O ESPÍRITO QUER LUZ
Francisco
da Cruz Évora
Índice
1.
No ser humano: o corpo é o valor menor, o espírito é o
valor maior
2.
Linhas gerais do processo evolutivo dos indivíduos
3.
O positivo e o negativo, no quadro referencial da lei
de causa e efeito
4.
O bem da nossa felicidade, o mal da nossa infelicidade
5.
Ser realmente um “esclarecido”
6.
Poder da Força vs
Poder do Astral Superior
7.
Entes pensantes, forças operacionais pensantes e os
efeitos de que estas são capazes
8.
Os racionalistas cristãos nada pedem a Deus (Força)
nem aos Espíritos Superiores
9.
Intuições
10. A liberdade
pelo Conhecimento e pelo Amor, no campo da espiritualidade
11. O uso do termo
‘respeito’ em diferentes contextos
12. Equilíbrio
psíquico exige higiene mental
13. Tendências de
comportamento
14. Espíritos que
vencem os seus próprios inimigos interiores
15. Atitudes e
interesses
16. Da intenção ao
comportamento humano não programado, e deste ao comportamento humano programado
17. Reveses
versus crescimento espiritual
18. Eu tinha medo
Introdução
Estudando seriamente o Racionalismo Cristão, somos
conduzidos à evidência de que é da Força – enquanto extremo sequencial a
montante – que derivam, genuinamente e sem interrupção, o calor, a ação, o
movimento e a vida com que ela incita, organiza e movimenta a Matéria – enquando
extremo sequencial a jusante.
Evolução do mundo na perspectiva material, sim!
Evolução do mundo na perspectiva espiritual, também! “A evolução do mundo se
efetua não somente na parte material, e as pessoas espiritualmente mais
evoluídas encaram a vida de maneira diferente.” Luiz de Mattos
“O homem
descobriu que pode ter milhões de dólares e continuar a ser infeliz [porque
esses milhões, só por si, pouco representam relativamente às mais altas
aspirações do espírito]. O mundo material pode dar-nos muito, mas continuamos
perante os mesmos problemas: medo, insegurança, dúvida, preocupação acerca da
razão da existência.” Alfred A.
Montapert
O termo
espiritualidade tem vários sentidos de uso, sendo um deles o de ciência que
ensina a verdade sobre a vida do espírito - que precede,
fundamenta e transcende a existência do corpo humano -, e nos faz sentir como é
libertador o conhecimento dessa verdade. Nesse sentido, ela exige continuados
estudos e meditações, e clarividência para separar o joio do trigo.
As pessoas simples e humildes estudam-se diariamente
e, com isso, conseguem reconhecer aquilo que precisam melhorar em si mesmas, em
busca da evolução espiritual.
O Racionalismo Cristão tem o propósito de esclarecer os seres humanos acerca da
sua composição material e espiritual, ao mesmo tempo em que procura motivá-los
para a luta obrigatória pela própria renovação
espiritual, depois de compreenderem que os maus hábitos e, bem assim,
sentimentos e tendências primários, estão incrustados na própria camada mental
inconsciente do espírito em evolução.
Sem negar ao corpo físico a atenção que ele merece,
cumpre a todo o ser humano dar maior atenção ao espírito que precisa aumentar o
seu brilho próprio, até à máxima intensidade.
Aprofundar-se nos conhecimentos espiritualistas,
acertar o mais possível para errar o mínimo em cada dia que passa, enfim,
pugnar pelo próprio melhoramento como seres pensantes, é algo que podemos
fazer, devemos fazer e teremos que fazer um dia, infalivelmente.
É evoluindo no interior da Força que os indivíduos
imateriais – parcelas da Força -, todos sem excepção, chegarão um dia a
estabelecer, nos Planos Astrais, “condições de vida da mais alta concepção, em
termos de felicidade, alegria e paz” (Luiz de Souza), à custa dos atributos que
forem exercitando e desenvolvendo, atraindo e incorporando, ao longo da sua
infinita trajetória evolutiva.
Um critério pode ser comparado a um corredor mental
com requisitos especificados de admissão / exclusão. Só pode entrar nesse
corredor aquilo que preencher esses requisitos imprescindíveis. Pessoas
criteriosas, ou pessoas de bom critério, são aquelas e só aquelas que escolhem
e adotam critérios virtuosos nos seus pensamentos, sentimentos e procedimentos.
Neste opúsculo, continuo a estudar a espiritualidade,
mas sempre dentro de critérios racionalistas cristãos, o mais importante dos
quais consiste na visão do Universo, infinito e inteiro, contendo
exclusivamente um componente fundamental imaterial (Força) e um componente
fundamental material (Matéria).
1. No ser humano:
o corpo é o valor menor, o espírito é o valor maior
A filosofia racionalista cristã considera que, no ser
humano, o corpo humano, a seguir designado simplesmente por ‘corpo’, é o valor
menor e o espírito é o valor maior. Com assim?
Primeiro
Porque todo e qualquer espírito é uma parcela da Força
(o Todo Imaterial, luminoso e todo-poderoso, uno, integral e total), mas uma
parcela ‘espiritual’, acima de outras que ainda não atingiram esse patamar
evolutivo. Ambos, a Força e os espíritos nela incluídos, é que organizam,
incitam e movimentam todos os meios materiais em geral, e o corpo humano em
particular.
Todavia, enquanto a Força não interage com a Matéria
Fundamental (passiva e amoldável), já o espírito encarnado interage com o
corpo, no ser humano.
Luiz de Mattos, após muito e aprofundado estudo, concluiu
ser dinâmica a natureza do Universo, em que a Força (a montante sequencial)
pensa, age e produz corpos (dos átomos às galáxias), e interage constantemente
com estes (a jusante sequencial), produzindo fenómenos incontáveis, de acordo
com as necessidades da evolução.
Sabe-se que o corpo humano está associado a uma
contraparte etérica (assunto de certos compêndios), que é organizada com o
fluido próprio deste mundo, mas também o espírito vem a encarnar com um corpo fluídico organizado, a partir do
seu mundo de estágio, de acordo com as lutas que vem travar na Terra.
Mundo de
estágio é o
mundo onde o espírito, ali vivendo em corpo fluídico, nele estrutura o seu
programa e se prepara para encarnar num mundo-escola. Outra característica dos
mundos de estágio é que, neles, ao contrário dos mundos-escola, os espíritos de
uma mesma classe não se misturam com espíritos de outras classes.
“… é o espírito, com as suas propriedades, que mantém
coesas as moléculas do corpo humano ou físico. Essa coesão resulta da força
[operacional] do espírito que atua sobre a matéria (…) no sentido de manter o
corpo físico na sua forma integral, daí se concluindo ser essa força
[operacional], na realidade, inerente à alma, ou a própria vida que ela, a alma
ou espírito, exterioriza.” Luiz de Souza
O “eu” digno deste nome é o espírito, a
individualidade permanente; aquilo que chamamos de “meu corpo” não pertence
realmente ao espírito, mas ao mundo Terra. Porém, o espírito faz-se representar
nas atividades deste mundo pelo corpo humano, seu auxiliar precioso, embora
precário. “Basta que o espírito se retire, definitivamente, do corpo físico,
para que ele passe a desintegrar-se, isto é, a decompor-se.” Luiz de Souza
Segundo
Porque o espírito é que pensa, concebe, ama e
sofre. As vibrações e impulsos através
dos quais o corpo (a jusante sequencial) foi organizado e é incitado e
movimentado, provêm do espírito (a montante sequencial).
Na verdade, cada espírito é um agente consciente,
animador e modificador do Universo, dentro do seu raio de ação, estando embora
sujeito à lei de causa e efeito. Ao
violar esta lei, o espírito causa fenómenos vibratórios, fluídicos e físicos,
nocivos ou indesejáveis para si mesmo e para outros seres em seu entorno. Logo, ele é o responsável direto pela sua
própria felicidade ou infelicidade.
Por exemplo, quando contemplamos o sistema (ou, a
unidade complexa) formado pelo violinista
e seu violino, daí podemos extrair
uma analogia com o sistema formado pelo espírito e o corpo, no ser humano: o
corpo foi dotado de órgãos adequados
que só funcionam, exibindo fenômenos físicos, se forem “tocados” (tangidos, premidos) por vibrações e impulsos que o
espírito lhes transmite, através de cordões
do corpo fluídico (ver n° 2).
“… o coração
nada mais é que um órgão receptor das emoções
[os sacudimentos genuínos do espírito, e dele externados de maneira brusca e
intensa] vibradas pelo espírito sobre o
cérebro e deste reproduzidas sobre
aquele [espírito], mas já como consequência do dano produzido no sistema
nervoso [o cérebro é como se fosse o engenho central da rede telefónica do
corpo] e na ramificação arterial, visto ser o coração o órgão distribuidor do
sangue.” Luiz de
Mattos
Terceiro
Porque o espírito chegou a essa honrosa condição
depois de percorrer uma longa e irreversível trajetória evolutiva, que terá de
continuar até alcançar uma entonação vibratória, ou modulação de frequência,
idêntica àquela que sempre foi apanágio da Força.
“O espírito pode ganhar muito em evolução, se na idade
madura do corpo físico, puder utilizar este seu auxiliar para pôr em ação todos os recursos disponíveis da sua individualidade.”
Luiz de
Souza
“Sendo a matéria elemento inerte sujeito à ação da Força [parcelada], esta, à medida que
vai progredindo, diafaniza o seu
corpo, substituindo a matéria por outra menos densa e mais de acordo com o seu
progresso.” Luiz de
Mattos
Quarto
Porque “A superioridade, propriamente dita, dos seres
humanos, só poderá existir, na medida em que a alma de cada um se esclarecer e aprimorar os seus sentimentos, o seu saber, na investigação dos porquês de todas as coisas, partindo do
princípio de que Força e Matéria são a composição do Universo, a base (…) de tudo quanto existe.
A superioridade existe na Força e não na matéria
(corpo) de cada ser. Na Inteligência Universal [Força - una, integral e total]
é que se encontra a superioridade que incita e movimenta cada ser humano, neste
mundo, para o bem.” Luiz de Mattos
Na volta ao seu mundo de estágio, o espírito reconhece
que “muitas vezes cometeu equívocos, na tentativa de acertar. Nesses momentos,
a superioridade inerente à sua essência
coloca-o no caminho certo e, por intuições das Forças Superiores, reafirma sua
positividade e, sem vacilar, segue em frente.” M. G
O corpo representa, ainda hoje, o animal inferior que um dia fomos, na sequência lógica da nossa
escalada evolutiva: “O animal [no ser humano] é o corpo, puramente material, repleto de gostos depravados, de vícios, denojentos
hábitos, oriundos do instinto a que obedecem os irracionais. Luiz de Mattos
“Cabe ao espírito, à medida que evolui, irradiar sobre
a matéria, no caso o seu corpo físico, com pensamentos
afinados à vida espiritual, para que as células do organismo acertem a sua
vibração com uma ordem cada vez mais elevada, nas camadas evolutivas.” Luiz de Souza
“No mundo físico, a parte animal está à vontade,
achando-o mesmo delicioso, belo e a melhor das coisas. Por isso, sente-se às
mil maravilhas quando o espírito – a Força [parcelada] – se torna indolente e
cabriola à vontade, imitando os seus colegas, os seus irmãos irracionais” Luiz de Mattos
“Ao deixar o mundo espiritual para encarnar num
mundo-escola como a Terra, o espírito vai agregando de vários campos
interligados ao planeta matéria fluídica necessária à sua evolução, até tomar
posse de um corpo físico de matéria densa. Nessa ocasião, afasta-se de certo modo
da consciência de si mesmo. Deverá fazer seu caminho de volta ao longo de
múltiplas encarnações, quando busca o autoconhecimento que possibilite
redescobrir a si mesmo e revelar os ideais construtivos elevados que planeja em
seu mundo de estágio em cada nova existência física. Nesse caminhar evolutivo,
o espírito se desprende a cada encarnação de sentimentos primários, que envolvem campos com funções específicas que representam instintos bem materializados. Entre eles, podemos citar a luxúria,
a gula e a ambição desmedida por bens materiais.” M. G.
É por isso que, das duas partes componentes do ser
humano, “a força, a alma, só se exterioriza por último, após as manifestações
dos instintos, dos hábitos, do egoísmo, filhos da parte animal, visto que só com a calma espiritual é que ela, a alma,
pode dar expressão às suas qualidades, e manifestar-se tal qual é.” Luiz de Mattos
Quinto
Porque o corpo, bem observado e analisado, é um campo
de observação, de excelência, para nos darmos conta da realidade do espírito,
que permanentemente o anima e lhe dá vitalidade, ao mesmo tempo que ele (corpo)
espelha a Força que o concebeu com Suprema Sabedoria e o processou através de
parcelas da própria Força. Luiz de Souza
2. Linhas gerais do processo evolutivo dos indivíduos
Estas notas foram-me inspiradas pelo artigo do
professor de Física, Sr. Valdir Aguilera, intitulado Como “medir” o grau de
evolução do espírito, publicado no seu site valdiraguilera.net. Uso uma
terminologia algo diferente, mas equivalente no sentido.
Por exemplo, onde o autor diz “forças elementares
desprendidas do Universo” eu digo “parcelas da Força”, “indivíduos imateriais”,
ou “parcelas de Luz”, em homenagem ao mestre Luiz de Mattos, quando escreveu
que “no entanto, são todos Luz, como partes integrantes do Grande Foco”
[Força], “esse imenso foco de luz que tudo organiza, incita e movimenta”, por
toda a parte no imenso Universo. Luiz de Mattos
Nessa imensidão infinita e inteira, é legítimo
especularmos, humanamente, sobre os possíveis projetos, intenções, motivos, ou
razões de agir, da Força de que o Universo está saturado. A vida real é causal
(a montante sequencial); a vida efémera (a jusante sequencial) é consequência,
efeito ou realidade transitória.
Segundo o Racionalismo Cristão, “o princípio fundamental
[ou, a regra basilar] da vida no Universo é a evolução. Nela reside a base do
entendimento de tudo quanto se passa dentro e fora do alcance visual
humano.” Racionalismo Cristão, 45ª
edição, cap. 1
Por evolução dos indivíduos imateriais, ou das
parcelas da Força, deve entender-se a maior diversificação, a acumulação e o
melhoramento, gradativos e irreversíveis, das suas modalidades vibratórias e
capacidades – ou atributos -, tendo como limites infinitos os Atributos da
Força, que estão disseminados por todo o Universo, susceptíveis de serem
atraídos e incorporados irreversivelmente, pelas parcelas da Força, na medida em que elas
próprias se forem desabrochando no processo evolutivo.
Para facilitar a compreensão, ou o entendimento amplo,
correto e seguro, do que entendemos por evolução, diz-se, por exemplo, que a
semente brota e transforma-se numa flor; uma árvore agiganta-se e frutifica, na
trajetória de um ciclo; o girino vai sofrendo modificações progressivas até
que, com o tempo, chega a ser uma rã; uma criança entra para a escola e vai-se
aprimorando, etc. Analogamente, o indivíduo imaterial parte de uma versão
rudimentar e vai sofrendo mudanças, aproximando-se sucessivamente da sua versão
ideal, da sua plenitude, isto é, da plena atualização da sua real potência.
Há uma situação de origem para o começo de qualquer
iniciativa ou atividade no Universo. Na situação que antecede o começo, ou arranque
efetivo, do processo evolutivo individual, os atributos individuais estão
enclausurados, latentes, sem possibilidade de externação imediata - como fogo
ainda represado no seu foco. Essa é a fase de involução dos indivíduos
imateriais, que antecede logicamente a sua evolução.
O professor Valdir Aguilera designa essa evolução por transformação
evolutiva dos indivíduos, por via de mais e mais enriquecimento de atributos.
Em particular, “a consciência dos fatos se dilata na proporção do aumento da capacidade
individual, e de conformidade com a modulação vibratória que se desenvolve, até
sintonizar com a Absoluta [da Força].” Luiz de Souza
Para levar a bom termo a evolução, a Força criou e
continua ajustando condições apropriadas para os indivíduos imateriais
realizarem a sua evolução por etapas e por grupos. As condições primaciais têm
a ver, necessariamente, com as leis evolutivas e a organização da Matéria
Fundamental para esse fim, quer dizer, o seu arranjo racional em favor da
eficácia da ação.
Assim, a Força idealizou e tudo subordinou a leis
sábias e eternas, inclusive a lei da reencarnação, a lei de causa e efeito e a
lei de atração do bem e do mal, que estão impregnadas e vibram nos raios
fluídicos que enchem literalmente o Universo, e dos quais ninguém escapa. Ela,
a Força, pensa, sente e procede integralmente em concordância com essas leis,
isto é, a Força nunca infringe, nunca contraria, as suas próprias leis.
Os espíritos encarnados e também os espíritos
temporariamente errantes pela atmosfera fluídica da Terra, eles, sim, incorrem
frequentemente em erros no uso do seu livre-arbítrio, dando causa a
consequências nocivas ou indesejáveis, inclusive o sofrimento desnecessário e,
até, pausas no seu progresso evolutivo. Entretanto, tudo muda para melhor
quando o espírito faltoso se determina e se impõe uma reviravolta na sua
existência, no sentido de se harmonizar com as leis evolutivas.
A evolução dos indivíduos imateriais não se processa
isoladamente: “Se a evolução se processasse isoladamente, tendo em vista apenas
o indivíduo, seria admissível deixá-lo para trás a unir-se com outros também
tardios, mas o caso é que a evolução se faz por grandes grupos, em que os mais
adiantados precisam zelar pela evolução dos mais atrasados do seu grupo, dentro
de um certo limite de tolerância.” Luiz de Souza
Assim também, a matéria auxiliar da evolução foi
confeccionada, pela Força, tal qual deve ser e é necessária, nos seus diversos
estados, envolvendo os milhares de mundos, ligando-os uns aos outros
ascendentemente.
Todos os indivíduos imateriais, quando emergem na
Força e são associados à matéria densa – onde quer que esta for confeccionada -,
têm as mesmas modalidades vibratórias, ou oscilatórias, e igual poder de
incitar e movimentar as partículas da matéria densa, a matéria intencionalmente
condensada pela Força.
No começo do seu processo evolutivo, os indivíduos
imateriais comparticipam na construção dos átomos - os elementos básicos da
matéria densa. Assim, cada átomo é um campo organizado, incitado e movimentado
(a jusante sequencial), por meio da vibração permanente (a montante sequencial)
que emana do indivíduo imaterial associado a esse campo atômico.
Pelo processo evolutivo, cada indivíduo imaterial
tornar-se-á mais capaz, e, já como espírito, conquistará maior entendimento,
mais esclarecimento, mais consciência dos fatos.
É com o fim de implementar e promover o princípio
universal da evolução que a Força se dedica a uma ação construtiva permanente,
nos seus diversos campos de ação, sempre precedida de idealização, concepção ou
criação da imagem pelo pensamento. “A idealização de um mundo como o nosso
corresponde às exigências da evolução.” Racionalismo Cristão, 45ª edição, cap.
3
Entende o cientista Pinheiro Guedes que, no que se
relaciona aos espíritos, mundos como a Terra são idealizados para lhes servirem
de oficina, escola, hospital, penitenciária e teatro.
O corpo fluídico, ou subconsciente, que acompanha o
espírito, tem uma importante função no processo evolutivo deste, pois, entre
outros desempenhos, é nesse corpo que ficam recolhidos os erros que praticamos
nas sucessivas encarnações, os quais serão depois eliminados através da prática
do bem, em condições adredemente preparadas para esse fim. “Com a
desencarnação, ficam agregados ao espírito, no mundo de estágio, apenas as
ações positivas, a prática do bem, os pensamentos e sentimentos vibrados em
vida física de forma elevada e valorosa.” A Razão, n° 2608
Ensina-nos o
professor Valdir Aguilera que, no plano físico, cada modalidade de vibração (a montante sequencial) é responsável
por uma propriedade do corpo (a
jusante sequencial) em que essa vibração opera, enquanto força operacional.
Assim, todas as propriedades ostentadas pelas partículas materiais (massa,
carga, spin etc.) não lhes pertencem de fato, porque são meras consequências de modalidades diversas de vibração do indivíduo imaterial que as
incita e movimenta.
Note-se que
cada espírito encarnado tem a responsabilidade de governar todos os demais
indivíduos imateriais subordinados, que cooperam no conglomerado que é o corpo
físico.
Quanto mais
atributos desenvolvidos possuir, comparativamente à Força, maior é a dimensão
comparativa da evolução do espírito. Essa dimensão é medida, sem falhas, nos
Planos Astrais, mas na Terra aqueles que estudam cientificamente a
personalidade humana têm legitimidade para estimar, com maior ou menor margem
de erro, o grau de evolução já conquistado pelos respectivos espíritos,
avaliando nomeadamente a sua pureza de sentimentos, a serenidade nos atos, o
comportamento adequado e o respeito ao próximo.
3. O positivo e o negativo, no quadro referencial da lei
de causa e efeito
Passos positivos vs passos negativos, referidos a um
certo ponto inicial e a um certo ponto orientador (foco real ou concebido em
imaginação)
Quando se caminha de um certo ponto inicial (fatual ou
convencional) para um ponto orientador (objetivo atingível ou objetivo
meramente norteador), os passos que se vão dando no sentido da aproximação
sucessiva ou do seguimento desse ponto final orientador, dizem-se passos positivos; os passos no sentido inverso
ou de desvio desse mesmo ponto, dizem-se passos negativos.
De acordo com esse critério de distinção, se uma
pessoa fixar como pontos orientadores da sua vida material e espiritual os
objetivos de saúde mental e física, paz de espírito e melhoramentos materiais,
mentais e espirituais, serão passos positivos
(“trigo”, tudo o que for prestável e desejável) o cuidado escrupuloso com
os seus sentimentos, com os seus pensamentos e com os seus procedimentos,
negando os passos negativos (“joio”,
tudo o que for daninho ou indesejável), para conseguir ou prosseguir tais
objetivos.
Note-se, entretanto, que essa oposição não se aplica à
evolução individual, pois que, neste
quadro referencial, tudo o que se adquire em termos de mais e mais
inteligência, mais e mais Luz, mais e mais experiência, mais e mais
conhecimentos, mais e mais clareza de concepção da vida, mais e mais capacidade
de raciocínio, jamais se perdem, sendo portanto tesouros indestrutíveis.
Este é, assim, o sentido natural do desenvolvimento
dos indivíduos, parcelas imateriais que sempre estiveram e sempre estarão
dentro da Força.
No caso particular da força do pensamento, a escritora
Susan Quilliam diz o seguinte: “O que é o pensamento
positivo? – O pensamento positivo não se restringe aos pensamentos que lhe
ocorrem. É toda uma atitude perante
a vida. É a capacidade de ver o lado positivo [“trigo”] de todas as situações,
desvalorizando o lado negativo [“joio”]. É pensar bem de si mesmo, evitando
menosprezar-se. É pensar bem dos outros e lidar com eles de um modo positivo
[distribuindo-lhes somente “trigo”]. É estar em paz com o mundo, esperando
sempre o melhor. (…) As pessoas positivas olham para o passado com satisfação e
sem mágoa, e [olham] para o futuro com optimismo e esperança.”
Causas e efeitos positivos vs causas e efeitos
negativos
No Universo nada é realizado sem que haja, antes de
mais, condições apropriadas e meios adequados que determinem e imponham
quaisquer realizações. Sem “causa” não há “efeito”; tudo o que acontece deve a
sua emergência a uma “causa” (um antecedente motriz eficaz), que foi necessária
e suficiente para provocar essa emergência.
Emanados das forças estruturais, ou causas emanantes (a Força e seus
indivíduos imateriais), as vibrações e impulsos são causas operantes (forças operacionais, forças atuantes), quer dizer, emanações que operam efeitos,
sejam estes coisas materiais ou imateriais. Por exemplo, tudo aquilo que
gravamos na nossa consciência individual é, com certeza, um efeito imaterial -
benéfico ou nocivo, desejável ou indesejável.
A lei de causa
e efeito – um fruto da árvore da Sabedoria da Força - é a predeterminação
sábia e imutável que rege, ou que pauta, as sequências imperativas e infalíveis
das causas aos respectivos efeitos, na trajetória de um ciclo completo, mesmo
que este demore a fechar-se:
“O Racionalismo Cristão chama a atenção para o fato de
estabelecer-se, ao fazer-se mal ou bem a alguém, contato com esse ser e, pelo
fio de conexão entre ambos, receber-se o reflexo da boa ou má ação praticada”;
“acontece que o tributo dos erros
pode começar a ser cobrado na própria existência física em que cometidos, mas
na maioria das vezes, essa cobrança vem mais tarde, em encarnações futuras, no
meio melhor escolhido ou preparado para produzir as reações recuperadoras.” Luiz de Souza
No quadro referencial dessa lei, os seres responsáveis
são aqueles e apenas aqueles que fazem
irromper causas (a montante
sequencial) e, necessariamente, fazem
emergir efeitos (a jusante sequencial), quer favoráveis quer nocivos ao
Bem, ao Progresso e à Evolução dos seres em geral.
Essas causas favoráveis, e em que devemos insistir,
constituem causas positivas, com os
seus efeitos benéficos e desejáveis, em
oposição às outras, que constituem causas negativas,
com os seus efeitos nocivos ou
indesejáveis, os quais devemos evitar introduzindo no nosso comportamento de
todos os dias prudência, justiça,
moderação e valor.
Aqui na oficina terrena, todos nós temos oportunidade
de praticar ações permanentes, dignificantes, proveitosas e construtivas,
visando o benefício próprio e dos semelhantes, em harmonia com a Força.
Entretanto, as “positividades” (trigo) de que somos detentores estão bloqueadas
por espessas camadas de “negatividades” (o joio dos maus hábitos que nos
predispõem a repetir, mecanicamente, más reações e maus atos, e o joio das
predisposições interiores que nos levam a cair no erro, em prejuízo próprio e
dos nossos semelhantes).
“Amigos, é sempre bom quando procuramos superar nossas
limitações, nunca, jamais, pisando no
semelhante. Devemos pisar nos nossos defeitos, nos nossos preconceitos e, mesmo
assim, com respeito próprio. Só os pensamentos positivos podem reeditar [quer dizer, expor e submeter a revisão] a
negatividade expressa no subconsciente
[corpo fluídico].” C. L.
“As vibrações de maus hábitos devem ser substituídas
por vibrações positivas. O pensamento superior, positivo, neutraliza as vibrações negativas. Cada ser é responsável por si mesmo, pelas escolhas que
faz, pelos caminhos [positivos ou
negativos] que decide seguir”. Luiz de Mattos
“… ao pensarem, amigos, são responsáveis por si mesmos
e pelos resultados [“trigo” ou “joio”] que esses pensamentos produzem. Espírito
esclarecido pensa em si e em todos. Procura, com coragem, não vibrar de forma
negativa, porque sabe que vai entorpecer a própria consciência e agravar a
situação espiritual dos obsessores. É melhor, sempre melhor, vencer a si
próprio, mesmo que no início doa substituir as vibrações
negativas pelas superiores.
As [vibrações] superiores são eternas; as negativas
são passageiras e dolorosas. Por isso, façam
a escolha certa que condiz com a essência de todos, da Inteligência Universal
[Força].” António
Cottas
Por força da lei de atração do bem e do mal, quem
alimenta vícios ou se deixa enfraquecer psiquicamente, perde a interligação
vibratória com a Força e com os Espíritos Superiores, em favor dos espíritos do
astral inferior. A grande aspiração da pessoa esclarecida consiste em
assegurar, onde quer que se encontre, e seja qual for a situação do momento,
que os seus sentimentos, pensamentos e ações tenham suficiente qualidade e
força para estabelecer e sustentar essa elevada e prodigiosa interligação
vibratória.
“Os erros que a humanidade comete são inúmeros e
idênticos uns aos outros, provocados pelo egoísmo,
pela ganância e falta de amor fraternal. Esses erros
terão a sua consequência fatal e
inexorável, atingindo, não raro, a
grupos ou comunidades.” Luiz de Souza
4. O bem da nossa felicidade, o mal da nossa infelicidade
Para quem inicia o contato com o Racionalismo Cristão,
é normal que deseje saber o que é que nesta filosofia se designa por bem e por
mal, no quadro referencial das leis sábias e imutáveis, particularmente as leis
do livre-arbítrio, de atração do bem e do mal e de causa e efeito.
Tudo no Universo está sujeito ao império absoluto
dessas leis idealizadas pela Força e saturadas de energia genuína, de sua
propriedade, para o infalível cumprimento daquilo que está formalmente previsto
e infalivelmente potenciado desde o começo da evolução, tudo mesmo - inclusive
os sentimentos, pensamentos e procedimentos dos seres humanos.
Segundo os ensinamentos dos mestres da
espiritualidade, conhecer as aludidas leis sem jamais dissociá-las dos seus
desígnios elevados, e viver cerradamente em concordância com elas, é um bem, ao passo que contrariá-las
conscientemente é um mal.
“O mal dá-nos remorso; o bem traz-nos sossego
espiritual” (Luiz
de Mattos); “A
felicidade é um estado emocional de alegria e conforto moral, que vibra com a
consecução do bem; é produto de condições inatas, que se apuram sempre, com o
exercício dos preceitos da espiritualidade.” Luiz de Souza
“[No quadro referencial da etapa humana da evolução do
espírito] tudo o que se oponha à evolução no domínio moral e espiritual é
contrário à evolução diretriz, e representa o Mal absoluto. Tudo o que, pelo
contrário, tende a cavar o fosso entre o animal [inferior] e o homem, tudo o
que tende a fazer evoluir este ainda mais, é o Bem. Mas, para que o homem se
liberte e progrida individualmente, é necessário que ele, com liberdade, hierarquizem
as desiguais importâncias dos dois apelos: o do corpo e o do espírito. “A
liberdade de consciência é a prova de que o homem, de ora avante [quer dizer,
depois de o indivíduo imaterial ter ultrapassado a etapa animal inferior], se
tornou [ou foi constituído] responsável não só pelo seu próprio
aperfeiçoamento, mas pelo progresso de toda a evolução [no planeta Terra].” Lecomte
du Nouy
Embora cada qual a seu tempo, o certo é que todas as
pessoas um dia chegarão a glorificar os imperativos gravados ou refletidos na
sua própria consciência - os deveres
-, ao ponto de dominar os seus desejos intemperados e largar tudo o mais que
seja impróprio para a conquista do melhoramento de si mesmas, a fim de poderem
exprimir a verdadeira moralidade e levantar os olhos do espírito diante do tribunal
da própria consciência.
Moralidade verdadeira só é aquela que põe as pessoas,
individualmente consideradas, a salvo de sofrimentos desnecessários,
decorrentes do uso indevido do livre-arbítrio.
Entretanto, esta posição de princípio pede orientações
estritamente talhadas para facilitar a sua aplicação, face às perplexidades com
que todas as pessoas se debatem recorrentemente. Assim sendo, é grande o número
de obras filosóficas onde podemos encontrar bem recortadas, regras da espiritualidade, quer dizer,
diretrizes de como dar obediência segura e constante às leis naturais
estipuladas para a evolução do espírito.
Essas leis incluem preceitos do ideal cristão, como
por exemplo: certificar-se da sua unidade com a Força, através do estudo, do
raciocínio e da meditação;
não lesar nunca o semelhante, muito menos em benefício
próprio; procurar sentir-se membro da família humana, como elemento
cooperativista; ser apóstolo do trabalho, realizando-o com fraterna
compreensão; elevar o conceito da família ao mais alto grau; etc.
Quem cultiva as refinadas diretrizes recebidas dos
mestres da espiritualidade, só pode atrair para si e receber merecidamente, no
devido tempo, recompensas perduráveis, que lhe darão razões suficientes de
alegria e conforto moral.
Com efeito, ao vibrarem pensamentos de grande valia
para si próprias e para o semelhante, as pessoas se religam aos patamares
elevados da espiritualidade, de onde recebem fluidos fortificadores da alma,
boas intuições, vigor e ânimo para tudo
enfrentarem na dura realidade deste mundo.
“Nenhuma justificativa se apresenta favorável à
prática do mal; ao contrário, só há desvantagens a enumerar. Diz a sabedoria
popular que se o velhaco soubesse o
quanto perde em ser velhaco, até por velhacaria deixaria de o ser.”
Luiz de Souza
Os seres que vibram maus sentimentos e pensamentos e
insistem em comportamentos lastimáveis, que a lei das consequências reprimirá
severa e infalivelmente, esses incidem no mal, atraindo espíritos que vibram
pensamentos análogos na atmosfera fluídica da Terra, sendo negativamente
influenciados por eles ao nível mental e gravemente danificados ao nível do
corpo fluídico, e do corpo físico também.
Esforça-se o Racionalismo Cristão por “apresentar o cenário real da vida terrena para, ao
focalizar a gravidade dos erros que conscientemente se cometem chamar a atenção
para os resultados desses erros e alertar a humanidade para os riscos que
corre, os débitos que adquire, o triste futuro que arquiteta, enquanto não mudar de rumo.” Luiz de Souza
Entretanto, fora dos casos de consciências tornadas
insensíveis, sufocadas e mudas, pela insistência na prática do mal, cabe a cada
pessoa decidir ligar-se vibratoriamente à corrente do bem, com negação da
ligação à corrente do mal, lutando sempre pelo bem próprio e do semelhante.
5. Ser realmente um “esclarecido”
Para o filósofo André Comte-Sponville, “o conhecimento
é uma certa relação – de conformidade, de semelhança, de adequação – entre o
espírito [o que observa e conhece] e o mundo [o meio interior ou exterior que
pode ser conhecido], entre o sujeito e o objeto do conhecimento. Assim,
conhecemos os nossos amigos, o nosso
quarteirão, a nossa casa: o que temos no espírito, quando pensamos nisso, representa mais ou menos o que existe na realidade.
Este mais ou menos é o que distingue
o conhecimento
da verdade.
Pois podemos enganar-nos sobre os
nossos amigos. Nunca sabemos tudo sobre o nosso quarteirão. Mesmo sobre a nossa
própria casa, podemos ignorar muitas
coisas. Quem pode jurar que ela (…) não foi construída sobre um tesouro
escondido? Não há [na Terra] conhecimento absoluto, não há [na Terra]
conhecimento perfeito, não há [na Terra] conhecimento infinito.” André
Comte-Sponville
Do exposto, pode facilmente inferir-se que, neste
planeta-escola, há sempre margens de progressão a conquistar em qualquer
estudo, ou seja, em princípio podemos melhorar ou expandir os conhecimentos que
julgamos já sabidos, já descobertos por observação daquilo que admitimos que
existe e está ao alcance do nosso entendimento.
“É bem certo que os ensinamentos racionalistas
cristãos produzem, no primeiro contato, certo conflito inevitável entre aquilo
que revelam e o que as pessoas sempre escutaram. Mas, se os conceitos
doutrinários forem explanados de forma elucidativa, de maneira que o raciocínio
encontre base sólida para conclusões, a
luz se fará, aos poucos, na mente daqueles
que se mostrarem sensibilizados para as coisas do espírito.” Prática do
Racionalismo Cristão, 13ª edição, cap. 5
É a esse processo de elucidação das mentes humanas,
acerca das realidades espirituais, que designamos por esclarecimento espiritual.
Não é correto misturar a importância do esclarecimento
espiritual com a importância da frequência assídua às reuniões públicas das
casas racionalistas cristãs, nem com a importância da prática diária da limpeza
psíquica recomendada pelo Racionalismo Cristão.
Com efeito, por mais importantes que sejam essa
frequência e essa prática, o esclarecimento espiritual implica, para cada
indivíduo, a procura do conhecimento do
próprio eu encarnado (na sua dupla composição espiritual e material) e, bem
assim, do conhecimento das leis
evolutivas e seu cumprimento dia após
dia.
Por diversos meios de comunicação, o Racionalismo
Cristão oferece à humanidade palavras de apoio e aconselhamento sobre a vida
espiritual, com o propósito de ajudar a despertar consciências para a obrigação
de seguirem em frente, a fim de galgar patamares superiores de espiritualidade.
Uma vez mais e mais esclarecidas, pelo estudo sempre
continuado, as pessoas adquirem o preparo
necessário para levar compreensão e entendimento aos seus irmãos em
essência, impregnando o ambiente humano de otimismo, alegria e harmonia.
Apetrechado com valiosos conhecimentos espirituais,
tendo o pensamento educado para o bem e grande força de ânimo, um ser
esclarecido pode intervir construtivamente, por pensamentos, palavras e atos,
nas situações humanas nocivas ou indesejáveis, contribuindo decisivamente para
que tais situações se modifiquem para melhor, como desejado.
Muitas vezes os espíritos do astral inferior induzem
as pessoas, suas afins ou fracas de espírito, a criar desarmonia ou desentendimento. Nessas ocasiões, os seres
verdadeiramente esclarecidos falam com
calma e agem com tolerância e entendimento compreensivo da situação
indesejável por que passa o seu semelhante.
Em certos grupos humanos, existem seres que aparentam
possuir um nível de esclarecimento espiritual que, em verdade, os seus
procedimentos indignos desmentem, porque “o ser valoroso, verdadeiramente
esclarecido, demonstra esse esclarecimento
e valor na luta pela vida, na sua conduta, nos atos e ações que pratica, em
todo o seu procedimento, enfim.” A Razão, n° 2596
Assim sendo, o ser que se considera, sinceramente, uma
parcela da Força tem a alma iluminada e sabe que, pensando bem, estará dentro
da corrente do bem, e que só assim poderá vencer com legítimo orgulho
adversidades e sofrimentos que possa vir a ter.
“O esclarecimento espiritual muito auxilia os seres
humanos na jornada evolutiva, que é gradativa e sem fim. A cada tempo ocorrem
etapas que levam à plenitude do saber. O esclarecimento não consiste apenas em estudar
a espiritualidade. É algo mais profundo, pois exige autorreflexão, um olhar sincero
para dentro de si mesmo, a fim de que possam consertar as imperfeições que
formam o caráter tortuoso.” dout. de Pureza de Morais
Se for verdade que “a inconformação do indivíduo
contra a extinção da vida espiritual, nasce da consciência íntima da sua
eternidade, e constitui um traço de ligação perene entre ele próprio e o Todo
[Força]” (Luiz de Souza), então, é preciso esclarecer o ser humano a respeito
dessa Força, quer dizer, levar o ser humano a ver e sentir, sem engano, e
seguramente, que Força é essa que os religiosos designam por “Deus”, e com a
qual ele, ser humano, precisa viver em permanente interligação vibratória, para
se sentir tranquilo e feliz.
“Quando, porém, a alma que tomou um corpo físico para
atender a uma tarefa terrena, consciente da sua missão, se desvia do seu rumo,
com sacrifício do caráter, inevitavelmente será atingida por fortes
inquietações, como protesto da própria consciência, que se sente vilipendiada.”
Luiz de Souza
“O esclarecimento começa pela Limpeza Psíquica. Limpa
psiquicamente, a criatura tem mais facilidade de raciocinar com acerto para encontrar
em si mesma a chave da felicidade, recorrendo, na medida do possível, à leitura
da obra básica desta Doutrina, que é o Racionalismo Cristão.” Luiz de Mattos
Os espíritos geralmente encarnam neste mundo-escola
com o fim de acelerar a sua evolução. Encontram quem lhes proporcione
esclarecimentos sobre si mesmos, de onde vieram e sobre o que aqui vieram
buscar, então, ficam munidos de um mapa que, certamente, os ajudará a conseguir
o que precisam acrescentar ao seu património espiritual e, bem assim, o que
precisam remover do seu corpo fluídico.
A carência desse mapa é um obstáculo interior passivo,
que impede o indivíduo de alcançar o alvo projetado antes de encarnar. Esse
obstáculo, só pode ser completamente removido quando a concepção de ser humano (vulgo:
concepção de “homem”) for tão bem esclarecida ao ponto de ninguém poder
contestá-la, sem mentir a si mesmo:
“Como é cruel não saber caminhar com segurança, pois
há tantos tropeços, há tantas falhas, há tantas veredas no caminho, que, quem
não souber trilhar o caminho reto ficará perturbado, desviando-se da própria
felicidade a que deve fazer jus.” Luiz de Mattos
Campeia por toda parte, ainda agora, uma deplorável
ignorância a respeito das coisas espirituais, sendo fora de dúvida que a
humanidade tem sido, consciente ou inconscientemente, a grande vítima dessa
ignorância.
Não são poucos os espertalhões que têm, em todos os
tempos, dela tirado proveito. O ser humano precisa, por isso, ser despertado
para a Luz, para o conhecimento de si mesmo, para a compreensão racional da
vida, a fim de poder desempenhar, com mais eficiência, a sua tarefa terrena.
Conhecidos espiritualistas vêm clamando, há muito,
contra o erro multissecular de ocultar à humanidade a Verdade, e de conservá-la
na mais completa ignorância a respeito dos princípios que explicam a sua
própria existência [quer dizer, acerca dos conteúdos fundamentais do Universo
que possibilitam o entendimento racional e lógico da existência da humanidade].
“As pessoas tendem a reagir às injúrias e ofensas com
atitudes e sentimentos negativos. Esses sentimentos são variados, podendo
expressar raiva, ressentimentos, tristeza ou depressão. Alguns casos levam à
vingança, comportamento extremamente danoso, capaz de minar a força anímica do
agente, em razão da vontade imensa de praticar o [ou, desejo emocionalizado,
que pede a consumação do] mal. Tudo isso decorre da falta de esclarecimento
espiritual.” Humberto Rodrigues
“Nenhum espírito encarna para praticar o mal, todos
têm objetivos elevados na luta evolutiva, têm a força interior que advém dos
atributos inerentes ao Todo [Força] e do qual fazem parte. Essa força
espiritual [interior] pode ser empregada sempre que for necessária, fazendo com
que seres desconhecedores da espiritualidade reajam de forma favorável diante
do seu uso.” Humberto Rodrigues
O Poder infinitamente grande e ilimitado da Força
O conceito de poder ilimitado exclui à partida o poder
de extinguir ou modificar aquilo que por natureza não é extinguível ou não é modificável.
Com efeito, e por exemplo, não existe nada que possa extinguir a Força e a
Matéria que compõem fundamentalmente o Universo. Também não é possível alterar
ou anular as leis idealizadas pela Sabedoria Suprema, componente da Força, que
tudo pautam e a que o Universo obedece.
Na acepção usada por Descartes, “não existe nada a que
chame propriamente infinito a não
ser aquilo em que, por todos os lados, não encontro quaisquer limites”, ou
aquilo que não esbarra em qualquer limite de grandeza.
“A Inteligência Universal [Força] tem poder ilimitado, e dela emana o
pensamento na sua expressão máxima.” Racionalismo Cristão, 45ª edição, cap. 3
Com efeito, a Força tem uma capacidade infinitamente
grande, ou interminavelmente grande, de influenciar tudo e todos, como lhe
aprouver, inclusive a sua própria expressão no espaço e no tempo, para
determinado fim – embora sem prejuízo das suas próprias leis.
A Força já tinha poder ilimitado antes das suas
parcelas individuais, sem excepção, entrarem no processo evolutivo. Logo,
• Um Espírito Superior qualquer, implica a Força (sem esta não emergiria, ou não surgiria, qualquer
Espírito Superior no seu interior);
• A Força, não
implica qualquer Espírito Superior (a Força já era una, integral e total
mesmo quando não existia qualquer Espírito Superior).
“… sendo a Força o principal elemento componente desse
Universo, Inteligência Universal que é, sabe e pode dar ganho de causa a todos
os seres que neste mundo lutam e como espíritos a ele vieram para se depurar,
evoluir, ascender aos mundos de Luz.” Luiz de Mattos
O poder infinitamente grande do Astral Superior
(Espíritos Superiores)
O espírito é luz e, como tal, brilha com a intensidade
correspondente ao seu grau de progresso. Intensidade de luz quer dizer
intensidade de vibração. cf. Racionalismo Cristão, 43ª edição, cap. 9
“Quanto maior for essa intensidade [vibracional], mais
acentuado é o conhecimento da vida, mais evidente o poder de ação espiritual,
mais seguro o controle dos atos humanos e mais apurado o uso do
livre-arbítrio.” Racionalismo
Cristão, 44ª edição, cap. 6
Os espíritos em evolução ascendem não para se reunirem
à Força, mas sim a outros espíritos. “No campo astral superior existe a
maravilhosa e infindável luz de inúmeros espíritos” (dout. de Humberto Machado
Rodrigues) que atingiram elevados patamares de evolução. Desse campo astral
superior descem incessantemente ondas de Luz e fluidos fortalecedores, que
estão ao alcance de qualquer pessoa que estiver sinceramente decidida a
trabalhar afincadamente pelo seu auto esclarecimento e maior evolução,
cultivando pensamentos e sentimentos elevados a cada dia que passa.
Da união fraterna desses espíritos, todos eles
interligados vibratoriamente com a Força e entre si próprios, resulta
necessariamente um poder infinitamente grande que os Espíritos Superiores
exploram em favor do Bem, do Progresso e da Evolução dos seres, individual e
coletivamente considerados.
O ser humano pode e deve apoiar-se no Poder
Infinitamente Grande da Força, por intermédio do Astral Superior
Toda e qualquer parcela da Força carrega no seu
interior uma potência vibracional infinitamente grande (abreviadamente: um poder infinito).
Para estar com essa Força, receber influências
benéficas do seu poder ilimitado por intermédio das Forças Superiores, e ser um
instrumento dócil, interligado vibratoriamente com ela, preciso se torna que,
no ser humano, o corpo físico se quede quase inerte, seja vencido pelo
espírito, por intermédio do corpo fluídico (subconsciente), e que em tais condições
saiba colocar-se no mundo físico, onde só terá os pés, e ligado o seu mental às
esferas superiores e, transitivamente, à Força. cf.
ensinamento de Luiz de Mattos
Em momentos reservados para esse fim, os praticantes
convictos da limpeza psíquica diária, elevam os seus pensamentos ao Astral
Superior, para que a Força clarividencie seus espíritos a fim de se darem conta
dos seus erros, e os fortaleça para praticar o bem no seu círculo de ação.
“O Racionalismo Cristão estimula o leitor (…) a
confiar na ação da sua vontade e na força
prodigiosa e imensurável do seu
pensamento.” Racionalismo
Cristão, 45ª edição, Conclusão
“A literatura médica registra inumeráveis casos de
doenças graves cujas curas, por muitos consideradas milagrosas, apenas se
deveram à ação espiritual dos próprios
enfermos. Com pensamentos elevados, atraíram as Forças Superiores,
fortalecendo seus espíritos e melhorando a resposta do organismo ao tratamento
prescrito.” Racionalismo
Cristão, 45ª edição, cap. 5
“Pela atração do Astral Superior (…) o pensamento
emitido por pessoa psiquicamente sã e esclarecida cresce em vigor, na medida das necessidades do momento, amplia-se,
expande-se e supera qualquer corrente de pensamentos inferiores [ou
negativos].”
Racionalismo Cristão, 45ª edição, cap. 5
“Somos o que pensamos. As obsessões, os maus hábitos
são construídos através de repetidos pensamentos negativos. Quando o espírito
não se emenda, não respeita o próximo, não respeita os próprios limites, não
procura com humildade superar comportamentos ruins, o Astral Superior nada
pode fazer [os Espíritos Superiores jamais violam as leis sábias e
eternas, nomeadamente a lei do livre-arbítrio].” dout. de
Cecilio Longhi
7. Entes pensantes, forças operacionais pensantes e os
efeitos de que estas são capazes
Que é o pensamento, na ótica espiritualista?
O filósofo Luiz de Mattos assentou o conceito de
pensamento numa conjunção de três pilares, a saber: 1°) pensamento é
vibração espiritual, na acepção refinada deste termo, que inclui a Vibração da
Força; 2°) pensamento é
manifestação duma inteligência espiritual, não duma inteligência meramente
instintiva; 3°) pensamento é
poder prodigioso e imensurável que flui
de um ente espiritual e é capaz de tudo influenciar prodigiosamente, a fim de
levar as aspirações à realização, em harmonia com as leis sábias e imutáveis.
Os Espíritos
Superiores (Astral Superior) – aqueles que já não necessitam de frequentar
a escola da vida terrena – “não têm dificuldades em ajustar as suas Forças Pensantes
a essas Vibrações do Poder Supremo [Força], quando fica o impossível
reduzido a nada. Entretanto, essas Forças Pensantes [forças operacionais
irradiadas] são controladas pelo
próprio Ente [Força Estrutural, irradiante] que as produz, de maneira a não
alterar a marcha normal dos
acontecimentos. É quando se dá a ocasião de nem todas as aspirações que sobem da Terra, poderem atingir a sua consumação.”
Luiz de
Souza
“Como o som e a luz [quer dizer, a energia material
radiante], o pensamento faz todo o seu percurso
em ondas vibratórias [que
fluem, se movimentam] ou, então, através de forma que ficam registradas no oceano infinito de matéria fluídica
de que é provido o Universo.” Racionalismo
Cristão, 45ª edição, cap. 5
Mas, o pensamento em propagação no espaço, continuará
ligado ao ente pensante, enquanto este permanecer animado do sentimento que
esteve na base desse pensamento. Por sentimento entendo uma vibração estável da
sensibilidade, pela qual o ente pensante se anima em resposta inteligente a uma
situação qualquer.
Nesse sentido, a Força e os espíritos são entes
pensantes, como que “fontes pensantes de poder inesgotável”. Dela, Força, se
pode dizer que é a Grande Fonte Pensante, una, integral e total, cujas forças
operacionais pensantes (Pensamentos) fluem
por todo o Universo, sendo invariável e sumamente boas e todo-poderosas. “No
plano astral, as criações, ou melhor, as transformações são feitas pela ação
direta do pensamento.” Luiz de Souza
O pensamento dá causa a efeitos (bons ou maus) e traz
consequências (boas ou más)
Os espíritos, enquanto encarnados na Terra ou em
estágio no astral inferior (atmosfera fluídica do planeta), têm experiências sentimentais geradoras de
pensamentos de paz ou agitação, alegria ou tristeza, amor ou ódio, riqueza
ou pobreza, sucesso ou fracasso,
experiências essas que passam de montante a jusante, afetando positiva ou
negativamente os componentes materiais (fluídico, etérico e físico) do ser
humano e demais seres próximos e, bem assim, alimentam as correntes fluídicas,
umas construtivas e outras destrutivas, existentes no seu entorno.
Eis porque se diz que “pensar em uma moléstia, temendo
[a montante sequencial] contraí-la, é formar campo aberto para que ela se revele [em mais ou menos tempo, a
jusante sequencial]” Luiz de Souza
Visto que o campo mental (a montante sequencial) é uma
empresa controlável, consequentemente a saúde e a doença do componente físico
(a jusante sequencial) do ser humano podem ser controladas, até certo ponto,
pelo espírito, a partir do seu campo imaterial a montante.
Em particular, os bons pensamentos atraem-se e formam
a corrente do bem, enquanto que os maus pensamentos atraem-se e formam a
corrente do mal, na atmosfera fluídica da Terra.
É assim que pensamentos repetidos de sucesso atraem
ondas vibratórias de sucesso; pensamentos repetidos de saúde atraem ondas
vibratórias de saúde; pensamentos repetidos de bem-querer superiormente atraem
ondas vibratórias de bem-querer; pensamentos repetidos de alegria atraem ondas
vibratórias de alegria; pensamentos repetidos de sofrimento atraem ondas
vibratórias de sofrimento; e assim por diante:
“Pensamentos de valor e coragem, de firmeza e decisão,
atraem vibrações de outros pensamentos de formação idêntica, produzindo
ambiente de confiança capaz de conduzir ao sucesso.” Racionalismo
Cristão, 45ª edição, cap. 5
Todo o ente pensante pensa sem interrupção, e o pensamento (bom ou mau) dá causa a
efeitos vibratórios e fluídicos (bons ou maus), e estes retornam ao ente
pensante, que os colherá inevitavelmente, na sequência imperativa dos
fatos.
“Vítimas dos seus próprios pensamentos são aqueles que
sofrem desgraças na lei do
retorno ou de
causa e efeito,
por mau uso do
livre-arbítrio, alheios ao
implacável curso das correntes consequentes.” Luiz de Souza
No quadro referencial da lei de atração, a nossa
maneira de pensar, de sentir e de agir, acerca de nós mesmos e dos outros,
atrai a nós pessoas e correntes afins, quer dizer, que se ligam vibratoriamente
com a nossa própria maneira de pensar, de sentir e de agir. Assim, e, por
exemplo, é um fato que, na vida com os outros, cada um de nós atrai umas
pessoas e repele outras.
Ao pensar com determinação numa só possibilidade,
negando todas as outras, isso coloca pressão sobre os atributos enclausurados
no espírito, espoletando-os para saírem do estado de latência e entrarem em
atividade, para o bem ou para o mal.
Por outro lado, tudo de bom que impregnarmos no corpo
fluídico trar-nos-á benefícios no futuro; tudo de ruim que nele impregnarmos,
contribuirá para a nossa ruína, dor e sofrimento no futuro, conforme está
predeterminado na lei do retorno.
Influências estranhas, boas ou más
Até a parte etérica dos átomos é influenciável pelas
vibrações dos entes pensantes:
“Lembremo-nos que a parte etérica dos átomos que formam
os tijolos, ou pedras, das paredes de uma edificação registra e absorve as
vibrações de pensamentos emitidos por espíritos, encarnados ou não. A
natureza dessas vibrações determina a qualidade da magnetização dos átomos.” Valdir Aguilera
O corpo fluídico é muito mais impressionável pelas
influências que emanam do espírito do que por influências estranhas. Isto está
provado pelas experiências de hipnotismo: mesmo que o ambiente esteja gelado, o
ser hipnotizado é levado a replicar, para si mesmo, o comando recebido do
hipnotizador para sentir um calor insuportável, como se o ambiente estivesse sob
um sol abrasador.
“A essência do estado hipnótico consiste apenas no fato
de o voluntário ter concordado [quer dizer, ter produzido pensamentos
concordantes] em delegar no hipnotizador a responsabilidade de decidir como vai
reagir e o que vai sentir. Esta é uma situação comum na vida de todos os dias.
Dá-se o nome de aceitação de autoridade.” Patrick Wall
Com efeito, “todas as pessoas estão sujeitas a
influências boas ou más [através de efeitos impressos no corpo fluídico, de
ideias sugeridas por terceiros]. Quando são boas, não há problema, pois os bons
pensamentos que as originam, formam as correntes do Bem. As influências más,
que trazem resultados desastrosos, é que devem ser combatidas e eliminadas [logo,
não abraçadas, não perfilhadas]. Elas podem proceder tanto do astral inferior,
(daqueles espíritos obsessores que vivem na atmosfera fluídica da Terra), como
do próprio plano físico, em que as pessoas têm o hábito de querer influir na
opinião alheia, ao incutir o seu modo de pensar, exatamente como fazem os
obsessores.” Luiz de
Souza
“Se você assume o pensamento dos outros, acontecerá
com você o que os outros querem que aconteça.” Lauro Trevisan
Coisas
desagradáveis tornadas agradáveis, pelo hábito
Aquilo que no começo nos é aversivo, no fim dá-nos
prazer, visto que o hábito faz com que não se repita a contrariedade ou
incompatibilidade que acontecia antes da sua aquisição. Até o sofrimento pode
ser convertido, pela nossa
familiarização com ele, numa experiência tolerável ou agradável!
É o que acontece com a vítima potencial da obsessão:
“Esta, não se apercebendo do envolvimento de que está sendo vítima, não reage,
não se opõe, não dá importância ao mal que, por força do hábito, acaba por tornar-se agradável.” Racionalismo
Cristão, 44ª edição, cap. 11
É o que acontece também com o dependente químico, que
“só tem de si, no corpo inteiro, a vontade de ficar alienado ao produto que
dissimula [ou, finge] um estado de satisfação e prazer até ao momento da
própria morte.” A
Razão, n° 2555
Para roubar energia aos maus hábitos, é preciso
assumir uma atitude mental de oposição a eles e condensar pensamentos no corpo fluídico (constituindo um acumulador
e memorizador de vibrações espirituais positivas) no sentido da eliminação
certa desses condicionamentos nocivos ou indesejáveis, isto é, pensamentos
susceptíveis de produzir uma causa
mental e fluídica capaz de superar a força anímica dos maus hábitos e
desejos a eles associados, mas … a vitória final e definitiva do espírito sobre
si mesmo e sobre o seu corpo fluídico poderá demorar várias encarnações a ser
conseguida, sobretudo no caso das atrações apaixonantes:
“Tenha-se em mente que enquanto não se torne o ser
insensível aos atrativos terrenos,
enquanto tiver desejos de atirar-se a
eles, o fará como se caísse numa armadilha, inconscientemente [enquanto
perdurar o seu apego e escravidão às delícias imaginadas por ação do seu
próprio pensamento].” Luiz de Souza
Não ligar o pensamento a pessoas inconvenientes
O Racionalismo Cristão alerta os seus militantes e
simpatizantes para não ligarem o seu pensamento a pessoas maldosas, perturbadas
e inconvenientes, em razão de que o pensamento atrai influências nocivas ou
indesejáveis dos espíritos obsessores que os assistem, bem como porções dos
fluidos pesados e danificadores que os envolvem:
“As influências dos pensamentos não se restringem aos
ambientes em que foram irradiados. Mesmo a distância se estabelecem, quando há
sintonia, correntes mentais, por via da ligação
fluídica entre as auras dos espíritos que alimentam essas correntes.” A Vida Fora da Matéria, 23ª edição, gravuras
10, 11 e 12
O valor que damos à nossa vida depende do histórico do
nosso viver e, transitivamente, dos nossos pensamentos
Como é que as pessoas geralmente valoram, positiva ou
negativamente, o seu viver? Elas apoiam-se fundamentalmente no histórico das
suas experiências de vida: se estas lhes dão satisfação, acham que a vida tem
valor positivo; se as suas experiências foram frustrantes, se somaram revés
após revés, acham que a vida não presta que ela tem valor negativo.
As nossas consecuções, boas ou más, decorrem da
qualidade e intensidade dos nossos pensamentos, em todos os domínios da nossa
vida: nas relações familiares, nos negócios, no emprego.
Assim sendo, podemos dizer que são os nossos
pensamentos, baixos ou elevados, que determinam, através dos seus efeitos, o
valor positivo ou negativo que damos ao nosso viver. As nossas colheitas no
presente atual têm origem nos pensamentos que semeamos no passado, e assim
também as nossas colheitas no futuro têm na sua origem os pensamentos que vamos
repetindo nos dias de hoje.
Afinal, a vida relativamente feliz que todos nós
desejamos, não é uma impossibilidade, porque temos o poder de dominar e
governar os meios (recursos, elementos) necessários e suficientes para
chegarmos a esse estado emocional desejado, com especial destaque para o poder
da força dos pensamentos construtivos e elevados. Porque estes meios são
governáveis, então, os resultados do nosso pensar, sentir e agir são
previsíveis.
“As [pessoas] descuidadas pensam de forma pessimista
quando passam por uma doença ou têm alguma enfermidade, e sofrem as consequências
desses pensamentos ruins, pois são vítimas das fatalidades que tanto receiam,
haja vista a lei evolutiva de atração.” A Razão, n° 2627
Dos bons projetos no presente, seja este qual for, aos
bons resultados no futuro próximo ou distante
Do exposto, compreende-se que depende do nosso
espírito determinar para si mesmo uma existência plena de boas consecuções, e
negar para si mesmo a emergência de coisas ruins que levam à doença, à miséria
e à desgraça do ser humano, em que ele (espírito) é o governante.
Dito de outro modo: podemos e devemos programar e
reprogramar a nossa mente no sentido das boas consecuções, hoje e sempre, e
esperar tranquilos os bons frutos, visto que a lei de causa e efeito é também
infalível, como as demais leis sábias e eternas.
Na caminhada para o futuro, teremos oportunidades de
cortar com as coisas ruins do passado e abraçar coisas realmente dignas da
nossa origem superior e da nossa vida interminável (vida real). Tudo dependerá
do uso que fizermos do nosso livre-arbítrio, de agora para o futuro, assumindo
cada um de pleno direito, com seriedade, coragem e valor, o comando do
empreendimento único (impossível de ser replicado!) que sua vida é.
Mas, existe um fosso permanente entre as aspirações
(anseios definidos pelo pensamento) do ser humano e a sua realidade de cada
presente atual. As pessoas normais gostariam de alcançar planos mais altos de
felicidade, de alegria, de conhecimento geral, de abundância, de progresso, de
saúde (moral e física), de tranquilidade, de intercâmbio da afetividade, de
capacidade operante e inteligência, que escapam ao plano atual do seu viver.
Para preencher esse fosso, é preciso conceber projetos
e materializá-los por meio de pensamentos
elevados e ações valorosas nesse sentido, dando cumprimento disciplinado às diretrizes bem estabelecidas (objetivos, planos, métodos e
técnicas).
Fica diminuído aquele que deseja uma coisa e, de seguida, duvida da possibilidade de obtê-la (ou, não se sente em condições
de acreditar que vai ser possível consegui-la). A pessoa normalmente otimista deseja uma coisa e, de seguida, confia firmemente na possibilidade de
alcançá-la, e esforça-se nesse
sentido.
“Nem tudo acontece como se deseja.” (Luiz de
Mattos). “As
aspirações devem ser controladas racionalmente, para não se desejar o
impossível ou o absurdo.” Luiz de Souza
“Projetos concebidos pelo gênero humano devem ser
iniciados por pensamentos bem direcionados, por boas ideias surgidas com o
uso da capacidade de concepção, atributo espiritual propulsor do
desenvolvimento progressivo da humanidade.” A Razão, n°
2627
O sucesso não depende somente de gasto de energias em
trabalhos árduos! Para ser obtido, ele deve começar por existir como matriz inabalavelmente incutida na mente,
apoiada numa resolução serena de quem está convicto de vencer e determinado
a ultrapassar qualquer obstáculo ou dificuldade, até alcançar o objetivo
construtivo e elevado autoproposto. A isso se chama estruturar uma causa mental positiva, ou programar valorosamente um
efeito desejado.
A história da humanidade está cheia de exemplos de
pessoas que, através de ideias intuídas e pensamentos repetidos, fortalecidos
pela vontade própria, formaram uma
matriz ou imagem mental bem clara e inabalável do que desejavam e, com esforço continuado por longo tempo, o
que programaram na sua mente (para o bem ou para o mal) tornou-se uma realidade
palpável. Entre tantos exemplos eloquentes, o de Henry Ford e seu motor V-8
vale a pena estar sempre presente na nossa mente: o que era impossível na mente
dos engenheiros, não era impossível na mente do seu patrão.
Ao longo das diversas existências físicas, todos os
espíritos, sem excepção, têm a possibilidade de realizar existências cheias de
saúde, bem-estar econômico, paz, amor e felicidade. A predeterminação
consistente dos fins a alcançar é de todo indispensável, se não se quiser viver
ao léu, sem rumo nem direção.
Saiba-se, entretanto, que agir bem ou agir mal provoca
o mesmo gasto de energia anímica. Obviamente, melhor é então agir bem e evitar
a todo o custo agir mal.
Resumindo:
"Há muito pouco tempo vem a humanidade se
interessando pelas coisas do espírito, há bem pouco tempo se vem dando
importância ao pensamento, até então desconhecia-se o valor desse grande fator
da felicidade ou infelicidade, da saúde ou da doença, pois é no pensamento que
está a garantia do ser humano. É o
pensamento bem vibrado, o pensamento elevado que dá êxito à pessoa, que lhe dá
enfim valor. Só não vencem os fracos, os
pusilânimes, os covardes. A pessoa que
sabe dar valor ao pensamento age sempre com elevação e certa de que, com
vontade forte e bem irradiada, chegará à vitória, ao bom êxito em todos os seus
empreendimentos." Luiz de Mattos
Um exercício de aplicação
Consideremos, por exemplo, o caso de espíritos em
sofrimento por estarem presos a choques e traumas do passado distante. O que de
fato ocorreu não é aqui e agora lembrado pelo espírito (ente pensante), mas as
marcas ficaram profundamente memorizadas no seu corpo fluídico, que agora as
reverte ao campo mental consciente, tomando neste a forma de insegurança,
medos, complexos.
“Quanto maior é [ou foi] a força emocional de um fato
passado, tanto mais facilmente qualquer associação (…) com o acontecimento
produz uma reação desagradável.” Lauro Trevisan
Mas o espírito, para se mostrar tal qual é, tem antes
de mais de distrair o corpo fluídico do seu foco inconsciente, virar-lhe as
“velas” para o sentido positivo. As propostas persuasivas, ou informações
automáticas persuasivas, do corpo fluídico precisam agora ser geridas pelo
espírito, em conformidade com as suas mais altas aspirações, os seus
valores-guias.
No caso dos remorsos, o melhor que a pessoa remorsada
tem a fazer, para resgate, ou para se soltar dos seus feitos indignos do
passado, é determinar-se agora, firmemente, a treinar-se para praticar somente
o bem, desprezando o mal, pois é assim que procedem invariavelmente a Força e
os Espíritos Superiores.
8. Os racionalistas cristãos nada pedem a Deus (Força)
nem aos Espíritos Superiores
Em coerência com a filosofia racionalista cristã,
afirmamos que não é preciso “pedir” à Força nem aos Espíritos Superiores que
resolvam os nossos problemas e nos livrem do sofrimento: basta o pensamento bem
irradiado, vibratoriamente atrativo do Bem, porque é esse pensamento que atrai
boas intuições, para que, postas em prática, os problemas sejam resolvidos a
contento.
“As rezas e orações partem do pressuposto de ser Deus
um ente que se encontra ouvindo os pedidos dos fiéis, e que os atende ou não,
consoante o fervor com que são realizadas.” Luiz de Souza
Entre os habitantes deste mundo-escola muitos são
aqueles que, nas suas rezas e orações, invocam a Deus ou aos santos para pedir
benesses relacionados à saúde, paz interior, posse amorosa, inteligência,
coragem, intrepidez, abundância, emprego, alegria e tudo o mais que possam
imaginar de bom para si e para o semelhante.
Os dicionaristas ensinam que o termo pedir, em certo
contexto, pode designar o mesmo que implorar, rogar, suplicar, requerer a
alguém, para lhe fazer saber o que se deseja obter, ficando, porém o requerente
na contingência de ver atendido ou não o seu pedido.
“Os que desconhecem o Racionalismo Cristão, rezam e
oram, no desejo de se porem em contato com o [Deus] Criador; esse contato [ou,
laço vibracional] é uma necessidade pela sua ação purificadora.” Luiz de Souza
Os únicos requisitos para que as rezas e orações sejam
realmente proveitosas é a pureza de intenções e a prática habitual de ações
honestas, as únicas que estabelecem com sucesso a sintonização, harmonia ou
interligação vibratória dos seus praticantes com a Força. “A comunhão com a Inteligência
Universal [Força], no entanto, estabelece contato com os Espíritos Superiores.”
Luiz de Souza
Distinta, porém, é a perspectiva racionalista cristã
da união espiritual do ser humano com os Espíritos Superiores e, bem assim, da
interligação vibratória com a Força, porque “as irradiações [recomendadas], ao
contrário das rezas e orações, nada imploram e, sim, reafirmam o propósito da
criatura melhorar o seu estado psíquico, inteirando-se dos seus erros para os
corrigir e não os repetir; elas reavivam a concepção da Inteligência Universal
– Força Criadora, Vida do Universo, conscientizando-se a criatura [espírito em
forma animal] de que as ligações espirituais devem ser feitas com as Forças
Superiores, que são os Espíritos do Astral Superior [sempre solidários com os
transes difíceis que cada ser humano naturalmente enfrenta neste
mundo-escola].” Luiz de Souza
“As correntes construtivas que operam no espaço,
apanham toda forma desejada que sintonize com elas, e, assim, as aspirações que
visem [um maior conhecimento geral, a aptidão, a coragem, o intercâmbio de
afetividade, a capacidade operante, a inteligência, e] a felicidade, a alegria,
a abundância, o progresso, a saúde e a paz, entrosam com o sistema evolutivo
[permanentemente monitorizado pela Força e pelos Espíritos Superiores], e
recebem o reforço daquele sistema, que atua sempre no sentido das realizações.”
Luiz de Souza
Certos autores sustentam que é pensando
insistentemente num dado alvo desejado, e sentenciando em absoluto para si
mesmo a infalibilidade desse pensamento, que o espírito consegue fazer emergir,
ou atualizar, na sua corrente de experiências (vulgo: ‘sua vida’) aquilo que
deseja que aconteça de bem ou de mal. Os defensores desta atitude dizem que “se
soubermos distintamente o que queremos, e insistirmos em ações de pensamento
para o conseguir, infalivelmente teremos o que assim quisermos.”
Com efeito, “sabe-se que aspirações acalentadas com
intensidade serão realizadas se não na encarnação presente, em futuras
encarnações. Isto é absolutamente certo, desde que não se trate de uma
aspiração absurda, contrária às normas gerais da evolução, ou que implique uma
alteração nas leis naturais e imutáveis.” Luiz de Souza
9. Intuições
Uma das faculdades próprias do espírito é a mediunidade intuitiva, que é um dos
seus meios adequados de percepção (ou de captura) sensorial fora da matéria
física.
É essa faculdade que cria o canal fluídico que permite a todas as pessoas receber intuições na sua camada mental
consciente, boas ou más, quer dizer, vibrações com conteúdos espirituais
significativos (ideias) que vêm de
fora delas e fazem com que possam ter, nos momentos necessários, algum aviso do
que precisam fazer nas situações difíceis com que recorrentemente têm de lidar
na vida terrena.
O livro Racionalismo Cristão ensina que, pensando bem
ou pensando mal, o ser humano não só transmite mas também capta na mesma intensidade,
queira ou não, outros pensamentos bons ou outros pensamentos maus. Inclusive,
pode receber da Força as vibrações solicitadas do Saber, que é um dos seus
componentes.
O mesmo escritor, no livro Ao Encontro de Uma Nova
Era, tema Espiritualismo, afirma que “Todos possuem a mediunidade intuitiva, e
esta se desenvolve com o desabrochar da espiritualização. É por meio dessa
faculdade que se estabelece o contato espiritual com as Forças Superiores, e se
recebe aquilo que se chama inspiração ou intuição.”
Esquematizando: (1) o encargo de determinar-se a pensar bem, com negação
de pensar mal, cabe exclusivamente a cada um de nós, porque para isso possuímos
a faculdade do livre-arbítrio; (2) ao pensar bem, manejamos automaticamente a nossa
mediunidade intuitiva no sentido da ligação do
pensamento emitido com bons pensamentos de que o Espaço está impregnado;
(3) em
consequência, recebemos intuições que nos ajudarão na busca duma solução
racional para os problemas que nos dizem respeito.
O grande perigo de se pensar mal tem a ver com o fato
de que o campo astral inferior (quer dizer, a densa atmosfera fluídica da
Terra) está repleto de vibrações oriundas de sentimentos inferiores, de
pensamentos negativos de espíritos encarnados que habitam no planeta Terra e de
desencarnados que vagueiam temporariamente por esse campo astral inferior. Tais
espíritos estão sempre atentos, sempre prontos, a se aproximar dos desprevenidos
e os intuir para o lado mau da vida.
Assim sendo, cumpre-nos fazer a nossa parte para que o
nosso corpo fluídico fique adequadamente
preparado para a luta quotidiana pela vida e o nosso campo mental fique aberto
para receber frequentes boas intuições.
No Racionalismo Cristão, existe a firme convicção de
que, pelo trabalho constante dos Espíritos Superiores, a atmosfera fluídica da
Terra irá ficando mais e mais diáfana, facilitando a via intuitiva dos seres
encarnados, ampliando com boas intuições a sua capacidade de concepção,
trazendo mais progresso no âmbito material e revelando mais sabedoria
espiritual.
10. A liberdade pelo
Conhecimento e pelo Amor, no campo da espiritualidade
O
Conhecimento que liberta
“Os seus
espíritos [dos escravos] haviam sido privados de alimento (…). Tinham estado
fechados na escuridão mental.
Ensinei-os, pois isso era o meu maior prazer.” Frederick Bailey
“O medo das
coisas invisíveis é a semente natural daquilo a que todos nós, no nosso íntimo,
chamamos religião [Thomas Hobbes].”
Cabe à ciência
continuar os esforços no sentido de realizar mais e mais experimentos e colher
conhecimentos seguros capazes de libertar
o ser humano do medo das coisas invisíveis, pois, como disse Vitor Hugo, o
mundo verdadeiramente luminoso escapa aos olhos físicos.
“Para o vulgo,
a necessidade de acreditar é tão
premente que a queda de qualquer sistema de mitologia será muito provavelmente
seguida da introdução de qualquer outro modo de superstição.” Edward Gibbon
“[Os primeiros
cristãos] era sua firme convicção que o ar que respiravam estava povoado de inimigos invisíveis; com inúmeros
demónios, que espreitavam todas as ocasiões e assumiam todas as formas para
aterrorizar e sobretudo para tentar a sua virtude indefesa.” Edward Gibbon
A Verdade, do
nosso ponto de vista, é o Conhecimento contido nas leis sábias e eternas, e por
elas sustentado, mas que no mundo Terra está parcelado e escondido pelas aparências
da vida de todos os dias, até quando possa ser publicamente revelado pela ciência,
de forma insofismável.
Assim sendo,
não existe Verdade que não tenha, a seu montante sequencial, as leis sábias e
eternas por meio das quais tudo é confecionado ou expresso no Universo, leis que
assim nos informam ser o Universo dotado, fundamentalmente, de um Princípio
Causal (Força) e de um Campo Passivo e Amoldável (Matéria).
“Ela [a
Verdade] sente-se interiormente, com o poder da lógica, e reflete-se na vida por
estar em toda parte, inclusive nas leis da relatividade, pois que ela própria
[a Verdade] é a manifestação dessa e das demais leis.” Luiz de Souza
É preciso que
cada um rejeite e vença as influências dos espíritos do astral inferior, para
poder pensar e deliberar a salvo das
perturbações que esses marginais podem provocar. É que as vibrações
produzidas e os fluidos energizados pelos espíritos do astral inferior tornam o
ambiente turbulento, pesado e enfermiço: “Só o esclarecimento espiritual dá liberdade de pensamento aos seres humanos.” dout. de Roberto Dias Lopes
Quem viu a luz
da Verdade, sabe que toda a estrutura material é efémera, como ‘fogo de artifício’, em contraste com as
parcelas da Força, que são indestrutíveis, como é a Força considerada em si
mesma.
“É a Verdade
que, revelando novos painéis que focalizam a vida espiritual, liberta o ser das peias do materialismo.” (...)
“A Verdade,
que é eterna, está sempre em campo oposto ao do materialismo, e procurá-la é
elevar-se [libertar-se, o ser] acima dos gozos entorpecentes, para atingir o estado apropriado, que é o
espiritual. (…) No Racionalismo Cristão apela-se para o emprego do raciocínio
como meio de encontrar o caminho certo, à luz da Verdade. Os ensinamentos ali
divulgados são submetidos, fraternalmente, à razão criteriosa, com o objetivo
de fazer com que cada um veja com os olhos da alma a realidade
dos fatos.” Luiz de Souza
O Amor
que liberta
[Os
epicuristas] “serviram-se desse vocábulo [amor] para exprimir o desejo, a satisfação desfrutada nos laços
da carne. Esse é um sentimento interesseiro, efémero, passional [indicativo
de que o espírito ainda está preso a paixões corporais].” (...)
“O desejo é
uma força [operacional] que pede consumação, e os que estão apegados a alguma ansiedade terrena,
desejam viver na Terra até se saturarem dela. Daí a necessidade de haver
reencarnações, para que todos se possam saturar das ilusórias oferendas que a Terra tem para distribuir.” Luiz de Souza
Todavia, o
Amor que liberta é um sentimento que faz os espíritos livres em si mesmos, para
se tornarem - uns para os outros, autênticas dádivas de amor. O Amor que liberta é atributo do espírito,
nada influindo nele o corpo físico. Esta categoria de amor não visa a posse, a
embriaguez dos sentidos físicos, sempre passageira e ilusória; não visa o
prazer pessoal e egoísta; não está sujeita a influências apaixonantes dos espíritos do astral inferior.
O Amor que
liberta é esse amor que se alia ao sacrifício; nada pede, nada reclama, nada
exige e tudo oferece, desprendidamente
[isto é, dadivosamente, sem fazer-se de mártir]; neste estado a alma se sente
livre e feliz de poder ser útil, de notar válidos os seus préstimos, de reconhecer-se parcela da Força, que é
todo amor.
“Realizar o
amor na vida terrena, com toda a sua sublimidade, é tarefa assaz difícil, mas
não há ninguém que a tenha realizado de um dia para outro. Essa realização se
dá com o desenvolvimento da espiritualidade, paulatinamente, e com o esforço
que for empregado, e culmina quando o ser for capaz de amar aqueles que o
odeiam.” Luiz de Souza
11. O uso do mesmo termo ‘respeito’ em diferentes
contextos
Respeito
próprio e pelo semelhante, e respeito pela Força
Quem quer bem
a si mesmo, como ao semelhante, não dará a si próprio nada que não seria bom
para dar ao semelhante, ou nada que seria nocivo ou indesejável para o
semelhante, e, vice-versa, nada dará ao semelhante que não seria bom para dar a
si próprio, ou nada que seria nocivo ou indesejável para si próprio.
O hábito
formado de respeitar o próximo, bem
como o acatamento invulnerável à dignidade humana, são condições necessárias
para um viver bem ajustado com os outros.
Não se pode
ter respeito por uma pessoa cujo valor, influência, prestabilidade atual ou
futura, ou prestígio, desconhecemos ou não reconhecemos. Por isso, é preciso
conhecer - ainda que intuitivamente - o valor da Força, para podermos começar a
respeitá-la e a interligar-nos vibratoriamente com ela:
“…quase todos pronunciam o nome de Deus (Grande Foco), quando se vêem em
dificuldades, quando iniciam qualquer trabalho custoso, demonstrando assim que
os seres humanos sentem em si e em volta
do seu eu, a existência predominante de uma Força e que, por intuição, conhecem o seu alto valor, embora
não o saibam definir, e desconheçam a sua essência (…) chegando muitos mesmo a
negar-lhe a existência, o seu altíssimo valor, a sua real influência em tudo
quanto vive e se move no Universo.” Luiz de Mattos
Enquanto seres humanos se quiserem podemos conceber e
aperceber, dentro do nosso espírito e dentro do nosso componente material, a
ação clarividenciadora e produtora da Força, que – segundo Luiz de Mattos – é
“Luz e Inteligência a clarividenciar os espíritos, as mentes ou inteligências,
e a impulsionar os átomos para a formação de células e moléculas [em
particular, dentro do nosso próprio componente físico]”. Luiz de Mattos
Todos precisam dar exemplos de honestidade e de respeito
ao próximo, porque é importante respeitar
o semelhante para se fazer respeitar.
A Obra criada pela Força no seio da Matéria
Fundamental – Obra comummente designada por Obra da Natureza e que inclui o
próprio corpo humano -, também merece o nosso respeito, porque essa Obra, na verdade, é pertença da Força, a
Causa Criadora.
Até os animais mais ferozes exigem respeito pelo seu direito e poder, sua
liberdade, seu território, sua floresta, seus filhos:
“Nesse roncar e rugir de fera orgulhosa do seu poder,
da sua força e do seu direito, sente-se bem a manifestação de revolta e a
ameaça dessa partícula da Força, antes meiga, carinhosa, verdadeiramente
paternal, quando na caverna, ao lado da sua prole, dos seus filhinhos e, assim,
a manifestação, embora instintiva, da
partícula inteligente, a provar ao homem como se ama e defende o seu
natural direito e como se cumpre o dever, mesmo entre os seres mais
terrivelmente ferozes da criação (…).” Luiz de
Mattos
Os racionalistas cristãos dão grande valor e respeitam
a Limpeza Psíquica, “porque a luz
transcendental [essa Luz que precede, possibilita e excede qualquer
exercício humano de observação e análise] se fará sobre os que assim procedem.
Os fluidos espirituais altamente
positivos, que trazem paz aos
esclarecidos, lhes darão vontade de lutar
e vencer.” A Razão, n° 2624
Respeito é, em
particular, não tirar vantagem das fragilidades alheias, excepto nas competições em que cada um quer triunfar, por meios
lícitos, sobre os adversários.
Uma vez que se
saiba que os atos levianos [quer dizer,
atos irrefletidos e imprudentes] produzem máculas
no espírito [melhor, no seu corpo
fluídico] que precisam ser lavadas depois, quase sempre em outras vidas,
com dores morais cruciantes, não se justifica que a criatura, por teimosia ou
indiferença, queira manter-se nessa falsa posição, que lhe trará tão
angustiantes transes em caminhadas futuras.” Luiz de Souza
“Se todos
andam em busca de maior felicidade (…) o que profundamente se deseja é que
todos encontrem essa almejada felicidade, e que não mais seja preciso usar o
sofrimento como meio de conduzir os seres ao espiritualismo, e mais: que os
ensinos da moral cristã se concretizem na Terra, e todos possam estimar-se,
viver em congraçamento, fraternalmente unidos, solidários, com amizade, respeito e amor.” Luiz de Souza
Quem respeita os semelhantes, (1)
cultiva pensamentos elevados em favor deles; (2) não
deseja para os outros o que não quer para si; (3)
estende o seu auxílio a quem dele necessitar, quando os meios e a oportunidade
o permitirem, desde que isso não contribua para sustentar a ociosidade e os
vícios do contemplado (em particular, oferece-lhe refúgio, amparo ou asilo, nos momentos de adversidade); (4) tem
consideração pelo ponto de vista alheio, principalmente quando manifestado com
sinceridade; (5)
combate a maledicência; (6) conduz-se respeitosamente
na linguagem e nas atitudes; (7) não se descuida da polidez e da pontualidade e,
enfim, (8) adopta
como norma disciplinar o hábito sadio de somente tomar decisões que se inspirem
no firme propósito de fazer o bem, agindo, para isso, com ponderação,
serenidade e valor.
O ser humano
que se respeita a si próprio, cuida
de si, isto é, cuida tanto do seu componente material como do seu componente
espiritual. Sobretudo, cuida da evolução dos seus atributos latentes e
habilidades.
Respeito
é não faltar ao próprio dito, salvo por motivos plenamente justificados
Pessoas
levianas, frequentemente dizem que farão uma boa ação e, após, negam na prática
aquilo que disseram sem incutir seriedade no seu dito.
Com efeito,
quando chega o momento crucial de respeitar
o dito, a coisa muda de figura, porque falta para tanto vontade própria, quer dizer, escolha bem refletida e energia
disciplinada.
Respeito
é submeter-se de boa vontade, por compreensão e admiração, aos comandos duma
autoridade
O poder consiste na capacidade que um
indivíduo ou grupo possui de exercer uma influência mais ou menos intensa no
andamento dos assuntos, positiva ou negativamente. Define-se autoridade como atributo de uma função,
isto é, um poder socialmente autorizado ou consentido.
“Os ‘poderes’
dos participantes em determinada acão [humana] só podem julgar-se em função da utilização [boa ou má] que deles se faz
e dos objetivos da mesma acão.” Jacques Lobstein
O ser
dependente da autoridade de alguém
que faz bom uso da sua autoridade, esse ser ama ou admira o seu superior
hierárquico ou funcional (na família e fora dela), e não se sente diminuído em
relação a ele.
Respeito,
em sentido pejorativo, é o sentimento inferior de quem teme a censura ou o mal
que outros seres lhe possam fazer
“O medo
governa o mundo, para o bem ou para o mal; (…) o medo criou os deuses e escravizou os homens. O medo da morte, o
medo do sofrimento, o medo da pobreza e o medo da miséria, dirigem todos os
homens. O medo de perder o emprego, o medo de desagradar aos leitores, o medo
de ficar sem as boas graças do governo e o medo de descer das posições, agitam
os homens públicos. O medo gera os atos violentos dos Governos.” Luiz de Mattos
No caminho da
evolução consciente, tal sentimento como os demais sentimentos inferiores, são
desprezados e combatidos pelo indivíduo, em todas as ocasiões.
Outros
usos do termo respeito:
• A respeito
disto ou daquilo, ou com respeito a isto ou aquilo, é o mesmo que dizer “relativamente
a isto ou aquilo”.
• Manter em respeito
é manter a distância, não deixar aproximar-se.
• A esse respeito,
é o mesmo que dizer “desse ponto de vista, ou acerca disso”.
• Enviar respeitos
a alguém, quer dizer “enviar cumprimentos a uma pessoa de bem”.
12. Equilíbrio psíquico exige higiene mental
Equilíbrio psíquico
Se o termo ‘equilíbrio psíquico’ designa o atributo da
Força, em seus espíritos, que “provém da apuração dos sentidos, do temperamento
bem ajustado às realidades da vida, da serenidade, da compreensão exata das
possibilidades e da justa apreciação dos fatos”, então, ninguém pode chegar a
ter e manter uma mente equilibrada se não evitar ou combater, no próprio campo
mental, o embotamento moral (causado pelo repetido mal uso do livre-arbítrio),
a vontade mal-educada, os desregramentos sexuais, o descontrole nos atos
quotidianos, o temperamento voluntarioso, o nervosismo irrefreável, os desejos
impossíveis de satisfazer e a ambição desmedida.
“Um princípio fundamental de higiene mental é o de que
o indivíduo tem a possibilidade de ver as realidades da vida e aceitá-las. O
indivíduo deve também aceitar-se tal qual é [certo de que é obrigado a evoluir,
como os demais]. (…) A pessoa bem ajustada é a que aprendeu a tirar proveito
dos seus recursos e a aceitar as suas próprias limitações. (…) o que não é de
desejar, e algumas vezes isso vem a ser trágico, é que se tente,
desesperadamente, alcançar êxito num campo em que não de dispõe de verdadeiras
capacidades.” Herbert A. Carroll
Falta de higiene é impureza, causadora de mal-estar; o
caminho da espiritualidade é para quem quer alcançar mais e mais pureza, mais e
mais bem-estar e mais e mais perfeição em palavras, sentimentos, ideias,
pensamentos e condutas:
“Tanto a higiene física, como a mental, são
indispensáveis ao espírito, fazem parte integrante da sua evolução e contribuem
para estabelecer um clima de sanidade moral propício aos melhores vaticínios.” Luiz
de Souza
“Em higiene mental a tónica é posta na prevenção. No
seu mais lato sentido, significa tanto o estabelecimento das condições que
promovem a vida emocional normal como o tratamento de ligeiros distúrbios de
comportamento, a fim de se evitarem perturbações mentais de carácter grave.”
“Em todas as ciências é necessária a causalidade. Nada
acontece por acaso. Há razões para tudo [ou, tudo tem um porquê], incluindo o
comportamento humano.”
“É por certo desejável que a pessoa bem ajustada [às
realidades da vida] aja sem dar demasiada importância às causas do seu
comportamento. Contudo, quando se encontra emocionalmente desajustada, ou se
acha em vias de estar, será bom que procure saber a causa do seu estado [ou, o
que é que deu causa a esse efeito]. O primeiro passo para reduzir a tensão consiste
em descobrir quais as causas dessa tensão. Ignorar o estado em que se encontra,
pretender negar que existe um distúrbio, conduzirá necessariamente à
intensificação deste.” Herbert A. Carroll
“A tensão emocional é uma sensação de pressão e de
ansiosa incerteza (…) [mas] há uma considerável variabilidade na intensidade da
tensão emocional. (…) Se a pessoa é induzida [sobretudo por interferências de
espíritos obsessores] a uma determinada conduta que sabe ser errada, má e
degradante, e se, não obstante, a atração [ou fascínio] por esse acto for tão
forte que não seja capaz de evitá-lo, então, a tensão crescerá a um ponto em
que os processos corporais [a jusante sequencial] serão gravemente afetados, os
processos mentais [a montante sequencial] tornar-se-ão desordenados e o estado
emocional caótico. Uma pessoa nesta infeliz situação acha, amiúde, um escape
numa reacão neurótica ou psicótica [termos alusivos às perturbações graves da
organização interna do campo mental da pessoa humana], ou, por vezes, no suicídio.
Como a tensão emocional extrema não pode ser tolerada indefinidamente, alguma
resposta – qualquer que ela seja – terá de se impor por fim.” Herbert A.
Carroll
No Racionalismo Cristão dá-se a maior ênfase ao
cuidado com palavras, sentimentos, ideias, pensamentos e condutas, visto que é
da insistência em palavras, sentimentos, ideias e pensamentos ruins, daninhos,
que emergem todos os distúrbios mentais e a grande maioria dos distúrbios
corporais e sociais, dentro do que predeterminam as leis evolutivas de atração
e de causa e efeito, a que estão sujeitos - no ser humano - o espírito, o corpo
fluídico e o corpo físico com a sua matriz etérica.
As pessoas que trazem no espírito e manifestam uma
alta percepção sensorial, vulgo “mediunidade”, precisam, em seu próprio
proveito, e dada a sua elevada sensibilidade, submeter-se a uma rigorosa
disciplina, a mesma que favorece a formação de uma personalidade serena,
confiante e esclarecida – numa palavra, uma personalidade equilibrada. cf.
Prática do Racionalismo Cristão, 13ª edição, cap. 3
Palavras (a
jusante sequencial) provêm do pensamento (a montante sequencial)
Palavras articuladas pelo ser humano, tanto podem
emergir de uma mente limpa, higienizada, ou de uma mente insana, anormal. “Há
pessoas inteiramente descuidadas no emprego de palavras que evocam atos que não
se distinguem pela boa higiene mental.”
“Nesses momentos, ninguém se lembra de que palavras e
pensamentos ficam registrados no éter [ou, na matéria fluídica de que é provido
o Universo], e que não será agradável ao indivíduo quando, mais tarde, tiver de
constatar que expressões abjetas por ele pronunciadas ficaram presas e gravadas
na esteira vibratória da sua documentação astral (…).”
“… ninguém dá bom atestado da sua higiene mental sendo
descuidado, comprazendo-se com conversas licenciosas e estimulando os demais a
que se sirvam delas para dar-lhes novo curso. Tal contribuição, de maneira
alguma poderá ser considerada aprovável.” Luiz de Souza
Espíritos do astral inferior, ou temporariamente
alojados na atmosfera fluídica da Terra
“A linguagem obscena é muito apreciada pelos espíritos
do astral inferior, e são esses os que mais se regozijam com as anedotas e
narrativas de cunho animalesco. Agradar aos espíritos do astral inferior, é
mantê-los em sua companhia, permanentemente, e sofrer as influências deletérias
[quer dizer, atuações danificadoras e debilitadoras] e as mazelas que eles
transmitem.”
“Os espíritos do astral inferior encontram campo
aberto no seio da humanidade, pela ignorância do que se passa nessa baixa
região astral e das influências deletérias a que todos podem estar sujeitos,
desde que delas não se saibam precaver.”
“É justamente pelo fato de a maioria das criaturas
nada conhecer sobre questões espirituais, que o mundo está assim tão cheio de
males, de desventuras, de sofrimento.” Luiz de Souza
Apurar os dons do espírito
“As pessoas precisam apurar os dons do espírito [e o
equilíbrio psíquico em particular] por meio de uma boa higiene mental e, deste
modo, valorizar-se perante si mesmas, e diante de seus semelhantes. Todos
apreciam a elegância das maneiras finas, nobres e espontâneas, e são elas
vazadas no mais rigoroso propósito de manter-se uma boa higiene mental. Os que
comumente se especializam em assuntos inconvenientes e de baixa significação,
criam uma aura [ou, campo áurico] condizente que bem os individualiza e torna
centro de atração das correntes congéneres, e de tal modo nelas ficam
emaranhados, que cada vez mais difícil se torna sair desse enleamento. As pessoas
sadias, espiritualmente, sentem choques, impactos, com a simples aproximação de
um ente assim formado e, por mais que se não queira, a repulsa é inevitável.”
Luiz de Souza
Limpeza psíquica, completada com higiene mental em
todos os momentos
A limpeza psíquica consiste nas irradiações, que são
vibrações espirituais, pelas quais ocorre o arrebatamento de espíritos do
astral inferior para fora da atmosfera fluídica da Terra. Esse arrebatamento é
feito pelo Astral Superior (Espíritos Superiores), que realiza a limpeza
psíquica em entrosamento com os pensamentos disciplinados dos seres de boa
vontade em exercício mental nas casas racionalistas cristas e nos lares. cf
Prática do Racionalismo Cristão, 13ª edição
A locomoção individual, em Plano Astral, denominada
volição, é feita pela força [operacional] do pensamento. Outra coisa é a
transmissão de pensamentos, a longa distância, de um para outro ente pensante:
“A transmissão de pensamentos de um para outro ser, separados por distâncias
consideráveis, é realizada em Plano Astral, numa insignificante fração de
tempo, pelo Poder do Pensamento. É o que se denomina telepatia.” Luiz de
Souza
“…para as Forças Superiores distâncias não constituem
obstáculos. De um ponto do planeta podem, por clarividência, observar o que se
passa em qualquer outro lugar do mundo, e transportar-se para lá em um
instante, se as circunstâncias assim o exigirem. (…) as casas racionalistas
cristãs podem estar situadas a qualquer distância uma da outra que tal fato,
para o Astral Superior, não tem a menor importância, não havendo impedimento
para que um espírito de luz compareça, numa e noutra, quase no mesmo instante.”
livro Pratica do Racionalismo Cristão, 13ª edição, cap. 2
“… nas casas racionalistas cristãs, a disciplina é
observada corretamente, em atendimento ao respeito que se deve tributar às
Forças Superiores [Astral Superior], presentes [envoltos nos corpos fluídicos
que lhes são próprios] na direção espiritual dos trabalhos.” livro Pratica do
Racionalismo Cristão, 13ª edição, cap. 2
A limpeza psíquica recomendada pelo Racionalismo
Cristão é uma prática de higiene mental, cujo folheto pode ser obtido de
imediato através do endereço limpezapsiquica@racionalismocristao.org
.
“Quando se mentaliza a imagem moral de um espírito de
Luz, não passa pela cabeça de ninguém fazer associações desse Ente com
pensamentos menos elevados e puros; pois os que se espiritualizam marcham para
esse estado de iluminação, com a evolução normal, e desde já urge cuidar, com
esmero, da sua higiene mental, como parte completiva de uma prática que tem de
ser exercida em todos os momentos, para que se consume o ideal da
superiorização dos dotes espirituais.”
“Não é só o caso de ter a pessoa de conter a sua
natureza, mas educá-la, convenientemente, para que se estabeleça o bom hábito
de não acolher [ou reprimir] ideias e pensamentos de ordem inferior.”
“A educação [ou, o amoldamento consistente] do
pensamento é uma necessidade, e assim também não pode ficar à margem o
exercício da força de vontade.” Luiz de Souza
13. Tendências
de comportamento
“Os seres humanos possuem tendências [a montante
sequencial], expressam [a jusante sequencial] características gravadas no corpo
fluídico, revelam a bagagem espiritual acumulada ao longo de múltiplas
existências na Terra.” de Humberto Rodrigues
Essa bagagem espiritual contém como que molas
propulsoras que nos impelem para coisas ditas apelativas, e nos afastam de
coisas ditas aversivas.
As tendências de comportamento, positivas ou
negativas, fazem com que a nossa atenção seja facilmente captada ou capturada
por estímulos apelativos, fazendo com que sigamos o seu chamamento mobilizador,
em direção ao objeto satisfatório potencial.
No entanto, os hábitos (ver n° 14, seguinte) como as
tendências, armazenados no corpo fluídico, representam forças operacionais de
continuidade do nosso passado no presente atual e, eventualmente, nos presentes
futuros, considerando o quadro referencial das muitas existências físicas do
espírito e do seu eventual estágio na atmosfera fluídica da Terra após a
desencarnação.
Os bons hábitos e as boas tendências, terão que ser
obrigatoriamente aprimorados; os maus hábitos e as más tendências, terão que
ser obrigatoriamente extintos, ou desenergizados, no processo natural e
infalível da evolução. Daí que ninguém deva se considerar vítima do mundo, mas
sim vítima de si mesmo, dos seus maus pensamentos, sentimentos e procedimentos,
da presente encarnação ou das anteriores.
No fundo de nós mesmos, o que hoje somos vem de um
passado distante. As nossas tendências (propensões, inclinações, pendores) de
comportamento, somente são modificadas lentamente, ao longo de muitas outras existências
físicas, e para isso o esclarecimento espiritual é de todo indispensável.
Más tendências de comportamento são, entre outras, a
tendência à irritação, ao orgulho, à indolência, à frivolidade, ao egoísmo, ao
medo.
Mais cedo ou mais tarde, chegará certamente a nossa
vez de viver a vida com mais consciência acerca do que ela realmente significa,
sem querermos isso ou aquilo por mero capricho ou ilusão, e sem desejar para os
outros aquilo que não queremos para nós mesmos.
Os pais que não possuem tais conhecimentos
espirituais, muitas vezes são intolerantes para com os filhos e, mesmo dando a
todos eles a mesma educação, não compreendem como é que uns pensam e agem de
maneira tão diferente dos demais.
Nem sempre o ser humano consegue detectar claramente
as tendências inadequadas de comportamento que nele estão enraizadas, razão
pela qual o mundo Terra a todos oferece ocasiões propícias para torná-las
evidentes, isto é, para forçar a externação, afloração ou emergência desses
maus comportamentos potenciais, ou erros latentes.
A ciência oficial esforça-se por demonstrar que está
no cérebro (seja na sua estrutura ou nas suas substâncias químicas) a
explicação para as disparidades de comportamento que se observam de umas para
outras pessoas.
No entanto, para os racionalistas cristãos, que levam
em conta as muitas existências físicas do espírito na Terra, a profunda e
verdadeira explicação para essas diferenças está nas diferentes bagagens
espirituais (a montante sequencial) das pessoas observadas.
Vale a pena levar a sério a advertência de que tanto
os maus hábitos como as más tendências, não combatidos, representam um grande
chamariz, ou pólo atrativo, para os espíritos do astral inferior, que têm
instigado muitas pessoas a cometer desatinos, deixando-se avassalar por eles.
14. Espíritos que vencem os seus próprios inimigos
interiores
O que é a mente?
Há quem use o termo ‘mente’ no sentido de
‘inteligência’ ou ‘espírito’. Porém, a perspectiva aqui é outra.
O escritor Caruso Samel, reportando ao ser humano, é
de opinião que, “a mente não existe como estrutura [material], mas tão-somente
como um processo complexíssimo [imaterial] e de incrível instantaneidade que
funciona em duas direções. Uma, dirige-se do espírito para o cérebro e deste
para os sentidos físicos e atividades fisiológicas do próprio corpo físico e,
outra, dos sentidos físicos para o cérebro e deste para o espírito. Este é o
canal biunívoco de transferência de informações [ou, conteúdos imateriais que
entram no processamento mental]. Então, a mente não está em um local específico
e determinado, mas os seus componentes e fatores intervenientes, sim. Daí,
concluir-se que a mente, o processo mental em si, [circunscrito à camada
consciente] é um canal que está sempre a serviço do Espírito - a [parcela da]
Força Inteligente em evolução atuando em corpo humano.”
Adotando essa perspectiva de Caruso Samel,
compreendemos que do processo mental em si resulta um cenário imaterial intimo
que vemos com os olhos do espírito. Do ponto de vista fluídico, falaríamos de
“campo áurico”.
“Sua mente é como um jardim [criado pelos pensamentos,
presos a sentimentos, bons ou maus]. Quanto mais flores, mais lindo, mais
florido e mais profundo o seu jardim.” (Lauro Trevisan) .- Livremos
regularmente a nossa mente de ervas daninhas, como ódio, inveja, ressentimento,
mágoa, ciúme, intolerância, vingança, complexos, etc.
Em nossa opinião, a origem das vibrações com que
processamos o nosso cenário imaterial intimo (privativo), ou camada mental
consciente, é sem dúvida o espírito, em si mesmo, com todos os seus atributos
íntimos inatos.
Entretanto, tudo o que tenha ocupado por qualquer
instante o nosso cenário imaterial intimo, jamais se perde, pois fica
automaticamente gravado e acervado no nosso corpo fluídico (subconsciente),
formando a nossa camada mental inconsciente, sujeito a ser revertido para o
cenário imaterial íntimo, através de influências eficazes.
Dito de outro modo, o foco oficinal da nossa mente
reside no próprio espírito, a montante sequencial, o qual constitui e canaliza
pensamentos no sentido de um certo campo localizado a jusante sequencial, no
corpo fluídico ou no meio exterior a ele:
“O espírito se coloca exterior ao corpo físico e está
ligado [preso] ou acoplado ao mesmo através de uma tessitura fluídica (…)
energizada continuamente pela vibração vital do próprio espírito.” Caruso Samel
“O espírito quando pensa, emite vibrações de um certo
objetivo [isto é, de certa coisa visualizada em pensamento, quer se trate de um
objeto real ou de um objeto imaginário].” Luiz de Souza
Acerca dos maus hábitos
Os hábitos, bons ou maus, constituem de modo geral
maneiras adquiridas de suportar influências ou de realizar atos, sem
precedência de atenção e reflexão sobre as circunstâncias do momento atual, e
com poupança de energias, diante de situações com que já estamos familiarizados
desde o passado recente ou remoto.
“O hábito é o resultado de um pensamento arraigado,
insistido, repisado, reforçado diariamente.” Lauro Trevisan
Logo, temos o poder de construir maus hábitos, sim!
Temos o poder de desconstruir maus hábitos, também, e substitui-los por bons
hábitos, mesmo que isso leve séculos ou milénios a ser conseguido:
“Não haverá um só que, precisando, não seja
regenerado, embora leve inúmeros séculos, milênios até, mas o dia da
regeneração chegará, porque não há perdição eterna, nem sofrimento
imorredouro.” Luiz de Souza
Acerca da saúde e da doença corporais
“Em todo o mundo, os investigadores descobriram que a
mente humana pode exercer toda a espécie de efeitos positivos sobre o corpo e
que, aprendendo a controlar a mente [a montante sequencia], é possível
controlar a maneira como o corpo responde [a jusante sequencial].” Vernon
Coleman
“Quando você [ser humano] está doente [porque algum
órgão funciona mal], as vibrações energéticas do seu corpo estão em baixa. Você
precisa energizar, criar energia saudável e positiva, você precisa gerar uma
vibração que produza força [operacional] curadora no órgão afetado.” Lauro
Trevisan
“A maioria das enfermidades tem suas causas
predisponentes no enfraquecimento do espírito que, por seu abatimento, por seu
desânimo, não comunica, não transmite ao corpo a vitalidade que nasce da
energia [que ele pode gerar sempre que quiser, a salvo de qualquer imposição
estranha].” António Pinheiro Guedes
“Podemos adoecer realmente se nos preocuparmos e
imaginarmos [por ação do pensamento] que vão acontecer coisas terríveis. Mas
também podemos manter-nos saudáveis e ajudar-nos a melhorar se estivermos
doentes, usando o poder da imaginação que nos ajudará a manter os mecanismos de
defesa do corpo.” Vernon Coleman
Se os nossos pensamentos forem permanentemente de medo
de acontecimentos nocivos ou indesejáveis e de dúvida de que iremos conseguir
aquilo que sensatamente aspiramos, para o presente atual ou para o futuro,
então, não teremos como reivindicar, justamente, aquilo que o nosso medo e a
nossa dúvida inviabilizam por força das leis de atração e de causa e efeito.
Esses pensamentos são inimigos do nosso bem-estar
espiritual e físico: adoecem-nos, levam-nos à miserabilidade, rebaixam-nos.
Nada melhor que desprezá-los e varrê-los do nosso cenário imaterial íntimo (a
montante sequencial) e, bem assim, começar a influenciar conscientemente o
corpo (a jusante sequencial) em favor da sua saúde, dia após dia, através do
corpo fluídico.
“Há tempos, quando minha mãe esteve no hospital em
estado grave, eu via que as pessoas que entravam no quarto, principalmente os
familiares, carregavam na mente um estado tenso e negativo de preocupações, de
nervosismo e de medo. Como o pensamento é uma vibração que transcende a pessoa,
não havia nada de benéfico para minha mãe nesse tipo de emoção negativa. Eu
percebia isso e até me deu vontade de colocar um pequeno cartaz na parede do
quarto com os seguintes dizeres: ‘Você pode ajudar: irradie saúde’. (…) A
energia espiritual que você irradia [para o bem] é de enorme benefício para o
doente.” Lauro Trevisan
“Já não precisamos continuar a ser [meros]
espectadores da nossa doença [física].” Vernon Coleman
O valor dos treinos mentais, após uma ou mais
experiências corporais
“Numa experiência efectuada na Áustria em 1983, os
investigadores juntaram um grande grupo de pessoas que não tinham absolutamente
nada em comum, excepto o fato de que nenhum deles jogara ainda basquetebol.
Deixaram-nos atirar bolas ao cesto durante um dia e a seguir os voluntários
foram divididos em três grupos. Disseram aos do primeiro grupo que não jogassem
basquetebol durante um mês. Que nem sequer pensassem em basquetebol. Aos do
segundo grupo, disseram que praticassem todos os dias. E aos do terceiro que
passassem dez minutos por dia a imaginar que atiravam bolas ao cesto [como
fizeram inicialmente]. Ao fim de um mês de experiência, as pessoas do primeiro
grupo não eram melhores em basquetebol do que no início. (…) Os jogadores que
tinham passado o tempo no campo a atirar bolas ao cesto haviam melhorado em
vinte e quatro por cento. E os jogadores dos dez minutos por dia a imaginar que
atiravam bolas ao cesto tinham melhorado em vinte e três por cento.” Vernon
Coleman
Milagres? Nunca aconteceram, não acontecem no presente
atual, e jamais acontecerão
“A crença popular admite, como milagre, um fato
sobrenatural, oposto às [ou insubordinado às] leis da natureza. Ora, essas leis
da natureza são invioláveis. O milagre é expressão que decorre de um sentido
irreal, místico, fantasioso. Há fatos que se manifestam sem que a ciência tenha
ainda penetrado na sua causa ou origem, mas mais dia menos dia, com o progredir
da própria ciência, todos os fatos [constatados pelo ser humano] passam a ter a
sua explicação, dentro, rigorosamente, das leis naturais e imutáveis.” Luiz de
Souza
Muitas são as publicações que tratam da 'mente' como
um poder milagreiro, mas o Racionalismo Cristão afirma categoricamente que
milagres não existem. No entanto, muito
se pode conseguir dentro do respeito das leis sábias e eternas a que o Universo
obedece.
A vitória sobre os inimigos interiores é custosa, mas
obrigatória
Para construir uma versão cada vez melhor de si mesmo,
o espírito encarnado tem que treinar mais e mais a sua determinação de
conseguir derrotar os inimigos interiores, como sejam os maus hábitos, o
egoísmo, a vaidade, a presunção, a pretensiosidade, o orgulho desproporcionado,
a ostentação, a prepotência, e demais atributos nocivos ou indesejáveis, antes
que tenham que ser queimados no cadinho do sofrimento.
Espíritos que não se vencem a si mesmos são presas
fáceis de espíritos obsessores, porque “pensamentos pessimistas e sentimentos
de derrota ou de amargura enfraquecem o
espírito, debilitam sua energia, atraem a má assistência de espíritos que
vibram de igual forma,
abrindo a guarda
para o desequilíbrio
psíquico.” dout. de Humberto Rodrigues
15. Atitudes e
interesses
As atitudes humanas dependem de filosofias de vida
“Evidentemente, os seres humanos têm sempre uma grande
necessidade de se compreenderem [a si mesmos] e de compreenderem o mundo – e o
próprio universo – que os cerca. É evidente também que a necessidade de se
chegar a conclusões tem sido tão grande que se fez mister arranjar respostas
para perguntas irrespondíveis [em cada momento actual do desenvolvimento da
ciência humana].” Herbert A. Carrol
Uma atitude, considerada na sua raiz, é uma disposição
mental, organizada pela experiência e que exerce uma influência diretiva ou
dinâmica sobre as reações do indivíduo, para com todos os objetos e todas as
situações que com ele se relacionam, adaptado da definição dada por Cordon W.
Allport
“As suas atitudes incluem [1] a maneira como você
encara [ou se posiciona, em pensamento, a respeito d’] as coisas, [2] como as
sente e [3] como está disposto a agir.” Alfred A. Montapert
Eis, então, por ordem diferente, as três facetas
essenciais duma atitude qualquer: [1] determinados sentimentos que nos animam,
[2] determinados pensamentos que irradiamos de nós e [3] uma determinada
disposição mental de agir, relacionados a objetos e situações do passado, do
presente ou do futuro.
“As atitudes (…) são componentes do que, de ordinário,
se denomina de ‘filosofia de vida’ [um esquema, mais ou menos consistente,
integrativo de ideias ou atitudes relacionadas aos objetos e situações da vida
individual ou colectiva; por vezes ocorrem choques entre estilos de vida
assentes em filosofias de vida incompatíveis entre si].” Herbert A. Carrol
Num casal, por exemplo, pode acontecer que um dos
cônjuges tenha tendências (ou, pendores) realistas e outras tendências
idealistas.
Intimamente relacionados com as atitudes estão os
interesses pessoais, ou aquilo que cada pessoa aprecia, gosta, prefere ou liga
atenção (espontânea ou voluntária), que comportam as diversas atividades do dia
a dia como “assistir a filmes, peças de teatro, concertos, ouvir rádio, ver
televisão, ser sócio de um clube, actividades comunitárias, recepções, etc.” Herbert
A. Carrol
As atitudes e interesses constituem-se, consolidam-se
e emanam da empresa mental de cada indivíduo, a montante sequencial, e tendem a
traduzir-se (a manifestar-se, a refletir-se) nos campos de manifestação, a
jusante sequencial, o que certamente acontecerá desde que se apresentem
condições propícias para tal.
Da concorrência de atitudes e interesses análogos, em
duas ou mais pessoas, depende o desenvolvimento da recíproca identificação,
também designada por ‘afinidade’. Num casal, “o amor, embora seja essencial,
não basta. Deverá haver também uma comunidade de interesses e atitudes.” Herbert
A. Carrol
Para cada situação da vida de todos os dias o ser
humano toma posição no sentido de classificá-la e, seguidamente, respondê-la em
pensamento e na acão, de um modo ou de outro, de acordo com os registos do
passado, guardados no seu corpo fluídico (subconsciente).
(…) “Sei, agora, sem sombra de dúvida, que o maior
problema que temos de enfrentar – na verdade, quase o único problema a
enfrentar – é o da escolha de pensamentos acertados.” Dale Carnegie
“Quando a pessoa se firma em procedimentos corretos,
de justiça, moderação, ponderação e valor, basta sua presença para modificar um
ambiente carregado. Quantas e quantas vezes alguém já deve ter sentido isso!
Quantas e quantas vezes, ao penetrar em certo local, sentiu que estava
conturbado. Com a atitude mental firme de pessoa esclarecida, a situação
modifica-se, prevalecendo no ambiente o bom senso e a harmonia.” António Cottas
Diante de grandes desafios a vencer, é preciso ter e
manter a atitude de quem sabe esperar
“Epíteto, o grande filósofo estóico, advertiu-nos que
devemos preocupar-nos mais em afastar do espírito os maus pensamentos do que em
remover tumores e abcessos do nosso corpo.” Dale Carnegie
Saber esperar “é raciocinar com acerto, reprimir os
ímpetos animalizados e preparar a alma para agir com inteligência esclarecida
em todos os momentos. (…) Saber esperar é encarar os maiores perigos, as mais
tremendas lutas dirigidas por indivíduos ou grupos políticos, com a calma dos
convictos, e caminhar, de cabeça levantada, com a disposição de quem nada teme.
(…) Saber esperar, enfim, é ter a certeza do triunfo em todas as naturais
campanhas da vida, a que o ser humano está obrigado neste mundo; e triunfa
sempre quem sabe agir com inteligência e valor.” Luiz de Mattos
Não são as “coisas à nossa volta” que determinam a
nossa felicidade, mas sim “certas coisas da nossa mente” (bons pensamentos,
bons sentimentos e bom uso do livre-arbítrio). Uma atitude mental bem treinada
e consolidada, pode romper as barreiras que nos impedem de ver uma boa solução
para qualquer situação embaraçosa.
“Não é o que nos acontece, mas a nossa reacão mental
[e atitude] que nos leva à felicidade ou à infelicidade.” Alfred A.
Montapert
A significação provável de grupos de gestos
reciprocamente coerentes, no quadro referencial do comportamento humano
“A ciência [disponibilizada nos livros] adquire-se com
a leitura dos livros; mas a ciência que tem mais importância – o conhecimento
da humanidade – só se consegue adquirir observando os homens e estudando todas
as diferentes espécies de indivíduos.” Lord Chesterfield
“A interpretação dos gestos [a jusante sequencial] é
muito difícil quando os vários elementos se encontram separados do seu
contexto. Entretanto, quando os gestos são apresentados em conjunto, no seu
complexo de circunstâncias, aparece uma imagem real completa [atribuível à
respectiva mente emanante, a montante sequencial]. Cada gesto é como uma
palavra, numa língua. Para conseguir fazer-se compreender numa língua, uma
pessoa tem de dispor as suas palavras em grupos, ou ‘frases’, que exprimam
exactamente o que pretende dizer. (…) Comparando mentalmente a coerência dos
gestos que formam um grupo, podemos compreender as atitudes expressas por
palavras ou por gestos e dar-lhes um significado [ou, o que é que representam
para o nosso entendimento e sentimento
mais profundo]. (…)” Gerard I. Nierenberg e Henry H. Calero
Exemplo:
a) Um vendedor está sentado na beira da cadeira, pés
afastados, mão em cima da mesa e o corpo inclinado para frente. A coerência da
expressão do rosto reforça o efeito: olhar atento, ligeiro sorriso e sem
enrugar a testa. Isso é o que se pode observar a jusante, nos mencionados
campos de manifestação da sua mente.
b) Esse conjunto de sinais leva-nos a presumir que o
vendedor, na sua mente, a montante sequencial, está muito interessado e
entusiasmado com o artigo que quer vender.
“A compreensão da coerência dos gestos serve de
estratagema para interpretar, ou formar um entendimento próprio acerca da
atitude de uma pessoa e, a seguir, para poder achar uma razão [ou, um princípio
seguro de compreensão] para a sua maneira de proceder. Serve também como uma
alavanca de ‘antipresunção’, que nos obriga a refletir mais profundamente,
antes de tirarmos uma conclusão [aqueles que estudam atentamente os gestos, em
breve compreendem que cada gesto pode ser, de repente, contrariado, reforçado
ou desconcertado por outro, visto que todos eles emanam de um foco timoneiro
situado na mente do agente].” Herbert A. Carrol
16. Da intenção ao comportamento
humano não programado, e deste ao comportamento humano programado
Situações
humanas
Diz
Alvin Toffler no livro O Choque do
futuro, cap. II, que a vida
humana individual pode ser comparada a “um grande canal por onde a experiência corre. Este fluxo de experiência [ou, esta corrente de exercícios vitais do
indivíduo humano, agindo e reagindo, emanando energia e produzindo quaisquer
efeitos] consiste – ou supõe-se que consiste – em inúmeras situações”.
“Não existe
definição clara do que é uma situação
[humana individual], mas ser-nos-ia impossível fazer face à experiência se não a dividíssemos
mentalmente em pequenas unidades mais manejáveis. Além disso, e embora as
linhas de delimitação entre as situações
possam ser indistintas, cada situação
tem uma certa “inteireza”, uma certa integridade [uma especificidade recortada
dentro do fluxo inestancável do nosso cenário imaterial íntimo].”
Diz o mesmo
autor que, em cada uma das situações
por que passamos, é possível identificar – além da sua duração finita -
componentes como objetos, um campo circunscrito de ocorrências, pessoas, uma
localização na rede da organização social e um contexto de ideias ou
informação. Isto, na visão materialista da vida humana.
Salvo melhor
opinião, penso que situações humanas
individuais,
a)
São as condições atuais, transitórias, da
nossa existência privada e pública que são necessárias para realizarmos as
experiências de que depende o nosso progresso evolutivo, pondo em uso atributos
e habilidades minimamente ao nosso
dispor;
b)
São consequências de tudo aquilo que de bom
e de mau carregamos do passado ou que aqui encontramos, ao ingressar neste
mundo-escola, incluindo os densos véus de matéria fluídica e a existência de
espíritos e correntes fluídicas na atmosfera fluídica do planeta, e
c)
Exercem certo poder sobre nós, ao qual respondemos de modo peculiar, dependendo
particularmente do modo como apreendemos essas condições estimulantes, em
termos do significado que lhes
atribuímos (quer dizer, dependendo particularmente da perspectiva pela qual
decidimos o que de fato as situações representam para o nosso entendimento e
anseios mais profundos).
“As situações vividas pelos seres humanos
são consequência da lei evolutiva de
causa e efeito, a que todos estão sujeitos, e [elas] variam de acordo com o uso
que façam do livre-arbítrio.” A
Razão, n° 2625, p.2, julho de 2015
Por exemplo,
“A subordinação da criatura
[indivíduo humano] aos preconceitos ditados por interesses económicos,
políticos e religiosos criou [gerou,
produziu, deu como fruto], nos nossos dias, situação de decadência moral, caracterizada pelo mais torpe materialismo.”
A Razão, n° 2625
Quando
comparadas umas às outras, as situações
humanas individuais, exclusivas, têm semelhanças muitas vezes entre si, o que
torna possível a aprendizagem graças às experiências que lhes dão conteúdo. “Se
cada situação fosse inteiramente
nova, sem qualquer semelhança com outras situações
antes experimentadas, a nossa capacidade de enfrentar a inovação seria
irremediavelmente reduzida.” Alvin
Toffler
O raciocínio é
o atributo que permite ao espírito elucidar
as situações, tanto prospectiva
quanto retrospectivamente. Para fazer mudanças para melhor é preciso fazer
experiências de raciocínio, estribando-se na razão (luz própria que permite ao espírito ver aquilo que o véu das
aparências oculta aos olhos humanos) e na lógica
(capacidade de detectar a recíproca coerência ou conveniência, ou a falta
delas, entre dois ou mais enunciados).
“Existem
várias formas de mudar uma situação.
As pessoas que usam o raciocínio sempre fazem mudanças para melhor, porque, com
os pés firmes no chão [quer dizer, na situação
a enfrentar, tal qual ela se apresenta], calculam com exactidão o que de fato
vai trazer benefícios para suas vidas.” A
Razão, n° 2599
Intenções e decisões
“Os espíritos
encarnam para fazer seu progresso evolutivo. Sabem que neste planeta-escola
encontrarão lutas e trabalhos, o que programaram
no mundo espiritual, a fim de conseguirem o avanço de que precisam.” A Razão n° 2625
Nesse quadro
referencial, o termo “programar”
quer dizer “firmar a intenção de executar algo, negando outras possibilidades”
e o termo “intenção” quer dizer a
ideação (ideia formada ou abraçada) e a disposição que faz com que nos
proponhamos exercitar certo poder, com um determinado propósito.
Todo o comportamento humano tem uma dimensão
observável exteriormente (a jusante sequencial) e uma dimensão interna,
invisível aos olhos humanos (a montante sequencial): respondemos às situações, agindo ou abstendo de agir,
a partir do nosso cenário imaterial, íntimo e exclusivo.
Escolher por
si mesmo e executar um determinado comportamento,
negando outras possibilidades, chama-se decidir.
Quem “decidiu” e não chegou a executar a sua decisão, só aparentemente
decidiu, embora a execução seja susceptível de um maior ou menor adiamento.
“Os atos humanos [bons ou maus] são
consequência de bons ou maus pensamentos,
e [são esses actos que] vão determinar a qualidade de vida das pessoas.” (A Razão, n° 2601, p.2, julho de 2013) Atos ou
feitos humanos, ou ações propriamente
humanas, são todos e quaisquer comportamentos da pessoa humana que tenham
na sua antecedência diretriz pensamentos
próprios, normais ou patológicos.
Os seres
esclarecidos acerca das leis evolutivas enfrentam as situações sem esmorecer, pois sabem
livrar-se prontamente de maus pensamentos, e, isso fazendo, se livram
certamente de influências insanas e desconstrutivas, provenientes dos espíritos
do astral inferior.
“Se ao deitar
para dormir acharem que no dia seguinte nada dará certo, estarão atraindo tudo
de ruim que em seus leitos imaginaram.” A
Razão, n° 2600
Comportamentos não-programados do ser humano
A pessoa que
pensa demoradamente se deve ou não aceitar o novo emprego que a empresa Alfa
acaba de lhe oferecer, se deverá comprar uma nova casa, e em questões do
género, não tem na manga, como se costuma dizer, respostas rotineiras para
resolver o seu problema, eliminar o seu desconforto interior.
Nessas situações, vemo-nos obrigados a tomar
de uma vez, ou pela primeira vez, decisões que darão origem, ou precedente, a
hábitos e práticas de comportamento que virão arruinar (quando maus) ou
favorecer (quando bons) o nosso viver individual ou colectivo.
A capacidade
mental de processar informação, ou
de transformar utilmente informações de “entrada” (a montante sequencial) em
informações de “saída” (a jusante sequencial), desenvolve-se com a perseverança na busca de soluções racionais
para as situações nocivas ou
indesejáveis, de ordem material ou espiritual.
Os
comportamentos humanos não programados, são aqueles que exigem do espírito uma
profunda análise dos fatos para que tenha êxito, no enfrentamento da situação desconfortável em que se
encontra. Em face de estímulos constrangedores de vária ordem faz-se necessário
usar de prudência, que muito auxilia
nas deliberações a serem tomadas, não importa o tamanho dos problemas.
Como diz Alvin
Toffler, a pessoa que intenta e decide resolver um problema qualquer “tem de
estudar e avaliar muitos fatores, de processar uma grande quantidade de
informação. Estas decisões não são
programadas e cobram um elevado preço psíquico.”
O mundo Terra,
no estádio evolutivo em que se encontra, confronta-nos com problemas
decorrentes de novidades e mudanças que não param de acontecer. “A aceleração
descontrolada de mudança científica, tecnológica e social mina a capacidade do
indivíduo de tomar decisões sensatas e esclarecidas acerca do seu próprio
destino.” Alvin Tofler
O Racionalismo
Cristão esclarece as pessoas acerca dos porquês e do para quê de todos os
transtornos e contratempos que todos nós enfrentamos neste mundo, e também dá
realce à verdade de que “o silêncio vale muito, e em certas situações fala mais que as palavras. Há
uma voz interior que alerta o indivíduo ao rever e analisar no silêncio da alma
o seu passado, para melhor agir no presente e usufruir um futuro mais calmo e
feliz.” A Razão, n° 2617
Comportamentos programados do ser humano
Dizia William
James que “Não há pessoa mais desgraçada do que aquela (…) para quem acender um
charuto, tomar uma bebida (…), iniciar um trabalho, são motivos de deliberação”.
Já os animais
inferiores conseguem “informar-se” tirando impressões das coisas ou seres com
que interagem, e intuir diferentes possibilidades, para, finalmente, fazer o
que lhes dita a necessidade. Após muitas tentativas e erros, eles acabam
aprendendo seguramente e percebendo rotineiramente aonde ir e o que evitar ou
fazer, para conseguir aquilo de que precisam.
“Decisão programada, diz Alvin Toffler,
é uma decisão rotineira, repetitiva e
fácil de tomar [vale dizer, é uma repetição de repetições]. O passageiro
está no cais da estação, quando o comboio das oito e cinco pára, e sobe para a
carruagem como faz diariamente, há meses ou anos. Como já decidiu há muito tempo que esse comboio é o mais conveniente
para si, a decisão de embarcar nele é programada. Na realidade, assemelha-se
mais a um reflexo do que a uma decisão [no presente actual]. Os dados
imediatos em que a decisão [rotineira]
se baseia são relativamente simples e definidos, e como todas as circunstâncias
são familiares, ele quase não tem de pensar no assunto, não necessita de
processar muita informação. Por isso as decisões programadas custam pouco,
psiquicamente. [A sua operação consome pouca energia anímica, ao contrário do
seu processo de construção]”
“Num contexto
familiar podemos resolver muitos problemas da nossa vida com decisões
programadas, que não nos saem caras [psiquicamente]. A mudança e a novidade
aumentam descomedidamente o custo psíquico de processar informações e tomar
decisões. Quando nos mudamos para um lugar novo, por exemplo, somos obrigados a
modificar antigas relações e a criar novas rotinas ou novos hábitos. Ora, isto
não se consegue sem primeiro anular [ou desenergizar] milhares de decisões
anteriormente programadas e tomar toda uma série de novas decisões não
programadas e psiquicamente dispendiosas. Na realidade, temos de nos
‘reprogramar” Alvin Toffler
“A
conveniência de fazer o espírito tantos estágios na Terra quantos forem
necessários, reside no fato de ser preciso quebrar a rotina estabelecida em cada
estágio. [Cada estágio na Terra corresponde a uma encarnação] Depois de cair na rotina a criatura marca
passo e descansa sobre o que aprendeu,
entregando-se a uma espécie de ação
mecânica, ao passo que pelo sistema de estágios, entram em equação novas
oportunidades, novas lições, experiências diferentes, provas variadas,
solicitações ainda não exigidas, idéias modificadas e outros aspetos de
compromissos e responsabilidades, enfim, uma variedade imensa de situações que obrigam o espírito a usar
os melhores meios para desincumbir-se, a contento, das tarefas impostas.” Luiz de Souza
A vida humana é um misto de comportamentos
não-programados e de comportamentos programados
“Para todos
nós a vida é um misto destes dois géneros de decisões. Se na mistura entra um
número muito elevado de decisões programadas, não somos desafiados, achamos a
vida enfadonha e sem interesse e, até mesmo inconscientemente, procuramos
introduzir-lhe novidade e modificar, assim, a mistura.
Mas se, pelo
contrário, são as decisões não programadas as que entram em número muito
elevado, se somos assediados por tantas situações
novas que programá-las se torna impossível, então a vida torna-se dura,
desorganizada, exaustiva e cheia de ansiedade. Semelhante estado de coisas
levado ao extremo conduz à psicose.”
Alvin Toffler
“O comportamento racional abrange sempre
uma combinação [ou, composição equilibrada] de rotina e criatividade. A
rotina é essencial (…) porque liberta energias criadoras para a solução da
série mais complexa de novos problemas acerca dos quais recorrer à rotina seria
irracional.” Bertram M. Gross
17. Reveses versus crescimento
espiritual
“Reveses são
acontecimentos [nocivos ou indesejáveis] que, muitas vezes, abatem os seres.
Mas, aqueles que já são formados na espiritualidade, como são os racionalistas
cristãos, podem combatê-los, erguendo-se e continuando a trajetória evolutiva.”
dout. de Humberto Rodrigues
“Os
racionalistas cristãos, como pessoas argutas que raciocinam e usam a
inteligência voltada para o bem, estão prontos para a luta, pois não se iludem
com falsas promessas nem esperam por imaginárias soluções bonançosas. Estão
preparados para enfrentar as tempestades da vida e passar incólumes por elas.” A Razão, n° 2625
O termo ‘resiliência’ é mais um vocábulo para
designar a capacidade do espírito para resistir às adversidades e prosseguir na
senda das metas pretendidas. Pessoas resilientes “atravessam as adversidades
com o sentido de que a vida merece ser vivida.” Neuza
Ribeiro, Arménio Rego e Miguel Pina e Cunha
Nós
todos, seres em lento aperfeiçoamento, cometemos diariamente erros e acertos de
comportamento. Os erros não nos
levam diretamente aos nossos objetivos mais importantes; os acertos, estes sim, levam-nos
diretamente a esses objetivos, por aproximações sucessivas. No entanto, “Tudo na vida é aprendizado, é experiência,
é busca por sabedoria.” A
Razão, n° 2624
Tudo o que
manifestamos pelo pensamento, por palavras ou por actos, depõe a nosso favor ou
contra nós, trazendo-nos bons ou maus resultados dentro daquilo que está predeterminado
na lei do retorno.
Os reveses são próprios das lutas que o
espírito, ainda no seu mundo de estágio, já sabia que viria encontrar neste
planeta escola, visto essas lutas serem necessárias à sua evolução.
Grande parte
dos reveses têm origem na nossa tendência
ao comodismo, autoconvencidos de que tudo está bem, quando na realidade não
está. Os sucessivos desenganos
ajudam-nos a combater esse defeito trazido de outras existências físicas,
tornando-nos desconfiados e mais precavidos. Nem tudo é como parece, nem tudo é
como supomos que é...
Quem conhece a
realidade da vida terrena, sabe que certos reveses chegam a levar ao abatimento
moral mesmo seres supostamente mais destemidos e mais curtidos moralmente.
As biografias
dos grandes benfeitores da humanidade aí estão, narrando com cores vivas as
grandes lutas, os grandes dissabores, as grandes traições e dificuldades que
tiveram de enfrentar valorosamente, sem o que o seu triunfo não seria possível.
Com efeito, os
reveses pedem, em resposta, a negação enérgica do desânimo, um grande combate,
uma atitude vitoriosa, a justa medida nas nossas próprias reacões, pois a lei
da evolução diz-nos que continuar a
trajetória evolutiva é obrigatória,
apesar das derrotas, dores e sofrimentos transitórios, mas que machucam muito e
custam a passar.
Atitude
corajosa, trabalho eficaz, vigor empregado, vontade posta em ação para o bem,
aguçam o raciocínio, promovem o caráter virtuoso, aprimoram virtudes que irão
influir nos futuros empreendimentos e concorrer para a vitória final do
espírito encarnado, por mérito próprio.
Viver a
lastimar, a chorar as próprias misérias, a revoltar-se com tudo, denota
fraqueza de espírito, com consequente prejuízo para a sua luta evolutiva. “… a
dor moral tem que ser sofrida intimamente, com resignação, com coragem, com
valor e paciência, irradiando sempre por aqueles que são os causadores desse
sofrimento.” Para Quando os Reveses Chegarem, de Fernando Faria, 3ª
edição, cap. 4
Na vida
física, por via de regra os espíritos têm algo de nocivo ou indesejável que
precisarão de largar, para que possam depurar-se, crescer rumo à plenitude da iluminação espiritual e, consequentemente, viver
com mais qualidade.
Cada um
precisa ter ânimo forte para fazer a sua parte, tendo a vontade dirigida para o
bem, perseverança nos empreendimentos e, sobretudo, disposição para estudar e
trabalhar honestamente.
Os
esclarecidos pelo Racionalismo Cristão sabem, seguramente, que ninguém tem que
esmorecer diante das dificuldades, dos reveses, das injúrias, das agressões
morais, que emergem naturalmente na vida dos habitantes deste mundo carente de
esclarecimento espiritual.
Certos estamos
de que as pessoas que não temem os reveses e não perdem a confiança em si
mesmas, lutam, sofrem, mas … vencem. “Quando o sofrimento aumentar, quando
vierem as desilusões e os desencantos, não esmoreçam, pelo contrário,
revistam-se de ânimo forte, redobrem a luta e só assim conseguirão ultrapassar
imunes os reveses próprios da vida.” Para Quando os Reveses Chegarem, de Fernando Faria, 3ª
edição, cap. 4
Lembremo-nos:
“A felicidade, a saúde e o bem-estar não seriam tão desejados, se fossem
desconhecidas a desgraça, a doença e a miséria.” Racionalismo Cristão, 45ª edição, cap. 5
18. Eu tinha medo
Advertência: - Este texto é
uma adaptação minha de um trabalho alheio divulgado no site http://planetapowerpoint.com.br .-
a)
Eu tinha medo de ficar só … até perceber que devo gostar de ficar comigo mesmo e,
mais, que o único companheiro infaltável, que está e estará sempre comigo ao
longo da minha existência física, sou eu mesmo, além de que sou, enquanto
espírito, uma parcela autoconsciente inseparável da Força – a Base da Vida.
b)
Eu tinha medo de fracassar… até perceber que só fracassa quem desiste de levar mais e mais adiante o grande empreendimento que é a sua
vida.
c)
Eu tinha medo do que as pessoas pudessem pensar de
mim… até perceber que aquilo que realmente conta é o que
eu penso superiormente de mim mesmo e dos meus semelhantes, neste mundo escola
que é a Terra, única forma de me religar aos pensamentos dos Espíritos
Superiores e, obviamente, ao Pensamento da Força.
d)
Eu tinha medo de ser rejeitado… até perceber que a pessoa cuja aceitação mais me
importa procurar e fundamentar sou eu próprio.
e)
Eu tinha medo da dor e do sofrimento, quer os naturais
quer os ocasionados pelo mau uso do livre arbítrio… até perceber que
ensinamentos há que só a dor e o sofrimento me podem dar, em definitivo,
sobretudo quando é preciso queimar no subconsciente as cargas ruinosas da
arrogância, da prepotência, da vaidade e outras causas profundas dos erros e
maldades do ser humano.
f)
Eu tinha medo das perdas e da chamada morte… até perceber que a vida humana se desenrola por
ciclos alternados de tempestade e de bonança, de tal modo que passando a tempestade
vem atrás a bonança, e vice-versa. E mais: que a morte é uma inverdade, no que
diz respeito às parcelas da Força.
g)
Eu tinha medo do ódio alheio… até perceber que acaba sempre envenenado quem aloja
no seu espírito e irradia ódio, fazendo-se vítima do seu próprio ódio, na
sequência imposta pela infalível lei do retorno.
h)
Eu tinha medo de cair no ridículo… até perceber a preciosidade que é o uso do direito de
rir de mim mesmo, com muito bom humor, em vez de temer expor-me ao ridículo no
conceito alheio.
i)
Eu
tinha medo da ofensa alheia… até perceber que ninguém me pode machucar
emocionalmente se eu não lhe conceder esse poder sobre o meu espírito, a quem
cumpre ser um educador vigilante da própria emotividade.
j)
Eu tinha medo da escuridão… até perceber que ela me pode ajudar a entender que o
Universo contém uma Força luminosa e todo-poderosa (Deus para os religiosos),
para quem a escuridão simplesmente não existe.
k)
Eu tinha medo de mudanças… até perceber que, dentro das leis evolutivas, tudo
começa num estado embrionário e vai recebendo renovações, até chegar lá onde é preciso
chegar, com um valor acrescentado optimizado (considere-se a analogia com a
metamorfose da lagarta que passa por mudanças após mudanças, até vir a ser uma
linda e livre borboleta!).
l)
Eu tinha medo da Verdade… até perceber que, na Terra, ela é como um espelho
quebrado em incontáveis pedacinhos, que nenhum ser humano consegue colher e
recolocar na sua inteireza.
m) Eu tinha medo da infelicidade… até perceber que a Felicidade, como a Verdade, está
parcelada e escondida atrás de montanhas íngremes, que me cabe escalar uma a
uma, a muito custo, rumo à conquista e acumulação das parcelas de Felicidade a
que tenho direito.
“A
felicidade, no entanto, não é uma fantasia, no cenário da vida terrena. No meio
de tantos riscos, de viver-se infeliz, há um caminho intercalante, de pleno
contraste com os painéis da dor, da insegurança e da angústia, que se pode
chamar de “o caminho da felicidade” [ou, “a estrada da felicidade”]. (…) É,
porém, preciso encontrá-la, saber como descobri-la.” Luiz de Souza
n)
Eu tinha medo de ficar velho… até perceber que posso continuar a aprender e a
ensinar com satisfação, dia após dia, até ao findar desta existência física.
Este opúsculo, como os
anteriores, teve a gentil colaboração editorial do professor Valdir Aguilera, a
quem deixo aqui os meus sinceros e profundos agradecimentos.
S. Vicente de Cabo Verde, aos 18 de Agosto de 2016
Francisco da Cruz Évora – fevora4646@gmail.com
Fonte: Biblioteca Valdir Aguilera
Livros do mesmo autor: