mental, oriundas dos nossos maus pensamentos.
O Racionalismo Cristão sugere às
pessoas que a façam diariamente em seus lares, às 7horas e as 20horas. Uma vez
que seja impossível cumprir o horário indicado, escolha-se a hora mais
conveniente. Pode ser feita em conjunto ou individualmente.
A limpeza psíquica no lar
consiste em irradiar da seguinte forma e na sequência indicada a seguir:
* Fazer a Irradiação “A” uma
única vez, e, em seguida;
* Fazer a Irradiação “B” durante
cinco minutos;
* Em seguida, fazer uma
Irradiação “B” dirigida ao Astral Superior, e, finalizando;
* Fazer uma Irradiação “B”
dirigida ao Presidente Astral do Racionalismo Cristão, Antônio Cottas.
A Irradiação “A” deve ser
proferida nos seguintes termos:
Ao Astral Superior.
Grande Foco! Força Criadora!
Nós sabemos que as Leis que regem o Universo são Naturais e Imutáveis, e
a elas tudo está sujeito.
Sabemos também que é pelo estudo, raciocínio e crescimento derivado da
luta contra os maus hábitos e as imperfeições que o espírito se esclarece e
alcança maior evolução.
Certos do que nos cabe fazer, e pondo em ação o nosso livre-arbítrio
para o bem, irradiamos pensamentos aos Espíritos Superiores, para que eles nos
envolvam na sua luz e fluidos, fortificando-nos para o cumprimento dos nossos
deveres.
A Irradiação “B” deve ser
proferida nos seguintes termos:
Grande Foco! Vida do Universo!
Aqui estamos a irradiar pensamentos às Forças Superiores para que a luz
se faça em nosso espírito e tenhamos consciência dos nossos erros, a fim de
evitá-los e nos fortalecer para praticar
o bem...
O Racionalismo Cristão recomenda
que se façam as irradiações, prestando bastante atenção ao significado das
palavras, pois caso sejam feitas automaticamente, sem concentração e/ou
reflexão, o efeito é minimizado.
Recomenda-se também, além da
limpeza psíquica, fazer-se uso da água fluidificada.
A água potável pode ser
fluidificada no lar, bastando para isso que fiquem uma ou mais pessoas diante
dos recipientes com água, garrafões ou filtro, que farão uma Irradiação “A” e a
seguir a Irradiação “B”, que deverá ser repetida por cerca de dois minutos.
Esta prática pode ser feita sempre que se for abrir um garrafão e/ou encher o
filtro de água em casa e mesmo no local de trabalho.
Por conter fluidos espargidos
pelo Astral Superior durante as irradiações, a água assim fluidificada não
deverá ser fervida, podendo ser conservada no filtro, garrafas ou garrafões,
geladeira e usada sem restrição por todos, especialmente os que estejam
sofrendo algum tipo de perturbação.
OBJETIVOS
Uma vez que tem sido frequentes
as manifestações nas reuniões públicas na Filial Santos do Racionalismo Cristão, questionando os presidentes de sessão sobre o
tema educação de filhos e a forma adequada de procedimento dos pais, Flavio
Faria resolveu estudar algumas autoridades no assunto, citados ao longo deste
trabalho, com ênfase em Içami Tiba, reconhecidamente competente nesta questão,
através de pesquisa bibliográfica; promoveu uma releitura de duas importantes
obras dele, compilando nesta, linhas de ações básicas no processo de educação
da criança, que uma vez aceitas, poderão ser utilizadas pelos pais e/ou
responsáveis.
Pesquisei, também, os escritos Racionalistas Cristãos pertinentes ao
tema no codificador Luiz de Mattos e nos autores Pompeu Cantarelli, Olga B. C.
de Almeida, Maria Cottas e Helmy M. de Almei da
Franco, implícitos nas colocações Racionalistas Cristãs ao longo dos capítulos.
Objetivei com este trabalho
proporcionar indicações para os pais e também para os responsáveis, que estão
no belo caminho de educar os filhos ao criá-los; sobre como possibilitar, desde
o início de suas encarnações um modelo que proporcione serem responsáveis por
sua felicidade e conscientes do seu papel em prol da sociedade na qual estão
inseridos, otimizando seus respectivos processos evolutivos.
Como objetivo pretendi assim
ajudar o leitor a exercer sua autoridade frente aos filhos, sem culpa, com
segurança e bom senso.
Os filhos necessitam de pais para
serem educados, assim como os alunos de
professores para serem ensinados. É fundamental que os educadores apontem, na
medida certa, diz Içami Tiba, os limites
para que os filhos se desenvolvam bem e consigam situar-se adequadamente no
mundo.
Este é um trabalho para os que creem
na possibilidade de melhorar sempre o que já foi feito, de corrigir os erros
passados, transformando assim, sonhos em projetos de cunho educativo-morais, ou
seja, ter uma postura Racionalista Cristã
ao longo do processo de educação dos filhos.
SOBRE A
EDUCAÇÃO DOS FILHOS
REUNIÃO
PÚBLICA DE 20 DE ABRIL DE 1934
Luiz de Mattos
O grave problema da educação não deve ficar
restrito à criança. A educação deve ir mais além; deve ir aos pais das
crianças. Estas sofrem invariavelmente a influência
Do lar.
Elas imitam seus pais a falar, no
andar, no viver, enfim, todos os seus bons e maus hábitos.
Logo, pais que tenham maus
hábitos, maus costumes, vícios etc., estão contaminando os filhos; embora
queiram dar educação, pregam muito, nada adiantam, porque a criança vai
gravando mais o que vê do que o que ouve.
Assim sendo, é de máxima necessidade
a criação de escolas para pais e, isso feito, será meio caminho andado para a
verdadeira educação da criança. Escolas para pais? Parecerá absurdo, mas não é,
porque a escola poderá ser o teatro ou todo o recinto que por onde se façam
preleções sobre a educação. Todos empregam esta palavra, mas pouco lhe dão
valor que ela tem.
Atualmente, então, com a demasiada liberdade
que existe, com a falta de disciplina nas escolas, com a pouca ou nenhuma ideia
de educar, a criança vai se educar de uma maneira assaz desenvolta, sem
raciocínio, tendo tudo o que quer, agindo quase instintivamente, sem saber
ainda o que deseja a vontade e quando é preciso educá-la para o bem, para o
domínio de si mesma.
A criança precisa de liberdade sim precisa dar expansão a sua inteligência, a sua vivacidade, e a vivacidade é um sinal de saúde, de bem estar, de equilíbrio, mas a par dessa liberdade, dessa vivacidade, deve estar o respeito ao seu semelhante, aos seus professores, e hoje é que menos existe; as crianças não sabem respeitar, não sabem obedecer e crescem sem saber sofrear a vontade.
Tudo evolui, não há duvida, mas a
educação não tem evoluído, pelo contrário, quanto mais inteligência, quanto
mais vivacidade vai tendo os espíritos que encarnam, menos freio existe para
eles, razão porque tantos se perdem.
É necessário, pois, procurar educar
os pais para que eles corrijam os seus filhos, dando-lhes primeiramente
exemplo, corrigindo-se a si próprios, vivendo de uma maneira racional e
inteligente, procurando guiar as crianças com carinho, mas com energia, não
sendo déspota, não lhes batendo bárbara e estupidamente, mas procurando
corrigir os seus vícios e defeitos, pois eles se vão arraigando nos seus
espíritos, e essa corrigenda se faz castigando-as moralmente, tirando-lhes
aquilo do que mais gostam. Se assim fizerem os pais, conseguirão bem mais do
que as castigando moralmente.
As escolas precisavam também de ter um pouco mais de disciplina; os seus professores um pouco mais compostura. Hoje em dia, as crianças governam os pais e procuram também desrespeitar os professores. Um colégio sem disciplina e sem método, que aceita as observações insensatas de pais que se deixam levar pelas vontadinhas dos filhos, é pernicioso, porque não tem autoridade, não tem disciplina, e um colégio sem disciplina não é recomendável.
As escolas precisavam também de ter um pouco mais de disciplina; os seus professores um pouco mais compostura. Hoje em dia, as crianças governam os pais e procuram também desrespeitar os professores. Um colégio sem disciplina e sem método, que aceita as observações insensatas de pais que se deixam levar pelas vontadinhas dos filhos, é pernicioso, porque não tem autoridade, não tem disciplina, e um colégio sem disciplina não é recomendável.
É preciso que haja atividade, expansão de inteligência, esporte, ginástica, enfim, tudo quanto o corpo e o espírito necessitam, mas é preciso que não falte a disciplina, o respeito, a ordem, que infelizmente periclitam dia a dia, deve haver intimidade entre alunos e professores, mas dentro de todo o respeito, do contrário não haverá amizade, e sim confusão.
Desejamos tudo fazer em prol da
criança. Nesta casa, a criança tem regalias, pois esta Doutrina se destina às
gerações vindouras, e eis que de vez em quando nos batemos pela educação da
criança, afim de que os pais tomem medidas enérgicas para reprimirem os seus
maus hábitos, reformando usos e costumes.
A criança precisa de quem a guie,
moralmente agora em que os espíritos que encarnam vêm cheios de luz, ansiosos
de progresso e, portanto, cheios de atividade e inteligência.
É preciso, pois, muito cuidado; esclareça-se racional e cientificamente, para que todos saibam cumprir esse grande dever: o de guiar a criança na senda do dever e justiça e é necessário que seja guiada desde pequenina para que mais tarde não venha a sofrer as consequências de uma falsa educação.
É preciso, pois, muito cuidado; esclareça-se racional e cientificamente, para que todos saibam cumprir esse grande dever: o de guiar a criança na senda do dever e justiça e é necessário que seja guiada desde pequenina para que mais tarde não venha a sofrer as consequências de uma falsa educação.
VIDA MODERNA
A mulher foi obrigada a sair para
o mercado de trabalho em função do achatamento salarial sofrido nos últimos
sessenta anos, sem deixar, contudo de ser mãe. E nem por isso os homens se
tornaram mais pais.
Muito recentemente, alguns pais
passaram a participar do processo de educação dos filhos.
A maior parte dos livros de
educação destaca muito a importância da figura materna, nessa área. Talvez seja este um dos componentes que
perpetua tal sobrecarga para as mulheres, aliviando indevidamente a figura masculina.
Sem um pai, a mulher não pode ser
mãe, da mesma forma que sem uma mulher, o homem não conseguirá ser pai.
A criança é fruto da associação
de ambos, homem e mulher, ou então da mulher e do homem, sem se discutir quem é
o mais importante. A herança genética está nos cromossomos.
Desde o nascimento, a criança
absorve o modo de viver da família. Ela aprende naturalmente com as pessoas que
a cercam, e no futuro transmitirá tal aprendizado a seus filhos, perpetuando o
comportamento através das gerações.
Existem diferenças muito grandes
e fundamentais entre ser mãe e ser pai.
A maioria dos comportamentos
sociais que distinguem o homem da mulher, não foram inventadas. Eles têm bases
distintas dentro de uma mesma espécie.
O ser humano socializou, educou e
sofisticou seus instintos animais de sobrevivência e perpetuação da espécie.
Assim como os demais mamíferos, o
humano masculino é fisicamente mais forte, porém menos elástico que o feminino.
Logo, por mais eficiente que seja um dos pais, sozinho, não pode suprir
completamente a ausência do outro.
Algumas diferenças colocadas pelo
Dr. Tiba, mostrando comportamentos masculinos e femininos:
* A mulher consegue pensar,
escutar e falar ao mesmo tempo; o homem por sua vez não fala enquanto pensa;
falando geralmente depois que pensou; uma ação de cada vez...
* Ao estar em um restaurante, por
exemplo, a mulher consegue reparar nos talheres, toalha, nos enfeites, nas
unhas do garçom, nas pessoas, roupas, além do sabor da comida, teor calórico
das sobremesas, etc. Já o homem repara no barulho, na demora em servir, no
tamanho das porções, na educação do garçom e principalmente no preço a pagar.
* Numa refeição em casa, se o
filho não quer comer, “ que não coma” pensa o pai. A mãe, porém, logo se
dispões a encher o estômago do filho de qualquer forma, preparando outra
refeição se for preciso.
* Quando o filho apanha de um
colega, o pai se irrita, briga com ele, para que aprenda a se defender na rua.
A mãe também fica furiosa e quer dar uns tapas em quem agrediu o seu filhinho.
* Na família, o pai tem dois
filhos enquanto a mãe tem três: o filho “temporão” é o marido!
O CASAL
Através
da história, constata-se que a mulher é mãe a muito mais tempo do que o homem é
pai.
Na
pré-história, a mulher cuidava instintivamente dos filhos como qualquer animal,
até que a criança crescesse e se tornasse independente.
Mais
voltado ao nomadismo, o homem desconhecia a paternidade. Ela só surgiu a cerca
de 12 mil anos, quando a mulher inventou a agricultura e os seres humanos
fixaram-se mais na terra.
As
mulheres são mães há mais de 300 mil anos. Os homens continuaram em movimento,
saindo às vezes para caçar, lutar em guerras, conquistar territórios.
Construíam castelos para a família e quem permanecia com os filhos era a mãe.
O
homem, portanto, conquista e defende um território, mas quem o transforma em
lar é a mulher.
Desse
modo, é até natural que a mulher seja muito mais apta que o homem para cuidar
das crianças.
O
mundo mudou. Existem casais experimentando novos arranjos familiares; porém a
velha divisão de papéis insiste em se manter, sendo o pai o trabalhador e por
isso “não precisando” participar da educação das crianças, sendo
responsabilidade da mãe.
Para
o homem, a casa é o “repouso do guerreiro”. Para a mulher que trabalha fora, é
seu segundo emprego, até mais desgastante que o primeiro, porque lhe sobra
pouco tempo para dar cabo de todas as tarefas: ver se os filhos não estão
machucados ou doentes, se fizeram o dever da escola, se a casa está arrumada,
se não falta nada na despensa e ainda preparar o jantar para receber o
guerreiro cansado.
O
homem ainda tem muito que desenvolver no papel de pai.
A
mulher começa a avançar em seu papel de mãe já durante a gravidez; acompanha o
desenvolvimento do bebê, sente seus movimentos, observa suas mudanças
corporais, etc. Cada vez mais, a mãe vai conhecendo o bebê e construindo um
vínculo com ele, enquanto isso, o pai observa tudo de fora, confuso, sem saber
como participar mais ativamente dessa construção.
A
participação de alguns homens na gravidez limita-se aos cuidados com a grávida.
O
“grávido” preocupa-se mais com as despesas do recém-nascido do que em aprender
como se troca uma fralda, de como se prepara uma mamadeira ou como se dá um
banho. Ele age assim não por má vontade, mas porque desconhece outros caminhos.
Porém, como qualquer ser humano com inteligência, ele é capaz de mudar.
O
pai é mais ligado na companheira do que nos filhos; e a mãe muito mais ligada
nos filhos que no companheiro.
O
papel de mãe avassala o de esposa.
Essas diferenças se manifestam
muito claramente quando um casal se separa. Ele fica com os bens materiais,
entenda-se dinheiro. Ela fica com os bens afetivos, entenda-se filhos!
A mulher mantém mais a estrutura
familiar. Uma família sem mãe sofre muito mais risco de desagregação que uma
família sem pai.
O homem separado praticamente
abandona a família. Vira um nômade atrás de novas companheiras. Felizmente há
exceções e nem tudo é desgraça. Já a mulher, só aceitará um novo companheiro
caso ele demonstre que será um bom pai para os filhos dela, e a estrutura
familiar sobrevive.
TUDO SE INICIA NA GRAVIDEZ
Desde a gravidez, diz Içami Tiba,
ou seja, ainda protegida pelo útero materno, a criança já está imersa na
dinâmica do casal, simplesmente pelo fato de já existir e pode ser alvo de
aceitação como de rejeição.
Em geral, quando o casal tem um
bom vínculo, o filho é muito bem recebido. É entendido como uma concretização
desse vínculo; onde antes haviam apenas dois elementos, agora, surgiu um
terceiro, formado por componentes de ambos.
Caso uma das partes dominar a
outra, não cabe um filho. O vínculo pressupõe igualdade de condições.
Uma interdependência tão grande
entre o casal, típica dos estados de paixão, onde um parece não sobreviver sem
o outro, não cabem amigos, parentes, não cabe ninguém, nem filho. A presença de
outra pessoa ameaça a integridade do casal.
Certos casais, ao invés de
cultivarem um relacionamento de adultos iguais, são como se o homem se casasse
com a filha ou com a mãe. Nesse caso, aparecem problemas quando surgem os
filhos. Aquele que não está agindo como adulto, certamente competirá com a
criança.
O marido que funciona como um
filho e entra em rivalidade com o bebê, disputando as atenções da mãe/esposa.
Só existirá espaço para criança
quando o casal já formou um vínculo, em outras palavras, há uma hora certa para
ter filhos.
Supondo que a gravidez ocorra
precocemente, e como o ser humano tem uma capacidade incrível de adaptação,
esta sequência pode ser maravilhosa se ambos desejam o filho.
Do contrário, quando o casal só
estava interessado em sexo e houve a concepção, talvez aí já tenha ocorrido
certa indisciplina. O que prevaleceu, neste caso, foi o determinismo biológico
da gravidez, instintivo, em detrimento do uso da inteligência e raciocínio
lógico. Descuidaram-se!
Está aí um exemplo do que pode
nos acontecer, quando negligenciamos o pensamento lógico, tão enfaticamente
colocado por Luiz de Mattos, na codificação da doutrina Racionalista Cristã,
como instrumento auxiliador nas tarefas cotidianas que se nos apresentam ao
longo de uma encarnação na Terra, este planeta-escola.
Por mais que pareça ter sido
apenas uma pessoa indisciplinada, convém realçar, que a indisciplina é do casal
e houve concordância de todos.
Caso a gravidez não seja
interrompida intencionalmente, tudo transcorre no interior do organismo
feminino. Embora a gravidez siga o seu ritmo biológico, é a parte psicológica
que vai torná-la gratificante ou não.
Quanto mais próximo do
nascimento, mais a criança segue seu ritmo biológico, e a disciplina deverá
obedecer a esse ritmo, não o inverso.
Um dos ritmos mais importantes,
estabelecido desde os primeiros dias de vida, é o da alimentação, porque depende
da interação com a mãe ou com a pessoa que a substitui.
O bebê, naturalmente, não sabe
ainda falar, por isso chora quando tem fome. O auge da maternidade, acontece
nesta hora; quando a mãe amamenta a criança e com ela inicia uma relação muito
íntima.
Nessa interação, a mãe transmite
o modo de ser da família, e isso é essencial para ajudar o filho a formar seu
ser psicológico, pois a criança traz ao nascer, fundamentalmente, seu ser
biológico.
O pai deve ter muita saúde
psicológica para participar do gesto da alimentação. Afinal a criança não
precisa só de leite.
O leite alimenta o corpo, o afeto
irradiado, alimenta a alma. Criança sem alimento fica desnutrida; e sem afeto,
pode entrar em depressão.
Sempre querendo acertar, as mães
buscam informações sobre a melhor maneira de atender às necessidades de seus
filhos. Lidar com esse ritmo biológico de um modo que não o desrespeite, é a
primeira providência para obter disciplina. Posteriormente, orienta Içami Tiba,
conforme os filhos forem crescendo, mais recursos terão os pais de adequar o
ritmo biológico ao ambiente.
Entendida como o conjunto de
comportamentos que leva ao melhor resultado possível, beneficiando a todos, a disciplina estabelece seu caminho nos
primeiros meses de vida da criança.
Os pais decifrando qualquer choro
como sendo necessidade de mamar, sempre oferecem comida. Caso o choro seja
causado por um outro incômodo, a comida acaba proporcionando certo alívio,
embora não seja o remédio certo. No entanto, comer é sempre um forte instinto
de sobrevivência, e a boca é a primeira zona de prazer estimulada em nosso
organismo, daí porque, a comida sempre ser aceita, trazendo consequentemente
prazer, ainda que em certos casos, inadequada.
No início, a mãe funciona como o
cérebro do bebê. Nesta fase, ele limita-se a manifestar seus incômodos,
enquanto a mãe faz a leitura dos sinais, usando principalmente a intuição e a
adivinhação para elaborar suas respostas. O desenvolvimento e a própria
sobrevivência da criança dependem da capacidade materna de reconhecer e de
atender às necessidades do filho; tal capacidade, portanto, é imprescindível.
Se traçarmos uma linha direta sem
interferências, a criança cujos pais têm este tipo de conduta, pode tornar-se
um adulto que, diante de qualquer contratempo, irá procurar comida, cigarro,
bebida, ao invés de tentar resolver o problema.
Içami Tiba afirma e Flavio Faria
endossa, que a raiz da obesidade e mais tantos outros problemas sérios que
podem acometer o ser humano, pode estar aí. A fixação oral tem a ver com a
indisciplina nesse desenvolvimento e pode se refletir posteriormente também nas
demais dependências (cigarro, bebidas, drogas e tudo que der prazer na boca),
já citadas.
A origem deste problema está
muito mais ligada no “como somos” dos pais, que originam dificuldades para os
filhos, como se fosse uma herança, absorvida pela convivência, pelos exemplos
dados. A filosofia Racionalista Cristã reforça sempre que possível, a
importância dos bons exemplos dos pais, no processo de formação dos filhos.
A indisciplina, no exemplo acima,
está presente no desrespeito ao desenvolvimento biológico por parte dos pais.
Motivados pelo amor, pelo desejo de satisfazer todas as necessidades dos
filhos, alguns pais não modificam seus comportamentos nem suas ofertas à medida
que a criança cresce.
A CULPA
A ligação da mãe com o filho é
tão forte que muitas vezes supera a razão. Ela tende a perder um pouco a
objetividade na hora de avaliar o que a criança está fazendo por causa do
“instinto” materno.
Içami Tiba destaca, dentre os
vários tipos de mães, dois extremos:
* As superprotetoras; acham que
tudo que o filho faz é maravilhoso, é o melhor do mundo. Os errados são os
outros.
* As cobradoras; só reparando no
que o filho faz de errado. Ela não aguenta ser criticada pelo que o filho faz.
As crianças precisam ser
protegidas e cobradas, de acordo com suas necessidades e capacidades.
Protegidas nas situações em que elas não conseguem se defender e cobradas
naquilo que estão aptas a fazer.
É comum a mãe abrir mão da razão
em defesa do filho, mas essa atitude pode provocar muitos desarranjos no
relacionamento. A criança se aproveita; sente-se liberada para cometer uma
grande delinquência, depois é só agradar um pouco a mãe e nada acontece.
Todo delinquente só vai em frente
porque encontra o terreno livre e é um sedutor.
Existem crianças que batem nas
mães. Só fazem isso depois de falar mal. E só falam mal depois de desobedecer,
ou seja, diz Flavio Faria, os problemas presentes são frutos de um processo
inadequado de relacionamento.
Quanto mais a criança for educada
em seus primeiros passos, maior será a eficiência da educação. Portanto, a mãe
não deveria permitir desobediência. Para isso, o maior segredo é a mãe obedecer
a seus próprios nãos, ou seja, dar exemplos!
A obediência fica garantida pelo
respeito que a mãe exige do filho.
Se a criança for mal na escola, a
mãe passa a noite em claro, achando que a culpa é sua. E tudo pode piorar se o
pai ainda disser: “Ah, mas onde você estava
que não viu que ele não estudou?”
Se o filho jovem se envolve com
drogas, é comum o marido cobrar a mulher, que também acaba se cobrando: “ Quem
sabe, se eu não estivesse trabalhando fora, isso não teria acontecido...”
A mulher precisa tomar muito
cuidado para não transformar seu amor de mãe numa doação, que atropela o filho,
em vez de educá-lo.
A grande armadilha da culpa
origina-se exatamente em não abrir mão dessa tripla jornada, assumindo
responsabilidades que extrapolam a capacidade de ação e reação da mulher. É
querer ser onipotente.
Boa parte das mulheres deveria
aprender a colocar limites em suas próprias ações e a desenvolver capacitações
nos diversos componentes da família, para a realização das tarefas que não
cabem, obrigatoriamente, só a ela.
Não é o fato de trabalhar fora
que prejudica a mulher, a criança e a família. Na eventual postura de culpa,
que a mãe assume ao voltar ao lar, é que podem se implantar os desajustes.
A mulher que trabalha fora deve
exercer outro tipo de papel como mãe e administrar a casa de modo diferente.
Não pode exigir de si o mesmo que se espera de uma mãe que ficou o dia inteiro
no lar.
A mulher integrada propõe Içami
Tiba, faz com que o ambiente doméstico seja diferente, com os filhos mais
independentes e cooperativos, que podem ajudar no andamento da casa e da rotina
familiar.
Enquanto ela está fora, a
responsabilidade de manter a casa em ordem cabe aos filhos que lá ficaram. Em
vez de arregaçar as mangas e arrumar a bagunça, a mulher integrada exige que os
filhos arrumem tudo e que a próxima vez a casa esteja em ordem quando ela
chegar.
Mesmo ausente, é comum a mãe
querer se sentir presente na atividade do filho.
Em geral, crianças pequenas
gostam de contar suas experiências aos pais. E a mãe aproveita bastante. Quanto
mais o filho fala, mais noção ela vai tendo das perguntas que deve fazer. A mãe
quer ter a visão global.
Quando o pai faz uma pergunta,
busca uma resposta focalizada. Como foi? Foi bem, então, ponto final.
Respostas longas às vezes
incomodam o pai. Ele acha esse tipo de conversa com o filho muito superficial, poucas
prática e objetiva. O que agrada a mãe incomoda o pai.
Os filhos homens tem a tendência
de achar a mãe chata, pois tendem a repetir o modelo dos pais, agindo mais do
que falando. Não gostam de ficar contando dos amigos, ao contrário das meninas,
que adoram!
O pai é mais legal para o filho
porque ele não precisa falar muito. E isto permite que o pai seja manobrado. É
mais fácil enganar em duas ou três perguntas do que num questionário.
O trabalho ocupa um espaço enorme
na vida do pai. Quando é interrompido, pela aposentadoria ou por um afastamento
compulsório, o pai se sente morrer, porque sua autoestima cai e ele entra em
depressão.
Existem mulheres que também se
sentem, não só atrapalhadas, mas ameaçadas pela presença masculina em casa.
Elas raramente se dedicam apenas ao trabalho; elas tem afazeres diários; mesmo
que se aposentem, têm muitas coisas que as mantém vivas.
Existem também homens que ajudam
em casa quando estão desempregados, porém, quando arranjam novo emprego, voltam
a encarar o lar como o repouso do guerreiro. Daí porque não ser estranho
deixarem a educação dos filhos por conta da mulher.
Educar dá trabalho, pois é
preciso ouvir os filhos antes de formar um julgamento, nem sempre claros para
ajudá-lo a tempo; identificar junto com o filho onde ele falhou, para que possa
aprender com o erro; ensiná-lo a assumir as consequências em lugar de
simplesmente castigá-lo, por mais fácil que seja; não resolver pelo filho o
problema que ele mesmo tenha capacidade de solucionar; não assumir sozinho a
responsabilidade pelo que o filho fez, por exemplo, ressarcir prejuízos
provocados por ele ou pedir notas aos professores.
Se pais machos soubessem educar,
seus filhos também saberiam educar, e não teríamos hoje esta geração de jovens
tão bem-criados, porém tão mal-educados.
A grande vantagem do ser humano
sobre os animais é a possibilidade de modificar seu comportamento, criando
soluções para o que lhe prejudica ou não lhe satisfaz.
Um pai integrado propõe Içami
Tiba, tem de superar o machismo e ser uma pessoa verdadeiramente interessada em
educar o filho.
O interesse e o empenho em educar
o filho devem ir além da informação. Não é fácil levar a teoria na prática; a
maior dificuldade surge quando conflitos internos dos pais interferem nas ações
educativas e isso não depende da idade dos filhos.
A omissão que permite à criança
fazer tudo o que tem vontade, ou a explosão diante de qualquer deslize do
filho, além de não educar, distorcem a personalidade infantil, tornando a
criança folgada, sem limites, ou sufocada, reprimida. No futuro, ela poderá se
rebelar contra o opressor; portanto, é importante que os pais busquem ajuda
quando não conseguirem fazer o que sabem que tem que ser feito.
A boa educação deve pautar-se
pelas necessidades de cada filho. Mesmo que o casal tenha três filhos, cada um
deve ser tratado como se fosse único, embora os três tenham a mesma genética, o
que impera é a individualidade.
Os resultados imediatos da boa
educação podem vir como flores; bonitos e agradáveis para todos, porém, os
verdadeiros e duradouros resultados são aqueles que pertencem à formação da
personalidade. O que garante uma boa educação são seus frutos, materializados
nos comportamentos duradouros, que valem para qualquer situação.
O que faz as flores evoluírem
para frutos são os princípios da coerência, constância e consequência.
Educar é uma obra-prima, uma
obra, realmente artesanal, cujo resultado é a futura felicidade dos filhos e de
todos a sua volta.
Filhos são como navios, os pais
como estaleiros...
Nos estaleiros os navios são
construídos. O lugar mais seguro para os navios é o porto, mas eles não foram
construídos para ficar nos ancoradouros do porto e sim para singrar nos
mares...
Os pais podem achar que o lugar
mais seguro para os filhos é junto deles, mas os filhos não nasceram para isso
e sim para singrar os mares da vida!
A
EDUCAÇÃO PERMISSIVA
A mãe deve ter a capacidade de
entrar no ritmo da criança. A pressa não é uma característica infantil. A
criança tem muito mais prazer durante a realização de um trabalho, do que
apenas vê-lo pronto. Daí porque, imediatamente depois de empilhar várias caixinhas,
ela derruba tudo e começa de novo. A criança gasta muito mais tempo empilhando,
do que admirando o trabalho pronto. O prazer não está no produto final.
Ao atropelar o ritmo da criança,
a mãe pode transmitir-lhe a sensação de que é incapaz. A extrema solicitude da
mãe estimula o filho a cruzar os braços, como se fosse impotente, e pode levar
a criança, ao deslocamento da sensação de prazer que seria obtida realizando,
para o mero receber.
Nenhuma criança nasce folgada,
ela aprende a ser. A indolência constante não é natural, mas resultado da
dificuldade de realizar seus desejos por si mesmos. A criança só pode ser
considerada folgada, quando conhece suas responsabilidades e não as cumpre.
A responsabilidade é consequência
da confiança que a mãe deposita no filho, para a realização de algo que lhe
cabe naturalmente. A mãe não deve só reconhecer tal capacidade, como a contar
com ela com frequência.
Os estudiosos do comportamento
humano reconhecem e Içami Tiba exemplifica que figuras paternas frágeis e mães
hipersolícitas transformam os filhos em “parafusos de geleia”.
Se levarem um apertão, espanam.
Não aguentam ser contrariados, não foram educados para suportar o “não”.
O parafuso de geleia, conforme
Dr. Tiba, é comumente encontrado nesta sequência: avós autoritários, pais
permissivos, netos sem limites!
Quando foram pais, os avós
mostraram-se muito autoritários, tendo sido mais adestradores de crianças que
educadores. Bastava o pai dar aquela olhada e o filho tinha de obedecer, do
contrário os pais abusavam da paciência curta, da voz grossa e da mão pesada.
Os filhos desses pais se
revoltaram contra o autoritarismo. Sofreram tanto com esse método de educação,
que quiseram dispensá-lo, ao se tornarem pais. Então, trataram de negá-lo,
fazendo o contrário; tornaram-se extremamente permissivos.
A permissividade é a outra face
do autoritarismo regada a ocasionais crises autoritárias. O pai permissivo
deixa, deixa, até um ponto em que não aguenta mais e explode: “ Agora chega!”
De repente, manifesta um comportamento que não condiz em nada com a
permissividade. É a perda de referência educativa.
Os filhos desses pais, portanto,
os netos dos avós autoritários, tornam-se onipotentes com pés de barro.
Sentem-se fortes, mas são parafusos de geleia, isto é, não suportam os
“apertões” que a vida naturalmente dá em todos os seres viventes.
O “sim” só tem valor para quem
conhece o “não”. Mas a geração parafusos de geleia desconhece o “não”, pois
tudo para eles é permitido, e a permissividade não gera um estado de poder.
Os parafusos de geleia têm baixa autoestima
porque foram regidos pela educação do prazer.
Quando os pais permitem que os
filhos, por menores que sejam, façam tudo o que desejam, não estão lhes
ensinando noções de limites individuais e relacionais, utilizados todo o tempo
na vida, também não estão passando noções corretas do que podem ou não podem
fazer.
Os pais para justificarem
utilizam diversos argumentos para isso, tais como, “são muito pequenos para aprender”,
“eles não sabem o que estão fazendo”, “vamos ensinar quando forem maiores”,
“sabemos que não devemos deixar”, “mas é tão engraçadinho”...
É necessário lembrar, que uma
criança, quando faz algo pela primeira vez, sempre olha em volta para ver se
agradou alguém. Caso tenha agradado, repete o comportamento, pois entende que
agrado é aprovação.
Portanto, cada vez que os pais
aceitam uma contrariedade, um desrespeito, uma quebra de limites está fazendo
com que os filhos não compreendam e rompam o limite natural para seu
comportamento em família e em sociedade.
Deixar que as situações
inadequadas transcorressem sem uma intervenção clara, constitui grave erro e a
certeza de problemas e responsabilidade futuros.
Cabe aos pais transmitir aos
filhos, através de seus atos, a diferença entre o que é aceitável ou não,
adequado ou não, entre o que é essencial e supérfluo e assim por diante.
É essencial à boa educação saber
estabelecer limites e valorizar a disciplina, e para isso é necessária uma
autoridade saudável, no que Flavio Faria e a doutrina Racionalista Cristã está
inteiramente de acordo com Içami Tiba. Autoridade é algo natural e que deve
existir, sem as descargas de adrenalina, seja para se impor ou para se
submeter, diferente do autoritarismo.
O segredo da diferença entre
autoritarismo e autoridade está no respeito à autoestima.
FORMANDO A AUTOESTIMA
A autoestima começa a se
desenvolver numa pessoa quando ela é ainda um bebê. Os cuidados e o carinho
dispensados vão mostrando à criança que ela é amada e querida.
Nesse começo de vida, ela está
aprendendo como é o mundo em sua volta e, conforme se desenvolve, vai
descobrindo seu valor, a partir do valor que os outros lhe dão. É quando se
forma a autoestima essencial.
A autoestima continua a se
desenvolver conforme a pessoa se sente segura e capaz de realizar seus desejos
e, futuramente, suas tarefas. É a autoestima fundamental.
Para os pais, o amor
incondicional que sentem pelos filhos está claro, mas para os filhos nem sempre
esse amor é tão claro assim.
Toda criança se preocupa em
agradar à mãe e ao pai, acreditando que ao fazer isso estará garantindo o amor
deles. Para ela, o sorriso de aprovação dos pais é amor e a reprovação com um
olhar sério ou uma bronca é não amor.
É importante que fique claro para
a criança que, mesmo que a mãe e o pai reprovem determinadas atitudes dela, o
amor que sentem por ela não está em jogo.
Para que a criança se sinta amada
incondicionalmente é necessário, acima de tudo, que seja respeitada.
Dr. Tiba escreve que respeitar os
filhos significa:
* Dar espaço para que tenham seus
próprios sentimentos, sem por isso serem julgados. O que pode ser reprovado é a
expressão inadequada da raiva, como bater em alguém.
* Aceitá-los como são, mesmo que
não correspondam às expectativas dos pais. Precisam ter os próprios sonhos,
pois não nasceram para realizar os dos pais.
* Não os julgar por suas
atitudes. Crianças erram muito, pois é assim que aprendem. Mãe e pai podem e
devem julgar as atitudes, mas não os filhos. Se a atitude for egoísta, o que
deve ser mostrado é o egoísmo, mas não consagrá-lo dizendo “você é muito
egoísta”. Frases do tipo “ Você não tem jeito mesmo” ensinam a criança que ela
é egoísta, terrível e não tem jeito mesmo. Portanto, essas “qualificações”
passam a ser sua identidade.
Com respeito à criança, devem
demonstrar que ela é amada, não pelo que faz ou tem, mas pelo simples fato de
existir. Sentindo-se amada, ela se sentirá segura para realizar seus desejos.
Portanto, deixá-la tentar errar, sem ser julgado, ter seu próprio ritmo,
descobrir coisas permitem a criança perceber que consegue realizar algumas
conquistas. Falhar não significa uma catástrofe afetiva; assim a criança vai
desenvolvendo a autoestima, grande responsável por seu crescimento interno, e
fortalecendo-se para ser feliz, mesmo que tenha de enfrentar contrariedades.
O que alimenta a autoestima é
sentir-se amado incondicionalmente e, também, o prazer que a criança sente de
ser capaz de fazer alguma coisa que dependa só dela. Não o prazer ganho.
O filho desenvolve a autoestima
quando brinca com o que ganhou, interage e cria novas brincadeiras; guarda o
brinquedo dentro de si, sente sua falta e, principalmente, cuida dele.
O brinquedo ganho adquire, então,
significado para ele. Crianças que ganham uma infinidade de brinquedos que mal
conseguem guardar não têm como desenvolver autoestima suficiente para gerar
felicidade.
O presente que vai alimentar a autoestima
do filho é aquele em que sente que foi merecido. Sem dúvida, é muito prazeroso
para os pais dar presentes que agradem aos filhos. Todos ficam contentes, os
pais por dar e os filhos por receber. O princípio educativo, porém, é que os
filhos sejam pessoas felizes e não simplesmente alegres.
A alegria é passageira e a
capacidade de ser feliz deve pertencer ao filho.
O prazer do sim é muito mais
verdadeiro e construtivo quando existe o não!
Se uma criança é aprovada porque
os pais contrataram para ela um professor particular, o mérito da aprovação é
dos pais. O filho pode até sentir prazer por ter sido aprovado, mas no fundo
sabe que o mérito não foi todo seu. Isso diminui a sua autoestima. Quando é
aprovação porque estudou e se empenhou, sua autoestima cresce. Ele adquire
responsabilidade.
A autoestima é a fonte interior
da felicidade.
Uma dica que Içami Tiba da aos
pais se refere à proibição imposta de alguma coisa. Devem encontrar algo para
que o mesmo possa fazer no lugar. A simples proibição é paralisante. A educação
é mobilizar a criatividade para o bem comum.
O COMPORTAMENTO DOS PAIS
O comportamento estilo vegetal,
concebido Içami Tiba, é o utilizado por pessoas, como se as mesmas fossem
plantas; ou seja, aguardando o mundo em volta se movimentar para atendê-las.
A planta possui a força da
sobrevivência, porém são os outros que lhe dão as condições de vida.
Os humanos vivem fisiologicamente
esta etapa, quando são recém-nascidos, estão em coma ou perdem a memória na
fase senil. Caso não recebam cuidados, podem morrer, apesar de ter dentro de si
a força de sobrevivência.
Às vezes, porém, pessoas que não
se incluem nesses casos apresentam comportamentos que remetem ao estilo
vegetal. Isso ocorre, sobretudo quando deixam por conta do acaso algo que
poderiam elas mesmas fazer.
A mãe que permanece indiferente
enquanto suas crianças se engalfinham é um exemplo desse comportamento. O pai
pode ser atacado pelo mesmo mal quando nada faz. Observa tudo calado, pensando:
quando crescer, passa! Equivale a dizer que é o tempo que resolverá o problema
e não ele.
Somente esperar ao invés de agir é
um comportamento estilo vegetal. O ser humano se caracteriza por agir para
mudar o que não está bom. Ficar apenas “filosofando” não resolve a questão e
nem supera conflitos.
O homem assume também o estilo
vegetal quando, por se julgar suficientemente bom e trabalhador, uma figura de
projeção social, acha que não precisa fazer mais nada pela educação dos filhos.
Sua condição já lhe parece suficiente para que as crianças o respeitem, sigam
seu exemplo, sejam obedientes, responsáveis e bem-criadas. Porém, o fato é que
o filho nem sempre aprende o que o pai deseja ou espera.
Os bons exemplos, enfatizando,
são importantíssimos para a boa educação dos filhos, ressalta Flavio Faria,
porém, não se deve restringir todo um processo educacional, que leva anos de dedicação,
apenas aos bons exemplos dos pais, relativos ao sucesso profissional até então
alcançado. A vida é mais do que isso!
Faz-se necessário o
acompanhamento constante durante as diferentes fases de crescimento dos filhos,
ou seja, requerem atitudes voltadas ao bem, atitudes que sejam fruto de um
processo de bem pensar, evitando-se tanto o marasmo vegetal como as atitudes
bruscas e instintivas, melhor explicadas no tópico a seguir.
Ser um homem bom e trabalhador é
apenas características de uma área. Transmitir estas características na
dinâmica da vida requer empenho, estudo e raciocínio.
A vida pode ser comparada à mão,
que traz na palma a personalidade e nos dedos os diversos papéis que um ser
humano desempenha.
Quem é bom apenas numa área tem um dedo imenso
e os demais atrofiados. Sobrevive-se com um único dedo, claro, mas a vida será
tanto mais rica quanto mais relacionamentos saudáveis uma pessoa tiver.
COMPORTAMENTO ESTILO ANIMAL
Este, conforme Içami Tiba é um
estilo um pouco mais elaborado. Os animais tem movimento próprio e usam estratégias para saciar os instintos. Suas
ações são repetitivas porque estão inscritas em seu determinismo genético.
Todos os animais de uma determinada espécie têm comportamentos e recursos
semelhantes, portanto sobrevivem guiados pelos mesmos instintos.
A necessidade traz um desconforto
que motiva o animal a buscar a saciedade.
O animal vive dentro do ciclo
necessidade-saciedade e prazer-desprazer. Suas vontades são ditadas pelos
instintos.
Os humanos adotam o comportamento
estilo animais, quando:
* Não usam sua racionalidade;
* Repetem os mesmos erros;
* Fazem só o que foi aprendido e
não criam novidades;
* Suas vontades estão acima da
adequação;
* Agem impulsivamente, mesmo que
depois se arrependam;
* Agem egoisticamente, sem pensar
nas demais pessoas;
* Desrespeitam a ética relacional
e suas normas sociais;
* Pirateiam e danificam o meio
ambiente;
* Usam a lei do mais forte.
Assim, pais que exploram,
negligenciam ou violentam os filhos estão manifestando seu comportamento
animal.
O pai ou a mãe assume um
comportamento estilo animal quando, na expectativa de que o filho se modifique,
insiste sempre na mesma bronca. Diante do garoto que não estuda, ele ou ela
repete a advertência ou conselho, que invariavelmente começa com as fatídicas
palavras: “ Eu, quando tinha a sua idade...” Nunca acrescenta ao discurso algo
novo, capaz de mobilizar o adolescente. Diz sempre a mesma coisa e com isso
obtém sempre o mesmo resultado.
Portanto, a adolescência paterna
não serve de modelo para um filho que tenha sua sobrevivência garantida, boas
condições de vida, um cérebro que funciona ignorando o que não lhe agrada e
tenha o privilégio de poder estudar sem precisar trabalhar.
A mãe, que por sua vez se dispõe
a arrumar o quarto do filho pela “milésima e última vez”, espera que, ao vê-la
arrumando, a criança aprenda a arrumar. Esta mãe está apenas e tão somente
tendo um comportamento animal. O que a criança aprende apenas que a mãe arruma
o quarto para ela...
A criança só aprende a arrumar o
quarto arrumando!
A doutrina Racionalista Cristã,
codificada por Luiz de Mattos a partir de 1910, tem por premissa, o
desenvolvimento da racionalidade no ser humano, seja homem ou mulher. Aponta os
diversos malefícios, através de inúmeras situações exemplo, que acometem os
seres em função de se deixarem dominar pelos instintos.
A condição de ser-racional, única
presente em todas as espécies que habitam o planeta Terra, graças ao uso do
pensamento, há que ser desenvolvida em níveis máximos por todos os seres
humanos.
Os instintos estão presentes em
nossas vidas para serem vencidos pela inteligência e pelo raciocínio lógico,
sempre que se fizer necessário. O Homem racional, de moral elevada, conectado
às correntes do bem, haverá que vencer a besta que traz dentro de si.
Esta é a fórmula para que se
processe a esperada evolução das partículas do Grande Foco, em nosso planeta,
no melhor ritmo possível, diz a filosofia Racionalista Cristã.
COMPORTAMENTO ESTILO HUMANO
Este estilo descreve Içami Tiba,
busca a felicidade, e para isso as pessoas que o adotam integram disciplina,
gratidão, ética e cidadania com vistas a sua sobrevivência, perpetuação da
espécie, preservação do meio-ambiente, formação de grupos solidários e
construção adequada da civilização. Postura esta muito semelhante à preconizada
pela doutrina Racionalista Cristã.
Senhor da condição mais
desenvolvida mentalmente, na escala animal, o ser humano tem inteligência e
criatividade para superar conflitos, encontrar soluções novas para os problemas
cotidianos, sofisticar a saciedade dos instintos e transformar o meio ambiente
em busca de melhor qualidade de vida.
Faz parte do instinto de
perpetuação da espécie os pais cuidarem dos filhos, mas é a educação que os
qualifica como seres civilizados.
Se tiverem uma infância sofrida,
não vão desejar que suas crianças passem as mesmas privações. Tentam
proporcionar o que não tiveram.
Na infância, os pais sofridos comiam
a asa e o pescoço da galinha enquanto o seu grande e autoritário pai se fartava
com o peito e a coxa. Pois agora esses pais dão o peito e a coxa aos filhos.
As crianças que nunca receberam
asa e pescoço, acham natural ter direito a peito e coxa e não valorizam o gesto
dos pais.
Diante da desordem do quarto do
filho, a mãe estilo humano se propõe a ajudá-lo a arrumar a bagunça; jamais ela
mesma arregaça as mangas e põe mãos à obra.
O filho arruma o que pode e a mãe
apenas observa. O que ele não conseguiu arrumar sozinho, a mãe arruma, mas
junto com o filho, ensinando-o. O que importa é mostrar ao filho como cuidar
dos seus pertences e do ambiente em que vive em nome de uma educação integrada.
Crianças gostam de um elogio
merecido, pois esse é o verdadeiro alimento da autoestima. Elogiar
gratuitamente desvaloriza a pessoa.
É bastante comum a mãe não
conseguir manter a nova postura por muito tempo. O seu “ não ligar” dura até o
dia em que não aguenta mais, quando ela se põe a arrumar o quarto feito um
animal raivoso.
O que o filho pode aprender com
isso?
Aprende que, se tolerar a bagunça
mais do que a mãe, um dia ela acaba arrumando para ele. Quem está sendo
inteligente?
Esse é o jeitinho que deseduca...
No que pode se referir aos
estudos, o pai precisa buscar soluções mais eficazes do que simplesmente achar
que, por frequentar uma boa escola, o filho está aprendendo.
A aprendizagem depende do que ele
quer aprender, se ele acha gostoso ter conhecimento. Aprender é como comer.
Estudar e comer não são
caprichos, mas obrigações. A comida alimenta a saúde física e o estudo alimenta
a saúde social.
O ignorante sofre quando percebe
que algum conhecimento lhe falta, mas não consegue aprender o que precisa; caso
diferente dos adolescentes que não sentem a necessidade de aprender o que não
lhes interessa. Os adolescentes são interesseiros, por isso os pais devem
explorar essa característica deles para negociar os estudos.
Uma das formas de não afastar do
comportamento estilo humano é ter sempre em mente a distinção entre o que é
supérfluo e o que é vital.
* Aprender é vital.
* Comer é vital
* Ter amigos é vital
* Voltar tarde não é vital
* Usar drogas não! Mesmo que
todos os amigos usem...
O pai e a mãe se perdem
justamente neste ponto. “Todos ganham um celular, porque meu filho não
ganhará?” perguntam-se. E dr. Tiba pergunta: será que ganhar um celular é
realmente vital?
Até os animais fazem uma seleção
natural entre o que é supérfluo e o que é vital. Quando comer é vital, a
proteção pode se tornar supérflua. A melhor caça é a que está faminta: cai em
qualquer isca!
O vegetal sobrevive
O animal sacia seus instintos
O ser humano deseja ser feliz...
Devem os pais, portanto, buscar o
equilíbrio no seu viver, pois são exemplos vivos a serem imitados por seus
filhos. O comportamento denominado por dr. Tiba de “humano” é o ideal e,
coincidentemente, o que procura ensinar a doutrina Racionalista Cristã, desde
1910, por Luiz de Mattos através de seus escritos, aconselhamentos, palestras,
recados estes que veem sendo emitidos há alguns milênios por personalidades de
destaque na história da civilização, tais como Hermes Trimegistrus no antigo
Egito, Krishna na Índia, Confúcio na China, Sócrates na Grécia e Jesus!
SER FELIZ
A busca da felicidade, que inclui
a liberdade, é uma característica exclusiva de o humano ser. Esta é uma
satisfação da alma. Pode ser alcançada, mesmo que em termos relativos, a partir
do uso incansável do cristianismo prático, ou seja, incentivando-se atitudes
morais desde tenra idade. Entenda-se por atitudes morais àquelas voltadas ao
bem de todos.
Felicidade não se dá e nem se
vende. Cada ser precisa antes amadurecer para alcançar a almejada felicidade.
Os pais podem e devem fornecer
aos filhos a base para formar a felicidade, seja do ponto de vista material,
oferecendo condições básicas de sobrevivência, seja psicologicamente, através
da educação, seja espiritualmente, irradiando o bem, dando exemplos e
fornecendo orientações sempre que necessário.
Maria Cottas(2), escritora do
Racionalismo Cristão, faz interessante colocação a respeito do elogio feito
pelos pais à criança e as maravilhas no viver dos pequenos, que tal atitude
promove.
Diz Maria
Cottas que elogiar é estimular, principalmente quando o elogio é feito a uma
criança.
Considera
ela e Flavio faria endossa que constitui grande erro dos pais negar elogios aos
seus filhos quando praticam uma boa ação ou se esforçam nos estudos, pois o
elogio exerce sobre eles o mesmo efeito que nos adultos.
O elogio
eleva e inspira. Como a alavanca de Arquimedes, move o mundo inteiro.
Todos nós, adultos, sabemos que não há
incentivo mais poderoso que o elogio de nossos entes queridos, para que
executemos o nosso trabalho com boa vontade, e, no entanto, numerosos pais
adotam a teoria de que a melhor maneira de corrigir uma criança é repetir-lhe o
dia inteiro que é malcriada, desobediente ou preguiçosa.
Podem pensar
alguns pais, que as palavras elogiosas sobre a boa conduta dos filhos lhes
despertam uma perniciosa vaidade; ao contrário, diz Maria Cottas, o elogio é um
grande estímulo e valioso auxiliar para a educação da criança.
As censuras constantes às crianças, alerta
Maria Cottas, podem fazer surgir complexos de inferioridade e incompetência, de
que se ressentirão mesmo depois de adultos.
É certo
que os pais que se habituam a repreender constantemente os seus filhos, por
vezes, até asperamente, não são cruéis; eles amam os seus filhos e por muito
lhes quererem e ansiar a sua perfeição é que acham que devem exigir deles o
máximo, exibindo, diante de seus olhos, todo um cortejo de seus defeitos e
fraquezas.
Não
compreendem, orienta Maria Cottas, cegos, por falha conceitual do dever, que
causaram a seus filhos danos, fazendo surgir em seus espíritos complexos de
inferioridade que poderão conduzi-los a fracassos, mais tarde.
Os pais
se esquecem de que são para os filhos, o público, do qual esperam deles o
julgamento de uma conduta. Quando não recebem o aplauso esperado, se sentem tão
magoados como o autor cujo livro ou obra fracassou.
Matar em
embrião a personalidade de uma criança é um crime, alerta Maria Cottas. E são
não raros os pais, cegos até pelo muito quererem a seus filhos, que podem assim
proceder.
É certo
que o elogio, como tantas outras coisas boas, deve ser concedido à criança com
inteligência, em medida certa, e só quando merecido, alerta Maria Cottas.
Deve ser usado como reconhecimento por um
trabalho bem feito para ser estímulo e servir como uma esperança que inspirará
na criança o desejo de continuar melhorando sempre. Trabalho este que
normalmente é imitação da postura adequada dos pais!
Em uma
palavra se dirá à criança, quando boa, que pode ser melhor ainda, e quando de
mau temperamento, que pode melhorar.
Não
regateemos, pois, elogios aos nossos filhos quando os merecerem destaca Maria
Cottas, porque mais tarde no-los recompensarão.
FELICIDADE EGOÍSTA
Dr. Tiba atenta para as pessoas
que desfrutam esse tipo de felicidade, buscando atender somente às próprias
necessidades e vontades. É um bem estar primitivo, quase vegetal, pois leva em
conta apenas a própria sobrevivência. Suga todos os nutrientes do solo,
enquanto se espalha para pegar o máximo de luz, mesmo que com isso abafe outras
plantas.
Conseguirá, desta forma, apenas e
tão somente um prazer momentâneo, pois desprovido do conteúdo ético-moral
necessário, logo, esta falha de planejamento se fará sentir, através dos
dissabores advindos de tal ou tais gestos.
Uma criança muito pequena,
naturalmente, busca esse tipo de felicidade, porque nessa fase de
desenvolvimento o egocentrismo é natural. Aos poucos, à medida que vai
descobrindo as demais pessoas, ela supera a necessidade de ser o centro do
mundo e se interessa mais pelos outros.
Aos oito meses, aproximadamente,
o bebê costuma estranhar pessoas que não pertençam ao seu cotidiano e pode até
chorar diante delas.
Quando um filho usa drogas,
também está buscando a felicidade egoísta. Só ele sente o efeito prazeroso da
droga, sem se preocupar com os prejuízos que ela provoca, com o sofrimento dos
pais e das pessoas que o amam.
Quando os pais “sofrem” de
felicidade egoísta, estão educando os filhos pelo “como somos” a também serem
egoístas.
Novamente, Flavio Faria enfatiza,
através da exemplificação fornecida, da necessidade dos bons exemplos de
conduta, como sendo obrigação dos pais, no processo de formação educacional dos
filhos.
A doutrina Racionalista Cristã,
através de um método na vida simples de ser seguido e eficiente, codificado em
suas obras literárias, uma vez adotado pelos pais, abreviarão muitos dissabores
pelos quais os desavisados podem passar em suas jornadas aqui na Terra.
FELICIDADE FAMILIAR
Todo o interesse da pessoa
volta-se para o bem-estar exclusivo da família. Pouco importa o que acontece
com as outras famílias. É como um animal protegendo a prole.
Essa família se considera
perfeita. Pai e mãe acreditam piamente nos filhos como se eles nunca mentissem
e atacam ferozmente todos os que ousarem mexer com eles.
Fora de casa, não têm pruridos em
se aproveitar de posições vantajosas e explorar os funcionários, a comunidade e
até mesmo o social para trazer benefícios somente para a própria família.
Essas famílias educam suas
crianças para a transgressão social, pois reforçam suas delinquências. Conforme
a visão Racionalista Cristã, ao invés de uma encarnação podendo resgatar
dívidas morais acumuladas no passado, ao contrário, só fazem acumular mais e
mais débitos, com as desagradáveis consequências para os que adotarem tal
postura, proposital ou herdada via processo educacional.
As crianças precisam sentir que
pertencem à família, elas carregam esse amor dentro de si para onde forem
inclusive nos seus primeiros passos na escola. A sensação de pertencer à
família as defende de ser adotados por traficantes, bandos de delinquentes ou
fanáticos de qualquer espécie.
Por sua vez, a noção nos pais de
que a família está inserida num contexto social mais amplo e a felicidade de
um, esbarra no limite do outro, é fundamental para a boa evolução geral.
Diz a doutrina Racionalista
Cristã, desde os primeiros escritos de seu codificador Luiz de Mattos, que as
ações são precedidas dos pensamentos e estes devem estar conectados às
correntes do bem, ao Universo Superior, para que possam ser os mais eficientes,
norteando as melhores ações, a cada caso. Pensar antes de agir!
O bem pensar é pensar com
serenidade otimista, com moral. A Moral, esclarecendo, é o bem comum; neste caso, de todas as
famílias ao invés de uma só!
As consequências do bem ou mal
pensar são certas em nossas vidas!
Fazer o bem, não importa a quem.
Todos ganham com isto.
FELICIDADE COMUNITÁRIA
Uma pessoa que sente este tipo de
felicidade faz questão de ajudar os outros de sua comunidade para torná-los
mais felizes. Ultrapassa os limites da própria família, os interesses materiais
e o individualismo.
É a sensação de bem-estar e
prazer em pertencer a uma comunidade e participar dela como se fosse sua grande
família.
Podem ser pessoas que passaram
pelas felicidades egoísta e familiar e depois amadureceram para a felicidade
comunitária.
Crianças abandonadas pelos pais,
mas adotadas e criadas por instituições de caridade, absorvem o calor
humanitário e, com frequência, desenvolvem no futuro trabalhos comunitários.
A educação das crianças deve
abranger também a busca da felicidade comunitária.
Elas podem acompanhar as
atividades comunitárias desenvolvidas pelos pais. Mesmo porque são
hipersensíveis aos sofrimentos alheios. Quando um bebê chora, os outros também
choram. Se um adulto traz uma expressão de sofrimento, a criancinha franze o
cenho.
Aborda-se muito na doutrina
Racionalista Cristã a Lei da Atração. Pensar o bem, e o bem atrairemos na nossa
vida, assim como o contrário!
É fundamental a boa conexão
mental, pelo maior tempo possível, atraindo o bem no nosso viver; exalando-o,
como bom perfume, onde e com quem estivermos principalmente os filhos. Para
eles, enfatiza Flavio Faria somos a boa
fonte; a que deve ser seguida!
FELICIDADE SOCIAL
Aqui, consideram-se todos os
seres humanos iguais em essência, não importando cor, etnia, raça, credo, nível
social, preparo cultural, poder econômico, cargo político, fama, origem,
aspecto físico, capacitação ou habilidade, aliás, maneira pela qual a doutrina
Racionalista Cristã explica a nossa condição, enquanto partículas do Grande
Fóco, Vida do Universo.
A pessoa fica feliz em poder
ajudar outro ser humano a ser feliz. Empenha-se em tornar este mundo melhor,
com pequenos gestos, desde o ato de deixar o banheiro limpo para o próximo
usuário até grandes ações, como se mobilizar quando um semelhante ou um povo
inteiro estiver sofrendo um revés em qualquer canto do planeta.
Assim como se regozija com a
felicidade alheia, também sente na alma os sofrimentos dos homens. É um ser
grato, solidário e sua ligação com o próximo transcende o tempo e o espaço,
superando diferenças geográficas, ideológicas, políticas, sociais e religiosas.
A felicidade social é a expressão
máxima da saúde relacional social, pois se eleva acima das felicidades
anteriores, afirma Içami Tiba, em outras palavras, é o que também almejam os
que implantaram a doutrina Racionalista Cristã e seus seguidores.
Tolerância, solidariedade,
compaixão, sabedoria, fazem parte da felicidade social. Grandes guias
filosófico-religiosos procuram ser a expressão máxima disso. Luiz de Mattos, o
codificador do Racionalismo Cristão, ressalta Hermes Trimegistrus, Krhisna,
Confúcio, Sócrates, Jesus e tantos outros.
É lastimável, no entanto, que boa parte da
humanidade tenha ficado pelo caminho, caída no radicalismo religioso.
Se desde a mais tenra infância os
pais começassem a ler passagens interessantes e pitorescas dos grandes homens
da humanidade e depois estimulassem um pequeno e simples debate sobre a vida
deles, provavelmente as crianças seriam pessoas melhores para si mesmas, para a
família, para a escola e, futuramente, para o mundo.
O que não vale é errar na dose e
fanatizar o tema.
Não seria interessante a criança
identificar o que ela fez de bom para qualquer pessoa? Incentivar a falar a
verdade, sem exageros, e elogiá-la, reforçando o que ela fez de positivo em seu
dia; são medidas que não exigem tanto e produzem grandes resultados: contribuem
para a formação de uma boa autoestima.
Os filhos adoram saber que os
pais apreciam o que fazem. Se eles vivem naturalmente a felicidade social fazer
o bem, não importa a quem seus filhos também a viverão!
GENTE GOSTA DE GENTE
O ser humano nasce predisposto a
ter companheiros. Nossa condição ao nascer é de total dependência da mãe.
Nascemos já nos relacionando com nossos geradores e cuidadores. Nenhum ser
humano é indiferente a outro ser humano. Ele se aproxima, agride, finge não
ligar ou se afasta, mas percebe sua presença sempre!
A força relacional é praticamente
instintiva na espécie humana.
Os animais têm seus companheiros,
porém de forma primitiva. Os bandos são movidos pela ética da sobrevivência:
tudo o que fazem tem a finalidade de defender a vida e garantir a perpetuação
da espécie. Um animal ataca o outro quando se sente ameaçado física ou
territorialmente. O que vale é a lei do mais forte.
A doutrina Racionalista Cristã
orienta o ser humano a desenvolver tanto a intelectualidade, através dos
estudos acadêmicos, como também a espiritualidade, através do uso incansável
das atitudes morais no cotidiano do ser, ou seja, aquelas atitudes que levem em
conta o bem da pessoa e de toda a sociedade.
Não adianta o ser humano
desenvolver só a inteligência, pois assim como a força física, pode ser usada
tanto para o bem como para o mal.
É inegável que o grande
traficante de drogas é inteligente, porém falta-lhe a moralidade amalgamada no
seu ser; estaria em tal condição, conforme a doutrina Racionalista Cristã,
vinculada ao grau de espiritualidade adquirido nas sucessivas encarnações,
arcando o indivíduo, portanto, com as responsabilidades de seus atos, perante
si, o que levará a terríveis sofrimentos quando no seu mundo de estágio
espiritual e nas próximas encarnações, até que a moral seja apreendida em
níveis correspondentes à continuidade da sua evolução.
É fundamental que os pais,
através dos exemplos de vida, minuciosamente observados pelos seus filhos desde
tenra idade, assim como os aconselhamentos, sejam fartos de conteúdo moral,
permitindo a apreensão pelo ser, desde pequenino; já que acreditamos num certo
“potencial para o bem” que já acompanha o pequeno ser desde o nascimento e deve
ser fomentado, incentivado sempre e sempre pelos pais, assim como os
responsáveis pela formação dos pequeninos até a maioridade!
A filosofia de vida é
importantíssima neste processo de formação da moral e ética social e a doutrina
Racionalista Cristã, possui as orientações necessárias aos seres de boa
vontade, desejosos de praticarem o bem, para viverem uma jornada terrena de
excelência.
Estão aí as dezenas de obras
disponíveis gratuitamente pela Internet, através da página já mencionada www.racionalismocristao.org
ou então para serem adquiridos em qualquer uma das Casas Racionalistas Cristãs
espalhadas pelo planeta.
Flavio Faria reforça também, a
pertinência de se fazerem acompanhar, nas atividades cotidianas, com a presença
da musicalidade suave no ar, de excelência, encontrada também na web rádio
mantida pelo Racionalismo Cristão, que pode ser sintonizada no endereço
eletrônico www.radioarazao.com.br.
O feto, quase sempre, é produto
do amor entre duas pessoas. Depende totalmente da mãe para se desenvolver.
Mesmo depois, fora do útero, a criança prossegue dependendo integralmente da
mãe ou de seus substitutos. À medida que cresce e vai se tornando autossuficiente,
ela conquista aos poucos sua independência.
A arte de ser mãe e pai é
desenvolver os filhos para se tornarem independentes e cidadãos exemplares do
mundo.
Quanto mais competentes os pais
forem nesta missão, menos necessários eles se tornarão para os filhos, e o
vínculo afetivo será mantido eternamente, em nome da saudável integração
relacional.
INFÂNCIA: APRENDENDO COM OS
OUTROS
Assim como as crianças aprendem o
idioma, absorvem também os costumes e padrões de valores.
As brigas, diz Içami Tiba,
transmitem emoções negativas que ficam registradas na memória vivencial, mesmo
que o bebê ainda não esteja amadurecido neurologicamente para ter memória
consciente.
No Racionalismo Cristão, trabalha-se esta questão, ou seja, das brigas
entre os seres, como sendo fruto do contato mental prolongado no universo da
raiva, intoxicando-nos e, como consequência, os desentendimentos de toda ordem,
transtornos psicológicos, mentais e físicos na vida do ser.
Enfatiza a necessidade de estar
ligado mentalmente às boas fontes existentes no Universo inerente aos bons
pensamentos. Além do mais, propõem-se a prática de uma atividade denominada
“limpeza psíquica”, que deve ser feita em dois momentos do dia, logo cedo, após
levantar-se, e à noite; de preferência as 7horas e às 20horas, diariamente, por
cinco minutos, conforme as orientações contidas no início deste trabalho, assim
como, nos folhetos explicativos distribuídos gratuitamente nas Casas
Racionalistas Cristãs, obras editadas e disponíveis no portal do Racionalismo
Cristão, no endereço eletrônico já citado, promovendo assim a higienização
mental necessária para uma vida sadia.
Não cabe à criança, porém,
executar tais práticas, em função de não compreendê-las direito. Ela aprende
pelo relacionamento afetivo que outro ser humano estabelece com ela e,
principalmente, com o que presencia do relacionamento entre seus pais.
Crianças precisam brincar com
crianças, tanto faz se com meninos ou meninas, as diferenças de gênero não tem
muita importância.
É através do convívio com outras
crianças que elas se veem, trocam olhares e se identificam, formando uma autoimagem
de si mesmas.
As crianças adoram comerciais de
televisão, pois os mesmos têm movimentos, vozes, lugares, músicas, coloridos,
alegres e bonitos, feitos para agradar ao telespectador e lhe oferecer de tudo,
prendem sua atenção.
Devido ao forte poder de
influência que a música exerce no ser humano, principalmente nas crianças,
aconselha-se estarem todos ligados à boa música ao longo do dia, perpetuando os
estados de alegria, promovendo bons conselhos através de letras adequadas, tão
necessários no processo de formação dos pequenos.
Crianças maiores costumam brincar
no corpo-a-corpo, até mesmo brincar de brigar. Estão se avaliando, formando
padrões comparativos com outros do mesmo tamanho.
EDUCANDO OS PEQUENOS
Às
flores, seguem-se as frutas na produção das árvores. O ser humano maduro,
produtivo, que trabalha se compromete seriamente com outra pessoa, tem filhos,
constitui sociedades, estabelece territórios, etc.
Para
produzir o máximo, uma ajuda complementar é bem-vindo. Nem sempre a mulher consegue dar o máximo de
si no trabalho, porque os filhos vêm sempre em primeiro lugar e ela ainda tem
de cuidar do marido. É a mulher globalizada, mas ainda não integrada.
O
casal pode eventualmente até se separar, mas se teve filhos, os dois sempre
serão pai e mãe, nunca ex-pai e ex-mãe. Há alguns ex-cônjuges que se comportam
como ex-pais de seus filhos, tornando-se pais apenas dos filhos do segundo
casamento. Daí se pode concluir que o homem desloca sua condição com muito mais
facilidade que a mãe.
Mesmo
que os homens atinjam sua maturidade profissional com grande notoriedade e
recompensa monetária, diz Içami Tiba, isso não significa que tenham atingidos a
familiar, principalmente aqueles ex-cônjuges que se transformam em ex-pais.
Podem ser globalizados, mas estão longe de ser integrados.
Raramente
a mulher abandona o vínculo mãe/filhos e, mesmo que se separe do marido,
costuma levar consigo as crianças. Para a maioria das mulheres, sem dúvida, o
vínculo mais forte é com os filhos.
É
muito grande a diferença entre ser pai e ser mãe. Em hospitais, nos estudos,
nos passeios, geralmente a mãe cuida física e psicologicamente mais dos filhos
que o pai. Nos passeios, é o pai que perde de vista as crianças mais comumente
que a mãe.
Geralmente
o período da maturidade é o que ocupa mais tempo na vida do ser humano. Em
média, uma pessoa trabalha aproximadamente de 30 a 45 anos. Pode ter filhos
pequenos, adolescentes e adultos já produtivos; portanto, a relação filial
varia muito. Os mais maduros têm misturados o papel de avô e o de pai quando
tem filhos pequeninos.
Existem
pessoas que podem ser bons pais de crianças, mas maus pais de adolescentes, por
não terem amadurecido suas funções. Existem também os maus pais de crianças que
se revelam ótimos pais de adolescentes. Os excelentes pais de crianças têm
maior chance de serem ótimos pais de adolescentes.
Existem
os que não se casam, mas dedicam a força de sua espiritualidade à comunidade, à
sociedade.
DE GREGÁRIO À SOCIAL
Animais que andam em bando em
geral são gregários. Apesar de estarem juntos, cada um se protege como pode
contra o predador, baseado no instinto de sobrevivência.
O
bando tem seu líder, que é o macho mais forte. Ele defende sua(s) fêmea(s) e
respectivas crias. Seu reinado é mantido à força, até surgir outro macho que o
desafie e o derrote. É a lei do mais forte.
Nos
grandes centros urbanos, às vezes os cidadãos agem como se estivessem num
bando: cada um por si. Num assalto à mão armada, por exemplo, quem está vendo o
crime nem se mexe, para não ser a próxima vítima. É a lei do mais forte, e o
revólver confere a quem o empunha a condição de predador invencível.
O
cidadão, um ser social e civilizado, deve usar outros recursos para lutar
contra os assaltos, não deve reagir e infringir a lei do mais forte. Como ele
pertence a uma sociedade, para se defender tem de utilizar os instrumentos que
a sociedade lhe oferece.
O
ser humano inteligente, gregário, moral, ético e criativo construiu a
civilização e nela mãe e pai têm papéis importantes. Estes valores é que devem
nortear o dia-a-dia das famílias.
A
história da humanidade mostrou que o ser
humano evolui. O homem é um ser integral, superior. Se fizer apenas o mínimo
que se espera dele, empobrecerá.
Tanto
o pai como a mãe deve fazer o possível em benefício da família. Se o filho está
chorando, de nada adianta o pai gritar lá da sua poltrona para que a mulher vá
atendê-lo. Este ranço machista, tão ante educativo, só aumenta a confusão.
Seria
muito mais inteligente e ético aplicar a energia para atender a criança do que
gastá-la num grito e no mal estar de ouvir o choro do filho. Além de o pai
ganhar a proximidade do filho, terá a admiração da esposa, porque não há mulher
que não retribua generosamente a quem trata bem seu filho.
A
mulher, ao ouvir o choro de um filho, só não o atende quando lhe é realmente
impossível.
O
choro pode ser manifestação de sofrimento, de perigo! Antropologicamente, ou a
mãe socorria a criança ou a criança era comida pelos animais. O homem forte
para defendê-la, estava ocupado, ferozmente caçando esses mesmos animais, para
eles comerem.
A
caçada era tarefa para os mais fortes. Quem caça não cuida de crianças; assim
os machos deixaram de cuidar das crianças.
Nos
tempos de hoje, o homem já não precisa caçar para trazer comida, mas nem por
isso passou a cuidar das crianças. A mulher também começou a participar das
caçadas, mas nem por isso abriu mão de cuidar das crianças.
Será
que o homem tem dificuldade para atender ao choro da criança? Não, porque na
ausência da mulher, ele atende. Quem não tem competência não faz nunca, por
maior que seja a necessidade. Este tipo de homem, portanto, acomodou-se na
globalização, mas não evoluiu para um relacionamento integrado.
As
funções do homem em casa não deveriam se restringir a apenas arrumar torneiras,
trocar lâmpadas e resistência de chuveiro, matar baratas, etc. É vital que se
interesse pelo passeio que o filho fez no domingo, por exemplo; não como um
detetive para ver se fez burrada, mas para acompanhar mais as atividades
infantis, “participação” em vez de
cobrança.
Quando
chegar em casa, arregaçar as mangas para ajudar a mulher. Ter vontade de ajudar
é uma manifestação de amor.
Os
bons exemplos aos filhos sempre são bem-vindos e certamente serão imitados
sempre que houver oportunidade.
INICIANDO O PAPEL DE PAI
A participação do pai na educação
do filho já pode começar na gravidez!
É importante que o pai se instrua
lendo, ao menos, livros sobre o que está acontecendo com o bebê e saiba como
ele está se desenvolvendo, sinta seus movimentos, converse com ele ainda na
barriga da mãe para que a futura criança vá se acostumando com a sua voz.
Futuramente, afirma Içami Tiba,
será possível o recém-nascido acalmar-se nos braços do pai, embalado por sua
voz já há muito tempo conhecida e reconfortante, isto, nos momentos em que a
mãe não puder estar com ele.
A mulher sabe ser mãe há
aproximadamente trezentos mil anos. Só há doze mil anos, o homem descobriu sua
paternidade; daí porque a maternidade estar mais desenvolvida que a
paternidade.
A fecundação é dos dois, porém a
gravidez, por muito tempo, foi só da mãe.
O homem virava pai só a partir da
hora do nascimento. A mulher sentia a criança e sempre experimentou no corpo as
mudanças que o homem se limitava a observar externamente.
Hoje com os grandes avanços no
campo da obstetrícia, a ultrassonografia e outros exames que dão uma espiada no
ninho permitem à mãe associar a sensação com a imagem do feto na barriga e ao
pai estar mais próximo ao filhinho.
Em geral, a gravidez pega o homem
num momento de muita luta para o estabelecimento profissional, e sua mulher
grávida pode dar mais trabalho do que antes, quando era uma parceira disposta a
tudo. Ela agora está cheia de desejos; olha primeiro o bebê na barriga e depois
o companheiro.
Afora os caprichos, os desejos da
grávida tem alguma razão de ser. Existem carências nutricionais e afetivas, que
podem ser transformadas em desejos para suprir o que lhe falta no organismo ou
no relacionamento.
A mulher integrada busca
informações, marca exames, faz ginástica, massagem, cuida bem da alimentação.
Os grandes problemas são as grandes limitações naturais da gravidez; pois o
corpo muda. Ela sabe disso e encara a verdade; gravidez não é doença e nem
paralisa ninguém.
O amor transforma o critério
estético de apreciação do companheiro neste período. Faz da grávida uma mulher
bela e o mundo a homenageia, enaltecendo e
enchendo-a de cuidados.
No entanto, existem homens que
não evoluíram para a paternidade e não conseguem ver na esposa, futura mãe, seu
objeto de desejo. Os estágios de evolução espiritual propostos por Luiz de
Mattos na codificação do Racionalismo Cristão, trazem uma luz, explicando
lógica e racionalmente esta questão e
merece ser estudada mais profundamente pelo leitor; além da questão relativa à
ma educação e conseqüente formação moral do sujeito!
Maridos imaturos sentem-se
rejeitados pela esposa grávida. Após o parto, quando esperavam que a situação
melhorasse, ressentem-se quando ela tem de se dedicar muito mais ao bebê.
Os homens, que não têm saúde
emocional para suportar períodos de dificuldade, costumam abandonar a mulher e
a criança, muito mais preocupados com as próprias satisfações, do que em
oferecer companheirismo à necessitada mãe de seu filho; cometem grave falta
perante si mesmos, adquirindo débitos significativos de ordem moral a serem
resgatados futuramente, esclarece a doutrina Racionalista Cristã.
PAI INTEGRADO
Um marido integrado, além de
entender que nesse período a esposa grávida não pode lhe dar tanta atenção
quanto antes, começa a dedicar maior atenção a ela. Olha também para a criança,
o que faz passar longe do sentimento de rejeição.
Por mais independente que a
mulher seja, a grande transformação da gravidez torna-a mais sensível e
necessitada de maiores cuidados. Mesmo as mulheres que se sentem extremamente
bem energizadas, com a aproximação da data do parto, têm também a necessidade
de um apoio muito cuidadoso e compreensivo.
Muitas acabam recorrendo à
própria mãe ou sogra, em vez de apelar para o marido. Um marido não integrado
pode se sentir rejeitado.
Para muitas mulheres, a ajuda da
mãe ou da sogra traz segurança e conforto. Pode ser um momento muito importante
para o relacionamento entre elas. Para as futuras vovós, pode ser uma espécie
de “revivência” da maternidade e para as futuras mães é a chance de se
reaproximar da própria mãe.
Nessa fase, muitas mulheres
passam a ter curiosidade sobre como eram quando bebês, como suas mães agiam e
coisas assim. Vão se aquecendo para desempenhar o papel de mãe.
O homem integrado, ao invés de se
sentir rejeitado, tem a mesma oportunidade de se aproximar de seus pais.
Isto é comum acontecer com as
futuras mamães e papais, e costuma ser importante para a formação dos papéis
maternos e paternos.
Com o nascimento, o “time” das
mulheres, compreendendo avós, mães, cunhadas, tem um tipo de preocupação
diferente do que tem o “time” dos homens, ou seja, avós, pais, irmãos.
Elas querem participar dos
cuidados diários do bebê, enquanto os homens preferem vê-lo apenas de vez em
quando, costumando ser mais observadores do que cuidadores. Quanto mais o bebê
cresce e começa a dar retornos agradáveis, como sorrir, falar, andar, fazer
gracinhas, mais eles se envolvem.
De modo geral, o homem participa
bem menos dos cuidados iniciais com o bebê, que ocupam a mãe praticamente 24
horas por dia. E algumas ainda têm de aguentar maridos que se sentem
rejeitados.
O nascimento deve ser
compartilhado também pela grande família. A mãe ou a sogra, quando não
atrapalham, são extremamente úteis. O marido precisa entender isso e não
hostilizar a sogra, tampouco sua mãe.
Se acompanhar bem de perto a
mulher que espera um filho seu, diz dr. Tiba, o marido conhecerá melhor as
necessidades dela e saberá compreendê-las. Sua participação também fortalece o
vínculo entre os dois.
O homem integrado, proposto por
Içami Tiba, além de mais responsável pela criança, sente-se grato à mulher por
lhe dar um filho, tornando mais saudável o relacionamento entre todos os
envolvidos.
Este tipo de pai “integrado”, que
não passa pelo processo biológico da gravidez, mas por ter um comportamento
estilo humano, pode abstrair e imaginar o fato, mais ou menos como fazia no
tempo de namoro; projetando sonhos e fantasias, desta vez com uma criança;
transforma o homem macho em um ser masculino.
Esta postura humana está em
perfeita sintonia com os princípios ético-morais, codificados por Luiz de
Mattos, a partir de 1910, quando do surgimento da Doutrina Filosófica
Racionalista Cristã.
O BEBÊ NASCEU!
O parto é um acontecimento
tremendamente biológico, isto é, animal. O ser humano, porém, diz Içami Tiba,
cercou este momento de tantos cuidados, que hoje, somos capazes até de fazer
cesariana com hora marcada.
O que deveria ser privilegiado
para a vida da criança é o momento da amamentação. A mãe precisa estar lá para
oferecer o peito ao filho. Bebês têm que ser nutridos e alimentados. Nutridos
de corpo e alimentados de alma.
O leite da mãe, como já foi dito,
alimenta o corpo; o afeto alimenta a alma.
Amamentar faz parte do instinto
da mãe, portanto, é natural que as mães tenham leite para oferecer aos filhos.
É fundamental que a mulher se
informe e se prepare para amamentar com sucesso. Uma amamentação mal sucedida
pode levar a mãe sentir-se culpada, o que pode interferir significativamente na
formação do vínculo mãe/bebê.
Existe, também, o aspecto
psicológico da amamentação. Uma mulher estressada é capaz de produzir leite,
mas não é capaz de liberá-lo nem que o bebê sugue corretamente.
A melhor maneira de o marido
ajudar na amamentação é manter um clima afetivo favorável para a companheira.
A amamentação é fundamental para
a saúde do bebê e também para o estabelecimento do vínculo mãe/bebê.
Os casais que se preparam durante
a gestação costumam amamentar com muito sucesso. Aprendem que:
* Amamentar não dói (se doer é
porque o bebê não está pegando corretamente);
* Não há mulheres que não tem
leite (se o bebê sugar, o leite será produzido);
* Não existe leite fraco (cada
mulher produz o leite ideal para seu bebê, mesmo que não esteja em condições
ideais de nutrição);
* É fundamental haver um ambiente
tranquilo para a mulher amamentar.
Caso não seja possível amamentar,
o aleitamento materno pode ser feito com alimentação por mamadeira. Mesmo sem
amamentar no peito, a mãe pode fazer o aleitamento.
Isso é feito quando a mãe oferece
a mamadeira nas mesmas condições afetivas nas quais ofereceria o peito, ou
seja, num clima de tranquilidade e irradiando muito carinho. Em casos assim, o
pai pode também “dar mamadeira”, oferecendo ao bebê tudo o que ele precisa, os
nutrientes para o corpo e o alimento afetivo para a alma.
Na prática, o cuidado com o
filhinho concretiza o amor paterno. A emissão de bons pensamentos satisfaz mais
ao pai; é fundamental também o contato físico, o abraço, o carinho que toca a
pele da criança, pois ela identifica mais ativamente os sentimentos e as boas
intenções.
O bebê requer muitos cuidados.
Ele ainda tem um comportamento estilo vegetal; nada conseguindo fazer sozinho.
Tem força para sobreviver, mas depende totalmente de alguém que zele por ele.
Por vezes, a mãe pode sentir
dificuldade em lidar com a criança, achando-se incapaz, chora e morre de
preocupação. Estes sentimentos são altamente prejudiciais e certamente afetarão
sua vida, podendo chegar a um quadro de depressão pós-parto.
O Racionalismo Cristão, através
da prática diária de seus princípios, fazendo-se uso da limpeza psíquica,
proposta pelo codificador Luiz de Mattos, já exemplificada, além do cultivo de
bons pensamentos, não dando guarida aos pensamentos inerentes à tristeza,
sempre que identificados, pode evitar, bem como restabelecer completamente a
mãe dos quadros mais avançados de desequilíbrio. A mãe também pode ser levada às Reuniões Públicas de Limpeza
Psíquica, em qualquer das 166 Casas Racionalistas Cristãs, espalhadas pelo
Planeta.
Caso esta vá também com o pai, tanto melhor
serão os efeitos para todos! É
aconselhado, também, o estudo das obras editadas pelo Racionalismo Cristão,
também disponível para serem baixadas gratuitamente na página da Internet, cujo
endereço é http://racionalismocristao.net/, no link biblioteca virtual.
SOBRE OS LIMITES
Desde o início da vida do bebê,
os pais devem começar a orientação quanto aos limites.
O bebê nasce já com a capacidade
de sucção. Dentro da barriga da mãe, já é capaz de sugar o polegar. Depois do
nascimento, esse é o reflexo responsável pela alimentação do mesmo. Para mamar,
ele deve ser ativo. A mãe lhe oferece o peito, mas é ele quem tem de sugar.
O bebê logo aprende que o momento
da mamada é extremamente prazeroso. Ele sacia a fome e ao mesmo tempo recebe
carinho e a atenção da pessoa que é, para ele, todo o seu mundo. Além disso, o
ato de sugar lhe dá também um enorme prazer, uma grande tranquilidade.
Quando o bebê chora, está se
comunicando. Pode estar com fome, com fralda suja, sentindo frio ou calor ou
simplesmente querendo o aconchego de um colinho. É a mãe que vai ensiná-lo a
diferenciar estas sensações.
Se a mãe oferece o peito a cada
choro do bebê, estará ensinando a ele que todo desconforto deve ser resolvido
daquela maneira, porém, como nem sempre o bebê está com fome, começará a usar o
peito da mãe como chupeta.
Existe uma grande diferença em
“mamagem” e “chupetagem”, orienta Içami Tiba. Tudo o que vai para a boca,
agrada nessa fase em que o centro do Universo é a própria boca. Portanto, é
natural que o bebê se acalme ao usar o peito da mãe como chupeta, mesmo que a
causa do desconforto não seja a fome.
É nesse momento que a mãe começa
a impor limites, educando o instinto biológico da fome. A mãe deve estabelecer
intervalos de aproximadamente três horas entre uma mamada e outra e, conforme o
bebê for crescendo, se possível, aumentar este intervalo para quatro horas
durante o dia e seis durante a noite. Ninguém deve ser massacrado pelo relógio
na tirania das mamadas nem deixar que o processo corra solto, sem critério!
Ao estabelecer os intervalos
entre as mamadas, a mãe respeita o ritmo biológico do bebê. Assim, aos poucos,
ele irá organizando a leitura automática da própria necessidade e aprendendo a lidar
com o ciclo fome/saciedade.
Os limites também devem ser
estabelecidos pela mãe, também no momento da mamada. Ela não deve esperar que o
bebê largue sozinho o peito, porque mesmo quando já saciado, pode querer
permanecer agarrado ao peito só pelo prazer de sugar.
Em muitos casos, a mãe precisa
ensinar o bebê a mamar; não a sugar, pois isso ele já sabe. Deve ensinar que
aquele momento é para se alimentar. O carinho, a atenção, o prazer também fazem
parte, mas o objetivo daquele instante é a alimentação.
Quando a mãe percebe que o bebê
não está mais sugando com eficiência e ainda não mamou o suficiente, deve
estimulá-lo; mexer seus pezinhos, falar com ele e até mesmo tirar uma peça de
roupa da criança para evitar que ela se aqueça demais, o que acaba favorecendo
o sono durante a mamada.
Além disso, pode fixar um tempo
máximo para ele permanecer no peito. Esse limite o próprio bebê ajudará a
estabelecer. Existem aqueles que sugam com muita eficiência, e dez a quinze
minutos em cada peito podem ser suficientes e existem os que sugam mais devagar
e podem precisar de mais tempo, de vinte a trinta minutos em cada peito.
Quando o bebê suga com
eficiência, dificilmente a mãe tem problemas de rachaduras nos peitos. Na
maioria dos casos, em que a mãe fica com os bicos rachados, e até mesmo
feridos, podem ocorrer, porque o bebê fica mais tempo do que o necessário para
se alimentar e o está usando como chupeta, ou então, não está pegando
corretamente.
Às vezes, a mãe pode achar mais
fácil oferecer o peito ou a mamadeira, do que investigar a causa do choro. Se o
mesmo sempre for agradado pela boca, pode não superar o problema real e querer
“comer” a qualquer hora.
A obesidade infantil pode estar
começando já nas primeiras mamadas!
A maior manifestação de saciedade
de um bebê é seu sono tranquilo.
As atividades previstas no
decorrer do processo de acompanhamento médico (pré-natal) é o que deve ser
feito, tanto pela mãe como pelo pai, proporcionando o adequado grau de
conhecimento da situação a ser enfrentada pelos futuros pais e mesmo
relembrada, caso a gravidez se repita.
A COMUNICAÇÃO COM O BEBÊ
Os pais precisam aprender a
linguagem do bebê. Este se expressa não só pelo choro mas também pelo corpo.
Quando o bebê dá o sinal de
alarme, através do choro, os pais podem seguir cinco passos básicos:
Estes são os passos propostos por
Içami Tiba e devem ser usados durante “toda a educação” dos filhos, obviamente,
com as devidas adaptações aos diversos estágios da vida.
Ao ouvir o bebê chorar:
1- PARE! Volte à atenção para o
bebê, ele está comunicando algo a você;
2- OUÇA! O que esse choro em
particular quer dizer? Fome? Sono? Fralda suja;
3- VEJA! Como o bebê está se
movimentando? Ele se contrai? Ele se estica? O que mais acontece em redor dele;
4- PENSE! Considerando suas
informações e o histórico do bebê, o que ele está comunicando;
5- AJA! Faça o que for necessário
para o bebê. Alimentá-lo, distraí-lo, trocá-lo, agasalhá-lo...
Estes cinco passos propostos se
assemelham à postura do adepto racionalista cristão, pois esta doutrina
filosófica orienta as pessoas a buscarem em suas vidas um estado de
serenidade-mental-otimista, que facilita a identificação das
situações-problema, permite o melhor estado mental para buscar, com a
lógica-racional adequada, o acesso às melhores soluções para cada situação.
Preconiza também esta filosofia
um balanço diário pelo ser, através da higienização-mental denominada
limpeza-psíquica, já comentada, procurando identificar as eventuais falhas das
nossas ações realizadas no período, identificando-as com intuito de corrigi-las
e preveni-las, mantendo-nos sempre prontos ao bom atendimento.
O SONO DA CRIANÇA
A criança deve ter o seu sono
respeitado. Não é porque o pai chegou em casa, que deve pegá-la. Deve, sim,
esperá-la acordar e depois ajudar a cuidar dela, enquanto acordada.
Seguindo a mesma linha de
raciocínio e atitudes, não há porque acordá-la, pegá-la e passá-la de colo em
colo só porque chegou visita, como se os pais quisessem exibir o “brinquedo
novo”.
Criança que dorme bem é mais
feliz, pois não sofre com a irritação constante de não conseguir dormir. É
também mais independente. Quando chega o sono, ela se entrega e dorme onde
estiver, seja num restaurante, seja numa festinha, seja com visitas em casa.
Ainda sobre o sono e onde deve
dormir o bebê, após um levantamento das condições da família, quando existir um
quarto disponível só para ele, e ser possível perceber o que acontece com ele
ali dentro, ao natural, com as portas abertas e comunicação fácil, pode-se
colocá-lo então, sem problemas.
Se esta condição não for
possível, o bebê inicialmente dormirá no quarto dos pais, mas o ideal, para a
segurança dele, é que não seja na cama dos pais. Isso é importante, inclusive
para que o casal não perca a privacidade.
Note-se que, não é porque o filho
nasceu e se separou do corpo da mãe que tem que se afastar totalmente dela. Nos
primeiros meses, para facilitar as mamadas noturnas, é mais prático que a mãe
que o bebê fique no quarto dormindo num carrinho, cestinho ou mesmo num berço.
O ideal é que o bebê aprenda
desde cedo a dormir em seu lugar, mesmo que seja muito mais gostoso aninhar-se
entre os pais.
Já as crianças maiores, que já
andam, devem ter um lugar próprio para dormir. Mesmo que ocasionalmente
adormeçam na cama com os pais, é importante que sejam levados à sua cama para
que acordem lá. Não devem adquirir o hábito de dormir na cama dos pais.
Deve-se ter cuidado é com a forma
de lidar com estas situações. Uma vez que os pais tomem conhecimento destas
práticas e queiram alterar a situação presente, devem evitar indiretas,
espremer a criança na cama, assustá-la, constrangê-la, pois pode fazê-la
sentir-se rejeitada.
Ter paciência e falar claro, em
bom tom, olhando seguramente nos olhinhos dela; “cada coisa no seu lugar, cada
pessoa na sua cama!”
Quando a criança percebe que o
limite é coisa séria e vai ser cumprido, procura se ajustar.
É salutar cada qual ir para a sua
cama, pois dá o sentido de território para a criança. Ajuda a compor o ritual
do sono. É necessário haver regras claras.
A organização interna dos filhos
fica prejudicada se o dormir ou não na cama dos pais se transformarem numa
possibilidade que depende apenas do humor deles ou de quanto o filho se recusa
a dormir sozinho.
Por isso, é importante que a
criança aprenda a gostar do seu cantinho.
Os pais podem deixar o filho no
berço e brincar com ele dali mesmo, ensinando que é um lugar gostoso de estar.
Quando o bebê acorda, não deve
ser retirado imediatamente dali. Muitas vezes acorda numa boa, sem choro e os
pais por puro hábito, tiram-no logo do berço. Esta atitude acaba ensinando o
filho que berço é um lugar apenas para dormir e quando o mesmo acorda, começa
logo a chorar para sair imediatamente dali.
Quando o bebê acordar,
aproxime-se dele, fale com ele, deixe-o se movimentar dentro do berço e só
então o pegue no colo. Dessa maneira, você estará ensinando o bebê a ser
paciente quando acorda e a esperar quando não há ninguém por perto para pegá-lo
no exato momento.
Criança é muito sensível ao
toque. Acariciar suavemente um bebê que está no colo, com as mãos quentinhas,
traz a ele tranquilidade. Embalar também; no entanto, alguns adultos
extrapolam.
O embalar, o ninar, o cantarolar,
o tocar o bebê, tem de ser tanto mais suaves e doces quanto mais novinho ele
for.
O bebê se sente bem com os
movimentos semelhantes aos que vivia na barriga da mãe. Movimentos lentos, para
frente e para trás, por exemplo, são familiares e trazem tranquilidade ao bebê.
Flavio Faria lembra nestes casos,
a importância da adequada postura mental dos pais. Para o pensamento não há
distância, diz o Racionalismo Cristão. Eles são irradiados pelo ser e captados
perfeitamente, com a reação correspondente.
Devem ser evitados, portanto,
pensamentos inadequados, inerentes aos afazeres da vida material, quando for
embalá-los ao sono.
Aconselhamos a manutenção da
serenidade, pensamentos de carinho, cantarolar as melodias de ninar, nem é
preciso proferir a letra... em poucos minutos, eles dormem!
O SONO DA MÃE
Um dos problemas a serem
enfrentados pela mãe, na maternidade, é a falta crônica de sono, sua
dificuldade em dormir bem. Depois que a criança nasce, a mulher passa a não
dormir direito, o que aumenta o cansaço podendo aflorar doenças e dificuldades
que eram impedidas pelo bom sono.
O sono é um grande reparador para
a saúde.
Imediatamente após o parto, a mãe
fica tão ligada no bebê que nem dorme direito. Seu sono agora é descontínuo,
portanto nada reparador.
O marido, não só pode, como deve
colaborar com a mulher, na difícil fase do pós-parto, período que pode se
estender por cerca de seis meses, após o nascimento.
O apoio e a compreensão são
fundamentais, tanto para benefício do casal como do bebê. A chegada do bebê
traz muitas transformações à vida do casal, principalmente para a mulher ,e é
normal que se gerem desequilíbrios ocasionais.
Alguns homens se propõem a dormir
na poltrona da sala ou em outro quarto; no entanto, isso pouco serve de ajuda à
mulher.
Outros, despertam com o choro do bebê, mas ao
invés de levantarem para atendê-lo, preferem acordar a mulher para que ela
mesma vá ver o filho.
O marido não integrado só agrava
os problemas da mulher com o bebê. O esforço de integração do marido com a mulher
é um gesto de amor que ajuda muito nesse período.
A filosofia Racionalista Cristã busca
através dos seus bons conselhos, exarados em suas obras, orientar os seres a
terem uma postura na vida, bem semelhante a do ser integrado, proposta por
Içami Tiba.
RESPEITAR AS FASES DE CRESCIMENTO
Muitos pais, por ansiedade, já
querem transformar bebezinhos em companheiros de viagens, farras, festas,
restaurantes. Munidos de mamadeiras, fraldas, carrinhos e bebês-conforto,
passam horas se divertindo. E os pequenos juntos!
Isto quebra a rotina infantil,
tirando a criancinha do ritmo e do ambiente que seriam naturais à sua idade.
Lugares e situações como estas são contra indicados para crianças de colo.
Deve-se dar uma passadinha rápida
em algum lugar apenas para cumprir a obrigação social.
As crianças que tem o
desenvolvimento biológico respeitado, mais tarde, também respeitam o que os
pais lhe dizem ou pedem.
Crianças hiperestimuladas podem
se tornar agitadas mais facilmente. Depois os pais reclamam.
O sorriso é uma das primeiras
manifestações infantis que dão grande alegria aos pais. Por volta dos três
meses, os bebês começam a sorrir para o mundo. É o orgulho dos pais; vai ser
uma criança simpática!
Estudos mostram que a criança
sorri porque reconhece rostos, figuras humanas; como se gostasse das pessoas e,
consequentemente, do agrado delas.
Os pais devem aproveitar esta
fase e reforçar positivamente estas atitudes. Como sempre nos disse Maria Cottas,
autora Racionalista Cristã, através de seus escritos, elogios são muito mais
eficientes que repreensões. Os bebês conseguem perfeitamente guardar a sensação
de que são bem recebidos e começam a interagir assim.
Enquanto o bebê ainda depende
totalmente dos adultos, a responsabilidade dos pais é muito grande.
Quando a criança começa a mostrar
vontade própria, pode contrariar os pais, recusando, por exemplo, a papinha;
aproximadamente entre quatro e cinco meses de idade.
O ideal seria que o bebê mamasse
exclusivamente no peito até o sexto mês e só então as papinhas fossem sendo
introduzidas devagar.
A partir do sexto mês, o aparelho
digestivo do bebê está mais maduro e há menores riscos de cólicas com a
introdução de novos alimentos.
Na hora da alimentação, os
adultos devem ser pacientes e não encarar o estranhamento da papinha como
rejeição.
No começo, a criança não sabe
comer.
O comer representa um dos
primeiros gestos ativos da criança; muito diferente de mamar com a mamadeira ou
no peito, o que preenche toda a boca. Tudo é estranho para a criança; a
textura, a temperatura, o sabor... Além disso, comer exige da criança um
esforço neuropsicomotor, pois ela ainda não sabe engolir, acaba deixando a
comida escorrer pela boca.
A reação instintiva do bebê é
tentar sugar a colherinha. Só aos poucos vai descobrindo como funciona o ato de
comer. É uma fase de socialização elementar, aprendendo coisas que, mais tarde,
terá que fazer sozinho.
Os primeiros professores de um
bebê são as pessoas que lhe oferecem cuidados. É com elas que ele cria seus
primeiros vínculos. A troca constante de cuidadores, portanto, dificulta a
formação de vínculos, que são o caminho por onde passa o amor dos pais.
O amor que chega ao bebê já
começa a compor uma parte de sua auto-estima, este, um dos componentes
principais da felicidade da pessoa.
O dia a dia do bebê é cheio de
surpresas. A cada dia ele aparece com uma nova conquista. Seu desenvolvimento
neuropsicomotor vai lhe proporcionando novas habilidades, que ele testa com os
objetos e as pessoas que o cercam.
Primeiro o bebê consegue segurar,
depois aprende a movimentar as mãos e rapidamente adquire a capacidade de
arremessar os brinquedos para longe. O próximo passo será jogar a comida lá do
alto do cadeirão!
Se a criança joga e os pais
sempre a pegam, essa passa a ser uma brincadeira bastante divertida para o bebê
e bastante cansativa para quem a recolhe. Jogar e obter de volta é, para o
bebê, uma maneira de conhecer o mundo. Faz parte de seu desenvolvimento.
A criança não deve levar bronca
por jogar a comida no chão, mas também não deve ser estimulada a transformar
aquilo num divertido jogo de pais-gandulas.
Quando a criança atira longe um
objeto e percebe que algumas coisas voltam e outras não, esse comportamento
arremessador não é estimulado e tende a desaparecer com o desenvolvimento.
A alimentação para a criança deve
ser um momento gostoso, porém o prazer deve vir da convivência familiar durante
a refeição e não das brincadeiras com a comida.
Seu primeiro aprendizado em
relação à alimentação é que hora de comer não é hora de brincar.
Mãe e pai precisam ensinar o
filho que não se deve jogar coisas na hora de comer. Dificilmente a criança
entenderá isso desde o princípio, portanto, não se pode agir com brutalidade, dar
tapinhas e nem gritar com ela.
Neste momento da vida, a criança
não está querendo desobedecer aos pais, mas apenas explorar uma situação.
O bebê conhece o mundo
experimentando, fazendo, testando.
Para aprender a não jogar comida,
a criança precisa antes aprender o sentido do “não”, o que leva algum tempo.
As reações dos pais ensinam a
criança a distinguir o sim do não. Quando a criança brinca no seu quarto, faz
gracinhas, os pais riem e brincam junto; isso é um “sim”. Quando está no
cadeirão e tenta fazer o mesmo, os pais devem olhar para ela com expressão
séria e dizer “não”. Diferente de dar bronca, é apenas para delimitar uma
situação.
A criança fica muito alegre
quando brinca e interage, sua auto-estima melhora, é verdade. Mas nem por isso
a autoestima diminui ao ouvir um não!
O sim e o não estabelecem limites
para a criança, que aprende o que pode e o que não pode fazer. O que é
prejudicial é repreendê-la por algo que ainda não sabia que não podia fazer.
Poder sempre, não é bom. O sim só faz sentido se existir o não!
Saber a diferença entre sim e não
confere a criança poder de decisão sobre suas escolhas, poder que alimenta sua autoestima.
Portanto, não são o “não” nem o “sim” que traumatizam a criança, mas o mau uso
deles.
Não é o sim que alimenta a autoestima,
muito menos o não que a enfraquece. O que deixa a criança feliz é o saudável
poder de decisão entre o sim e o não que ela desenvolve.
Criança feliz sente prazer e, ao
mesmo tempo, é capaz de propiciar prazer a si mesma. Ela precisa dizer muitos
“nãos” às próprias vontades que não podem ser realizadas e dizer um “sim” ao
que tem capacidade de realizar. É nesse poder de decisão que se baseia sua
felicidade.
Felicidade não é fazer tudo o que
se tem vontade, mas ficar feliz com o que se está fazendo.
Muitos pais proporcionam alegria,
saciedade, segurança e proteção aos filhos, acreditando que assim se tornam
felizes. Ninguém dá felicidade a ninguém. Se os filhos acreditarem que são
felizes com o que ganham dos pais estarão confundindo felicidade com
dependência.
Por ser dependente, já não é
verdadeira a felicidade. Os filhos dependem primeiro dos pais, futuramente
dependerão de outras pessoas, situações ou coisas para serem felizes.
A felicidade dependente é uma
breve alegria, um prazer que deixa um vazio interior depois que passa. A pessoa
cai numa furiosa birra ou depressão se não obtiver a próxima dose. Quem tem
acessos de birra ou depressão não pode ser feliz.
As mais variadas dependências,
como a de comida, calmantes, drogas, demonstram quanto às pessoas sentem muito
mais a saciedade do que a felicidade, pois ficam infelizes quando não conseguem
saciar essas dependências.
Daí, Luiz de Mattos, o
codificador do Racionalismo Cristão, nos chamar a atenção para o
desenvolvimento de algo além da materialidade, ou seja, dos prazeres efêmeros
da vida material. Ele nos mostra conceitualmente a existência da vida
espiritual, que necessita ser desenvolvida, se possível, da mesma forma com que
se desenvolve física e intelectualmente a criança.
Os exemplos dos pais e o correto
trabalho mental destes, preconizando a moral-racional, pensando firmemente para
o bem, tendo adequado, força de vontade e disciplina no viver, fazem parte das
boas referências, fundamentais para os filhos, desde tenra idade.
EDUCAÇÃO DOS FILHOS
Uma das queixas comuns dos pais,
no “educar”, está no fato dos filhos não virem equipados com manual.
Talvez possam imaginar, estes
pais, que seriam melhores se tivessem um manual, que lhes indicassem o que deve
ser feito com o filho a cada momento.
Tal manual, felizmente, ainda não
foi escrito. Afinal seria impossível colocar as particularidades de cada um dos
milhões de filhos existentes no planeta.
Tempos atrás, as pessoas não
ligavam um aparelho elétrico, enquanto não tivessem lido todo o manual. Os mais
ousados se arriscavam a ligar, porém com o manual aberto, ao lado, seguindo
passo a passo.
Atualmente, é raro ver um jovem
ler todo o manual antes de mexer no telefone celular ou nos videogames. Os
jovens aprendem a mexer, simplesmente mexendo.
Filhos não nascem com manual,
pois é ele o próprio manual.
Embora os jovens também aprendam
a usar a Internet simplesmente usando-a, precisam adquirir alguns conhecimentos
básicos, como saber o que são e como funciona o e-mail, provedor, home-pages.
Os pais podem compreender muito
os próprios filhos, aprendendo a se relacionar com eles. Precisam adquirir
conhecimentos básicos do relacionamento com os filhos, aprender a linguagem
deles.
Quando um jovem está navegando na
Internet e se depara com algo que desconhece, tem a oportunidade de pesquisar.
Já os pais, ao serem pegos de surpresa por muitas situações provocadas pelos
filhos, não tem a chance de dizer “espere um pouco aí, filho, enquanto pesquiso
como agir com você”.
É fundamental, portanto, que os
pais estabeleçam as bases sobre as quais apoiarão a educação dos filhos. São os
alicerces do que virá a ser construído. Como os filhos são diferentes entre si,
cada qual terá sua especificidade, porém, sem alicerce, qualquer ventania ou
temporal destrói a construção.
É no dia-a-dia que os pais
aprendem como é cada filho. Para esse aprendizado, é fundamental que tenham
consciência de que são os principais e insubstituíveis educadores de seus filhos.
Existe um procedimento básico que
cada pai e mãe deve aplicar a cada filho, proporcionando, assim, um leque muito
grande do desenvolvimento relacional.
Esse procedimento vale para
qualquer relacionamento entre pessoas de qualquer idade, de fundamental
importância na formação da autoestima, se aplicado pelos pais desde que a
criança nasce.
Lembrando sobre o atendimento
integral da criança, cinco são os passos que os pais devem seguir:
* parar o que estiver fazendo ou pensando e dar atenção à criança;
* ouvir é a parte relacional. Não se deve adivinhar e sim fazer com
que ela se expresse;
* olhar é a parte instintiva. Tudo o que for percebido visualmente é
considerado;
* pensar todos os elementos percebidos devem fazer parte da resposta
a ser dada;
* agir de forma clara e objetiva.
Quem atende uma criança, vai
adquirindo prática, e sua ação integradora surgem quase automaticamente.
Respostas impulsivas servem mais a quem atende do que a criança.
Não há necessidade de largar tudo
e sair correndo para atender a criança. Esta será mais imediatista quanto mais
imediatistas forem os pais. É preciso que a criança entenda o que é essencial e
o supérfluo.
As crianças, desde cedo, podem
ser comparadas a carros de corrida, pois vivem correndo em volta ou próximo dos
pais e fazem alguns “pit-stops” quando precisam abastecer de cuidados,
carinhos, beijinhos, ser ouvidas, vistas, etc.
É nos “pit-stops”, diz Içami
Tiba, que os pais devem aproveitar para praticar o atendimento integral e seus
cinco passos. Quanto melhor for este atendimento, menos tempo a criança fica
parada no pit-stop.
A autoestima é o combustível que
vai sustentá-la cada vez mais, fazendo-a dar voltas cada vez maiores e mais
demoradas.
Quanto maior for o tempo parado
no boxe, maior será a encrenca do carro. Quanto mais os filhos solicitam a
atenção dos pais, maiores são suas carências.
Quando os pais impedem as
brincadeiras, correrias, é como se não permitissem o carro de corrida andar
pela pista. Não se admite um carro de corrida pela pista, acompanhado de perto
pela oficina e mecânicos.
Com o crescimento, as voltas vão
se tornando maiores até que chega a adolescência e os filhos passam a circular
em território próprio. Os pais não conseguem mais acompanhar os próximos
percursos, nos quais a sociedade oferece pit-stops bons e ruins. Os piores são
os “postos de venda de drogas”, que escapam ao controle dos pais.
Quanto melhor for a autoestima,
menos os filhos aceitarão parar nesses pit-stops ruins para a qualidade de
vida.
Educar não é deixar a criança
fazer só o que quer. A criança é regida pela vontade de brincar, de fazer. A
cada movimento está descobrindo coisas, num processo natural de aprendizagem.
Junto, entram os valores.
A construção dos valores é muito
mais simples que a reforma ou remodelação.
Quando deseja fazer alguma coisa,
a criança observa a reação dos pais; se ouve um não, insiste. Quer testar se o
que dizem é mesmo para valer, até incorporar a regra. Leva algum tempo, mas ela
aprende.
É interessante notar, como desde
tenra idade, a simples repressão já não funciona. É necessário estabelecer uma
diferença ao incentivar o comportamento certo; a simples aprovação é uma
recompensa para a criança, como o silêncio é uma permissão.
Quando já adquiriu movimentos
próprios, a criança precisa aprender o que pode e o que não pode fazer. Ao cair
no chão, no processo dos primeiros passos, os adultos não precisam sair
correndo, desesperados para socorrê-la, a menos que se machuque seriamente. É
importante avaliar o que aconteceu, pois pelo simples fato de estranhar o que
aconteceu, a criança pode chorar sem nem mesmo estar sentindo dor. Use o método
pare, escute, olhe, pense e aja!
Crianças pequenas podem cair por
não saberem ainda parar. Ficam em pé, andam, disparam mas não sabem brecar;
então se jogam no chão para parar. Ela tem que aprender que poderia não ter
caído ou esbarrado no móvel. Àquele tapinha que os pais dão no chão ou mesa:
chão feio! Isso passa uma ideia errada, de que o agrado tira a dor, e dá a
falsa sensação de que a criança estava certa...
Içami Tiba também não aconselha a
limpar o caminho da criança, tirando-se os móveis para que ela não se machuque.
Ela pode se chocar uma ou duas vezes, mas aprenderá a ter cuidado rapidamente.
O que pode atrapalhar realmente é
a atitude de brigar com os móveis, por exemplo. Nas voltinhas futuras que os
filhos vão dar, na escola, os pais poderão dizer “escola feia”, cada vez que os
mesmos não se saírem bem. Na adolescência, as voltinhas sociais maiores e cada
vez mais longe das vistas dos pais poderão dizer que os errados são suas más
companhias.
Quando seus pit-stops em casa já
não os satisfizerem, os filhos farão paradas em outros lugares, então
dependerão muito mais do que tem dentro de si mesmos que dos pais. Poderão
encontrar combustíveis melhores ou piores e um dos mais perigosos são, como já
foi dito, as drogas.
Flavio Faria ressalta a
necessidade dos pais estarem sempre que possível juntos, acompanhando o
processo evolucional e, principalmente, fornecendo os exemplos adequados, que
nortearão a vida dos filhos.
É necessário que os pais sejam
vistos sempre executando algum tipo de tarefa, inerentes à vida cotidiana, no
lar e mesmo de lazer. Quanta coisa há por fazer em casa.
A postura
racional-lógico-científica, mantendo a pessoa serena e otimista no
antes-durante e depois de cada tarefa a que nos propusermos realizar, das mais simples às mais complexas,
ao invés do sempre-cansado pai ou mãe, em frente ao aparelho de TV,
acompanhando fanaticamente a programação, com o copo de cerveja ou porção de
salgadinhos nas mãos até dormir...
É muito importante deixarmos
estampadas na memória visual dos filhos, em suas mentes, que tudo pode ser
conseguido com trabalho, das pequenas às grandes coisas, da maneira correta e
da incorreta também, e suas consequências depois.
Incutir os valores clássicos da
moral cristã é uma maneira eficiente,
conforme Flavio Faria, de se conseguir
sucesso no processo de formação dos seres que estão sob nossa responsabilidade.
A filosofia Racionalista Cristã,
muito bem codificada, implantada por Luiz de Mattos, hoje sendo espalhada pelos
continentes através das diversas Casas Racionalistas Cristãs, do jornal mensal
A Razão, dos livros, palestras, do portal na Internet http://racionalismocristao.net/,
da web rádio www.radioarazao.com.br, da
web TV A Razão o método de vida, que ao ser adotado pelos simpatizantes,
evitarão problemas na vida material, minimizarão os efeitos dos já encontrados.
Com o método, pode-se reverter às situações de sofrimento, atraídas por nós
mesmos através do uso inadequado de uma poderosa força a nossa disposição desde
o nascimento, o Pensamento!
AS BASES RELACIONAIS
Assim que o bebê nasce, recebe as
impressões da vida biológica pela boca e carinho pelo corpinho.
Quando ele começa a demonstrar
mais iniciativa e perceber o mundo em volta, passa a esticar os braços em
direção ao que deseja.
Assim que aprende mais, já levará
o que deseja para a boca, que continua sendo seu principal meio de conhecer o
mundo.
Quando ele não gosta do sabor, já
o identifica como algo ruim e o rejeita. Ele está adquirindo conhecimento e tem
de ser respeitado.
Quando o mesmo engatinha para
frente ou para trás, seu alcance fica maior e com isso aumentam as chances de
colocar na boca tudo o que encontrar pela frente. Em geral, nesta fase ele já
começa a repetir algumas reações dos pais.
É importante que os pais fiquem
atentos. Eles devem ser firmes, mas não bravos ou violentos, ao dizer “caca”.
Em seguida, devem pegar o objeto perigoso e jogar no lixo.
Muitos bebês, ao verem a “caca”,
imitam a cara de reprovação dos pais ao pô-la na boca.
É natural a vontade de agradar a
uma criança, comportamento este que ocorre em quase todas as espécies animais.
Nasce o filhotinho e todo o bando se aproxima para dar uma cheiradinha.
Pessoas são mais curiosas; gostam
de pegar, agradar, brincar e cutucar.
Existe, porém, uma diferença
básica entre o ser humano comum e os pais. Estes têm que saber se o que estão
fazendo é educativo ou não!
É desagradável para um pai ou uma
mãe receber críticas de outras pessoas sobre o modo como educam os filhos. Caso
tenham acostumado a criança a ter satisfeitas todas as suas vontades, ela
provavelmente fará o que quiser onde não deve, como em restaurantes e locais
públicos, e alguns pais costumam distorcer a realidade para manter a
inadequação do filho, para poupá-lo, jogam
a culpa nos outros.
Os pais devem acostumar-se a
examinar suas reações, pois o filho irá copiá-las.
Na doutrina Racionalista Cristã é
proposto ao simpatizante, dois momentos do dia para um exercício de autoanálise,
denominado limpeza-psíquica, já comentado.
Depois de uma briga entre irmãos,
os pais erram quando fingem bater no maior, para que o menor tenha a sensação
de que foi vingado. Esta é uma maneira de se perpetuar a violência, com a “lei
do mais forte, com o machismo”.
As crianças possuem uma sabedoria
natural, brincam, competem de acordo com os conhecimentos e as capacitações de
que dispõem.
É mais fácil para o pai brincar
como se fosse uma criança e deixar o filho ganhar sempre. Este comportamento
pode dar a criança uma visão irreal do que é jogar, pois se ganha umas vezes, e
perde-se outras.
Essa dinâmica deve ser
transmitida ao escolher ora atividades em que o pai é bom, ora atividades em
que o filho é melhor. Por exemplo: o pai joga damas como ninguém e o filho
perde: parabéns para o pai. Num videogame, o filho ganha e o pai perde:
parabéns para o filho! Assim, se aprende que as pessoas são boas em algumas
coisas, mas não em tudo.
Mães e pais podem fazer de tudo
para agradar a seus filhos, mesmo que os deseduquem!
Colocá-los no colo enquanto
dirigem, por exemplo, dá a falsa impressão à criança de estar no comando do
automóvel; um poder irreal, que não corresponde à verdade.
Caso a criança dirija um carrinho
de brinquedo, sentir-se-á toda poderosa e com toda razão. No colo dos pais,
porém, a sensação de poder é falsa, pois dirigir ainda é inviável para ela.
Problemas surgem quando ao
quatorze ou quinze anos de idade estes filhos já querem sair com o carro do
pai. Por que não, se quando crianças
podiam?
A HIGIENE DO CORPO
Içami Tiba coloca que é bastante
comum ser interpelado pelos pais a cerca da dificuldade de se fazer a meninada
escovar os dentes ou mesmo tomar banho.
As crianças tem grande prazer de
entrar em contato com a água. Os pais devem usar essa característica para
estimular o banho e mostrar como é gostoso ficar limpinho.
Por ser obrigatório, o banho não
deve tornar-se chato. Tudo depende do clima do momento. Se quem for dar banho
no filho estiver com pressa, não dará certo. Deve haver tempo para que a tarefa
seja prazerosa. É bastante conveniente e educativo a criança aprender a tomar o
banho corrido de cada dia e um banho mais demorado de fim de semana.
Pode acontecer de a criança
dormir antes, enquanto os pais ainda estão envolvidos em suas tarefas diárias.
Normalmente, a mãe, maníaca por limpeza, acorda a criança para o banho. Esta
não é uma medida recomendada; ficar um dia sem tomar banho não mata ninguém.
A criança também fica satisfeita
quando toma banho sozinha. É importante dar liberdade para ela se ensaboar e
apenas ir guiando seus passos: “não esqueça atrás das orelhas”, “limpou a sola
dos pés?” e não o pequeno ficar brincando enquanto é ensaboado!
É necessário também estabelecer
um prazo no chuveiro e sempre avisar alguns minutos antes do tempo se esgotar.
Em seguida, “vamos saindo. Vou contar até três..., no 3 ele já saiu.”
Este limite de tempo é muito
importante.
Com relação à limpeza dos dentes,
o procedimento é o mesmo, ou seja, ensinar desde cedo a ter este procedimento
saudável. Existem mães que se mostram ótimas “escovadeiras” até que o filho
complete 20 aninhos. Antes dos cinco ou seis anos, será difícil para a criança
fazer tudo sozinha, pois não tem muita coordenação, porém já pode começar a
aprender.
O adulto deve acompanhar e
orientar, do contrário as crianças escovam sempre o mesmo lugar.
Quanto mais paciência tiverem
para ensinar, maiores serão os benefícios, pois a criança responde
desenvolvendo o gosto de ter os dentes limpos.
Dizer simplesmente “se você não
escovar os dentes, vai ter cáries” não funciona. Ainda não estão claras na
cabeça da criança, as relações de causa e efeito. Cabe a mãe e ao pai
organizarem a rotina da criança.
O ser humano tem a possibilidade
de tornar brincadeira hábitos que são obrigatórios.
ARRUMANDO A BAGUNÇA
Naturalmente, as crianças não
gostam de bagunça. Elas gostam de reunir coisas, enfileirá-las, por ordem
nelas, encaixar; entretanto, elas se acostumam com o que vêem na casa.
Quando o que predomina é a
desordem, passam a achar que o natural é a bagunça. Portanto, podem passar a
achar que o natural é a bagunça. Acabada a brincadeira, então, pai e mãe devem
determinar: “agora vamos brincar de arrumar”. Não adiem!
A criança aprende imitando e não
sob orientação verbal. O que não se deve é dizer a um filho: “você é um
bagunceiro e não tem jeito”. Ninguém está condenado a ser como é para o resto
da vida nem a aceitar de forma passiva ou conformada a inadequação.
Para ser feliz, a criança precisa
desenvolver no dia a dia um critério interno do que é certo ou errado, adequado
ou inadequado e do que é essencial do que é supérfluo.
Uma criança saudável suporta bem
as obrigações e sabe tirar bom proveito daquilo que aprecia.
Quando a criança, mesmo tendo
conhecimento de que deve guardar seus brinquedos, recusa-se a fazê-lo, está na
hora de aplicar o “sistema coerência de educação.”
Castigo, como primeira medida,
não educa uma criança folgada. O que educa é assumir as consequências de seus
atos.
Assim que perceber que a criança
não guardou o brinquedo, ou não quer guardá-lo, é preciso dizer em tom sério: “
vou contar até três para você guardar este brinquedo. Se quando eu chegar ao
três você ainda não tiver guardado, vamos dar o brinquedo para uma criança
carente. Se você não quer cuidar dele, tem gente que eu sei que quer esse
brinquedo.”
Geralmente a criança guarda antes
de se chegar ao três; mas se não guardar, pegue o brinquedo e deixe-o num lugar
inacessível a ela. Na primeira oportunidade, acompanhe seu filho para que ele
faça a entrega do brinquedo a uma criança carente. A consequência é perder o
brinquedo do qual não se cuidou!
O que não é aceitável é deixar
que a criança corra para guardar o brinquedo depois que a contagem ultrapassou
o três. Perdeu o prazo, que arque com as consequências. Tudo na vida tem
limites. Não cuidou do que é seu, Perdeu!
Contar até três, pausadamente, dá
tempo para a criança largar o que está fazendo, refletir e tomar a atitude.
O grande aprendizado é saber que
quem não cuida do que tem vai perdê-lo!
Uma atitude adequada, tomada em
relação a um filho, nem sempre é percebida na hora, sim, pelos resultados que
se observam ao longo do tempo.
Outra situação comum nos dias de
hoje é quando a mãe volta para casa, após uma exaustiva jornada de trabalho e
encontra tudo na maior bagunça!
A mulher integrada, ao chegar em
casa após um dia inteiro de trabalho, tenha ou não marido, não deve arrumar a
casa que os filhos bagunçaram, tampouco ignorar o caos e partir para tantas
outras tarefas domésticas.
Sendo os filhos já autossuficientes
o bastante para ficarem em casa sozinhos, também devem sê-lo para cuidar dela,
portanto a mulher integrada deve educar os filhos para que deixem a casa
arrumada. O machismo histórico é quem diz que é a mulher quem deve arrumar a
casa.
Não é justo que a mulher, que já
cumpre a sua parte trabalhando fora, tenha de enfrentar outra jornada de
trabalho ao chegar em casa. Se tem marido, ambos têm o direito de repousar,
assim como a obrigação de cuidar da casa onde moram. Caso não tenha marido ou companheiro, esse é um motivo
a mais para os filhos também ajudarem a mãe, no mínimo, deixando a casa em
ordem quando ela chegar.
Quando a mãe se põe a arrumar a
casa freneticamente, os filhos ficam folgados. Na educação integrada, proposta
aqui, todos devem participar dos cuidados da casa, inclusive os filhos. Caso
nunca tenham feito nada, está na hora de os pais combinarem que dali em diante,
a casa deverá ser arrumada por eles até que os pais cheguem do trabalho.
Como título de sugestão apenas,
Içami Tiba mostra que tem funcionado quando os filhos mostrarem-se resistentes
à arrumação da casa, a mãe chegar na hora da janta e perguntar que sanduíche
querem que ela lhes prepare.
Os meninos que continuarem em frente à televisão, quarto ou na atividade que for,
depois de pronto o delicioso sanduíche, que para os famintos estará inundando a
casa com o aroma maravilhoso, a mãe chama as crianças para a mesa e após a
chegada dos mesmos, voando, encontram um único sanduíche; e é a mãe quem o come,
pois ela merece.
Os pimpolhos comerão quando
arrumarem a casa.
Educar dá trabalho e os bons
frutos, na grande maioria dos casos, são tardios.
Uma criança feliz não é chata, é
como um carro de corrida: só faz pit-stop com os pais, para se abastecer.
Quanto mais saudáveis forem os
filhos, mais exploram o mundo em velocidade condizente com o local e menos
desastres provocam na loja de cristais.
AS CONTINGÊNCIAS
Quando muito envolvidos com o
trabalho e as obrigações diárias, mãe e pai às vezes, perdem o fio da meada
educativa.
A doutrina Filosófica
Racionalista Cristã chama a atenção dos seres de maneira geral para a
necessidade de se educarem espiritualmente, pois as obrigações inerentes à vida
material avassalam as da vida espiritual, sempre com consequências nefastas aos
que não atentam devidamente para este fato.
O ser humano encarnado não deve
perder de vista, jamais, a necessidade de cultivar pensamentos inerentes ao bem
de todos, sem exceção, e as consequentes atitudes, sob pena de recebermos de
volta toda a indiferença, mal, dor e /ou sofrimento provocados a terceiros,
mesmo que, por vezes, não tenhamos intenção de prejudicar alguém. Cada qual é
fruto de si mesmo e atrai para si, tudo de bom e de ruim que acontece.
Os pais se surpreendem com
eventuais ações e reações inesperadas dos filhos, que podem começar com quase
nada e chegar a proporções catastróficas.
São várias pequenas situações que
podem vir a se desenvolver e se transformando em dificuldades. A família vai se
acomodando e absorvendo tais dificuldades pelo anestesiante convívio cotidiano.
As dificuldades simplesmente acomodadas e não resolvidas vão se acumulando sob
o tapete da rotina.
Para evitar este tipo de
situação, Luiz de Mattos, o codificador do Racionalismo Cristão, recomenda o
exercício de autoanálise, denominado limpeza psíquica, já comentada, conforme
orientação contida no livro base, intitulado O Racionalismo Cristão. Espera-se,
dessa forma, que as pessoas não acumulem mais consequências negativas, advindas
dos pensamentos negativos e atitudes inadequadas também.
É sabido que tudo que se acumula,
um belo dia transborda. É a famosa gota que faz entornar o caldo! Numa família,
não é diferente. Não é na ultima prova do ano que o aluno é reprovado. Desde as
primeiras provas, o inteligente, mas folgado filhinho vai deixando para estudar
nos últimos instantes e acaba mal. Repete este mesmo esquema em outras provas
e, no final do ano, não há mais tempo de recuperação!
O mesmo ocorre, com os primeiros
“nãos” que o danado do filhinho não ouve. Depois não atende ao que lhe é
pedido. Ele ganha um apelido, folgado, e tudo vai se acomodando; afinal um
“folgado” não tem jeito mesmo! Essa folga é a semente da delinquência...
As dificuldades podem ser
resolvidas muito facilmente enquanto são pequenas. Entretanto, diz Içami Tiba,
sejam quais forem as situações críticas, existe sempre uma forma adequada de
enfrentá-las e buscar a melhor solução. Flavio Faria, recomenda a adoção do
método Racionalista Cristão de viver.
A chegada de um irmãozinho, por
exemplo, pode significar uma contingência para a criança. É importante, nesta
fase, a participação das outras crianças da casa nesta chegada.
Mesmo que os pais não contem, o
filho percebe o rebuliço e se for deixado de fora, sente-se traído e enganado.
O melhor é enfrentar a situação e ir ajustando as coisas com tempo. Um bom
preparo antes do nascimento alimenta o carinho pelo irmãozinho posteriormente.
Todas as mudanças devem ser
feitas, de preferência, antes de o bebê chegar. Desse modo, o mais velho não
associa o fato à chegada do bebê. “Tive que abandonar meu reinado para ser
tomado por outro!”
Todos os presentes que os pais
quiserem dar para o filho maior, que deem dizendo que foi o bebê mais novo quem
mandou entregar.
Sentindo-se garantido em seu
território, o mais velho não hostiliza o mais novo nem o encara como ameaça.
Os pais podem deixar o mais velho
pegar o irmãozinho no colo com todo o cuidado e pedir inclusive que ele ajude,
um pouco, a cuidar do menor.
Os problemas em geral surgem
quando o mais novo começa a mexer nas coisas do mais velho.
Os pais devem, então, lembrar ao
primeiro filho que ele sabe coisas que o menor ainda não sabe, e os três
juntos, pai, mãe e filho, criam uma estratégia para que o pequeno não mexa mais
nas coisas do mais velho.
Os pais devem estar conscientes
de que nem tudo o que aconteceu com o primeiro acontecerá com o segundo. Logo,
o que foi bom para o maior talvez não sirva para o menor. Mesmo nascidos do
mesmo pai e da mesma mãe, os filhos nunca são iguais. Cada um dos filhos deve
ser tratado como se fosse único.
Os pais facilitam muito o
convívio entre os irmãos quando conseguem resistir à tentação de comparar os
dois. Em geral esta comparação é lamentável, pois sempre um sai ganhando e o outro
perdendo.
É comum os pais comentarem: “Não
sei por que esse filho me dá tantos problemas se teve a mesma educação que os
outros”. Ficam atordoados, pois pensam ter feito tudo certo, mas o resultado
não é o esperado.
A base deste raciocínio é que está
errada. O primeiro filho não teve um irmão mais velho e nem o segundo é o mais
velho. Cada filho tem um modo diferente de ver o mundo e de estar nele.
FILHO ÚNICO
Atualmente, existem
aproximadamente dez milhões de filhos únicos no Brasil. As dinâmicas internas
das famílias brasileiras estão mudando. Os pais, que trabalham fora, já não
convivem tanto tempo com o filho, por isso no pouco tempo em que estão juntos
querem agradá-lo. Tornam-se desta forma, muito mais recreativos que educativos.
O filho único, nesta dinâmica,
recebe tudo, tanto de bom quanto de ruim, que seria repartido com os irmãos,
caso os tivesse. Esta situação se amplifica quando o filho único também é o
neto único de quatro avós vivos.
Muitas dificuldades poderão
surgir, como ser supermimado, superdependente, tornar-se o centro das atenções,
querer tudo para si, achar que os outros estão ali para servi-lo, só comer
guloseimas, não ter ritmo para nada, ser incapaz de superar dificuldades
sozinho, chorar, gritar, agredir, embirrar quando contrariado, agir por
impulso, querer sempre ter razão.
Pais adequados dão o que os
filhos precisam e não o que têm o poder de dar. Já os pais inadequados costumam
dar dinheiro no lugar de diálogo, convivência, acompanhamento do dia a dia.
É muito mais fácil dar dinheiro
do que educar, mas o sorriso de uma criança não se compra...
Dois adultos que trabalham para
dar tudo a um só filho podem facilmente cair no exagero, atrapalhando a
educação da criança.
O que um filho deve ter, não deve
ser medido pelas possibilidades de atendê-lo, mas do que o filho necessita,
merece.
Nenhuma criança consegue ser
feliz atropelada pelos presentes que chegam todos os dias. Ela poderá se tornar
uma obesa de brinquedos. Fica estimulada por uma fome de brinquedos nessa idade
e, mais tarde, sentirá fome de outras coisas.
Mesmo que um dos pais tenha todo
o tempo do mundo não deve ficar grudado no filho. Para crescer, a criança
precisa de algum tempo só dela.
Seria ótimo se os pais pudessem
favorecer o convívio do filho único com outras crianças: primos, vizinhos ou
mesmo amiguinhos da escola ou clube. Essa convivência favorece uma formação
mais saudável.
CRIANÇAS DISTRAÍDAS
Os filhos com dificuldades de
digerir informações não devem estudar sozinhos no quarto, pois podem
distrair-se facilmente, com qualquer outra atividade.
Normalmente, é isso que os pais
fazem, colocando o distraído isolado no quarto para se concentrar. Melhor seria
colocá-lo perto de alguém que o auxilie: pai, mãe ou outra pessoa qualquer que
assuma o papel de ouvinte ou mesmo aluno dessa criança, questionando-o quando
não entender algo, sorrindo ou mesmo fazendo observações inteligentes.
O distraído tem de fazer leituras
em voz alta e explicar o que acabou de ler, pois tal atividade obriga o cérebro
a transformar símbolos visuais em sons articulados, dando-se o início do
processo de concentração. O som emitido também ajuda na memorização daquilo que
está sendo estudado.
É normal nos pais, cujos filhos
são considerados hiperativos e/ou com déficit de atenção, preocuparem-se com a
necessidade de cuidados médico-psicológicos especial. O que Içami Tiba tem
observado, na sua larga prática profissional nesta área, é que a maioria dessas
crianças são, na verdade, mal-educadas, apesar de bem-criadas.
Criar uma criança é fácil, basta
satisfazer-lhes todas as vontades. Educar, ressalta, é trabalhoso! Trata-se de
prepará-la para viver saudavelmente em sociedade, o que significa não ser
apenas inteligente; a criança precisa ter internalizada a moral e a ética.
Quando se atende a todas as
vontades dos filhos, cria-se um animalzinho, pois pertence aos animais fazer o
que tem vontade, ou seja, fugir quando tem medo, dormir quando tem sono, comer
quando tem fome, etc. São os instintos em ação!
Diz a D
doutrina Racionalista Cristã,
através dos escritos de Luiz de Mattos e seus seguidores, que o trabalho do ser
humano é aprender a dominar “a besta” que existe dentro de si, ou seja, “os
instintos”; prevalecendo-se o ser racional, lógico, moral, ético e o exemplo
dos pais na vida cotidiana da criança é básico, assim como a adequada
orientação e cobrança de atitudes morais e éticas desde cedo, faz parte do bom
processo de evolução a que todos estamos sujeitos.
A criança tem de ser educada para
saber o que deve e pode comer, como e quando; a que horas deve dormir e
acordar, etc. O mesmo deve ocorrer com as demais atividades.
Uma criança fala por meio das
suas atividades mais do que por intermédio das palavras que pronuncia. Elas são
naturalmente ativas. É a má educação que provoca uma verdadeira “diarreia” de
ações. Vão realizando uma série de atividades sem digerir as ideias e os
valores morais nelas implicados, acarretando um grande desgaste para a sua
formação.
Muitas crianças e adolescentes
mal-educados estão sendo medicados com Ritalina, alerta Içami Tiba. Medicamento
este que se destina ao tratamento do distúrbio do déficit de atenção (DDA), uma
disfunção psiconeurológica, que provoca dificuldade de concentração ou déficit
de atenção ou ainda hiperatividade.
A Ritalina, explica Içami Tiba,
não atua sobre mal-educados. Diagnósticos apressados e equivocados têm feito
pessoas mal-educadas ficarem à vontade, sob pretexto de que estão dominadas
pelo (DDA). O fato de serem consideradas doentes facilita a aceitação de seu
comportamento impróprio.
Tanto o portador de DDA como o
mal-educado são irritáveis, por falta de capacidade de esperar. A espera é um
exercício. São impulsivos por falta de capacidade de se controlar. São também
agressivos, pois em vez de reagir adequadamente é mais fácil liberar a
agressão, um dos primeiros mecanismos de defesa do ser humano.
Podemos identificar, por exemplo,
algumas diferenças entre um portador de Distúrbio do Déficit de Atenção e um mero
mal-educado. O portador de DDA continua agitado diante de situações novas, isto
é, não consegue controlar seus sintomas; já o mal-educado primeiro avalia bem o
terreno e manipula situações, buscando obter vantagens sobre os outros.
Voltando ao tema distração,
orienta-se que para ensinar a lição ao aluno é preciso organizar lhe os
pensamentos e ajudá-lo, explicando o que não entendeu. Um dos motivos mais
comuns da distração é justamente não entender a matéria.
Caso seu filho tente explicar uma
matéria a outra pessoa, e não conseguir, estará expondo sua dificuldade, que
deve ser trabalhada. Entendendo o assunto que está sendo estudado, terá um motivo
a menos para se distrair.
A FASE DOS POR QUÊS
A criança nem sempre pergunta
para saber. É importante que os pais expliquem bem sempre que possível, mas se
as perguntas continuarem, das duas uma: ou os pais são maus explicadores ou
estão respondendo com palavras, quando deveriam agir.
Um dos motivos das perguntas
infindáveis é o filho perceber que vai conseguir o que quer desde que ignore as
respostas e insista no “porquê”.
Perguntar já é uma ação. Pouco
importa a resposta. Os olhos demonstram irritação, não curiosidade. A intenção
é vencer o adulto pelo cansaço, para se conseguir o que quer.
Ação se responde com ação;
palavra com palavra.
Nestes casos, a orientação é agir
de duas formas:
- A primeira é detectar; “filho,
você tem direito a mais uma pergunta”. Pare, escute, veja, pense e responda. Em
seguida, vire as costas e vá embora, encerrando a questão!
- A segunda é inverter o jogo; “agora,
filho, é você quem me responde. Por que me pergunta tanto? Ficar aguardando a
resposta; enquanto ele não responder, não vai ficar porquezando”...
Contrariar adequadamente uma
criança, não a faz infeliz; estabelece, sim, o necessário limite para se viver
bem.
Quem não tem limites, sofre pelo
que não tem, pois acha sempre que poderia ter mais.
A BIRRA
Quando os pais se recusam a
atender uma vontade do filho, ele se debate, grita e faz escândalo. É a birra!
Surge com o nítido objetivo de contrariar uma ordem, não importa se justa ou
injusta, com a finalidade de tirar vantagem das pessoas.
Dr. Tiba fala sobre a birra de
ordem material; quando a criança deseja mais e mais brinquedos é também a birra
comportamental, por querer divertir-se mais e mais, por exemplo, e o método do
chacoalhão para enfrentá-las.
Existe também a birra afetiva,
quando então, o método é diferente, pois nenhum ser humano gosta de se separar
das pessoas a quem ama principalmente para ficar num lugar desconhecido ou onde
se sente pouco a vontade; situação esta que fica evidente no oitavo mês de
gestação.
Não importa o grau de parentesco
com o bebê; se ele estranhar essa pessoa em dado momento, é porque ainda não a
identificou e sua reação de estranhamento, é natural.
O adulto tem memória do bebê, mas
este ainda não conta com esta maturidade. Basta, por exemplo, o pai se ausentar
por alguns dias para que o bebê o estranhe. Com a convivência, isto tende a
desaparecer.
Segurança e firmeza dos pais
geram confiança no filhinho para ele ficar na escola, por exemplo.
Assim também, nos primeiros dias
na porta da escolinha, o filhinho pode apresentar dificuldade. É fundamental,
diz Içami Tiba, que ele sinta que os pais confiam na escola e o estão deixando
com pessoas super legais que vão cuidar dele. Portanto, é muitíssimo importante
que os pais conheçam bem o local e os profissionais com quem vão deixar o
filho. É necessário que ele sinta na pele que os pais confiam na escolinha.
Para os adultos a separação é
difícil, para o filhinho é ainda pior, pois ele não desenvolveu ainda a noção
de tempo, para entender que aquele distanciamento é transitório.
A birra da separação ataca a criança que não quer ficar com outras
pessoas que já conhece e com quem já ficou, dificultando ou impossibilitando,
por exemplo, a saída dos pais para o trabalho.
Os pais, nestas horas, devem
olhar no fundo dos olhos do filhinho e dizer, calma mas firmemente que, se
pudessem até ficariam, mas eles têm que trabalhar. A hesitação dos pais gera
insegurança no filho e pode despertar nele a sensação de que consegue
convencê-los a ficar.
O CHORO
Dois são os tipos de choro: o que
expressa dor e o que busca poder.
Se o filho descobrir que pode
usar o choro como fonte de poder, os pais estão perdidos! Ficará difícil saber
quando é dor ou poder. Daí a importância de os pais ficarem atentos para não
serem manipulados.
A melhor forma de saber
diferenciar um ou outro choro é acertando e errando mesmo!
Os pais têm muito medo de errar,
preocupam-se muito, temendo que um erro deles traumatize a criança pelo resto
da vida.
Se trauma infantil matasse, a
humanidade estaria extinta há muito tempo. Não existem filhos que não tenham
sido contrariados; a imensa maioria deles tem condições de agüentar
contrariedades.
Pais extremamente solícitos
acabam não traçando um bom e seguro trajeto para seguir, e a criança geralmente
torna-se insegura, pois perde a confiança neles.
Um erro cometido pelos pais,
desde que não seja baseado na violência,
em surras, socos, pontapés, não traz problema nenhum.
Estes tipos de atos descarregam a
raiva, mas não têm força educativa, pois violência só irá gerar violência.
Flavio Faria lembra, que nos
exemplos anteriores, as atitudes instintivas de todos os envolvidos geraram os
problemas. Daí porque, recomendar o método Racionalista Cristão em suas vidas,
treinando, aperfeiçoando o contato mental às boas fontes, aos estados mentais
inerentes à “supraconsciência” ou ao “Astral Superior”, para que as induções de
serenidade, segurança, lógica-racional, possam estar presentes nos momentos
certos dos seus adeptos.
Vale a pena, portanto, reforça o autor, o estudo e
pesquisa do que está codificado a respeito da Doutrina Racionalista Cristã.
A MENTIRA
Quando se percebe que um filho
começa a contar muita mentira, é preciso fazer uma acareação, um confronto com
a realidade, interpretar o contexto ao invés de acreditar em tudo, para que o
mesmo não seja estimulado a mentir ou exagerar ainda mais.
Existem mentiras que servem para
o filho se safar de uma situação, para não ter que arcar com as consequências
de seus atos. Outras servem para fazer a criança se sentir grande, valorizada e
conseguir a atenção das pessoas.
A mentira é um recurso que requer
inteligência, mas antiético, de quem inventa histórias, procurando saídas
diferentes das reais. Não deve, portanto, ser estimulada de forma nenhuma,
orienta Flavio Faria.
A criança que esconde uma prova,
um boletim escolar ou falsifica a assinatura do responsável está contando uma
mentira. Se faz necessário avaliar, porém, se de fato, ela iria levar uma
bronca tão grande ou violenta, cuja mentira teve a intenção e protegê-la de um
medo real. Se for o caso, talvez os pais estejam exigindo o que o filho não
pode dar, ou então, o filho pode mesmo ser um folgado.
Os pais devem perguntar qual é o
maior medo do filho e conversar com ele, mostrando que o caminho escolhido foi
ainda pior.
Se ir mal nas provas já era um
problema, a mentira acrescentou uma dificuldade, isto é, só acabou agravando o
problema original.
Em vez de entrar automaticamente
o castigo, o ideal seria buscar outra saída para enfrentar a situação sem que
os pais nem os professores se sentissem enganados com a mentira.
As consequências que a criança
deveria assumir podem ser o reconhecimento de que foi mal nas provas, estudar
mais para a próxima e parar de mentir. Os pais, neste caso, poderiam ajudá-lo a
se organizar mais, para que todos os dias,
estude um pouco; o filho, posteriormente, pode dar aulas para o pai ou a
mãe, reproduzindo para eles, com as próprias palavras, as lições aprendidas na
escola aquele dia.
Usar as próprias palavras, neste
caso, é essencial para o correto aprendizado. Decorar é a indigestão do
aprendizado.
Os pais não devem aceitar jamais
uma mentira como verdade, só para poupar o filho, pois intimamente ele sabe que
mentiu. Este tipo de proteção pode ter o
intuito de privá-lo de sofrimentos, mas se os pais buscam realmente a
felicidade do filho, devem educá-lo para enfrentar as diversidades da vida.
AS BRIGAS
É normal irmãos discutirem,
entrar em conflito e não raramente, partirem para a briga.
A orientação, neste caso, é que
pai e mãe ou qualquer adulto próximo deve interferir. Os pais devem separar os
briguentos dizendo em alto e bom som: “não admito briga”. Não é com palmadas ou
cascudos que se acaba com uma briga.
Ânimos serenados, os pais devem
propor atividades em comum para os irmãos em que cada um faz uma parte e que os
obriguem a repensar ou pelo menos a arcar com o mal estar causado pela briga:
estudar no mesmo quarto, lavar e enxugar a louça, ver televisão na sala com a
família.
Não adianta isolar o agressor no
quarto, pois dificulta a correlação entre o castigo e o ferimento que causou. O
agressor ajudará a fazer os curativos no ferido, caso tenha acontecido.
As crianças não são indiferentes
a outras crianças. Falam-se, tocam-se, provocam-se, agridem-se. O filho único
nem sempre pode exercitar-se desta forma. Às vezes, não sabe brincar.
Existem muitos casos de filhos
pequenos que não obedecem aos pais; basta, porém, os adultos recuperarem a
autoridade inerente à função de educador para os filhos melhorarem. Muitos pais
acabam perdendo o poder e a autoridade sobre o filho ao ameaçá-lo com regras
que não são cumpridas.
Os que aprenderam a ter lucros
nas pequenas delinquências precisam começar a terem prejuízos para que o
equilíbrio se restabeleça.
Várias medidas podem ser
adotadas, como estipular que a criança não desfrute do brinquedo preferido,
fazendo-a entender que este não usufruir é de sua exclusiva responsabilidade.
É muito natural as crianças
tentarem de várias formas, recuperar o que foi perdido através do choro,
depressão, agressão, cara fechada, mau humor, chutes, raiva. Elas têm o direito
de reagir. E os pais devem dizer: “Tudo bem você reagir, mas sua reação não vai
mudar o que estabelecemos, pois você está recebendo o que mereceu”.
A explicação educativa dessa
medida, é fazer a criança sentir a perda que um mau comportamento traz.
O ser humano se ressente de dois
tipos de perdas; a material e a psicológica. Só a perda material (ficar privado
de um objeto) não é eficiente.
Quando, porém, todos os recursos
já foram utilizados pelos pais e derrubados pelo filho, resta ainda uma última
e drástica medida: a de perder a liberdade e o conforto material. Isso equivale
a usar um lavabo como prisão para que ele reflita sobre o que fez.
Essa prisão domiciliar tem efeito
educativo. Não deve, portanto, ser acompanhada de raiva, gritos e violência. Os
motivos e os objetivos pelos quais o filho está sendo punido devem ser
explicados com firmeza, olhos nos olhos, para que ele possa compreender e se
modificar.
O lavabo costuma ser um bom
lugar, pois não tem material e nem condição para distração das crianças. Assim,
ele pode esfriar os ânimos e reconsiderar a situação. Este período não deve
ultrapassar os cinco minutos, pois a criança pode até adormecer se for maior ou
achar outras formas de se distrair.
Caso a criança ficar gritando,
ofendendo, chutando a porta, a contagem dos cinco minutos será zerada e
começará novamente.
Mãe e pai devem assumir a
condição de educadores e fazer o filho entender que está sendo mal educado,
grosseiro e antiético.
O pai que descarrega um palavrão
ou um tapa na orelha do filho deixa de usar o melhor de si mesmo, os
infindáveis recursos espirituais, para lidar com a pessoa que mais ama, o
próprio filho.
AUXÍLIO TÉCNICO DE PROFISSIONAIS
Depois que nasce o filho, o ficar
ou não em casa constitui um drama para as mães. Em geral, a sobrevivência fala
mais alto que a educação. Geralmente, a mãe e o pai trabalham e precisam contar
com a ajuda de terceiros para cuidar do filho e zelar por ele. Este que toma
conta pode ou não ajudar na educação.
Babás, avós e escola são as três opções de apoio aos pais.
Existem babás conscientes,
dedicadas e amorosas, assim como existem as péssimas.
Antes de empregar alguém como
babá, se deve verificar suas referências conversando com os pais de crianças
das quais cuidou.
Muitas mães sentem-se culpadas ao
retomar o trabalho por perceber que a babá as substitui, o que gera ciúme e até
medo de que a criança se apegue demais a ela.
Se a criança não se apega, este
pode ser um sinal de que a babá desempenha suas funções de maneira mecânica.
Para a criança, não é bom ser tratada desta forma; é necessário carinho e
empenho ao longo do dia.
A boa babá é aquela que
estabelece bons relacionamentos e, com seu apego à criança, torna-se uma aliada
da família.
Quando esta é uma aliada da
família, mesmo que depare com uma situação para a qual não foi orientada, age
em benefício da criança cuidando dela e protegendo-a. Embora o envolvimento
seja importante, a mãe e o pai devem orientar a babá para que ela entenda os
limites de sua participação na família.
As babás também devem receber
orientação sobre a educação da criança. É preciso que os pais orientem na
imposição de limites explicando como dizer não e agir no caso de comportamentos
considerados inadequados. A sugestão aos pais é para fazerem um caderno de rotina da criança, para
que a babá anote os períodos de sono, refeições, lanches, quantidade de
alimentos ingeridos, funcionamento do intestino, etc.
Em geral, as babás são apenas mal
orientadas, no entanto, caso comecem a desconfiar que algo não está correndo
bem, devem trocar de babá, pois confiança nela é fundamental.
Os pais também devem ter cuidado
com o uso da televisão, fazendo papel de babá eletrônica. Desde pequenas, as
crianças ligam sozinhas as televisões e prestam muita atenção em comerciais
porque chamam sua atenção por serem alegres cheios de som, cores e movimentos.
Com cenários, pessoas e objetos maravilhosos.
Suas mensagens nem sempre são
apropriadas às crianças, entrando pelos olhos e ouvidos, passam a fazer parte
dos conteúdos de sua mente. Quanto mais tarde a criança se iniciar no mundo da
TV, melhor. O mesmo se recomenda com relação ao mundo dos videogames.
Existem situações nas quais os
pais colocam os filhos em creches. Se faz necessário que os mesmos conheçam a
creche, seu espaço físico, seus recursos, ambientes onde as crianças ficam,
banheirinhos, salas de repouso, etc. Tomar informações sobre as pessoas que lá
trabalham, passar algumas horas no local, de preferência, perto do local do
trabalho da mãe.
Sobre os avós, tanto podem
assumir o papel de salvadores ou vilões. A educação é responsabilidade dos
pais; os avós devem curtir os netinhos. Normalmente, os pais proíbem e os avós
permitem. Os pais cortam a mesada como castigo e os avós dão trocadinhos que
rompem com estes esquemas.
Os avós vivem um outro momento da
vida; diante dos filhinhos dos filhos, têm tempo livre, afeto disponível e às
vezes dinheiro para dar aos netos.
Os avós podem ser, ao mesmo
tempo, esperança para tomar conta do neto e também depositários das culpas e
responsabilidades se lhe acontece algo de ruim, especialmente da parte de
genros e noras.
Os pais, na luta pela
sobrevivência financeira, não tem tempo de transmitir tradições nem a cultura
familiar. A disposição dos avós de ouvir a criança é diferente. Portanto, eles
desempenham papel de complementação da educação, contando as histórias da
família aos netinhos.
Os pais que deixam tudo por conta
dos velhos, sem nada especificar a cerca do processo educacional, costumam
voltar e depois ficar criticando as atitudes dos avós. É natural que eles ajam
diferentemente dos pais.
Os maiores problemas surgem
quando os avós discordam do sistema educacional adotado pelos pais.
Quando não existe a possibilidade
de acordo entre os pais e avós sobre a educação dos filhos, uma boa solução é
estabelecer o dia dos avós. Tudo que os avós permitem só é valido na casa deles
e neste dia, ou então, quando eles estão com os netos.
Caso fique constatado que os avós
realmente atrapalham a educação dos netos, convém organizar sua rotina sem eles.
Os pais devem expor a situação sem
brigas, liberando-os da obrigação.
A ESCOLA
Hoje em dia, quando os pais
trabalham, as crianças vão para escola cada vez mais cedo, com dois anos em
média.
Há três décadas, os estudiosos do
desenvolvimento infantil dividiram a socialização em três etapas:
a) Socialização elementar: fase
até os dois anos, quando a criança aprendia a reconhecer e a educar as
necessidades fisiológicas;
b) Socialização familiar: até
cinco ou seis anos, quando aprendia a conviver com o pai, mãe, irmão e demais
membros da família;
c) socialização comunitária: a
partir dos seis anos, quando começava a vida escolar.
Hoje em dia, o contato social é
muito precoce. Ainda sem completar a educação familiar, a criança já está na escola.
O ambiente social invade o familiar não só pela escola mas também pela
televisão, internet, etc.
Com esta mescla do ambiente
familiar e comunitário, as crianças tem dificuldade de estabelecer limites
claros entre família e a escola, principalmente quando os próprios pais delegam
à escola a educação dos filhos. Estes pais, costumam cobrar da escola o mau
comportamento em casa; esta ideia não pode prevalecer.
A educação com vistas à formação
do caráter, da autoestima e da personalidade da criança, ainda é, na maior
parte, responsabilidade dos pais.
A escola sozinha não é
responsável pela formação da personalidade, mas tem papel complementar ao da
família. Por mais que a escola infantil propicie um clima familiar à criança,
ainda assim é apenas uma escola.
A escola oferece condições de
educação muito diferentes das existentes na família. A criança passa a
pertencer a uma coletividade, que é a sua turma, sua classe, sua escola. É um
crescimento em relação ao “eu” de casa, pois em casa, a criança é praticamente
o centro.
Em casa, não se percebe certas
dificuldades e outras facetas na criança, pois são menos observadas e avaliadas
em relação à escola.
Portanto, para que os pais possam
conhecer realmente seu filhinho, é importante estar bem informados de seu
comportamento na escola.
A voz da experiência da escola,
bem ouvida, pode ser bastante útil num momento em que a família está totalmente
perdida sobre a maneira como deve proceder com o filhinho.
Quando a escola, o pai e a mãe
falam a mesma língua e possuem valores semelhantes, a criança aprende sem
grandes conflitos e não quer jogar a escola contra os pais e vice-versa.
Quando o filho se queixar de
algum professor, ou de alguma injustiça praticada pela escola, antes de
acreditar piamente no que ele diz, é melhor que os pais tomem conhecimento de
outras informações sobre o mesmo fato.
Aconselha-se aos pais buscarem
outras informações, além das fornecidas pelo filho, para evitar que o filho
minta.
Os pais devem sempre preparar a
ida para a escola com observações como: “você vai brincar, fazer coisas que não
faz em casa, ter amiguinhos, pintar, ir ao parquinho. Depois você conta tudo
pro papai/mamãe”.
Quando a criança sabe que poderá
contar tudo aos pais, sente-se mais forte e participativa. É a mentira de estar
presente, mesmo ausentes!
Ao arrumar a mochila escolar,
permita, sempre que possível, a criança ajudar. A mãe ou responsável pode
oferecer opções de lanche e deixar que ela escolha, pois lhe dá sensação de
domínio da situação. A criança deve carregar o que puder e a mãe ou quem for
levar e buscar, o restante; nunca deixá-la de braços abanando e correndo na
frente.
A mãe não deve confundir o desejo
de ajudar com o de fazer pelo filho.
Flavio faria alerta sobre o
“deseducar” a criança. O fato de a mãe carregar tudo faz a criança acabar
acreditando que carregar as mochilas da
vida é obrigação da mãe, usufruindo, assim, uma liberdade dependente. Há de
aprender que a liberdade é fruto do seu esforço; caso contrário, teremos o
típico “folgado”.
Geralmente, a repetência escolar
dá sinais evidentes desde as primeiras provas do ano letivo, quando o aluno vai
mal em alguma matéria.
O importante é recuperar-se o
quanto antes, sem deixar para estudar na última hora, daí a necessidade do
monitoramento constante dos pais, quanto ao desempenho do filho na escola.
As crianças e os adolescentes
tendem a largar a atividade que rende pouco ou mal.
Acompanhando o rendimento do
filho na escola, os pais poderão identificar precocemente, tais tendências.
A tarefa de estudar é do filho,
só dele. Deve-se deixá-lo escolher o método de estudo e o horário, porém, só
poderá fazer outra atividade, quando der uma aula aos pais sobre o que estudou,
usando as próprias palavras e não decorando. Esta aula é a parte mais importante
do estudo, pois comprova seus conhecimentos.
O saber é essencial na vida do
ser humano e, portanto, não se deve negociar estudo. O filho tem de estudar e
ponto. Como vai estudar? Aí sim, cabe a possibilidade de conversar e negociar
horários, etc.
Um dos melhores estímulos para
aprender é a curiosidade. Criança gosta de demonstrar conhecimentos bem como de
exibir suas habilidades manuais.
É inegável que vive melhor quem
tem cultura, pois está mais capacitado a superar obstáculos e resolver problemas
do cotidiano. Quem possui diploma universitário ganha bem mais que aquele que
cursou somente o ensino fundamental.
Possibilidade de ganhar mais, não
garante uma boa educação. Não é à toa, que os pais devem exigir que os filhos
tenham educação.
Se o filho sabe estudar, aprendeu
estudando. Ninguém pode estudar por ele.
Estudo é progressão. Crianças
precisam de apoio quando vão mal. Se vão bem, dispensam esse apoio, pois
aprendem depressa. Essa é uma boa oportunidade de ensinar aos filhos que
existem diferenças entre as pessoas; mostrar que ele pode estar ruim em uma
coisa e bem na outra. Não é porque vai mal em uma disciplina, que irá mal nas
outras, no entanto, se abandonar a que já está mal, a situação vai piorar.
No estudo, se a criança for
deixar para depois a matéria de que não gosta, será mais difícil estudá-la
quando não tiver mais disposição.
Ela apresenta dificuldade de
pintar? Não importa. A pintura ficou feia? Deixe seu filho levar um trabalho
ruim para a escola. É deste ponto que começa a melhora.
Se a mãe fez o trabalho, qual é a
base do filho para dar o passo seguinte? Caso a mesma deseje ensinar o filho,
deve fazê-lo em outra folha e não na da escola. Nessa folha avulsa, ela pode
escrever, pintar e desenhar. A folha da escola é responsabilidade da criança.
A criança sabe da verdade: não
foi ela quem fez. Sente a autoestima quebrar-se dentro dela e julga-se cada vez
mais incapaz de fazer o que poderia.
Nos primeiros passos na escola,
os pais não devem contratar professores particulares. Devem levar a dificuldade
à escola, contando com os professores para ajudar o filho a superá-la e não com
recursos extraescolares.
Na medida em que a criança
cresce, a autoestima se alimenta da capacidade de realização alcançada. Cada
vez que ela consegue encaixar um objeto de seu brinquedo pedagógico no lugar
correto, sente um grande prazer e o manifesta num sorriso ou até mesmo batendo
palminhas, numa espécie de auto aplauso. Assim se forma a autoestima
fundamental.
Ao encaixar objetos, fazer as
próprias lições e até mesmo futuramente enfrentar desafios, a autoestima dela
se fortalece. Ao praticar ela aprende mais que ouvindo. A memória da ação é
mais intensa que a da compreensão.
PAIS SEPARADOS
A maneira como o pai e a mãe
enfrentam a separação, e suas consequências, pode influir na vida futura dos
filhos. Alguns casais prometem nunca se separar após o casamento, custe o que
custar. Outros, separam-se com facilidade doentia diante de qualquer
contrariedade.
O melhor caminho sempre é a
verdade. Quando não existir mais condição de convivência, está na hora do casal
resolver a situação, o que não devem é envolver os filhos nos seus problemas.
Pode ser que eles resolvam
separar-se. Serão ex-cônjuges, mas ele continua sendo pai e ela mãe dos filhos.
Não devem tornar-se ex-pais, pois os filhos são para sempre.
A separação de um casal sem
filhos, em geral é tão simples, como o fim de um noivado ou de um namoro. O
casal sofre, mas não envolve muito outras pessoas; e a separação de bens quase
sempre já está prevista no contrato de casamento.
Quando o casal tem filhos, a
coisa se complica. É preciso, ao conversar com eles sobre a separação, seguir
algumas regras claras e sensatas em relação às questões básicas; explicando o
motivo da separação, sem muitos detalhes, informar quando e como será, explicar
o que acontecerá com eles, dar guarida a todos os sentimentos, responder a
todas as perguntas pertinentes e reforçar o fato de que não serão ex-pai nem
ex-mãe.
O momento mais adequado de
comunicar aos filhos é depois da separação ser decidida e assumida pelo casal.
Mesmo que afetados, os filhos não
devem viver a situação conjugal. A maneira mais eficiente é a conversa do casal
com todos os filhos presentes, evitando-se que cada um receba a notícia de
maneira diferente.
Caso resolvam conversar
separadamente com os filhos, devem ter
cuidado para não deixá-los na posição de árbitros ou de prêmio.
Convém ressaltar que o filho não
vai sair fortalecido se um dos pais for massacrado, justa ou injustamente, pelo
outro. A própria casa é o melhor lugar para este tipo de conversa.
Às vezes, ao receber a notícia da
separação, os filhos a aceitam sem reação e engolem o sapo. Digerido ou não,
com o tempo, ele será eliminado. Podem surgir, porém, reações aparentemente
inesperadas, com comportamentos que escapam ao controle, como a queda do
rendimento escolar, grande apatia, insônia, isolamento e até mesmo somatizações
como dores de cabeça, estômago e mau funcionamento intestinal. É o corpo
chorando as lagrimas que os olhos contiveram.
Os pais devem deixar bem claro
que os filhos não têm culpa, nem poder de separar ou unir o casal, e que a
responsabilidade de pai e mãe e essa relação afetiva não se desfazem jamais.
Contudo, como ex-cônjuges, eles terão de fazer modificações que afetarão a vida
familiar.
Que fique bem claro que não há
forma possível de evitar o sofrimento dos filhos com a separação.
Nas gerações passadas, os filhos
de pais separados eram considerados problemáticos e até segregados de forma
preconceituosa.
Hoje se sabe que os problemas dos
filhos surgem em função dos desajustes dos pais, sejam ou não separados.
Geralmente uma boa separação pode ajudar mais os filhos que a conservação de um
mal casamento.
O homem descasado se ufana da
nova independência e autonomia. Logo arruma companheiros (as) para a farra.
Enquanto isso, a mulher ainda se sente desvalorizada se não tem um companheiro
ou uma relação estável. E talvez compense a frustração afetiva conjugal com o
exagero no papel de mãe. Essa compensação pode prejudicar os filhos, devido a
hiper-solicitude e a desvalorização da figura feminina, totalmente transformada
da mãe.
O contrário também se observa,
através de mulheres que ficam muito mais soltas e saem à noite, viajam com
amigas, realizam sonhos antes impossíveis, inclusive assanhamentos, até há
pouco, impensáveis.
Em geral, a mulher fica com os
filhos e mantém a dinâmica familiar. Se arruma um namorado, eles entram numa
família constituída. Portanto, ela continua no esquema familiar, enquanto o
ex-marido volta a vida de solteiro.
Viver sozinho por aventura pode
ser gostoso, mas por obrigação torna-se difícil. Não raro o homem descuida da
roupa, alimenta-se mau e desorganiza, às vezes, até a vida profissional.
A sensação de independência e
autonomia logo se transforma em solidão e ele fica mais sujeito a doenças
psicossomáticas, ao abuso de drogas e até ao suicídio. Estes são geralmente os
sintomas de um ex-pai, alerta Içami Tiba.
Daí a importância, segundo Flavio
Faria, da pessoa cultivar sempre os bons pensamentos e rotinas salutares de
vida. A doutrina Racionalista Cristã, oferece, como já foi dito anteriormente,
maneiras simples e eficientes para que o ser possa se portar mental e at
http://racionalismocristao.net/mente,
frente aos percalços da vida, equilibrado e bem intuído, evitando-se os
contratempos citados no parágrafo anterior.
É bastante comum que o pai
separado compre o perdão dos filhos com passeios e viagens. Arma-se, então, o
modelo clássico do pai recreativo e da mãe sacrificada.
A mãe acompanha as tarefas da
escola, leva ao médico, cobra disciplina. Acaba se tornando a mãe chata. O pai
faz grandes gestos, aparece na frente dos amiguinhos, leva o filho e toda a
turma à lanchonete e faz festa com tudo; e aquele folgado que se transforma em
pai show.
Quando um cônjuge assume a
responsabilidade pela separação, pode sofrer acusações e cobranças de todos da
família, que descarregam sua raiva nele. Se os pais não tiverem uma postura
firma, de educadores, essa situação poderá atrapalhar a formação dos filhos.
A dinâmica familiar mudou nas
últimas décadas. Existem casais que reúnem sob o mesmo teto os filhos do atual
e dos antigos relacionamentos, constituindo assim uma grande e saudável
família.
O homem aceita ser substituído
pelo padrasto, mas a mãe geralmente se recusa a abrir mão da maternidade. A
maioria dos homens não aceita ser desrespeitado por crianças, mas tudo muda
quando se trata dos filhinhos da nova companheira. É bem melhor quando a mãe
não aceita que os filhos abusem do novo companheiro e reconhece nele uma
autoridade saudável e capacidade de liderança.
O segundo casamento tem melhor
chance de dar certo do que o primeiro, já que o casal aprende com os erros e
sofrimentos anteriores.
Na realidade, quando o novo casal
age mais racionalmente, as crianças aprendem essas disposições relacionais no
cotidiano, obtendo excelente qualidade de vida.
Agora, se o casal nada aprendeu
com o primeiro casamento, pode repetir os erros e assim viver, de
relacionamento em relacionamento, percorrendo uma jornada que dificilmente
deixará os filhos felizes.
Existem mães que têm coragem de
sair de casa com os filhos ou expulsar dela esse pai prejudicial. Mas ainda
assim se subestimam. Consideram-se inferiorizadas e nem sempre assumem a
autoridade educativa que poderiam ter. Podem deixar-se consumir pela culpa e
responsabilidade de ter tirado o pai das crianças.
A incoerência, a insegurança e a
inconstância são venenos mortais para a boa educação, dando margem a que as
crianças não assumam as responsabilidades e queiram impor suas vontades
independentemente de consequências.
A delinquência surge da falta de
autoridade. Quando a mulher globalizada, que conquistou o mundo, trata de
assumir sua verdadeira força, cobrando, exigindo responsabilidades e fazendo os
filhos assumirem as consequências de seus atos, a família começa a se
organizar.
SOBRE A ADOÇÃO
Existem diversas correntes de
pensamentos que tratam da adoção. Por vezes, os pais não contam a verdade à
criança porque não sabem quando e como falar. Existe o receio de traumatizá-la
com a informação, por ser tão pequenina.
Aconselha-se que o filho deva
saber a verdade, pois não é possível manter o segredo eternamente. Alguém da
família ou um amigo acaba soltando a língua, por maldade ou ingenuidade.
O melhor momento para falar sobre
isso é quando a criança pergunta sobre gravidez, parto, nascimento. Cada
criança pergunta conforme sua curiosidade e capacidade. Volta a perguntar mais
tarde enquanto não estiver satisfeita com a resposta. É natural ela querer
saber de onde veio.
O pai, normalmente, consegue
dizer ao filho que ele é adotivo com mais tranquilidade. A mãe sofre muito, diz
Içami Tiba, porque parece que a responsabilidade por não ter tido filhos é
dela.
A adoção é um gesto maravilhoso;
crianças adotadas são filhos de coração, o que muda é a origem. Para a criança,
não importa se ela veio do útero ou do coração, pois não tem na cabeça a figura
do pai e da mãe biológicos; estas são preocupações dos adultos.
Entretanto, por mais que a
família procure lidar naturalmente com a situação, chegará a hora em que a
criança vai entender o que é adoção e é
sempre um choque.
Quando um filho sabe que é
adotivo, pode usar este fato como arma e fazer ameaças para conseguir o que
quer ao sentir-se contrariado, principalmente quando percebe que este é o ponto
fraco dos pais.
É necessária muita calma para
enfrentar estas situações, e dizer olhando nos olhos do filho: “então vai! Agora!
Com a roupa que estiver vestindo! E em seguida abrir a porta da rua. Raramente,
diz Içami Tiba, o filho sai de casa sem ter pra onde ir. Alguns de fato vão até
a porta para intimidar mais os pais. Elas continuarão ameaçando enquanto
sentirem que obtém resultados vantajosos.
Caso saiam, pai e mãe devem ser
firmes e acrescentar: “Você só voltará se reconhecer seu erro, pedir desculpas
e nunca mais dizer que vai embora. Se sair outra vez, nem pedindo desculpas
você volta!”
Não se pode viver ameaçado por chantagens.
Quem as enfrenta não as alimenta. Pelo contrário, acaba com elas.
Muitos filhos naturais também
fazem armações com os pais quando estão na fase da rebeldia, do “eu não pedi
pra nascer”. É bom lembrar que uma boa integração relacional pode contribuir
muito para ajudar a superar todos esses conflitos.
Não deve haver diferenças na
educação de filhos adotivos e naturais. Quanto maior for a saúde relacional,
menores serão os conflitos resultantes da adoção. É esta naturalidade que dá
segurança afetiva ao adotado.
EDUCANDO AS CRIANÇAS PÓS-MODERNAS
Reconhecemos
que as crianças hoje são muito mais inteligentes que no passado. Estimuladas
desde cedo por brinquedos interativos, televisão, computadores e um volume
gigantesco de informações, elas estabelecem maior número de ligações entre os
neurônios.
A diversão hoje envolve desafios
mentais, e mesmo brinquedinhos têm finalidades psicopedagógicos apropriadas às
diversas idades. Para lidar com tantas novidades, pai e mãe têm de se preparar.
Não é mais possível ser um educador silvestre.
As crianças hoje já nascem com
telas interativas diante dos olhos. Ao invés de olhar pela janela, que não
oferece atrações participativas, exceto a possibilidade de jogar objetos nos
passantes, veem telas na sua frente.
Enquanto dá certo, permanecem no
jogo. Quando não conseguem superar obstáculos, ao invés de fazer novas
tentativas, simplesmente mudam de tela. As crianças fazem isso, descartando
jogos difíceis, preferindo brincar com aqueles em que vão melhor.
Surge disso o grande problema
dessa geração; a incapacidade de lidar com frustrações, que se transpõem para
os relacionamentos sociais. Caso não der certo com uma pessoa, as criancinhas a
agridem deixam-na de lado, buscam outra. Descartam-na como se fosse videogame;
acostumam-se assim com a quantidade e a superficialidade.
Esta é uma das más tendências do
mundo moderno que mais prejudicam a sociedade. Pessoas descartam umas às
outras; pais abandonam filhos com facilidade. O que vale é satisfazer o
objetivo pessoal reina o individualismo.
Pessoas vangloriam-se de quanto
namoram e beijam; abandonando quem não mais os satisfaz, passando a agir como
piratas, extraindo o máximo que podem de pessoas e situações, terminado o
saque, mudam de alvo. Não preservam o quarto, o local de trabalho, a família.
Detonam tudo pelo caminho.
Quando existe, porém o amor,
capacitação, boa vontade e, principalmente, educação, o rumo da história
pessoal pode ser melhorado e muito!
A PRECOCIDADE NA ADOLESCÊNCIA
Hoje em dia, devido
principalmente à influência da televisão, através de sua programação diária,
estimular o namoro entre as crianças precocemente, despertando a curiosidade,
sobretudo das meninas, pode gerar problemas indesejáveis.
Ao brincar com bonecas, desde
cedo, as meninas treinam relacionamentos. Já as brincadeiras de menino, como
jogar bola, exercitando a competição, a habilidade e a exibição, tornam o ponto
de vista relacional secundário. Primeiro querem mostrar desempenho. Na
infância, eles são menos amadurecidos que as meninas da mesma idade.
Porém, a culpa não é só da mídia,
os pais incentivam assim como as escolas também.
A cumplicidade dos pais na
precocidade sexual dos filhos surge, sobretudo, quando um ou ambos se realizam
através deles.
Nesta mesma linha de raciocínio e
constatação, a antecipação da adolescência pode custar caro. Assim como as
plantas possuem um ciclo de crescimento, criando raízes, desenvolvendo o
tronco, depois as folhas, dá flores e finalmente frutas, o ser humano também
tem seu ciclo.
Os adolescentes são como flores
fortemente coloridas, que se reúnem em bandos na parte mais alta e vistosa da
árvore, perfumando o ambiente e buscando a luz do sol.
Hoje em dia as meninas começam a
namorar cedo, trocam de namorado com facilidade, liberam muito a parte
biológica sem ter controle e a adequação de seus impulsos.
Um dos grandes avanços da vida
gregária é a educação do instinto sexual, canalizando-o adequadamente. Quem não
aprende a evitar a gravidez, será surpreendido por ela.
O simples “ficar” é usar,
enquanto o relacionar-se é viver.
Quando os filhos perguntam se
podem namorar, orienta Içami Tiba, a resposta deve ser sempre negativa, pois a
pergunta já enuncia a existência de dúvida. Liberar e deixar que as crianças
façam só porque pediram é educar mal. Mesmo porque, lembra, quando elas querem
realmente não perguntam e ninguém as segura... Da mesma forma, quando
perguntarem se podem beijar, a resposta deverá ser não!
EDUCAÇÃO SEXUAL
As crianças estão mais sabidas e
têm mais acesso a toda sorte de informações sexuais.
A curiosidade é natural, logo não
dá para escapar; mais dia, menos dia, o assunto entrará em pauta.
Não existe idade certa, e sim, o
momento adequado para falar de sexo com os filhos.
A conversa deve acontecer sempre
que surgir uma oportunidade. O importante é responder especificamente o que se
pergunta, pois tira o foco da pergunta só aumenta a curiosidade infantil.
Relembra-se, aqui, a atitude do
pit-stop; se a parada for satisfatória, ela segue na corrida, caso contrário,
já na próxima volta terá de parar, até estacionar completamente.
Usar as palavras ao alcance do
entendimento da criança, fornecendo a resposta de que ela precisa, mesmo
porque, ela poderá fazer este pit-stop com outras pessoas.
MESADA
A mesada ajuda a criança se
organizar, pois é algo com o que ela pode se responsabilizar, por ser
quantificável.
Crianças que aprendem a
administrar bem a mesada, tendem a ter melhor qualidade de vida no futuro, que
aquelas que gastam mais do que podem.
É salutar que a família se
organize para dar mesada, que deve ser encarada como um processo educativo. Ela
deve ser destinada aos gastos do dia a dia da criança, além dos supérfluos como
figurinhas, adesivos, canetinhas coloridas, etc. Este dinheiro não deve suprir
despesas essenciais, como mensalidade escolar, lanches, roupas, etc.
O dinheiro do lanche não deve ser
guardado. Caso a criança não gaste totalmente o dinheiro do lanche recebido, o
troco fica para o lanche do dia seguinte ou é devolvido. Não é correto a
criança guardar o dinheiro do lanche como se fosse dela. Aprendendo a devolver,
ela absorve o sentido de propriedade: “este dinheiro não é meu, é dos meus
pais”.
Em termos educativos, vale mais a
pena dar o dinheiro do lanche todos os dias para que a criança aprenda a lidar
com a moeda em vez de abrir uma conta na cantina escolar sem limite de gastos.
Este “comprar fiado”, pode ser cômodo para os pais, porém, é ruim para a
educação!
Assim que a criança aprender a
lidar com este dinheiro, pode receber a mesada, apesar de o termo não ser muito
adequado. Devem-se começar dando uns trocados a cada três dias; se a criança
conseguir administrá-lo bem, passa a receber por semana, que já requer noção de
tempo.
Caso ela não tenha noção de
valores, chegando com as moedas e perguntando: “isto dá pra comprar figurinhas?”
ainda não é hora de dar mesada. Este aprendizado ocorre mais rápido do que nós
adultos imaginamos!
Apesar do dinheiro da mesada ser
da criança, é interessante que, no início, os pais supervisionem seus gastos.
Este aprendizado será muito útil no futuro próximo.
É preciso cuidado especial quando
os filhos começam a fazer vales com os avós, principalmente. A fonte de
dinheiro deve ser só dos pais; quando acabar o dinheiro, acabou!
Quando a criança consegue o
dinheiro por meio de vales, ela pode ficar muito satisfeita, mas não tem a
preocupação de pagá-los. Este é o caminho para os desequilíbrios financeiros do
futuro!
TELEFONE CELULAR
Este tem sido um assunto
discutido nos dias de hoje. Muito se tem escrito sobre o uso dos celulares na
infância. Afinal, não são as crianças quem compram, muito menos pagam as
contas. Se dependesse apenas dos pais, eles dariam sempre!
Muitos pais tem dado aos filhos
um celular com limite de crédito, o chamado pré-pago. Mais interessante de se
saber quanto é observar com o que a criança gastou os créditos. Quando acabar,
ganha outro cartão? Em quanto tempo? Os pais têm que discutir e supervisionar o
uso.
Se o filho for viajar e os pais
quiserem notícias, é bom que saibam que os adolescentes não atendem o celular
se estão fazendo o que não devem nem contam o que fizeram por telefone.
VIDEOJOGOS
Atualmente, este é um dos
brinquedos que mais distraem as crianças. Pode também, segundo especialistas,
representar perigo, o do vício.
É importante saber quando o filho
está passando dos limites saudáveis. Os excessos podem ser percebidos quando o
mesmo apresentar dificuldades em parar; qualquer oportunidade que apareça, ele
começa a jogar; atrapalha a convivência familiar; fica sem tempo para fazer os
deveres escolares; avança no horário de se deitar e apresenta dificuldades de
acordar; dá brigas porque invadiu o horário dos outros, etc.
Quando se identificam excessos, é
porque a criança perdeu o controle. Então, é preciso que alguém, principalmente
a mãe ou o pai, a ajude a recuperá-lo.
Estabelecer um horário para se
jogar é uma forma. Nunca se deve “esperar um pouquinho até acabar o jogo”. O
combinado é parar no horário tal e ponto!
Caso a criança não aceite esse
horário, nem deve começar a jogar.
Quanto maiores forem os prejuízos
à suas atividades menores deve ser o tempo estipulado para o jogo.
Como não se trata de castigo, e
sim de arcar com as consequências do jogo, à medida que os prejuízos são
recuperados a criança pode ganhar mais minutos para jogar.
Existe uma corrente de
pensamentos que acredita no estímulo à violência, através de certos tipos de
videogames. Existem situações que este tipo de atividade promove o descarrego
violento de adrenalina e neurotransmissores, semelhantemente aos descarregados
em brigas reais.
Existem pessoas que já nascem com
um grau de agressividade maior que outras. Estas, quando crescem em ambientes
favoráveis à violência, podem realmente, se tornar mais violentas que outras.
Então, conclui-se que estes games podem agravar a situação e devem ser evitados
mesmo!
A teoria Racionalista Cristã,
escreve Flavio Faria, chama a atenção
para a importância de nos ligarmos mentalmente às boas fontes, ou seja, às
correntes do Bem ou Universo Superior; o que não é possível, quando estamos
conectados com violência, mesmo em se tratando de jogos de computador.
Atraímos sem perceber a
influência nefasta deste tipo de contato mental. Uma infinidade de problemas de
ordem psicológica, e posteriormente física, nos atinge, já que o ser humano, em
geral, desconhece o poder da força mental, tanto para o nosso bem como para o
nosso mal. Não nos cansaremos de recomendar os hábitos salutares de vida,
recomendados por Luiz de Mattos quando da codificação do Racionalismo Cristão,
tais como a higienização mental, através da limpeza psíquica, conforme proposta e o cultivo de bons pensamentos,
leituras, raciocínio lógico e atividades morais.
As pessoas do “mal”, podem usar
jogos de computador para se aperfeiçoar na prática de suas delinquências.
Flavio Faria, vai mais além
afirmando que não só as pessoas do mal, mas também os descuidados que, a partir
do contato mental prolongado, podem tornar-se do mal, em função das influências
advindas destes universos, esperando um contato nosso para assim derramar sobre
os que se conectaram seus fluidos maléficos.
A VIDA NAS GRANDES CIDADES
As crianças de hoje,
principalmente as das grandes cidades, precisam aprender a sobreviver nesta
selva de pedra; pois se antes eram poupadas, hoje são alvos preferidos.
Entre as medidas que precisam
aprender, está a maneira de atender ao telefone. Todos de casa devem ser orientados
a não oferecer informações como o nome dos moradores, atividades, rotina,
horários, itinerários, etc.
Ao atender ao telefone, deve-se
perguntar diretamente com quem quer falar, em vez de dizer o número. Ainda que
a família more em prédio, não permitir que a criança corra para abrir a porta
assim que tocarem a campainha. Abrir a porta de casa tem de ser tarefa de
adulto!
A juventude não costuma valorizar
a vida. Isto se revela no uso de drogas, na preferência por esportes de alto
risco.
Analisando-se o histórico de vida
dessas pessoas, descobriu-se que na infância elas também foram muito expostas a
perigos ou extremamente reprimidas. Acabaram se acostumando e correm risco de
subestimar o perigo. É o que precisa para se tornarem vitimas dele. Na grande
maioria das vezes, são os autores dos acidentes.
Desde cedo, a criança tem de
aprender a se preservar. Os pais devem ensiná-la a não se exibir tanto na
escola, mostrando os tênis de grife.
Ninguém é sequestrado pelo que é
e sim pelo que têm!
Não espere que o governo destaque
um segurança para cada criança; cada um tem de se mobilizar para fazer este
trabalho.
Perceba se não estás jogando fora
algo que pode ser aproveitado pela sociedade. É o critério de felicidade
social.
FILHOS SÃO COMO NAVIOS
O grande ensinamento educativo
que Içami Tiba e Flavio Faria pretendem passar é que a criança não deve fazer
simplesmente o que tem vontade, mas deve aprender a administrar essa vontade.
Içami Tiba enfatiza que, quem ama
educa e tem de educar a vontade para se proteger e dar condições à criança
cuidar da sua própria segurança.
O lugar mais seguro para ficar o
navio é o porto, porém, essa não é a sua finalidade. Para um navio bem
construído, o mundo é pequeno!
Os pais são um porto seguro para
os filhos até que eles se tornem independentes. Embora possam pensar que o
lugar mais seguro, para as crianças é junto deles, os filhos devem ser
preparados para navegar mar adentro, enfrentando, tanto o bom como o mau tempo
para atingir seus objetivos.
A criança deve ser educada e
preparada para ser seu próprio porto seguro. Assim, o mundo também será pequeno
para ela, porque mais amplos serão seus horizontes!
Nem sempre os navios vão para o
lugar que seus fabricantes imaginaram. Não se consegue garantir os caminhos
escolhidos pelo filho, mas, seja pra onde for, deve levar dentro dele os
valores éticos e principalmente morais, humanidade, humildade, honestidade,
disciplina, força de vontade, gratidão, dispondo-se a aprender sempre e a
transmitir o que puder, com vistas a estabelecer relacionamentos integrais com
todas as pessoas, independentemente de sua origem, cor, credo e condições
socioeconômicas e culturais.
O filho nasceu dos pais, porém é
um cidadão do mundo!
PREVENÇÃO ÀS DROGAS
Quem não cuida do seu quarto e
dos seus familiares, não tem porque cuidar do social e de outros cidadãos.
Uma das maiores causas da
transformação dos filhos em predadores é a má educação e o uso de drogas.
A chance de um jovem entrar em
contato com drogas é muito grande hoje em dia.
A melhor maneira de prevenção é
dando formação ao filho para que tenha força de enfrentar as mais diversas
situações ao longo de sua vida.
Um dos principais motivos do
jovem usar drogas é seu despreparo para viver.
São muitas as razões que podem
levar os adolescentes a experimentar drogas. A seguir, destacaremos as questões
educacionais familiares, com alguns posicionamentos que podem predispor o
adolescente a usar drogas:
* Extrema liberdade;
* Achar que o gostoso é sempre
bom;
* Não ter de arcar com as consequências
do que faz;
* Não ter obrigações a cumprir;
* Ser egoísta;
* Ser freguês de modismos;
* Falta de moral.
PAIS MAUS
Finalizando
este trabalho, Flavio Faria, traz para os pais uma adaptação do texto do Médico
Psiquiatra Carlos Hecktheuer(3).
Um dia,
quando meus filhos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que
motiva os pais e as mães, hei de
dizer-lhes:
- Amei-vos o suficiente para ter perguntado aonde vão, com quem vão e a que horas regressarão.
- Amei-vos o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer vocês saberem que aquele novo amigo não era boa companhia.
- Amei-vos o suficiente para fazê-los pagar as balas que tiraram do supermercado ou revistas do jornaleiro, e os fazer dizer ao dono: "Nós pegamos isto ontem e queríamos pagar".
- Amei-vos o suficiente para ter ficado em pé junto a vocês, duas horas, enquanto limpavam o seu quarto, tarefa que eu teria feito em 15 minutos.
- Amei-vos o suficiente para deixá-los ver além do amor que eu sentia por vocês, o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos.
- Amei-vos o suficiente para deixá-los assumir a responsabilidade por suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração.
Mais do que tudo, amei-vos o suficiente, para dizer-lhes não, quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso (e em momentos até odiaram).
Essas eram as mais difíceis batalhas de todas.
Estou contente, venci... Porque no final vocês venceram também!
E em qualquer dia destes, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães, quando eles lhes perguntarem se seus pais eram maus, meus filhos vão lhes dizer:
"Sim, nossos pais eram maus. Eram os piores do mundo..."
* As outras crianças comiam doces no café e nós tínhamos que tomar leite com café e comer pão com manteiga;
* As
outras crianças bebiam refrigerantes e comiam batatas fritas e sorvete no
almoço e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas;
* E eles nos obrigavam a jantar a mesa, bem diferente dos outros pais, que deixavam seus filhos comerem vendo televisão;
* Eles insistiam em saber onde estávamos a toda hora (tocava nosso celular de madrugada e "fuçavam" nos nossos e-mails);
* Tinham que saber quem eram nossos amigos e o que nós fazíamos com eles;
* Insistiam que lhes disséssemos com quem íamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou menos. Nós tínhamos vergonha de admitir, mas eles violavam as leis do trabalho infantil. Nós tínhamos que tirar a louça da mesa, arrumar nossas bagunças, esvaziar o lixo e fazer todo esse tipo de trabalho, que achávamos cruéis;
* Achávamos que eles nem dormiam à noite, pensando em coisas para nos mandar fazer;
* Insistiam sempre conosco para que lhes disséssemos sempre a verdade e apenas a verdade;
* E quando éramos adolescentes, conseguiam até ler os nossos pensamentos;
* A nossa vida era mesmo chata. Eles não deixavam os nossos amigos tocarem a buzina para que saíssemos, tinham que bater à porta, para que eles os conhecessem;
* Enquanto todos podiam voltar tarde da noite, com 12 anos, tivemos que esperar pelos 16 para chegar um pouco mais tarde, e aqueles chatos levantavam para saber se a festa foi boa (só para ver como estávamos ao voltar);
* Por causa deles, nós perdemos imensas experiências na adolescência: nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubo, em atos de vandalismo, em violação de propriedade, nem fomos presos por qualquer crime;
FOI TUDO POR CAUSA DELES
.
* Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer o nosso melhor para sermos "pais maus", como eles foram conosco.
* Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer o nosso melhor para sermos "pais maus", como eles foram conosco.
APÊNDICES
SOBRE O AUTOR
Flavio
Faria, nascido em 13 de dezembro de 1960 na cidade de Santos-SP, é o segundo de
três filhos que o casal Fernando Faria e Sonia Paronetto Faria.
Sua
formação acadêmica iniciou-se na “Escolinha da Tia Augusta” com aproximadamente
cinco anos de idade. Posteriormente, no “Parque Municipal Martin Afonso”, onde
ele e seus vizinhos, todos na mesma faixa-etária não se adaptaram,
principalmente pelos lanches de qualidade duvidosa aos quais eram obrigados a fazer.
Aos
sete anos, é matriculado no Colégio Marista de Santos, onde permanece até o
terceiro ano colegial.
Submete-se
em 1979, ao processo seletivo para o Núcleo de Preparação de Oficiais da
Reserva (NPOR) da Infantaria do Exército, onde escolhem-se 30 dentre mais de 2
mil candidatos.
Forma-se
Aspirante a Oficial de Infantaria do Exército Brasileiro; submete-se ao estágio
probatório e é promovido a 2º Tenente da Reserva em 26 de dezembro de 1980.
É
aprovado em 1979 no exame vestibular para o curso de Engenharia Civil na
Universidade de Taubaté-SP.
Percebe
grande influência, no seu desempenho escolar, dos estados emocionais advindos
dos processos de relacionamentos pessoais; a ponto de convencê-lo a mudar de
carreira. Estamos aí no primeiro quinquênio dos anos 80 e o mesmo entra no
mercado mobiliário (Bolsa de Valores) por influência de seu primo e também do
tio; obtendo significativo sucesso.
Em dado momento, diversificando seus ganhos,
entra para o comércio. Analisou cuidadosamente qual ramo lhe proporcionaria o
melhor retorno financeiro, facilidade na gestão e ainda, estivesse dentro da
legalidade. Optou por adquirir uma Casa de Café Expresso. Junto com um colega
de infância e também companheiro de Engenharia; adquiriram a primeira casa,
chamada “ Café Society”.
Um ano após, adquiriram uma segunda Casa; foi
onde o mesmo percebeu que era solicitado sempre pelos frequentadores,
pedindo-lhe conselhos, aos quais não sabia como proceder... O questionamento
sobre a vida e o viver, advindo do espiritismo, budismo, ocultismo e mesmo do
racionalismo cristão, colocavam-no a se questionar do por que estar aqui!
Apenas para adquirir mercadorias e revendê-las com lucro? Especular na Bolsa de
Valores? Haveria de achar algo mais útil, com maior retorno espiritual.
Foi quando começou a cogitar a possibilidade
de fazer Psicologia.
Fez curso pré-vestibular no regime intensivo,
para recordar conhecimentos escolares e treinar o convívio harmônico com os
futuros colegas de classe dez anos mais jovens em média.
Passou no vestibular para Psicologia na
Universidade Católica de Santos e, ao dar por si, terminava o mesmo.
É especialista em Terapia Regressiva Vivencial
Peres, pelo INTVP. Também especialista em Neurolingüística pela UNAERP, é
practittioner e Máster-Practittioner em Programação Neurolingüística, pelo
Instituto Holon-SP. Membro da Sociedade
Brasileira de Psicologia Transpessoal. Especialista em Gestão Integrada do
Trânsito. Aluno do curso de pós-graduação Lato-sensu em Neuropsicologia na Escola Paulista de Medicina.
Exerce atualmente a função de Psicólogo Perito
Examinador de Trânsito há 14 anos; credenciado em São Vicente-SP. Presta
consultoria na execução de laudos técnicos de Psicologia, em processos de
seleção, professor universitário nos cursos de pós-graduação em Psicopedagogia
Institucional e Psicopedagogia Clínica, Gestão Escolar I e II. É também
psicólogo clínico, dentro da abordagem Transpessoal.
Casado com a Sra. Gilmara Berndt Faria, dois
casais de filhos, residindo em Guarujá-SP.
Atualmente, é Diretor de Biblioteca da filial
berço do Racionalismo Cristão, em Santos-SP.
BIOGRAFIAS
Este trabalho se inicia com uma
doutrinação feita em 20 de abril de 1934 do codificador do Racionalismo
Cristão, Luiz de Mattos, tratando da educação dos filhos.
A história do Racionalismo Cristão
se confunde com a história de Luiz de Mattos; sobre ele, resumidamente
temos;
Nasce
Luiz José de Mattos Chaves Lavrador, na Vila de Chaves, Província de
Trás-os-Montes, Portugal, em 5 de janeiro de 1860; filho de José Lavrador,
espanhol e de D. Casemira Julia de Mattos Chaves.
Aos 13
anos, em 1873, veio para o Brasil, desembarcando no Rio de Janeiro, onde o
esperava o seu irmão Victorino de Mattos Lavrador, negociante em Santos, que o
internou no Colégio São Luiz, em Botafogo, para seguir os estudos.
O desejo
de Luiz de Mattos era de vir para a cidade de Santos para ficar na companhia
dos seus tios Victorino e João de Mattos Chaves.
Partiu
assim, autorizado por seus tios, para Santos, empregando-se numa importante casa de estivas – secos e
molhados no atacado – e da qual se passou, mais tarde, para o comércio de café,
desenvolvendo aí grande atividade.
Dotado de
uma inteligência incomum, assimilou tudo com incrível facilidade, neste novo
rumo de comércio, nada havendo que ele não soubesse fazer com perfeição,
inclusive ensacar, empilhar, separar e qualificar o café.
Seus
chefes, que muito o estimavam e admiravam, despacharam-no para o interior de
São Paulo e Minas, com a incumbência de comprar e obter consignações de café.
Entregue
a essa nova atividade, o fez as mais elevadas relações com políticos,
fazendeiros, negociantes, industriais, literatos, etc., chegando a alcançar as
maiores simpatias entre compradores e vendedores de café, sendo, em breve, o
mais considerado dentre os seus colegas.
Despedindo-se
da casa em que trabalhava, para se estabelecer, iniciou-se, como comissário de
café; seu capital era pequeno, mas as excelentes relações que tinha no interior
e a sua grande simpatia concorreram para que, ao saberem-no estabelecido, os
fazendeiros mandassem-lhe a maior parte das suas colheitas, e assim foi fazendo
uma casa importante, a ponto de tornar-se a maior casa portuguesa em Santos,
naquela época, exportadora de café.
Conhecedor
profundo da matéria, prestimoso e pontualíssimo na prestação de contas aos seus
comitentes, alastrou-se a propaganda da sua casa de tal forma que os
fazendeiros, mesmo os que não o conhecessem, lhe faziam grandes consignações.
Sempre
ativo e trabalhador, Luiz de Mattos chegou logo a possuir considerável fortuna.
Foi fundador de diversas empresas no Rio de Janeiro e em Santos; dentre elas a
Companhia Industrial, a Companhia Carris de Ferro, etc. Convém observar que
esta última foi organizada em época de grandes dificuldades financeiras. Só
mesmo seu irresistível prestígio poderia conseguir traduzir em realidade uma ideia
que demandava de pronto avultado capital.
Além destas e outras empresas, Luiz de Mattos
foi igualmente o fundador da Sociedade Humanitária dos Empregados do Comércio,
do Real Centro da Colônia Portuguesa, etc.
Entre
outros serviços humanitários, destacam-se os que desveladamente fez à Sociedade
Portuguesa de Beneficência de Santos. Achava-se em completa decadência essa
instituição benemérita, quando Luiz de Mattos, ainda materialista, mas
impulsionado pela grande generosidade de sua alma, pôs ombros à espinhosa e
árdua tarefa de levantá-la da prostração em que se achava.
Foi tanta
a sua dedicação, tão desvelado, tão intenso o ardor com que se atirou a esse
trabalho, que em pouco tempo conseguia ver coroados do melhor êxito os seus
nobilíssimos esforços. A Sociedade Beneficente de Santos ficou em ótimas
condições, no mesmo pé de igualdade das mais importantes agremiações congêneres
existentes no Brasil. Nessa sociedade teve ele o título de Benemérito.
Eleito
diretor da Associação Comercial de Santos, por diversas vezes, a
ininterrupta
recondução ao cargo era a melhor prova da estima que os brasileiros e
portugueses lhe tributavam.
Benemérito,
por índole, de tudo que dava não admitia alarde; os beneficiados, porém, não se
podiam conter e de boca em boca tornavam conhecido o bem que ele fazia.
No Asilo
da Infância Desvalida de Santos, desde jovem, foi ele incluído no número de
seus grandes Benfeitores.
A todas
as instituições humanitárias ele comparecia, com prazer, auxiliando-as tanto
quanto lhe era possível.
Grande
abolicionista, amigo dedicado de José do Patrocínio, Júlio Ribeiro, Chico
Glicério, Campos Sales, Bernardino de Campos, Santos Pereira, Luiz Gama e
outros, bateu-se sempre pela abolição. Quando promulgada a lei de 13 de maio,
ele, o Dr. M. Homem de Bittencourt e outros brasileiros e portugueses
realizaram em Santos esplêndidas festas em comemoração ao grande acontecimento,
que fazia entrar definitivamente o Brasil no convívio das nações civilizadas.
Embora
havendo nascido em Portugal, era tão brasileiro como os aqui nascidos, visto
ter desde criança, acompanhado, com vivo interesse, o progresso e trabalhado
pela felicidade do povo brasileiro, com ele e por ele se batendo ao lado dos
nacionais honrados daquele tempo, que acima dos interesses do bolso sabiam
colocar os da Pátria.
Esquivou-se,
embora descontentando muito os amigos, de aceitar o lugar de representante do
povo paulista, como Deputado, por não querer deixar o cargo de Vice-Cônsul de
Portugal, que vinha exercendo, nobremente, desde 1887, e mesmo por entender que
não devia naturalizar-se, pois um ato desse praticado por ele, naquele tempo,
reputava indigno. Dizemos naquele tempo porque depois que descobriu a Verdade e
passou a explanar a Doutrina de Cristo, compreendeu e se convenceu de que
Pátria apenas uma existia – O Universo – e que a seleção de povos e raças era,
como continua a ser, uma consequência da ignorância em que viviam, e vivem
ainda, todos os povos do planeta Terra.
Como
autoridade consular em Santos, deve-se a Luiz de Mattos o fim das cenas
desagradáveis havidas naquela cidade, entre trabalhadores e praças de polícia
ali destacadas. Com o entendimento havido entre ele e o Dr. Bernardino de
Campos, então Chefe da Polícia, em São Paulo, viram-se serenar os ânimos,
restabelecer-se a ordem e voltar à calma e ao trabalho a cidade de Santos,
sendo Luiz de Mattos alvo de grande manifestação popular.
Na
Capital Federal, tinha ele também casa filial à de Santos para negócios de
café, cuja direção estava confiada a um seu irmão. Em café, por mais de uma
vez, perdeu e ganhou fortunas.
Era um
empreendedor, um criador, um reformador. No comércio de café, foi criador do
hoje desenvolvido sistema denominado café “a termo”, que, executado dentro dos
seus moldes, é um negócio lícito, inteligente, moderno e de grande vantagem
para o lavrador, o intermediário e o comprador.
Entre
comerciantes e corretores da Praça de Santos, nada era resolvido sem que
primeiro fosse ouvido o Luiz, como na intimidade comercial de café o tratavam.
Qualquer
negócio de vulto em café, não era resolvido sem o seu conselho. Era voz geral: “Vai consultar primeiro o Luiz”.
Deixou
os negócios de café, mais tarde, para recolher-se à vida privada, comprando
então grandes áreas de terras em Santos e no Rio de Janeiro. Homem de vistas
largas, previdente
com relação ao futuro, tinha a certeza do grande valor que iam adquirir os
terrenos, quer urbanos ou rurais.
Estando
ainda cheio de vitalidade, sentiu-se mal fora da atividade comercial, e daí o
ter deixado Santos para organizar e criar, na Capital Federal, a Empresa de
Lixo e o Monopólio das Carnes Verdes, empresas estas entre as mais importantes
daquela época, que produziam rendas colossais.
Confiava em demasia nos outros, e daí o ser
por vezes furtado nos seus haveres e no seu sossego.
Luiz de
Mattos era escravo dos seus deveres, quer para com os seus negócios, quer para
com a sua família, e mesmo para com os amigos.
Quando
fora dos seus negócios, vivia exclusivamente para a família. Nessas horas de
repouso, entregava-se à leitura de obras de autores recomendáveis, e pessoa
alguma era capaz de encontrá-lo sem uma ocupação útil.
Sua
biblioteca era rica; aproximadamente 2 mil exemplares e já quando rapaz era
mais fácil vê-lo agarrado a um livro, a devorar-lhe os ensinamentos, do que a
palestrar.
A
educação dos filhos foi esmerada; não consentia que lhes pousasse uma mosca. E
não era só aos filhos, mas também aos sobrinhos que lhe eram entregues para,
como homem de princípios, zelar pela sua educação e instrução.
Acompanhando
o desenvolvimento de todos, ia fazendo um estudo psíquico de cada um. O seu
enlevo, a sua preocupação era um filho varão, a quem ele queria preparar para o
substituir nas suas grandes empresas.
Somente
permitia a frequência à sua casa de pessoas portadoras de qualidades e virtudes
comprovadas.
Era
austero, mas de uma bondade sem limites, metódico e disciplinado. Tinha horas
para tudo. Com os filhos brincava, fazia ginástica, ensinava-lhes tudo quanto
era preciso fazer, quer para estar em sociedade, como para se defender dela e
assim dos perversos, ensinando-lhes a manejar desde a arma branca até às armas
de fogo.
Às filhas
vestiam todas por igual. Mandava ensinar-lhes tudo quanto quisessem aprender, e
esses ensinos eram ministrados em casa por professores ou professoras, na
presença de uma pessoa de respeito, da família. A sós, com professores ou
professoras, pessoa alguma era capaz de vê-las.
Tinha a
noção exata da moral cristã. Suas filhas ou sobrinhas à rua não saíam sozinhas,
nem tão pouco passavam dias em casa de família alguma, por mais íntima que
fosse.
Desde o
calçado ao penteado, tudo ele observava, e quando alguma coisa estava fora dos
seus princípios, imediatamente mandava modificar.
À sua
mesa de refeições, todos tinham que se sentar com compostura e ordem. Cada
filha servia à mesa uma semana. Suas filhas sabiam tudo, desde a cozinha à
pintura, à música e aos trabalhos de labor; sabiam manejar instrumentos, não só
na cozinha, como na sala de visitas.
Em sua
casa, nunca se podia estar sem uma ocupação: lendo, bordando, pintando,
costurando, etc.
Não tinha
religião alguma. Materialista que foi até aos 50 anos, analisou as diversas
religiões, através da história, e concluiu que as que não eram filhas da
mitologia eram animalizadas.
Luiz de
Mattos, sendo um homem de ação, um lutador incondicional, não podia aceitar
tamanha monstruosidade, e daí o quedar-se livre pensador, materialista honrado,
criando para si a religião da família e do dever, para qual vivia.
Acometido
de um colapso cardíaco, esteve às portas da sepultura alguns dias e noites, não
vendo na sua frente mais que sete palmos de terra gélida, onde iria terminar o
corpo. Questionou a vida e o viver, raciocinou e analisou que não era possível,
na sepultura, extinguir-se a vida do homem; algo mais importante devia existir
que era a alma: o que ela era porém, não sabia.
Melhorou
ele, mas adoeceram seus filhos; o médico assistente, seu velho amigo Dr. Oliveira
Botelho, aconselha-o a não lhes dar remédios e sim uma alimentação escolhida,
pois era caso perdido, estavam tuberculosos, mas, se houvesse cuidado na
alimentação, ainda poderiam prolongar a existência, mas por pouco tempo.
Entristecendo-se
com que o seu velho camarada lhe disse, retrucou-lhe Oliveira Botelho: — Luiz,
a Medicina nada sabe, vive ainda às apalpadelas e suposições; eu, se não fosse
diabético e ignorasse que estou para morrer dentro de meses, ia estudar o
espiritismo, pois lá algo de científico existe.
Luiz de
Mattos, que abominava o Espiritismo ao ponto de fazer suas filhas copiarem
obras contra o mesmo, censurou o médico, e disse-lhe que parecia ter perdido o
juízo, pretendendo ser espírita. Botelho confirmou o que dissera, e aconselhou
Luiz de Mattos a estudar o Espiritismo. Este, que já não suportava sectaristas
e muito menos ainda espíritas, pois nessa gente via muitos bêbados, mostrengados,
doidos varridos, julgou um absurdo o conselho de Botelho.
Andam os
tempos, Luiz de Mattos estuda Medicina para curar os seus, e chega à conclusão
de que o Botelho lhe dissera a verdade com respeito à Medicina, pois,
analisando o corpo humano pelo estudo anatômico concluiu não passar este de uma
série de engrenagens, tão artisticamente ligadas que a menor molécula afetada,
todo o organismo tinha de ressentir-se.
O
dentista Fonseca, de quem a família de Luiz de Mattos era cliente, frequentava
assiduamente o Espiritismo Racional e Científico, e aconselhou-o a que tirasse
lá receitas e que havia de colher resultado satisfatório, pois curas
extraordinárias já se tinham constatado. Acedendo aos seus conselhos, foram as
receitas tiradas sem que disso soubesse Luiz de Mattos, à medida que os
enfermos iam usando os remédios, melhoras sensíveis obtinham.
Certo
dia, o seu amigo M., negociante laborioso, proprietário de uma torrefação de
café, o estava esperando para pedir-lhe que fosse com ele ao Espiritismo
praticado por certa gente honesta, adiantando que curas importantes estavam
sendo feitas. Disse mais, que tendo gasto uma fortuna com o tratamento de sua
esposa, sem obter melhoras, estava esperançado de lá encontrar o remédio para
curar o mal que avassalava a sua companheira.
Ouvindo-o,
atentamente, Luiz de Mattos diz-lhe:
— Mas
então tu M., queres perder toda a tua fortuna? Não sabes que os praticantes do
Espiritismo são uma corja de patifes? Toma juízo M., e deixa-te disso; eu não
te posso acompanhar a tais antros, onde só se encontram bugigangas, bêbados,
exploradores e patifes da pior espécie. Não te metas com semelhante gente, que
acabas mal.
O amigo
ficou muito entristecido, mas não perdeu a esperança de conseguir a sua
companhia.
Todos os
dias Luiz de Mattos por ali passava, e sempre entrava para cumprimentar o amigo
M. E assim é que no outro dia este volta a pedir-lhe, com insistência, que
fosse com ele, não acedendo ainda desta vez Luiz de Mattos, que sustentou o que
anteriormente dissera. Ao terceiro dia, como de costume, entra Luiz de Mattos
no estabelecimento do amigo M.; sentado a ler o jornal encontrava-se Luiz Alves
Thomaz, vindo de Portugal para tratar da saúde, que há esse tempo não mantinha
relações íntimas com Luiz de Mattos, mas, assistindo à reiteração insistente do
pedido que M. fazia a Luiz de Mattos, disse-lhe Thomaz:
— Se o Senhor
Comendador Mattos for com o M., eu vou também. Mattos, à vista do exposto e da
insistência, disse:
—Pois
bem, eu vou. Às tantas horas passem lá por casa, para seguirmos.
Felizes
pela resposta despediram-se, e à hora marcada partiram para a casa de Luiz de
Mattos; este já estava preparado; saíram então a caminho do Espiritismo, ainda desconhecido
por eles, movido mais por curiosidade do que pela vontade de praticá-lo.
Ao chegar
à porta dum “casebrezinho”, já o estava esperando um homem que lhe diz:
— Sr.
Comendador, o nosso Presidente Astral, Padre Antônio Vieira, ordenou-nos que,
quando o senhor chegasse, lhe déssemos a Presidência dos Trabalhos.
— Está
maluco, homem, eu não entendo disso, eu fico mesmo aqui da porta a presenciar.
Mas, diante da insistência, quer do homem que o esperava à porta, quer dos seus
dois amigos, lá foi ele para a cabeceira da mesa.
Aberta a
sessão, feitas as preces (irradiações), atua o Guia Médico no médium sentado à
direita, e lidos diversos nomes, a cada um eram prescritas instruções.
Curioso e
investigador, Luiz de Mattos que, atentamente, presenciara tudo, pede, após o
término dos Trabalhos, os originais das receitas levando-os para a sua casa, em
cujo escritório se fecha e, dirigindo-se à sua mesa de trabalho, senta-se e
procura concentrar-se, fechando os olhos para fazer o mesmo que havia visto;
mal sabia ele que estava correndo um grande risco.
Examinando
o que havia escrito, verificou que o que o médium deixara no papel estava
escrito em ordem, os tt traçados, os ii ponteados.
Procurou
fazer o mesmo, e não o conseguiu.
Principiou
aí o início do seu raciocínio sobre a Força fora da Matéria. Ele conhecia
medicina, era inteligente e nada pudera fazer, ao passo que o médium, quase
analfabeto, tinha produzido trabalho admirável.
No dia seguinte,
já não eram os amigos M. e Luiz Thomaz que precisavam pedir o seu
comparecimento; era ele que, desejoso de estudar, os avisava para, às horas
certas, não faltarem.
Chegada a
hora, de novo partiram para o Espiritismo e, como anteriormente, havia ordem,
no Centro, dada pelo Presidente Astral, para que assumisse a presidência Luiz
de Mattos, logo que chegasse.
Assumida
por ele a presidência, na hora dos Trabalhos, após o receituário e algumas
instruções, o Presidente Astral pede que se concentrem e é dada, por escrito,
uma comunicação em francês legível, livre de erros, causando sério espanto a
Luiz de Mattos, e tanto, que este chegou a perguntar, após a Sessão, se o
médium tinha ilustração, e mandando-o escrever, após os trabalhos, a fim de se
certificar se era verdade ou não. Não fosse ser vítima de alguma mistificação…
Informado
das condições morais, materiais e intelectuais do médium, certo ficou de que
fenômeno importante se passava.
Conversando
com Luiz Thomaz e outro amigo, disse-lhes que o que vinha observando
causava-lhe grande espanto, forçando-o a meditar sobre a causa dos efeitos que
observava.
Novamente,
no dia seguinte, para lá foram.
Iniciados
os trabalhos, pede ele receita para os seus filhos e, após receitar, o Guia
Médico, Dr. Custódio Duarte, diz-lhe: “Já são meus enfermos, estão melhorando e
hão-de ficar bons”. Admirou-se, e só nesse dia ficou sabendo que, de fato, já
os seus se estavam tratando lá.
Dada
também uma comunicação em inglês, ele a analisou e verificou estar claramente
legível.
No fim da
sessão que Luiz de Mattos, sem interrupção vinha presidindo, atua um espírito
num dos médiuns ao lado dele e insulta-o barbaramente. Desconhecendo esse
fenômeno e supondo fosse o médium o insultador, prepara-se para o devido
revide, quando rapidamente fica atuado o outro médium, e falando-lhe Padre
Antônio Vieira:
— Acalma-te!
Pois então não vês que o médium é um simples porta-voz dos espíritos? Como
querias agir por essa forma, se no espírito não podias atingir?
— Tem
paciência, estuda, eu te ajudarei; porém, é a ti que compete doutrinar, não só
esse, como tantos milhares de outros que te irão aparecer, e assim precisa
ajudar-me a limpar a atmosfera da Terra dos jesuítas que nela se tem quedado
para a prática, ainda mais desenvolvida de crimes, que também já praticavam
quando encarnados. Acordaste tarde; era para aos 26 anos teres iniciado comigo
estes trabalhos, mas já que despertaste agora, e foi preciso que te sacudisse o
ataque cardíaco para te lembrares de que a vida não desce à sepultura e sim
ascende ao Espaço, a ligar-se a outras vidas, não podes mais perder tempo.
Ajuda-me, pois, meu filho, estuda, e outros a ti se juntarão para levar por
diante a bela doutrina de Cristo.
— Esse
espírito que acabou de manifestar-se é Ignácio de Loyola, teu e meu companheiro
em diversas encarnações. Há 400 anos que ele se queda na atmosfera da Terra,
como terrível obsessor e chefe de grandes falanges. Cabe a ti doutriná-lo e
mostrar-lhe o erro em que vive.
Acalmado tudo e encerrada a Sessão,
não mais faltou Luiz de Mattos aos trabalhos, nesse Centro, pobre materialmente
falando, mas riquíssimo de luz, de inteligência, de saber, enfim.
Nas
sessões seguintes, novamente se manifesta Loyola e, prevenido que estava Luiz
de Mattos pelo Guia Padre Antônio Vieira, deixou Loyola falar à vontade. De
súbito, Luiz de Mattos entra numa longa dissertação da Natureza, referindo-se a
Deus, não à semelhança do homem, mas como Inteligência Universal, a irradiar
por toda a parte onde existe vida.
Loyola
espanta-se do que ouve do seu ex-companheiro jesuíta, quando Frei Bernardo ou
São Bernardo, e pergunta-lhe:
— Mas tu
que, como eu, não acreditavas em Deus, tu que até a pouco eras ateu, eras
materialista, como e onde foste aprender coisas tão belas, como as que me
explicaste?
— Amigo,
o grande Padre Antônio Vieira, de nós muito conhecido, disse-me ser preciso
acordar, que no Universo apenas existem Força e Matéria e que na Terra, os
encarnados são instrumentos simplesmente do bem ou do mal. Portanto, se o que
eu te disse te espantou, eu nada mais fui que porta-voz das Forças Superiores,
que a seu encargo têm a remodelação do planeta e tu a elas precisas pertencer.
Grande
foi o diálogo havido, porém, o resumimos e damos apenas uma ideia de como se
iniciou o Chefe do Racionalismo Cristão nesta bela doutrina:
Enquanto
Luiz de Mattos dissertava, com a sua voz de trovão, de orador, de
impulsionador, Loyola cada vez mais iluminava a sua alma e, rompendo o véu de
negrura em que estava envolvido ia vendo, luminoso, radiante, o espírito de
Luiz de Mattos, assistido por Antônio Vieira, Camões, São Pedro, Custódio
Duarte e tantas outras almas suas conhecidas.
Reconhecendo-se
vencido pelas verdades que havia proferido Luiz de Mattos, pede-lhe que irradie
sobre a sua alma, reconhecendo que foi o maior dos desgraçados, que se sentia
sem coragem para olhar para o quadro das suas obras, já agora tão nitidamente
gravadas na sua aura e que, ao rememorar o passado, não via outra coisa senão
barbaridades; que o ajudasse, com sua irradiação de valor, pois queria,
desejava, precisava, entrar em lutas para o bem geral, onde mais depressa
pudesse descontar as suas faltas.
Retirando-se
Loyola, esclarecido, havia dado Luiz de Mattos o primeiro passo para a
explanação da Verdade, tão desejada por Cristo.
Os
companheiros e amigos de Luiz de Mattos, presentes àquela Sessão, disseram-lhe
que estavam impressionados com o que dele ouviram ao que ele respondeu não mais
se recordar do que dissera, e que tudo aquilo lhe viera de momento, não sabendo
mesmo explicar como se prestara a definir a Inteligência Universal, quando nem
em Cristo ele acreditava.
Agora,
porém, analisando a sua obra, concluía ter sido ele um homem lutador, valoroso
e apto a reagir a todos os insultos no terreno da luta.
Além
destes fenômenos, muitos outros foram precisos para que a alma investigadora de
Luiz de Mattos não vacilasse. E assim levou ele ano e meio em consecutivos
estudos, até que um dia o Guia, Pinheiro Chagas, lhe disse:
— Meu
filho, é necessário que te disponhas a iniciar a Obra, pois estás demorando
muito.
Nessa
altura já o Centro não era no casebre, mas sim numa boa casa, de propriedade de
Luiz Thomaz.
Luiz de
Mattos, entretanto, ressentia-se ainda da prevenção que tinha com o baixo
Espiritismo e, como via todos que nele se metiam acabar na miséria, pensava na
Família, pensava no que era preciso despender com a criação de um Centro à
altura de tão bela Doutrina, e receava não poder arcar com tamanha
responsabilidade.
O Astral Superior, vendo-lhe na aura a preocupação,
insiste, por intermédio do Guia, Custódio Duarte, em que era preciso caminhar.
Assim assediado, responde Luiz de Mattos.
—Sim… estou
pronto para a luta, contanto que aos meus nada venha a faltar.
—
Satisfaz-nos a tua resposta, disse Custódio Duarte, e certo podes estar, que
nada te faltará a ti nem aos teus tudo há de aumentar e àqueles que junto de ti
viverem nada faltará. A ti, a parte espiritual, a Luiz Thomaz, a parte
material. Sois os dois responsáveis por esta Doutrina. Caminhai unidos, e por
vós zelaremos, uma vez que em pensamentos procureis religar-vos a nós.
Assim foi
iniciada a Doutrina da Verdade, em 1910, na cidade de Santos, construindo-se um
edifício para a sua explanação na Avenida Ana Costa, 67, inaugurado em 1912,
ano em que foi inaugurado também o Racionalismo Cristão, no Rio de Janeiro, na
Rua Jorge Rudge, 121, para onde, por ordem Superior, passou a Chefia da
Doutrina Racionalista Cristã, visto ser a Capital do país.
Compreendida
esta Doutrina por Luiz de Mattos, a ela se entregou, de corpo e alma, como
lutador incansável, sem a menor dúvida ou vacilação.
Luiz de
Mattos desencarnou no dia 15 de janeiro de 1926, quando completava, exatamente,
66 anos e 12 dias de vida física.
Esta bela história continua e
encontra-se na íntegra no livro cujo título Assim
Surgiu O Racionalismo Cristão, esta a disposição do leitor na internet, http://racionalismocristao.net/biblioteca/,
no link biblioteca virtual.
A partir de agora, um pouco da história da
principal fonte de pesquisa deste trabalho. Trata-se do dr. Içami
Tiba.
Nascido em Tapiraí, em 15 de março de
1941, filho de imigrantes japoneses, sonhou um dia em ser motorista de
caminhão, é um médico, psiquiatra, psicodramatista, escritor e palestrante.
Há três décadas trabalhando com
adolescentes e conflitos familiares, o psiquiatra Içami Tiba é hoje um dos maiores especialistas nessa área no
Brasil. Graduado em Medicina em 1968, pela Universidade de São Paulo, Professor-Supervisor de Psicodrama de Adolescentes pela
Federação Brasileira de Psicodrama, ele soma mais de 65 000 atendimentos
psicoterápicos ao longo de sua carreira.
Professor em diversos cursos no Brasil e no exterior criou a Teoria da
Integração Relacional, que facilita o entendimento e a aplicação da Psicologia
por pais e educadores.
Foi coordenador do grupo de prevenção às
drogas do Colégio Bandeirantes e integrante do Fórum Nacional de Educação e
Sexualidade. Atualmente é membro da equipe técnica da Associação Parceria
contra Drogas e membro do Board of Directors of the International Group
Psychotherapy.
Depois de ter um quadro em programas da
TV Record e da TV Bandeirantes por vários anos, hoje Içami Tiba participa com frequência
de vários programas na televisão e no rádio.
Desde 1985, ano em que lançou seu primeiro
livro, ele já publicou outros onze, atingindo a marca de meio milhão de
exemplares vendidos. Sua última obra, "Anjos Caídos", aborda a
prevenção das drogas na adolescência.
Produziu ainda diversos vídeos, entre eles "Adolescência, Drogas e
Rebeldia" e "Onipotência Juvenil".
Em pesquisa realizada em março de 2004,
pelo IBOPE, entre os psicólogos do Conselho Federal de Psicologia, os
entrevistados colocam o Dr. Içami Tiba como terceiro autor de referência e admiração;
o primeiro nacional.
Uma autora conceituada do Racionalismo Cristão que também escreveu
sobre educação foi Maria Cottas,
sobre ela temos a informar:
Em 15 de setembro de
1900 nascia aquela que veio a chamar-se Maria Julia de Mattos do Nascimento
Cottas, espírito de uma bagagem intelectual e moral tão extraordinária que, em
seus 71 anos de vida física, tornou-se um exemplo de figura humana, sempre
voltada à literatura, às artes, ao Racionalismo Cristão e à juventude — a quem
amava sobremaneira e que compreendia tão bem.
Como mulher altamente
esclarecida e voltada para o sentido mais evolutivo do viver, sempre se mostrou
preocupada com os rumos do espírito encarnado em corpo feminino, porque sabia
dos seus árduos deveres como criatura humana e da sua importância tanto para a
vida do homem como para o futuro dos povos.
Referindo-se à
importância do estudo para o desenvolvimento intelectual da mulher, diz Maria
Cottas em seu livro Folhas Esparsas:
"O desenvolvimento
intelectual da mulher não diminui nem atenua a sua superioridade moral. Pelo
contrário, deve e pode aperfeiçoá-la muito mais. Se até hoje nem sempre assim
tem sido, quem tem culpa não é o talento feminino, e, sim, o meio adverso que o
homem prepara para não o deixar desenvolver nem medrar. A mulher intelectual
será esposa experiente e mãe inteligente. A mulher ignorante será, apenas, uma
máquina."
Esposa do
Consolidador Antonio Cottas, ao deixar a vida física, em 30 de outubro de 1971,
deixou uma lacuna difícil de ser preenchida, para habitar definitivamente nas
páginas da história do Racionalismo Cristão, com merecido destaque que seu
grandioso espírito conquistou, em todos os dias de sua permanência neste mundo.
Outra
autora militante do Racionalismo Cristão, que escreveu sobre crianças foi a
professora Helmy M. de Almeida Franco. Esta deixou-nos a bela obra intitulada Racionalismo Cristão para Crianças,
também a disposição na biblioteca virtual, sessão dois no endereço eletrônico http://racionalismocristao.net/.
CITAÇÕES
1) TIBA, IÇAMI; QUEM AMA,
EDUCA; Editora Gente, SP, 106ª edição, 2003.
2) COTTAS, MARIA; PÁGINAS
SOLTAS, www.racionalismocristao.org/biblioteca,
edição Internet, RJ, 5ª edição.
3) HECTHEUER, CARLOS, MÃES MÁS;
texto livre, extraído do portal www.pensador.info
em 12/03/2009.
BIBLIOGRAFIA
-
SOBRE A EDUCAÇÃO DOS FILHOS, manifestação de Luiz de Mattos em
Sessão Pública de 20 de abril de 1934, centro Redemptor no Rio de Janeiro.
- QUEM AMA, EDUCA; TIBA, IÇAMI, Editora
Gente, SP, 106ª edição, 2003.
-
DISCIPLINA, limite na medida certa; TIBA, IÇAMI; Editora gente,
SP, 60ª edição, 1996.
- SABER VIVER, Pompeu L.
A. Cantarelli, http://racionalismocristao.net/biblioteca/, edição Internet, RJ,
2ª edição.
- PRÁTICA
DO RACIONALISMO CRISTÃO, Luiz de Mattos, RJ, ed. Internet., RJ, 12ª edição,
1989