O homem que sabe servir-se da pena, que pode publicar o que escreve e que não diz a seus compatriotas o que entende ser a verdade, deixa de cumprir um dever, comete o crime de covardia, é mau cidadão. Por Júlio Ribeiro.

Jesus Histórico - Por Gilnei Castro Müller

GILNEI CASTRO MÜLLER

EM BUSCA DO:

J E S U S    H I S T Ó R I C O

"O OUTRO LADO DA HISTÓRIA SOBRE A VIDA E A PERSONALIDADE DE JESUS CRISTO"
(A SUA DOUTRINA ESPIRITUALIZADORA)


DEDICATÓRIA

 "AOS ETERNOS BUSCADORES DA VERDADE"


O conteúdo desta obra é dedicado aos meus queridos familiares, aos companheiros de busca e amigos leitores, enfim, a todas as pessoas amigas que tive a felicidade de conhecer e conviver nesta atual trajetória terrena. Esperamos e desejamos ardentemente, que aquelas pessoas lúcidas e sinceras, que já se libertaram das crenças mitológicas e dos dogmas das religiões convencionais, como "eternos buscadores da verdade", encontrem nessa obra o incentivo, o ânimo e a coragem suficientes para continuarmos juntos em frente, em busca do esclarecimento racional sobre tudo que nos cerca, especialmente no que diz respeito à vida espiritual e a razão de ter o Jesus Histórico humano vindo ao planeta Terra na sua última reencarnação em um corpo humano do sexo masculino, tendo até os treze anos de idade habitado junto com seus pais e irmãos na pequena Nazareth, na Galileia, marcando inegavelmente a sua convivência em vida física e espiritual entre os demais seres humanos formadores do seu ambiente familiar e mais tarde com o grupo doutrinário dos primeiros discípulos ou apóstolos que o seguiram durante parte da trajetória terrena. Que possamos prosseguir nesta busca incansável até nos confundirmos com a “Verdade Total” como integrantes da Grande Luz no Plano Espiritual Superior, nos libertando plenamente dos desencontros e sofrimentos do conturbado e denso plano terreno. Gilnei Castro Müller

SUMÁRIO GERAL
Dedicatória
INTRODUÇÃO...
CAPÍTULO 1 - Jesus: seu nascimento, sua infância, seus pais e irmãos...
CAPÍTULO 2 - Onde esteve Jesus dos treze aos trinta anos?...
CAPÍTULO 3 - Jesus e as religiões cristãs...
CAPÍTULO 4 - Jesus e os Evangelhos Bíblicos...
CAPÍTULO 5 - Jesus e os Evangelhos Apócrifos...
CAPITULO 6 - Jesus e a Semana Santa...
CAPÍTULO 7 - Os milagres atribuídos à Jesus...
CAPÍTULO 8 - Parábolas atribuídas à Jesus...
CAPÍTULO 9 - A Crucificação de Jesus...
CAPÍTULO 10 - Quantos e quais foram os primeiros discípulos de Jesus?...
CAPÍTULO 11 - Maria Madalena teria sido mais um dos discípulos de Jesus?
CAPÍTULO 12 - O apóstolo Paulo fundou o Cristianismo ou o Paulinismo?...
CAPÍTULO 13 - Será que existiu um Jesus Histórico?...
CAPÍTULO 14 - Jesus e o Dia de Natal...
CAPÍTULO 15 - Quem são os autênticos cristãos?...
CAPÍTULO 16 - Como agem os verdadeiros cristãos...
CONSIDERAÇÕES FINAIS...
REFERÊNCIAS...
SOBRE O AUTOR...
POESIA ESPECIAL: Jesus de Nazaré...
GLOSSÁRIO: Significado de alguns vocábulos...
INTRODUÇÃO

Esta é mais uma obra, entre as muitas já escritas, dedicada à vida terrena de um homem, que em sua última passagem pelo mundo Terra, há pouco mais de dois mil anos, recebeu o nome de Jesus, uma variação de José ou Josué e nome comum dado a muitas pessoas daquela época. Atualmente mais de um cento de milhares de obras escritas existem, sobre a vida e a obra doutrinária desse homem.
Elas podem ser classificadas em duas classes gerais e distintas:
– as religiosas; escritas por autores de dentro da Igreja ou a mando da mesma, que o apresentam como um Deus ou Filho do Pai e enviado deste, como um ser divino, e, as
– não religiosas; escritas por autores independentes e que por diversos motivos se afastaram dos sistemas convencionais não mais aceitando nenhum tipo de crença religiosa, especialmente aquelas ainda alicerçadas no “crê ou morre” ou em crenças mitológicas carregadas de religiosidades, que serão devidamente abordadas no transcorrer dos capítulos que integram essa obra. Portanto pode-se classificá-la, na classe não religiosa, pois a mesma não está vinculada a nenhum sofisma dogmático contido nas religiões convencionais, conhecidas como cristãs no mundo ocidental.

A cada ano que passa dezenas de livros sobre esse homem são escritos e impressos no mundo. Certamente, essa não será a última obra sobre esse assunto, pois sabemos que a perfeição e a “Verdade plena” ainda não existem em nosso ambiente terreno onde imperam as mais desencontradas ideias e pensamentos entre o conjunto heterogêneo de seres humanos pensantes que formam a atual humanidade. Mesmo que a presente obra possa ser considerada contraditória e até revolucionária por muitos, ela não tem a pretensão de encerrar tão controvertido, maravilhoso e interessante assunto!


O conteúdo dessa obra é fruto de um estudo sério, resultado de muitos anos de pesquisa constante, proveniente de diversas fontes de informações de autores independentes. Sendo alguns desses autores ex-padres ou teólogos que se cansaram de procurar respostas para as suas dúvidas e sempre receber explicações apenas evasivas por parte de seus mentores religiosos de dentro da própria classe eclesiástica. Nesse estudo, está incluído a “Bíblia Sagrada” com seus quatro Evangelhos escolhidos, os chamados “Evangelhos do Nosso Senhor Jesus Cristo”.


Também os Evangelhos apócrifos, muito pouco conhecidos do público, fazem parte desse estudo. Sobre os evangelhos apócrifos, as altas autoridades da Igreja os conhecem muito bem. Essa obra é dirigida para todos, mas principalmente para aquelas pessoas lúcidas que já despertaram para a realidade sobre a vida espiritual, com seus Espíritos já plenamente conscientes da atual situação, do que vieram fazer no plano terreno, que já se encontram livres das amarras das religiosidades, libertos para pensar com o seu raciocínio claro e lúcido para entender e compreender a vida e todos os seus desdobramentos.


Culminando com o seu enquadramento nas Leis Espirituais que tudo regem. Aquelas pessoas que ainda se encontram com seus Espíritos atrelados à crenças místicas e religiosidades, essas podem fechá-la, pois pelo menos por enquanto, nada poderão entender, porque a fé e o medo de perder a “salvação” em um suposto paraíso de eterna bem-aventurança, ainda lhes encobre a inteligência impedindo o uso adequado do seu próprio raciocínio. E assim, todos aqueles que ainda se encontram nessa situação, precisam antes de qualquer coisa, se convencer da nulidade dos perdões divinos e todas as demais ilusões e ideias falsas que ainda estão em desacordo com a razão e as leis naturais. Somente o tempo se encarregará de conduzi-los ao caminho da luz e da lucidez espiritual, sem nenhuma pressa, em um futuro próximo ou distante, que dependerá da luta e do esforço de cada interessado, através de múltiplas e sucessivas reencarnações, algumas saturadas de dor e sofrimentos!


O tempo é o único remédio para curar o mal desse desconhecimento sobre as leis que regem a vida espiritual, assim sendo, não se deve ter pressa e muito menos querer mudar tudo bruscamente de um instante para o outro. Tudo vem no seu devido tempo, e a evolução com certeza se realizará, porém de forma lenta e constante para cada ser humano que é o maior responsável pela sua própria evolução no âmbito material e espiritual, embora possa ocorrer uma troca de conhecimentos com os demais durante a trajetória terrena.


Ninguém, por mais poderoso que se julgue no plano material, poderá comprar o conhecimento para si ou para os seus semelhantes, poderá sim; é conquistar esse conhecimento através do estudo constante e do seu trabalho profissional exercido com amor, dignidade e responsabilidade, servindo até de exemplo ou espelho para aqueles que o cercam ou participam do seu convívio. No ambiente familiar, dentro do lar é onde ocorre o maior intercâmbio de conhecimentos em todos os níveis e sentidos que possamos imaginar. E é por esta razão que os Espíritos que reencarnam como irmãos ou filhos em uma mesma família possuem graus de evolução bastante diferente uns dos outros, para que uns possam apreender com os outros. Já imaginamos se todos fossem exatamente iguais, gostassem, pensassem e fizessem as mesmas coisas! Seria praticamente impossível ocorrer a evolução ou o aperfeiçoamento dos atributos espirituais de cada ser humano. Nestas condições a própria vida terrena seria uma completa monotonia e os seres humanos passariam a estacionar no mesmo nível de evolução já alcançado.


Mas sobre a vida do Jesus Histórico, este que quando aqui esteve foi um Homem entre os Homens e hoje é um Espírito entre os demais Espíritos de Luz Puríssima a habitar o Plano Espiritual Superior, já completamente livre dos problemas e sofrimentos terrenos, merece ser amado e respeitado espiritualmente, através de atos e ações dignos de uma pessoa racional e cristã e não através de bajulações, crendices e religiosidades absurdas que usam o seu valoroso nome como capa para as maiores falcatruas.


Aqueles que usam o nome de Jesus para se arrumarem em seus negócios materiais de ordem econômica ou financeira, explorando a boa fé dos humildes, estão a cavar o seu próprio abismo, que para dentro dele cairão. Ainda querem alguns mentores, com argumentos apocalípticos e ameaçadores formar rebanhos de supostos “escolhidos” de um "Deus Pai Todo Poderoso", que por eles é admitido como infalível e solução final para tudo!


Encontrarão os leitores nesta obra, um Jesus bem diferente daquele que as religiões apresentam aos seus fiéis seguidores, alguns irão até estranhar e ficar possivelmente surpreendidos com determinadas passagens deste outro Jesus Homem, humano, lógico, racional, normal e com dificuldades e necessidades de um homem comum em sua vida física, exatamente igual a qualquer outro ser humano que habita temporariamente o nosso plano terreno! Que possa este trabalho cumprir com a sua finalidade que é trazer mais Luz aos Espíritos encarnados, já lúcidos espiritualmente para entenderem e compreenderem este outro Jesus, desconhecido das religiões, que buscamos apresentar através de fatos históricos, deixando de dar crédito apenas as informações bíblico-religiosas que somente tem contribuído através dos séculos para criar milhares e milhares de seitas pseudo-crístãs, que vivem a se guerrear umas às outras e a ampliar ainda mais as incompreensões sobre a verdadeira finalidade da vinda desse evoluído Espírito ao plano terreno, que na sua última reencarnação chamou-se Jesus. O Autor


1 - JESUS, SEU NASCIMENTO, SUA INFÂNCIA, SEUS PAIS E IRMÃOS


Há aproximadamente dois mil anos, de acordo com o calendário gregoriano, oficializado pelo papa Gregório XIII em 1582, provavelmente alguns anos antes do início desta contagem, 6 ou 7 a.C., nasceu em um lugarejo chamado de Nazaré na Galileia, localizado ao Norte da região da atual Palestina, uma criança do sexo masculino que recebeu o nome de Jesus (Jehoshua), uma alteração de Josué e um nome muito comum em diversas pessoas daquela região, como o poderiam ter chamado de Pedro, Manuel, João, Francisco ou Adão. Naquela época a Palestina era uma região conturbada sendo uma das colônias do poderoso Império Romano desde o ano 63 a.C., até a destruição de Jerusalém no ano 70 da nossa era passou por  muitas guerras, revoltas e  sedições  e hoje continua a  ser  palco de violentos confrontos entre israelenses e palestinos, que apesar de serem irmãos originários da mesma terra comum, se guerreiam e se destroem como ferrenhos inimigos.


O menino Jesus teve o seu primeiro contato com o mundo físico, em um ambiente simples e humilde, formado por um casebre ou choupana que servia ao mesmo tempo de estribaria para os animais e moradia. Este ambiente era iluminado apenas pela luz radiante do sol e pela afeição de seus pais que também eram humildes e simples de haveres materiais. Seu nascimento não ocorreu em Belém após uma longa e despropositada viajem de seus pais, como nos relata a história bíblica em alguns dos "Evangelhos” contidos no chamado Novo Testamento.


José e Maria foram os seus legítimos pais carnais. Sua mãe Maria enfrentou os naturais problemas da gravidez e teve que passar pelas dores normais do parto como todas as demais mulheres que ficam mães e até hoje continuam a conceber e gerar seus filhos. Esta lenda fabulosa que as religiões divulgam para seus seguidores sobre a virgindade de Maria, antes e depois do nascimento de Jesus é totalmente absurda, ridícula e contra as leis naturais que regem a vida terrena, foi criada pela Igreja no Concílio de Éfeso alguns séculos após o desaparecimento físico de Jesus para tentar justificar a sua pretensa divindade, e nem se encontra no texto da história bíblica. Esta lenda é tão inadmissível e falha de lógica que nem merece maiores comentários.


Consumada a reencarnação de Jesus como um Espírito, tomou posse como os demais, de um corpo físico e humano do sexo masculino, formado com matéria aqui do plano terreno proporcionado por aqueles que lhe serviram de pais biológicos ou carnais, independente do grau de evolução já alcançado, em vidas anteriores, teve ele que enfrentar as duas vidas paralelamente, a material e a espiritual. Estando como as de mais pessoas sujeito às mesmas vicissitudes e contratempos pelos quais passaram as demais crianças do seu ambiente de convívio. E assim para dar os primeiros passos precisou do amparo e da proteção da sua mãe, de seus irmãos mais velhos ou de outras pessoas da família que o acompanharam de perto desde o início da sua infância.


Algumas informações que são passadas através de fontes religiosas, de que o menino Jesus, recém-nascido já era um prodígio e que mesmo antes de caminhar teria realizado grandes e assombrosos milagres, não possuem amparo histórico que os possa confirmar, tendo em vista que mais tarde como adulto ele mesmo afirmou que veio para cumprir as leis eternas do "Pai", as Leis Espirituais, e jamais para alterá-las ou derrogá-las junto aos homens e principalmente daqueles com quem conviveu mais de perto como os seus discípulos, também conhecidos nos textos evangélicos como apóstolos e a própria Maria Madalena e as demais pessoas que o acompanharam durante as peregrinações.


José, o seu pai, era um homem simples e humilde e exercia a profissão de carpinteiro. Sabe-se através de diversas fontes de informações, não religiosas, que ele lutava com grandes sacrifícios e dificuldades para manter a sobrevivência da família, que era numerosa e até com filhos provenientes de uma primeira mulher com quem ele conviveu antes de conhecer Maria. Durante a suposta fuga para o Egito, para escapar da matança dos filhos primogênitos de cada casal, consta em uma destas fontes que a Igreja considera apócrifa e não as reconhece porque contraria profundamente as suas lendas dogmáticas, que José teria ido juntamente com Maria e o pequeno menino Jesus procurar trabalho naquele país vizinho, por se encontrar em sérias dificuldades econômico-financeiras e não ter trabalho em sua terra natal para garantir o mínimo para seu sustento e dos demais integrantes da família. Eis aí, a verdadeira razão para a fuga para o Egito!...


Veja-se bem, onde vai parar a lenda bíblica de que um anjo teria avisado em sonho o carpinteiro José, para que ele fugisse nas caladas da noite para o Egito e evitasse assim o assassinato do menino que teria sido determinado pela pretensa ira e vingança do rei Herodes! O menino Jesus nasceu, cresceu e brincou normalmente como as demais crianças da sua época, teve alguns irmãos por parte de pai e mais quatro irmãos e duas irmãs nascidas de Maria sua mãe. Maria e José teriam sido seus legítimos pais. Dos filhos de Maria, Jesus foi o mais velho. E haverá algum erro ou mal nisso tudo?


Então o menino Jesus não poderia ter pais e irmãos como todos os seres humanos normais tem até hoje?  A Igreja para reforçar a ideia da divindade de Jesus chegou a acrescentar na bíblia que os irmãos de Jesus foram seus primos, para com isso quererem dizer que Maria teria gerado apenas um filho e que ainda teria sido gerado por interferência divina!... A única diferença que se pode constatar e admitir é que Jesus possuía um Espírito muito mais evoluído do que daqueles que o cercavam, por já ter vindo anteriormente inúmeras vezes ao plano terreno neste nosso mundo Escola que é o planeta Terra e já ter reencarnado em diversos corpos físicos diferentes e convivido em civilizações das mais adiantadas antes da sua era, em países como a Índia, Grécia, Egito e China entre outros.


Devido a estas reencarnações anteriores possuía uma elevada bagagem espiritual com amplos conhecimentos sobre a vida, e por também possuir a mediunidade auditiva e de vidência bastante desenvolvida, tinha condições de observar os fatos e acontecimentos ao seu redor com mais detalhes que os outros irmãos e pessoas da sua família terrena que com ele conviviam. Porém, estes dons não são divinos. Esta e outras verdades sobre a vida de Jesus foram totalmente encobertas pelos dirigentes da Igreja, não convinham que fossem divulgadas para o público e até hoje são combatidas como heréticas ou apócrifas. Ao contrário inventaram lendas e mais lendas fantásticas e sobrenaturais sobre a vida espiritual fora da matéria, sempre tentando tapar o sol com uma peneira ao querer esconder a existência da Lei das Reencarnações dos Espíritos e a existência das Leis Espirituais que regem a vida no plano terreno e após a morte do corpo físico no Plano Astral.


Para melhor impressionar seus rebanhos de adeptos e não ter muito trabalho para lhes explicar os fatos que realmente aconteceram, resolveram dar somente uma mãe para Jesus, lhe negando a natural e normal paternidade de José, atribuindo esta tarefa ao poderoso “Espírito Santo”. Da infância até a idade dos doze ou treze anos a história bíblica faz alguma referência à vida de Jesus, porém desta idade até próximo dos trinta anos as fontes religiosas simplesmente silenciam, não informam exatamente nada onde e o que estaria a fazer o jovem moço Jesus. Sabe-se que esta fase da vida de qualquer pessoa é uma das mais importantes para a formação do caráter e do seu arcabouço espiritual e material para enfrentar as fases seguintes da vida com relativo sucesso. Possivelmente esta fase da vida de Jesus possuiu muitas controvérsias que põe em risco ou coloca em dúvida a divindade atribuída ao Mestre Nazareno e talvez.


Até ponham por terra todos os demais dogmas ardilosamente improvisados e anexados ao texto bíblico, especialmente nos quatro Evangelhos canônicos, mais conhecidos por “Evangelhos do Nosso Senhor Jesus Cristo”, aprovados e escolhidos intencionalmente por inteligentes teólogos da Igreja romana após mais de três séculos do desaparecimento físico de Jesus. Assim sendo, todos os acontecimentos ou passagens contidos no Novo Testamento, onde se encontram afirmativas de que este ou aquele fato estava escrito ou previsto por determinados “profetas” no Antigo Testamento, são altamente suspeitos e não podem ser levados a sério, pois são muito menos verossímeis do que outras informações encontradas em outras fontes sejam elas quais forem. E quem eram estes profetas? Os profetas eram seres humanos, homens ou mulheres, iguais a qualquer um de nós, a diferença é que eles possuíam a mediunidade desenvolvida, mas não esclarecida ou disciplinada sobre o ponto de vista espiritual, e naquela atrasada época o povo e até a classe da realeza os tomava por seres divinos ou semideuses.


Um grande número desses profetas “médiuns” usava este seu dom em benefício próprio ou para manterem tradicionais crendices e superstições já arraigadas no íntimo da maioria das pessoas que desconheciam por completo a existência do livre arbítrio e amaneira correta de utilizá-lo para o seu progresso ou o aprimoramento espiritual. O mapa mais abaixo mostra a localização da Palestina, com a região da Galileia e o lugarejo de Nazaré ou Nazareth, onde mais provavelmente teria nascido o menino Jesus e visto pela primeira vez a luz deste mundo Terra e vivido parte da sua infância até a idade dos doze ou treze anos aproximadamente. De acordo com (RENAN-2004) Jesus nasceu em Nazareth por volta do ano 750 de Roma.


Ainda sobre a infância de Jesus, a título de curiosidade, citamos o que consta no capítulo "Evangelho da Infância", um dos evangelhos apócrifos e retirados de circulação pela igreja, onde nos apresenta um menino Jesus bastante diferente e até vingativo e cruel. Neste evangelho relata que certa vez o menino Jesus construiu como brinquedo uma represa com barro junto a um poço ou fonte de água natural e teria vindo outro menino malévolo que lhe destruiu esta represa fazendo com que secasse toda a água da mesma, e a seguir no auge da raiva e irritação Jesus teria exclamado:


Assim como esta água se secou, assim se secará também tua vida


Logo o menino teria morrido por efeito das palavras proferidas por Jesus. Em seguida os parentes do menino morto teriam se revoltado contra Jesus e sua mãe, tendo esta que suplicar ao seu filho para que devolvesse a vida ao menino malévolo para que assim se acalmassem os ânimos entre todos os envolvidos.   Não seria a continuidade desta mesma raiva ou cólera com que fez que mais tarde o Jesus já homem e doutrinador com chicote na mão não se contivesse e chegasse a virar as mesas e escorraçasse os vendilhões do templo!?...


De acordo com as informações contidas neste Evangelho da Infância, se pode concluir que o menino Jesus também aprontava as dele como os meninos travessos de hoje e não deu somente alegrias para sua mamãe Maria. Veja-se e analise-se bem, que mesmo que não se possa tomar a sério o conteúdo deste evangelho apócrifo, mas pelo menos se tem informações bem distanciadas e diferentes daquelas que foram adaptadas nos evangelhos bíblicos que tenta nos passar um menino Jesus divino como um enviado de Deus ou um Deus.


O evangelho de São José é outro escrito apócrifo dos que foram descartados pela igreja, mas que, com certeza, nos lança um lampejo de luz sobre a miraculosa e fantástica concepção e as causas da gravidez da jovem Maria, José ao contemplar o estado interessante da avançada gravidez de Maria, se perturbou e chegou até a pensar no seu suicídio, fato este que chega a ser um pouco exagerado. Mas nos parece que o carpinteiro José era um homem, embora humilde e simples, preocupado com a honra e a decência.


No capítulo “Evangelho da Natividade de Maria e a Infância do Salvador” consta que José ao voltar de Cafarnaum onde se encontrava a trabalhar, ao final de aproximadamente nove meses, ficou aterrorizado ao ver o estado de avançada gravidez de Maria, pedindo a sua morte em altos brados, por causa da grande vergonha de que se achava possuído.  As informações deste evangelho reforçam o que foi relatado sobre a fuga para o Egito por motivos de dificuldades na sobrevivência, pois aqui também se refere na necessidade de ter ido José trabalhar na cidade de Cafarnaum e lá permanecido por quase nove meses afastado do convívio da sua jovem Maria que com certeza já se conheciam.


Associando-se os fatos, a fuga para o Egito, além das dificuldades econômicas poderia estar ligada a vergonha de José relacionada com a inesperada e misteriosa gravidez da Maria a qual aconteceu durante a sua ausência. Segundo o Evangelho de Mateus, no Novo Testamento, consta que os quatro irmãos de Jesus se chamavam Tiago, José, Simão e Judas, se refere às duas irmãs, embora, não cita os seus nomes. Estes irmãos e irmãs eram filhos de José e Maria. Por parte de seu pai José, teve Jesus outros irmãos que já foram citados, dos quais também a história bíblica não faz nenhuma referência aos seus nomes. Alguns textos apócrifos dos séculos II e III da era “cristã”, com base em um Talmude Judaico (Toldos Jeshu) que não apresenta seus autores, chegam a sugerir de que Jesus é o fruto de uma relação de Maria com um soldado mercenário romano. A menina moça, Maria, teria doze anos quando concebeu Jesus.


De acordo com a rígida tradição judaica daquela época, uma mulher que engravidasse desta maneira poderia ser condenada a morte por apedrejamento.  E assim, de acordo com estes textos, o velho carpinteiro José, provavelmente querendo poupar e até proteger a mocinha grávida, mesmo sendo contrariado por seus parentes, casou-se com ela e escondeu a gravidez até o nascimento da criança. Ao fazer-se uma análise profunda e imparcial desta hipótese, levando em consideração a aparência física do corpo de Jesus e principalmente a cor de seus olhos, sem levarem conta outros caracteres, certamente ela nos dá o que pensar, e até de certa forma justifica tantas lendas, desencontros e mistérios que foram criados a respeito da origem e do nascimento do menino Jesus.


Todas estas situações estranhas, às escondidas, facilitaram em grande parte a criação de muitas lendas e mitos que chegaram até os nossos dias. Estas situações vieram mais tarde facilitar os criadores dos textos que compõe os evangelhos bíblicos a se tornarem especialistas em criar e ampliar esta figura lendária e misteriosa sobre a vida física da infância até a fase adulta de Jesus.


Sobre o dia do nascimento de Jesus, em nenhuma parte da bíblia consta ter sido no dia 25 de dezembro, nem sequer nos "Evangelhos" que tem a pretensão de contar toda a verdade sobre a vida do Mestre Nazareno. A data do dia de “Natal” é uma criação do século VI da nossa era, quando arbitrariamente a igreja adotou essa data inserindo-a em seu calendário religioso. Algumas informações contidas nos textos apócrifos dos primeiros séculos após o desaparecimento físico de Jesus nos relatam que os primeiros cristãos comemoravam o dia de nascimento de seu Mestre em uma data bem diferente desta que foi convencionada arbitrariamente pelas autoridades da igreja romana.


No capítulo “Evangelhos” aborda esse tema com detalhes.  A língua que Jesus usava para se expressar e transmitir a sua voz para o público que o ouvia, certamente era o aramaico, uma das línguas correntes na região da Palestina naquela época, é bem provável que ele entendesse também o hebreu, pois chegou a receber algumas lições, instruções básicas, nas sinagogas e lia a Torá que é o livro religioso sagrado que contém as Leis Judaicas. No capítulo sobre os anos ocultos de Jesus, dos treze aos trinta anos, dos quais a história bíblica nada nos informa em parte alguma no texto do Novo Testamento, que pretende contar toda a verdade sobre a vida de Jesus.


2 - ONDE ESTEVE JESUS DOS TREZE AOS TRINTA ANOS DE SUA VIDA?

Apesar de tudo que já existe até hoje nas obras que abordam a vida de Jesus, poucos se atreveram a conjeturar alguma informação ou pelo menos hipótese a respeito dos acontecimentos que envolveram a sua vida terrena no espaço de tempo compreendido entre os treze e os trinta anos. E os poucos que se atreveram foram àqueles autores que se libertaram do jugo das crenças religiosas.

Ora, pensemos bem, são dezessete anos e não apenas dois ou três!   Os quatro evangelhos bíblicos que relatam alguma coisa sobre a sua vida, embora com muitos enxertos e interpolações propositais, nada comentam sobre esta fase da vida do Mestre de Nazaré. Acredita-se que os seus autores nada sabiam a respeito ou então, as informações que dispunham deste período seriam muito contraditórias e perturbadoras para os dogmas que queriam impor aos seus primeiros seguidores.


O Evangelho Aquariano de Jesus, muito pouco conhecido do público, é o único escrito apócrifo que em suas Seções VI à XI nos trás algumas informações sobre a fase da juventude de Jesus. Especialmente na Seção VII deste evangelho descreve com detalhes a viagem de Jesus, através do Himalaia chegando até o Tibete, onde teria estudado os antigos manuscritos dos Mestres do templo de Lhasa.


Ainda sobre a sua infância se tem mais alguma informação, através de alguns dos evangelhos apócrifos ou de parte de alguns deles que a Igreja não conseguiu destruir, como o: Evangelho da Infância, o Evangelho da Natividade de Maria, o Evangelho de São José, o Evangelho de Nicodemos, e muitos outros que chegaram a desaparecer completamente. O pseudocristianismo de Estado criado pela Igreja tratou de destruir tudo que pudesse comprometer os seus princípios dogmáticos. Analisando-se a possibilidade de que o menino Jesus com dois anos de idade ou pouco mais, tenha juntamente com seus pais José e Maria vivido no Egito por algum tempo, para sobreviverem às dificuldades econômicas que teriam em sua terra natal, pode-se até imaginar e conjeturar que o menino dos seis aos treze anos de idade possa ter frequentado alguma Escola e se instruído com os conhecimentos que mais tarde os apresentou perante os dirigentes do templo em Jerusalém causando-lhes “profunda” admiração, quando retornou para a sua terra na Palestina.


Sabe-se por outro lado, que nesta mesma época já viviam muitos judeus na cidade de Alexandria no Egito, onde praticamente a metade da população desta cidade era formada por patrícios de Jesus, sem contar outros milhares deles que já viviam em outros lugares do Egito, da Grécia e de muitos outros países até mesmo bem mais afastados de Jerusalém. E entre esses patriotas que já viviam no Egito, alguns deles poderiam muito bem ter ajudado José e Maria a melhorar a sua situação e proporcionar as condições para que o jovem Jesus pudesse estudar e se instruir adequadamente. E por que não seria possível o menino ter se dedicado somente aos estudos? É lógico que esta situação poderia ter se concretizado ou tornado real.


Se o menino tivesse continuado somente ao lado do seu pai exercendo a mesma profissão de carpinteiro em tempo integral seria praticamente impossível à ampliação dos seus conhecimentos gerais como foram mais tarde demonstrados. Porém no período compreendido entre os treze e os trinta anos, também se pode admitir que Jesus tivesse viajado para algum país bem mais afastado da Palestina, não quer isto dizer que ele não tenha até voltado ao Egito para adquirir mais conhecimentos sobre a vida espiritual que era estudada pelos integrantes do alto sacerdócio, e desta forma ter-se instruído à altura de se tornar o firme doutrinador que mais tarde demonstrou ser após seu retorno como adulto.


No mínimo para estes três países ele poderia ter viajado para ampliar seus conhecimentos, e realizar os estudos e a devida preparação filosófica adotada em suas parábolas.  Estes países seriam o Egito, a Grécia e até a mais longínqua Índia. Diferentes ensinamentos de ordem filosófica e espiritual poderiam ser encontrados em cada um desses países.   Na cidade de Alexandria no Egito, como já foi mencionado anteriormente, muitos compatriotas de Jesus já viviam lá, o que lhe facilitaria muito a ambientação com os costumes e normas na disciplina escolar do lugar.


Também já existiam nessa cidade egípcia muitos estabelecimentos de ensino budistas com as mais avançadas técnicas e recursos que eram verdadeiras escolas do budismo coordenadas pelo mesmo sistema empregado na Índia.


Justifica-se a passagem do moço Jesus por uma destas escolas budistas, verdadeiras escolas da espiritualidade, pela semelhança de muitas de suas parábolas com as frases anteriormente empregadas na doutrina de Buda. Ainda no próprio Egito, algumas fontes não bíblicas nos informam que teria Jesus estudado entre os sacerdotes daquele país muitas artes na parte de “magia” e como realizar algumas curas espirituais que para o povo comum eram consideradas como milagres.


Na Grécia teria Jesus se encontrado com os maiores filósofos da época e enriquecido a sua bagagem de conhecimentos sobre todos os assuntos que lá se desenvolviam e estavam no auge da sua importância e propagação aos interessados. Outro país que Jesus poderia ter visitado e lá frequentado as suas melhores escolas de espiritualidade com os assuntos mais transcendentais da época seria a própria Índia, onde teria buscado na própria fonte os ensinamentos mais originais de Buda comparando-os com os divulgados em Alexandria ou outro lugar mais distante. Sobre esta hipótese, o teólogo alemão (HOLGER KERSTEN-1986) em sua obra “Jesus viveu na Índia” nos informa que em épocas pré-históricas muito anteriores avinda de Jesus, já existiam caminhos que formavam a chamada “Rota da Seda” que ligavam o Mediterrâneo até a longínqua Índia e o extremo oriente na China, passando pela Pérsia e outros países importantes que integravam aquela antiga rede de comércio. Ainda na sua juventude, com treze anos ou pouco mais, teria Jesus se integrado a uma destas caravanas comercias da sua época e viajado através desta rota até as Escolas que pretendia frequentar na Índia, país este quem esmo apesar da sua maior distância da Palestina também possuía alguns patriotas seus por lá, originários das doze tribos de Israel, pois parte de algumas delas se “perdeu” tendo ir parar no Norte da Índia na região da Caxemira.


Esta região da Caxemira, atualmente à semelhança da Palestina é uma terra de sérios confrontos entre as Forças Armadas da Índia e do Paquistão, pois ambos disputam a posse de uma mesma parte deste território. Pela semelhança de muitos nomes de lugares de pessoas na Caxemira com nomes judeus da Palestina, é possível aceitar-se a ideia que Jesus passou alguns anos da sua juventude vivendo nas belas paisagens da Caxemira que muito se assemelham as terras que os judeus antigos chamavam de “Jardim do Éden” ou o seu sonhado paraíso terrestre.


A semelhança de muitos nomes de lugares se deve a imigração de parte das tribos de Israel que para lá se dirigiram muito antes e assim Jesus não se encontrava entre estranhos, como se poderia imaginar a primeira vista. Esta hipótese de ter Jesus viajado e vivido alguns anos de sua vida na Índia tem a sua lógica e razão de ser, porém jamais seria admitida pelos mentores religiosos que criaram e divulgam ardilosamente a suposta divindade de Jesus, que foi promovido a um “Homem-Deus”.


Estes mentores preferem e acham muito mais cômodo apresentar ao povo um "Jesus Divino" que nasceu pronto, do que ter o trabalho de explicar a realidade para seus adeptos e admitir que Jesus tivesse que estudar e se preparar para cumprir a sua missão de “Mestre” que foi dos princípios espiritualistas da sua doutrina esclarecedora dos seres humanos como força espiritual que cada um é. Também não admitem ter Jesus realizado a sua evolução ou a alcançado através do seu esforço e luta própria e não por herança divina de um “Deus Pai Todo Poderoso” e que os seus ensinamentos se destinavam para toda humanidade e não apenas para uma parte dela, sejam os judeus ou os cristãos dos tempos atuais. Jesus idealizou a sua doutrina para ser ensinada com tolerância para todos e não para se formar através do seu nome uma religião de Estado, dominadora e intolerante como se tornou após se instalar em Roma.


Se aceita como plenamente certo, que fosse Jesus um Espírito bem mais evoluído do que aqueles que o cercavam, mas ele com o seu corpo físico estava sujeito às mesmas contingências da vida terrena, igual a todas as pessoas da sua volta e as outras que até hoje continuam a reencarnar em um corpo físico aqui no mundo Escola que é o planeta Terra.


No mapa seguinte mostra-se a conhecida “Rota da Seda” que representava desde tempos muito anteriores a vinda de Jesus, um caminho de ligação entre os países do extremo oriente com os países das proximidades do mar Mediterrâneo, formando um verdadeiro intercâmbio mercantil e de conhecimentos no âmbito intelectual e espiritual. Através desta rota se pode aceitar e até compreendera razão de terem sido instaladas Escolas de ensinamentos budistas em Alexandrino Egito e em outras cidades do ocidente, os quais teriam influenciado mais tarde os ensinamentos transmitidos por Jesus aos seus apóstolos ou discípulos.

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Mapa que mostra a antiga rota da seda, uma ligação entre oriente e ocidente, que já existia em épocas muito anteriores ao nascimento de Jesus. FONTE: Jesus Viveu na Índia – (HOLGER KERSTEN -p. 80, 1986)
Ainda sobre a figura histórica de Jesus, assim se expressa o teólogo alemão Holger Kersten (KERSTEN-1986) em sua revolucionária obra Jesus Viveu na Índia:
“... Qualquer tentativa de descrever a figura histórica de Jesus pode ser comparada ao esforço despendido para detectar uma partícula atômica e determinar o teor positivo ou negativo da sua carga. A partícula em si não é visível a olho nu, mas durante a experiência podemos distinguir certos traços que correspondem ao vestígio de partículas maiores em movimento. Se conseguirmos remontar a sua origem comum poderemos calcular a força necessária para mover a partícula. E assim poderemos reformular e descrever a causa invisível. No caso de Jesus, enfrentamos dois obstáculos. O primeiro é que a igreja destruiu tudo que pudesse servir a reconstrução dos fatos históricos ligados à vida de Jesus. Segundo: durante toda a vida Jesus foi obrigado a guardar em segredo sua real identidade, para não cair em mãos inimigas. A sua vida está envolta em um véu de mistério que dá margem a muita especulação.”

O apóstolo Pedro chega a admitir em seu evangelho, que Jesus lhe proibira severamente de falar em público a seu respeito. Jesus era tão enigmático em suas parábolas ou que pelo menos lhe foram atribuídas, que os seus próprios discípulos não o compreendiam, muitas vezes. Imagina-se o povo comum então, que o ouvia movido apenas pela curiosidade!


2 - JESUS E AS RELIGIÕES CRISTÃS


2.1 - JESUS, O CRISTO, FOI UM HOMEM NORMAL


Jesus como uma partícula do Grande Foco (Espírito ou Força Espiritual),quando aqui esteve pela última vez, teria possuído um corpo físico formado de Força e Matéria, isto é, teve Espírito e corpo, igual aos demais Espíritos encarnados que por aqui continuam a reencarnar em corpo humano e a viver a sua vida terrena normal e sujeito as mesmas Leis Espirituais, leis essas naturais e imutáveis e iguais para todas as pessoas.

A grande diferença é que Jesus possuía maior evolução em seu Espírito, por já ter vindo aqui inúmeras vezes em encarnações anteriores, e por isso a sua bagagem espiritual era maior em relação aos seus contemporâneos.

Consequentemente o seu discernimento a respeito da vida material e espiritual também era mais avançado. Foi um homem normal, teve pais e irmãos carnais como qualquer ser humano dos dias atuais!

Todos os milagres, a divindade e a suposta filiação a um hipotético Deus Pai Todo Poderoso é criação dos concílios da Igreja para se promover e melhor impressionar seus adeptos. Jesus decidiu aqui reencarnar voluntariamente, por sua livre e espontânea vontade, para tentar modificar os baixos sentimentos que dominavam a civilização daquela época. Esta é a razão dele ter escolhido aquela civilização onde os desencontros eram bastante comuns em matéria de espiritualidade e onde imperava diferentes matizes de religiosidades.  E hoje na mesma região, infelizmente, continuam a se digladiar como ferrenhos inimigos, dois povos oriundos das mesmas tribos do povo de Israel, que preparam caminho para um futuro sombrio para seus descendentes.

Para esses dois povos que habitam a região da antiga Palestina o “sacrifício” de Jesus foi totalmente em vão, porque em nada mudou o seu sentimento guerreiro-vingativo. A ideia de que Jesus veio para reabilitar os pecadores ou faltosos através da sua morte na cruz e do seu cruel sofrimento é outra invenção da Igreja que passou para as religiões cristãs atuais, que não faz nenhum sentido perante as eternas Leis Espirituais.

A “salvação” ou “redenção” cada Espírito encarnado processa e busca a sua, através de muita luta e trabalho individual, realizando assim a sua própria evolução ou o resgate de débitos de encarnações anteriores, reencarnando aqui centenas ou milhares de vezes se for necessário, até alcançar um nível de evolução tal, que venha a respeitar o seu semelhante e lhe desejar todo o bem e progresso que quer para si próprio e se enquadrando no cumprimento das Leis Espirituais, que são exatamente iguais para todas as pessoas que habitam o ambiente terreno.

Após o desaparecimento físico de Jesus das proximidades de Jerusalém ouse afastamento temporário da vida pública, o apóstolo Paulo, conhecido como Saulo de Tarso, antes de comprar a cidadania romana, desvirtuou completamente os ensinamentos originais do Mestre Nazareno e os conduziu para Roma, a cidade mais importante do mundo daquela época e capital do poderoso Império Romano, onde em nome de Jesus se criou uma religião de Estado totalmente modificada e que deveria se chamar de Paulinismo Romano e não de Cristianismo como se propagou no ocidente. E assim passou-se para civilização ocidental a ideia de que a Igreja Católica Apostólica de Roma era a única certa e cristã.

Aconteceu um desfecho não previsto pelos mentores e fundadores da Igreja de Roma, pois os seus divulgadores e catequizadores que saíram pelo mundo afora com mãos de ferro e fogo a pregar o seu “cristianismo pagão e paulinizado”, desvirtuaram tanto os ensinamentos originais de Jesus que não conseguiram manter o seu rebanho reunido e coeso.     Veio à discórdia com as Cismas e a Reforma Protestante defendida corajosamente por Martinho Lutero na Alemanha, e mais tarde a Contra Reforma de Roma.

Em consequência vieram muitas guerras, “Guerras Santas e Religiosas”, das quais algumas continuam até hoje, principalmente naqueles países onde as diferenças de credos religiosos ainda causam sérios desentendimentos entre classes, resultando em abomináveis traições e assassinatos.   Surgiram também milhares de novas seitas religiosas, umas ligadas a Roma e outras ao Protestantismo de Lutero. A igreja evangélica de confissão luterana que surgiu na Alemanha com Martinho Lutero se ramificou dando origem a outras igrejas evangélicas independentes como a batista, metodista, pentecostal, calvinista e outras que continuam a ser instituídas até os dias de hoje.

Todas essas novas ramificações se autodenominam cristãs, mas o que fazem, com raríssimas exceções, é usar indevidamente o nome de Jesus para se promoverem e ao mesmo tempo explorar a fé e a credulidade do povo mais humilde que desconhece a realidade sobre a vida espiritual. Colocaram palavras na boca de Jesus que ele sequer as imaginou algum momento durante a sua trajetória terrena ou até enquanto habitava o plano espiritual antes de vir aqui reencarnar.

Quando os crentes religiosos de todas essas seitas e religiões conseguirem despertar para a realidade e saber da ilusória crendice em que estavam envolvidos e tiverem plena consciência da existência das Leis Espirituais e da eternidade do Espírito após a morte do corpo físico, com toda certeza antes de colocarem em prática suas ações, irão pensar bem antes de realizar cada passo dos seus atos e assim irão meditar com moderação e mais ponderação as consequências.

No momento em que a humanidade tomar conhecimento da sua essência como força espiritual que é e saber de toda energia e força íntima que cada um possui em seu próprio pensamento, não haverá mais lugar para enganosas concepções da vida, da evolução espiritual da humanidade e do próprio Universo Infinito. Nestas condições os atuais evangelizadores, catequizadores ou salvadores de almas, por mais espertos e cristãos que se apresentem ou se julguem, não terão mais argumentos místicos suficientes para continuarem a enganar as pessoas já esclarecidas, despertas e livres das “amarras da religiosidade”.

Por certo terão que abandonar a bíblia e pegar em outras ferramentas para garantir o seu sustento e sobrevivência. Estes cristianizadores e exploradores da fé dos incautos, por mais espertos e doutores teólogos que se julguem não conseguirão enganar a todos para sempre com suas ardilosas teses bibliarcais, com as suas imposições através do “crê ou morre” do tempo das “Santas Inquisições”. Assim sendo, podemos afirmar que, como despertar das pessoas para realidade da vida espiritual, uma nova era nascerá, quando a luz da lógica e da razão brilhará e iluminará todas as consciências dos povos que habitam a face da Terra.

Com esta nova luz radiante, se apagarão para sempre as densas trevas do descaso sobre a vida espiritual, que ainda tanto atrofiam e embotam o raciocínio de alguns milhões de Espíritos encarnados que desconhecem toda a potencialidade espiritual íntima que cada um possui dentro de si mesmo, mas que por medo e desconhecimento ainda não tiveram condições de empregá-la em seu próprio benefício.

Se agora Jesus decidisse voltar aqui ao plano terreno em nosso Mundo Escola e reencarnar novamente, e tentar colocar em prática a sua verdadeira doutrina espiritualista para despertar os adormecidos, como ele a idealizou aqui implantar há pouco mais de dois mil anos, aqueles que se dizem seus maiores seguidores e mais “cristãos” da face da Terra, que se utilizam do seu valoroso nome para tudo, ao terem os seus interesses íntimos contrariados o condenariam e crucificariam outra vez. Os que mais pronunciam o seu nome, são os que estão mais afastados dos seus exemplos e ensinamentos originais enquadrados em um espiritualismo autêntico e sem mistificações, plenamente livre de religiosidades.

2.2 - JESUS, O CRISTO, FOI MESMO UM DEUS?

Jesus, o Cristo, foi mesmo um Deus? As religiões, principalmente as que se apresentam como cristãs, resolveram lhe atribuir poderes divinos e sobrenaturais e uma pretensa filiação a um “Deus Pai Todo Poderoso” para poderem reforçar a ideia da divindade aos seus fiéis seguidores e assim facilitar a imposição de seus dogmas cheios de mistérios e religiosidades.

Em essência espiritual todos nós, como habitantes temporários do planeta Terra, podemos nos considerar verdadeiros irmãos para ampliar uma amizade fraterna durante a nossa curta trajetória terrena, e assim seria Jesus um irmão nosso mais velho, com muito mais experiência e conhecimentos para nos transmitir. Mas todo esse conhecimento ou evolução que Jesus alcançou como Espírito que é igual a nós que nos encontramos hoje de posse de um corpo físico, foi alcançado por seus próprios méritos, com muitas lutas e reencarnações sucessivas em países diferentes e entre povos também diferentes, e jamais através de uma suposta filiação divina.

Jesus, como Força Espiritual, foi e continua a ser um dos Espíritos mais evoluídos que reencarnou voluntariamente no nosso mundo Terra, minúsculo planeta que é um dos Mundos Escola do Universo Infinito, para tentar reduzir o nível de brutalidade dos seres humanos da sua época, porém além de não ter sido compreendido, a Igreja mais tarde o divinizou e ainda resolveu lhe transformar em um Deus milagreiro e cheio de poderes sobrenaturais.

Jesus durante a sua curta passagem terrena que é conhecida do público, e principalmente durante as suas pregações para o povo humilde que o assistia, jamais se fez passar ou intitulou-se um Deus. Este Jesus divinizado apresentado como fundador do cristianismo nunca existiu na face do planeta Terra. Também é falsa a atribuição que lhe dão de ter vindo como um “Redentor” da humanidade, no sentido de assumir os pecados ou faltas de todos os míseros pecadores humanos.

Logicamente, podemos admitir que ele viesse para dar exemplos de humildade e convívio fraterno para todos os seres humanos, mas não para assumir como um “para-raios ou costas-largas” as faltas de todos os homens ou parte deles formados pelos que se julgam eleitos das religiões. Jesus foi um homem normal, igual a todos que até hoje continuam reencarnando em um corpo do sexo masculino e nascido de uma mulher que lhe serviu de mãe e geradora. Biologicamente precisou de um pai e uma mãe para gerá-lo, como todos nós precisamos ainda hoje, sua filiação divina e outra das invenções da Igreja forjada em concílios, com a finalidade de melhor impressionar os seus seguidores.

Jesus teve um corpo físico ou carnal igual a todos demais seres humanos.  Apenas o seu nível de conhecimentos, o seu nível de evolução espiritual é que era maior do que o dos seus irmãos e demais parentes. As seitas religiosas que hoje usam o seu valoroso nome como capa para explorar os mais humildes exigindo pagamento por supostos serviços que prestam ou lhes impondo os seus dogmas através de ameaças com castigos eternos, com infernos, com diabos e outras invencionices absurdas ou ainda através de ameaçadoras destruições apocalípticas, estão a cavar o seu próprio abismo, onde cairão mais cedo ou mais tarde!

Jesus não foi um Deus, mas por possuir o dom da mediunidade altamente desenvolvida, conseguia através da irradiação magnética dos seus pensamentos positivos e direcionados para o bem, realizar determinadas curas, nem todas aquelas que os Evangelhos bíblicos lhe atribuem, que para a sua época foram considerados milagres ou prodígios extraordinários, mas que hoje sabemos que se enquadram dentro das leis naturais que regem a vida e tudo que existe no Universo.

O próprio vocábulo “Deus” se encontra totalmente desfigurado do seu verdadeiro sentido original, amesquinhado até, e com o seu sentido completamente adulterado pelos diferentes significados que as religiões lhe atribuem de sentido materialista e mitológico de acordo com os sentimentos ainda imperfeitos de cada povo, servindo para criar um grande número de “deuses” diferentes, que cada religião adota de acordo com seus dogmas e interesses. Assim sendo, podemos afirmar que um único Deus Universal existe, mas não este “deus bíblico” exclusivo desta ou daquela religião, desta ou daquela raça ou classe social.

Este Deus Universal como uma Fonte de Luz e de Sabedoria Suprema, rege com suas sabia-se eternas leis naturais (Leis Espirituais) toda a humanidade e não apenas parte dela, como querem algumas seitas acreditar quando se julgam escolhidos ou selecionados de um “Deus Pai Todo Poderoso”. Podemos denominá-lo ainda, como uma “Inteligência Universal Suprema”, como uma “Força Impulsionadora”, ou ainda como “Uma Grande Luz”, que ilumina o Universo Infinito, desde o micro até o macrocosmo, desde o nosso humilde planeta terráqueo até a mais longínqua estrela ou o mais complexo conjunto de galáxias. Enfim, tudo que possamos imaginar que se encontra ao nosso redor, está sujeito ou regido pelas eternas e sábias leis provenientes desta “Grande Luz Universal”.

2.3 - JESUS E AS RELIGIÕES CRISTÃS

Quando Jesus esteve aqui no planeta Terra durante a sua última trajetória terrena em vida física, jamais deve ter imaginado que em seu nome iriam ser fundadas tantas seitas religiosas, chegando nestes primeiros vinte e um séculos, amais de uma dezena de milhares de diferentes seitas. Cada uma delas se dizendo mais cristã e divulgando ao seu modo, ensinamentos que julgam ser do Mestre Nazareno.

Jesus quando aqui esteve já possuía um alto grau de conhecimento sobre a vida e as Leis Espirituais, mas apesar disso não era e nem se considerava um Deus e hoje o seu Espírito continua no Plano Espiritual Superior com maiores conhecimentos ainda, mas não se imiscui (interfere) no uso do livre arbítrio daqueles seres humanos que usam indevidamente o seu nome. Quando ele decidiu vir aqui reencarnar em um lar bem humilde e simples foi por sua livre e espontânea vontade e nunca para atender a vontade de um suposto “Deus Pai Todo Poderoso”, parcial e vingativo como o que é apresentado no “Antigo Testamento” da história bíblica, que teria escolhido o povo de Israel para livrá-lo de todos os perigos e deixado os demais entregues à perdição eterna.

Assim agiram todos os Espíritos que vieram conscientes de Planos Superiores em missão especial ao nosso Mundo-Escola, para tentar reerguer espiritualmente a humanidade, mostrando-lhe o caminho que deveria ser seguido. Um dos exemplos mais claros, além de Jesus, foi a heroína Joana D’Arc que a própria Igreja a condenou à fogueira como herege e feiticeira e mais tarde teve a audácia de transformá-la em uma “santa”.

Infelizmente esses Espíritos de Luz que se preocuparam com o atraso geral da humanidade, além de não terem sido compreendidos, acabaram sendo martirizados e depois divinizados por seus seguidores, reforçadas e induzidos pelos dirigentes ou inteligentes mentores década nova seita que se formou.

Jamais veio Jesus ao nosso mundo Terra para fundar uma religião e muito menos como esta que se instalou em Roma, que em seu nome criou e colocou em prática os “Tribunais da Santa Inquisição”, e ainda aprovou e instituiu as conhecidas “Cruzadas” e as “Guerras Santas”.

Estes tribunais religiosos em nome de Jesus e do "deus bíblico" condenaram à fogueira e a outros martírios e extermínios indiscriminados alguns milhões de seres humanos pelo mundo afora e destacadamente aqui no mundo ocidental, no continente americano. Os crimes de heresia levavam o "ser humano herético" para a fogueira e muitas pessoas das classes mais humildes nem sabiam a verdadeira causa da sua condenação. Nas terras “descobertas” e conquistadas a fogo e fio de espada, povos inteiros foram dizimados após o saque de suas riquezas materiais e para colocar em prática todas estas ações os conquistadores, que passaram para história como heróis, usaram indevidamente o nome de Jesus quando representavam na verdade um “pseudocristianismo paulinizado” dirigido pelo poder central da Igreja de Roma.

As criaturas humanas caiam na situação de “heréticas” simplesmente por não aceitarem ou seguirem os dogmas impostos pela Igreja nas suas     cartilhas evangélicas. Para isso e muito mais é que serviu e tem servido os tais: “Evangelhos do Nosso Senhor Jesus Cristo”.

De acordo com as sábias Leis Espirituais ninguém sofre por ninguém, cada pessoa como ser humano na condição de Espírito encarnado e já conhecedor do certo e do errado, conhecedor do livre arbítrio para uso nas suas próprias ações, é a única responsável pela sua evolução e assim também da sua “redenção” ou ajuste de débitos de vidas anteriores. Deste modo, nem Jesus ou qualquer outro Espírito de Luz de maior evolução, veio aqui no plano terreno tomar posse de um corpo humano e derramar o seu sangue para redenção da humanidade ou parte dela, ou ainda para assumir as faltas de quem quer que seja. Esta lenda de que Jesus foi crucificado e derramou o seu sangue para redenção da humanidade é invenção da Igreja Romana e mais tarde foi incorporada nas religiões “cristãs” e principalmente daquelas que ainda comercializam com o nome deste valoroso Espírito de Luz.

Pesados débitos espirituais estão a contrair as criaturas que continuam a usar de forma mercantilizadora o nome de Jesus!  Quem erra paga o seu próprio débito, e ninguém assume a dívida espiritual ou os débitos de vidas anteriores de outras pessoas, a não ser a própria pessoa que criou o seu débito espiritual. Esta é a maior justiça que existe no plano espiritual, e que embora não compreendida por muitos Espíritos encarnados, também se faz sentir aqui no nosso plano terreno ainda tão cheio de incompreensões e desencontros.

Os inteligentes mentores religiosos é que se aproveitando da ignorância e credulidade do povo incauto e humilde, inventaram lendas e mais lendas, associando a mitos do passado, alguns absurdos até, sobre avida destes Espíritos mais evoluídos, atribuindo-lhes divindades e poderes sobrenaturais e extraterrenos, formando em seguida através do nome de cada um deles a sua respectiva religião, com os seus respectivos rebanhos de seguidores, na sua grande maioria com uma fé cega que não lhes permite discernir o certo do errado e muito menos fazer o uso correto do seu livre arbítrio individual.

O início desta “Torre de Babel” na era cristã começou em Roma, com a oficialização pela igreja do cristianismo romano. Diversas fontes das consideradas “Apócrifas” pela Igreja nos informam que durante os primeiros três séculos da era cristã, existiam diversas células do cristianismo primitivo muito mais próximo dos ensinamentos originais do seu Mestre do que a que se pretendia implantar em Roma, mas foram consideradas todas heréticas e guerreadas a ferro e fogo para deixar prosseguir somente aquelas que lhes convinham.

Assim em Roma se mantiveram os dogmas devidamente adaptados pela Igreja de acordo com o texto dos “Evangelhos bíblicos”, originando mais tarde todos estes desencontros de credos e procedimentos em matéria de religiões e religiosidades que se conhece hoje no mundo ocidental rotulado ou conhecido indevidamente por cristão. Muitos haverão de perguntarem; mas indevidamente por quê?

– Responde-se em seguida: Por que todos os conceitos e crenças religiosas existentes no mundo ocidental atribuídos a Jesus muito pouco representa dos ensinamentos originais do Mestre Nazareno, mas o que são na realidade é apenas o reflexo, e ainda bastante alterado ou distorcido dos pensamentos e sentimentos de seus apóstolos, especialmente do apóstolo Paulo, Saulo de Tarso, que se utilizou apenas da morte de Jesus e sua suposta “ressurreição” para implantar e impor um pseudocristianismo ao seu modo, mais tarde em Roma.

Sabe-se que os próprios apóstolos nunca chegaram a compreender o verdadeiro sentido de muitas passagens das intrigantes parábolas do seu Mestre. Como que mais tarde estes apóstolos iriam ter condições de transmitir estes ensinamentos sem lhes impor sérias deformações?

O próprio apóstolo Paulo, que perseguia os primeiros cristãos com implacável ferocidade e discordava completamente dos seus princípios, como mais tarde ele se converteria bruscamente e se tornaria um dos maiores “cristãos”, considerado até, por alguns teólogos e historiadores religiosos como o fundador do cristianismo romano. Ao se analisar sobre o ponto de vista espiritual não existem grandes diferenças entre os seguidores ou adoradores que hoje se voltam para Jesus e os outros que se voltam para Maomé, Buda, Confúcio ou qualquer outro Espírito de Luz, na verdade o que a grande maioria busca é o perdão para suas faltas ou até crimes praticados, uma suposta salvação eterna em um local maravilhoso de descanso e bem-aventurança.

Para eles seus Mestres, Santos ou Semideuses, com seus poderes sobrenaturais, tudo podem lhes resolver milagrosamente, sem nenhum trabalho ou esforço, bastando para tanto, que mantenham afiadas a crença e a fé, e acreditem ou simplesmente digam da boca para fora que se arrependeram das suas faltas ou pecados, cometidos muitas vezes até conscientemente.

E agora se pergunta novamente neste momento: Será que Jesus e os demais Espíritos de Luz, já livres dos sofrimentos terrenos e até o próprio “Deus Pai Todo Poderoso” que eles admitem existir, são verdadeiros “Costas Largas” para assumir as suas faltas ou conceder o “perdão” passando a mão por cima de alguns milhares de milhões de bandidos e patifes de toda espécie, que usaram o seu livre arbítrio somente para o mal prejudicando os seus semelhantes aqui no plano terreno, ou alguns que até cometeram faltas gravíssimas como crimes hediondos contra seus semelhantes!

Muitos religiosos haverão de dizer logo, mas está escrito na Bíblia, que Jesus veio para assumir as faltas de todos aqueles que crerem nele e assim perdoar todos os pecadores!  No entanto, lembra-se a todos os defensores do texto bíblico que todas as informações que partem da Igreja são altamente suspeitas, estejam elas escritas na Bíblia ou qualquer outra obra, considerada sagrada ou de procedência divina, pelas muitas interpolações e adulterações que foram introduzidas em tais obras por determinação das autoridades da Igreja com a finalidade de favorecer a imposição dos seus dogmas.

Pois na decorrência dos primeiros dois ou três séculos após o desaparecimento físico de Jesus, foram nomeados inteligentes teólogos da Igreja, amando da autoridade eclesiástica máxima que já se sediava em Roma, os quais realizaram diversas alterações com interpolações e remendos nos textos considerados originais que já possuíam as suas controvérsias. Essas alterações foram realizadas especialmente nos já comentados “Evangelhos do Nosso Senhor Jesus Cristo” adaptando-os de acordo com seus interesses de tal forma que lhes proporcionasse condições de manter o rebanho de seguidores e pudessem assegurar durante o tempo de existência todo o sistema que hoje se conhece como “Igreja Católica Apostólica Romana”, sediada no Vaticano, na cidade de Roma. De um modo geral todas as religiões do ocidente que se dizem cristãs, com apenas algumas modificações em cada uma delas, todas sem exceção surgiram a partir da Igreja mãe de Roma, continuam a cobrar valores pelos seus serviços através de ajudas, dízimos, mensalidades ou outras práticas artificiosas que empregam para ludibriar a boa fé dos seus ingênuos seguidores, com a finalidade de manterem tranquilamente os seus chefes, dirigentes ou pregadores.

Desta maneira, todas estas seitas ou religiões que se apresentam como cristãs, são filhas da mesma mãe romana. Não se duvida que entre todas estas seitas possam existir muitas pessoas até bem intencionadas, no entanto os princípios que seguem é que precisam passar por uma rigorosa revisão, abolindo tudo que seja contrário à lógica e a razão e que esteja em desacordo com as sábias Leis Espirituais.   Apresenta-se aqui a opinião íntima de Santo Agostinho, um dos maiores doutores da igreja católica apostólica, que com as suas concludentes palavras, nos afirma com suas próprias palavras:

“... eu na verdade não acreditaria no Evangelho, se para tanto não me forçasse à autoridade da igreja católica (SANTO AGOSTINHO)”.

Como ainda querem as autoridades da igreja nos dias de hoje, nos fazer acreditar que as palavras do texto bíblico são divinas e diretamente provenientes da consciência de um “Deus”?

Sobre a efígie supostamente de Jesus, que as religiões apresentam para os seus fiéis nos dias de festas e cerimônias especiais, um documento histórico do “Senado Romano”, nos traz a verdade clara e límpida, pois o que as religiões dizem a apregoam de Jesus é tão falso como falso é a efígie com que o apresentam para o publico, visto que ele não deixou efígie sua e nem escritos, o que tem se divulgado até aqui, é o resultado de pesquisas realizadas através da história em obras raras. Que não existe nenhuma efígie autêntica de Jesus, nos prova a carta de Publius Lentulus, pro cônsul da Galileia e amigo íntimo de Poncio Pilatos, dirigida ao imperador romano Tibério César, em virtude de este ter interpelado o Senado Romano a cerca de Jesus, de quem tanto lhe falavam, e que consta no Livro de Atas deste mesmo Senado, pois o imperador ordenou que se mandasse fazer uma efígie baseada nos caracteres da mesma, para ser utilizada na criação da “Religião de Estado”. Eis a seguir o texto da carta:

“... Eis aqui, enfim, a resposta que com tanta ansiedade esperáveis.
Ultimamente, apareceu na Judeia um homem de estranho poder, cujo verdadeiro nome é Jesus, mas a quem o povo chama de Grande Profeta e seus discípulos, o Filho de Deus. Diariamente conta-se dele grandes prodígios: dá saúde aos quase mortos, cura enfermidades, e traz assombrada toda Jerusalém com a sua extraordinária doutrina. É um homem alto e de majestosa aparência; sua face, ao mesmo tempo severa e doce, inspira respeito e amor a quem a vê. Seu cabelo é da cor do vinho, e desce ondulado até os ombros, dividido ao meio, ao estilo nazareno. Sua fronte é pura e altiva; tem a cútis rosada e límpida; a boca e o nariz são perfeitos; a barba é abundante, e da mesma cor do cabelo; os olhos azuis, plácidos e brilhantes; as mãos finas e compridas; os braços, de uma graça encantadora. É grave, comedido e sóbrio em seus discursos.

Repreendendo e condenando, é terrível; instruindo e exortando a sua palavra é doce e acariciadora. Ninguém o viu rir, mas muitos o têm visto chorar. Caminha com os pés descalços e a cabeça descoberta. Vendo-o a distância, há quem o deprecie, mas, estando em sua presença, não há quem não estremeça com profundo respeito. Quantos se acercam dele, dizem haver recebido enormes benefícios, mas há quem o acuse de ser um perigo para Vossa Majestade, porque afirma publicamente que os reis e os escravos são todos iguais perante as leis que regem o Universo."

As religiões na época atual ainda são um mal necessário", porém quando todos os seres humanos se conhecerem como força espiritual que são e tiverem plena consciência que todas as pessoas, sem exceção, estão sujeitas às mesmas Leis Espirituais e que não existem pessoas favorecidas em relação às demais, por nenhuma entidade superior ou divina, seja esta entidade Santo, Deus ou Protetor, e assim, com o conhecimento destas verdades a compreensão sobre o sentido da vida terrena será bem diferente do atual.


Quando despertar para realidade espiritual, certamente cada pessoa se preocupará com a sua própria evolução e do seu semelhante, antes de se preocupar apenas com a pompa e sua riqueza material que em nada lhe adiantará na hora de deixar este plano terreno e partir para o seu mundo espiritual fora do planeta Terra.

Quando a humanidade se convencer da existência das Leis Espirituais, da nulidade dos perdões instituídos pelas religiões convencionais, da falsa e enganosa salvação eterna, todos os templos religiosos se esvaziarão e seus mentores, catequizadores, missionários ou salvadores de almas, obrigatoriamente terão que procurar outra profissão para conseguirem o seu pão de cada dia.

Se fosse possível anular as Leis Espirituais, aceitar os favores divinos e admitir como correto Jesus ter vindo ao nosso Mundo-Escola por vontade de um suposto “Deus Pai Todo Poderoso” para redenção da humanidade ou parte dela, porque esta redenção seria somente de uma parte dela? Na situação em estudo, apenas os seguidores da religião católica ou suas ramificações intituladas cristãs, do ocidente apenas? E o restante da humanidade, a maioria das pessoas que vivem nos países orientais que nem sequer aceitam o cristianismo romano, seriam por acaso filhos de outro Deus pagão, sem direito a redenção ou a salvação das suas almas? Mas, será que não existe um único Deus no Universo?  Mas sendo assim não é de se perguntar:

Que bom Pai tinha Jesus nas alturas do “paraíso” e da bem-aventurança?
Que bom Pai esse, que preferiu ver o filho pregado em uma cruz de madeira para o escárnio de bestiais seres humanos animalizados de baixos sentimentos e espiritualidade ainda insipiente?
Por que não veio ele mesmo se fazer homem e humano, se realmente amava tanto a humanidade?

Somente este deus bíblico, ainda parcial, materializado e vingativo, que poderia ter determinado que seu próprio filho viesse encarnar em um corpo humano para sofrer injustamente aqui na Terra e assumir as faltas e os crimes dos outros.

De outro modo, um Deus Universal, verdadeiro e imparcial, agindo com justiça e sensatez, será que não determinaria para cada Espírito faltoso, ainda carregado de débitos espirituais, viesse ajustar as suas próprias dívidas, e resgatar por sua conta exclusiva tudo o que fez de errado em encarnações ou vidas anteriores, através de ações dignas e elevadas, embora para cumprir integralmente este processo precisasse aqui reencarnar centenas ou milhares de vezes sucessivamente? Porque as religiões cristãs teimam em continuar não aceitando publicamente e muitas até condenam a reencarnação dos Espíritos aqui no nosso Mundo-Escola?


A resposta é óbvia e clara; o reconhecimento da veracidade desta Lei Espiritual, “A Reencarnação dos Espíritos” põe por terra definitivamente o seu infalível dogma da salvação eterna e coletiva com a qual ainda conseguem iludir os seus bilhões de fiéis seguidores que não gostam de raciocinar e parece que ainda preferem viver de ilusões e das promessas tradicionais. E é por isso que lhes incutem no mental desde a mais tenra idade a ideia de céus, infernos e outros lugares imaginários de sofrimento e eterno castigo! Céus e infernos, também são invenções da Igreja para mais facilmente dominar e controlar o livre arbítrio dos seus seguidores que ainda dependem de “Deus” até para darem um passo à frente! 


O seu eu espiritual, a forçado pensamento são ainda nulos, acham que o Deus bíblico controla até cada passo e suspiro da sua vida íntima! Porém uma coisa é certa, nem tudo está perdido ou condenado para sempre, neste caso é preciso dar tempo ao tempo, e assim o tempo é o único remédio que poderá curar o mal da ignorância sobre a existência e consequência das Leis Espirituais para a vida terrena e a evolução de cada Espírito encarnado que possuí um corpo físico sob seu comando!


O tempo é o único remédio que os seres humanos podem contar com ele até a eternidade!     O despertar para as Leis Espirituais se faz para cada ser humano quando é chegado o seu tempo, através de lutas constantes, de trabalho árduo que cada um enfrentará individualmente sem milagres ou proteções divinas, pois todos os Espíritos sem exceção enfrentam as mesmas etapas e as mesmas dificuldades sucessivas vezes até que possam vencê-las e conquistar à sua custa exclusiva, maior grau de evolução e conhecimentos.


Não existem Espíritos privilegiados como seriam os supostos Filhos de Deus que as religiões apresentam para seus seguidores como seres especiais ou divinos! A seguir apresenta-se um Quadro Demonstrativo das principais Religiões, destacando-se em primeiro lugar o “Cristianismo” que engloba todas as seitas e religiões ocidentais. Através deste quadro o leitor poderá perceber e comparar as divisões que existem dentro da antiga árvore do Cristianismo Romano.


4 - JESUS E OS EVANGELHOS BÍBLICOS
(Considerações sobre o Novo Testamento)

O Novo Testamento é a segunda parte da história bíblica, constituído de 27 livros, engloba um período de tempo que vai do nascimento de Jesus até a destruição de Jerusalém pelo aguerrido exército romano no ano 70 d.C. Entre os 27 livros estão os quatro Evangelhos escolhidos, que serão objeto de estudo detalhado neste capítulo. Estes Evangelhos pretendem contar a vida de Jesus de acordo com os interesses da Igreja romana e assim de todas as seitas ou correntes religiosas que hoje se dizem seguidoras do cristianismo.

No Novo Testamento, a ideia central contida nos quatro Evangelhos, considerados oficiais pela Igreja, é ter a pretensão de apresentar um Jesus-Deus, pronto e perfeito, que veio ao mundo Terra para através da sua morte na cruz realizar a redenção ou salvação daqueles seres humanos que apenas passassem a acreditar na sua divindade e tivessem uma fé cega apenas. Enquanto os verdadeiros ensinamentos espiritualistas originais, um espiritualismo autêntico que Jesus pretendia ensinar para todos, se perdeu completamente nas entrelinhas da dúvida e das controvérsias entre os quatro desencontrados Evangelhos bíblicos!

O cristianismo simples e autêntico do Mestre Nazareno se transformou na maior religião de Estado do mundo ocidental, com amplos poderes políticos-eclesiásticos, para derrubar ou amparar reis e governos arbitrários, voltada unicamente para a exploração da fé cega através de doações milionárias dos ricos até os minguados centavos dos mais humildes, impondo a todos o seu “pseudocristianismo” romano e paulinizado, empregando a força de ferro e fogo, especialmente na época da “Santa Inquisição”.

Mais tarde coma oficialização da descoberta de novas terras e continentes como o americano, também impuseram a sua fé religiosa nestes territórios que antes habitavam apenas povos silvícolas. A palavra evangelho significa “boa nova” e a principal intenção destes textos é divulgar de acordo com o entendimento da Igreja os princípios doutrinários atribuídos a Jesus e seus primeiros apóstolos. Três destes Evangelhos são chamados de sinóticos, o que pode ser traduzido: como com o mesmo ponto de vista, embora no interior de seus textos possam existir as maiores discordâncias, como se poderá constatar após uma análise imparcial e desapaixonada.

Eles pretendem contar a mesma história sobre a vida de Jesus, o que seria, segundo os seus pseudo-autores uma prova de que, o que ali se encontra são os fatos que realmente aconteceram. Não é tão simples como parece à primeira vista. O problema crucial do texto bíblico que compõe o chamado Novo Testamento, é que eles não foram escritos diretamente pelos evangelistas em pessoa como muita gente pensa, mas por seus seguidores após muitos anos do desaparecimento físico de Jesus, ou do seu desaparecimento do cenário público, quando as versões existentes já se encontravam completamente contaminadas pelo excesso de fé cega e pelas primeiras disputas religiosas entre cada uma das seitas em formação que adotava o seu próprio cristianismo diferenciado do original.

A partir de agora será realizada uma análise comparativa entre os quatro Evangelhos bíblicos denominados canônicos ou sinóticos, também muito conhecido pelos religiosos como: “Os Evangelhos do Nosso Senhor Jesus Cristo”. Nome bonito e pomposo para este conjunto de escritos que sofreu incontáveis remendos e interpolações propositais determinadas pelos maiores doutores da igreja, e se encarregam de divulgar os ensinamentos e procedimentos de um Jesus milagreiro, um curandeiro de praça ou esquina, um “Salvador” apenas dos escolhidos pelas autoridades religiosas, um enviado de Deus que morreu pregado em uma cruz para assumir indevidamente as faltas ou débitos espirituais dos outros e nada mais.

Enquanto os verdadeiros ensinamentos, os maiores exemplos de Jesus, daquele cristianismo puro, original e espiritual se perderam completamente ou então foram abolidos através de “Concílios da Igreja de Roma”, que cada vez mais foram afastando e até neutralizando o autêntico espiritualismo original do Nazareno, pela sua religiosidade imposta à força de ameaças de infernos e castigos eternos. Assim todos os ideais de que o Nazareno pretendia implantar na Terra, infelizmente não foram compreendidos, nem pelos seus apóstolos da época, pelo povo comum ou os seus primeiros seguidores, e muito menos ainda pelos muitos que hoje se julgam seu representante aqui no plano terreno!

São considerados canônicos os quatro evangelhos atribuídos à Mateus, Marcos, Lucas e João, e receberam esta denominação porque foram, no ano de 325 da era cristã, de acordo com o Concílio de Niceia, considerados como tais, isto é, como a base e pedra angular de toda a exegese religiosa do pseudocristianismo como religião de Estado em Roma e em todo o mundo ocidental da época. Esta classificação somente se consolidou por volta do ano de 350 da nossa era, portanto muito depois do Concílio que a determinara. Abrange não só os quatro evangelhos citados, mas ainda os Atos dos Apóstolos e o Apocalipse. Sendo que este último se supõe que o seu autor tenha sido São João e mais as 21 Epístolas ou cartas dos Apóstolos.

São conhecidos como sinóticos apenas os evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, levando-se em consideração que os mesmos, são sob o seu ponto de vista quanto à confecção, uma espécie de sinopse de fatos, autênticos ou não, embora sem manterem a preocupação com a sua ordem cronológica, com a sua própria concordância e até mesmo sem base ou outro fundamento histórico. E é em torno destes Evangelhos que no transcorrer dos últimos tempos se tem formado milhares de seitas religiosas, que se guerreiam ainda hoje, com um sentimento nenhum pouco cristão; é se baseando nestes textos tidos por sagrados, que as religiões têm escravizado as consciências, tirando-lhes a liberdade de raciocinar livremente, forçando ao seu modo a interpretação de textos de acordo com interesses subalternos, e supondo ou fazendo supor que tenham sido ditas por Jesus coisas que na maioria dos casos, nem sequer passaram pela sua mente.

Por causa dos tais Evangelhos e da sua interpretação, têm corrido rios de sangue e inflamado camadas espessas de rancor e ódio, por causa destes Evangelhos e da sua interpretação tem-se escrito bibliotecas inteiras, ao sabor de várias correntes ideológico-teológicas carregadas de religiosidades que se combatem reciprocamente, ou apenas obedecendo o intuito de tirar vantagens monetárias para uma das partes interessadas sem nenhuma preocupação com a verdade sobre os autênticos ensinamentos que o valoroso Mestre Nazareno pretendia transmitir para todos e não somente para os crentes seguidores de uma determinada religião.

Ainda por causa destes Evangelhos e da sua interpretação temos assistido ao aparecimento dos mais diversos tipos de credos religiosos, que por sua vez se subdividem e fragmentam-se, arrogando-se cada uma das partes o direito exclusivo de estar com a “Verdade” e a razão. Se o conteúdo do texto destes Evangelhos fosse mesmo tão perfeito, original e procedente da consciência de um Deus como afirmam a maioria dos “crentes”, porque teriam eles gerado tanta discórdia, tantos desentendimentos com guerras cruéis e separações prematuras entre os seres humanos?

Mas então, qual é a origem destes Evangelhos, que através desta era chamada cristã tem dado margem para tanta discórdia, para tantas lutas inglórias entre povos irmãos, muitas das quais continuam até os nossos dias, que muito mais desmerecem do que elevam a memória do seu Mestre? É o que vamos tentar descobrir, voltando tanto quanto possível, as nossas atenções para um passado longínquo!

4.1 - Tradição oral

Não se tem, com certeza absoluta, como saber a origem dos primeiros escritos evangélicos, que no princípio eram simples folhetos para uso interno das igrejas que iam se formando sob a influência ainda dos apóstolos, após a morte ou o desaparecimento físico de Jesus; assim apenas se pode fazer um cálculo aproximado ou simplesmente ter uma ideia de como os fatos aconteceram no início da era cristã.

Antes de se penetrar na sombra do passado, para ver o que lá existe a respeito, veja-se o que diz o padre Loisy no seu trabalho intitulado “Algumas Reflexões”, quando assim se refere a esse assunto: “Falsifica-se inteiramente o caráter dos mais antigos testemunhos em relação à origem dos Evangelhos, quando se pretende apresentá-los como certos, precisos, tradicionais e históricos; eles são pelo contrário, vagos, hipotéticos, lendários e tendenciosos; nota-se que na ocasião em que se procurou opô-los ao surto das heresias gnósticas não havia sobas suas origens nada mais do que informações vagas”.

Também se pode ir buscar a opinião insuspeita de um dos maiores doutores da igreja, Santo Agostinho, cujas palavras são ainda mais concludentes: “... eu na verdade não acreditaria no evangelho se a tanto não me forçasse à autoridade da igreja católica”.

Como expressão de sinceridade por parte de um dos doutores da Igreja, não se poderia desejar e esperar melhor. É sabido que Jesus nada deixou escrito, e, portanto erram clamorosamente aqueles que ainda hoje, possuídos de um fanatismo exagerado e inconsciente, bem como de um misticismo retrógrado, ou ainda de uma imensa ignorância espiritual, dizem e clamam beatificamente de olhos fechados em atitudes de êxtase, perante multidões expressivas;

Os Evangelhos do Nosso Senhor Jesus Cristo” e outros absurdos idênticos que infelizmente já estão generalizados especialmente entre os crentes religiosos. E pobre daqueles que divergirem do seu modo de pensar, é inexoravelmente tido como ateu, como um herege, um louco ou um obsedado. Coitado daquele que se apresentar com a coragem de lancetar este tumor de fanatismo intolerante, porque aqueles mesmos que levam dia e noite mastigando apalavra “caridade” serão os primeiros a tentar apedrejá-lo e reduzi-lo às cinzas ou ao pó da terra se possível for.

Uma das consequências dos ensinos atribuídos a Jesus, e que os Evangelhos sinóticos frisam bastante, foi à convicção arraigada que ficou nos apóstolos e primeiros discípulos de que ele voltaria mais tarde, cheio de glória e poder, como que para tomar uma desforra de tudo que o fizeram sofrer, bem como a seus discípulos também perseguidos. Esta crença generalizou-se de tal forma que ainda hoje na teologia de Phartênio Mingues, se lê o seguinte:

“... com todo este seu absoluto poder real um dia presidirá o juízo final”. No próprio “Credo”, lá encontramos também: “... de lá há de vir um dia julgar os vivos e os mortos”. Pobres dos mortos, que já foram julgados há muito tempo pelas suas próprias consciências ao despertar no plano astral ou no “além” como dizem os religiosos.  E quanto aos vivos parece que muitos deles já se esqueceram desta lenda, ou ainda alguns deles têm a melhor das esperanças de conseguir corromper os juízes na ocasião do juízo final no histórico “Vale de Josafath”.

Ora, se no nosso século, ainda há quem acredite em tais coisas, e quem as divulgue com a maior desfaçatez ao público, impondo-a como coisa séria e artigo de fé, se pode bem avaliar o que seria naqueles tempos apostólicos, por parte de pessoas simples, com pouca cultura e de uma fé exaltada e exagerada ao extremo!

Dentro dessa convicção, que ficou logo após a morte ou o desaparecimento físico de Jesus, quando se aceitava como certo o seu regresso próximo – “Parusia”, ninguém se preocupou em escrever nada sobre o Mestre Nazareno, e para quê, se predominava a certeza de que tudo acabaria em breve com o regresso do Mestre?

Os apóstolos foram difundindo a doutrina de Jesus, ou que a ele foi atribuída, servindo-se para isso da tradição oral; seus adeptos seguintes foram procedendo da mesma maneira por toda a parte, e chegou-se rapidamente a criar uma lenda tão complexa, adulterada e afastada dos fatos originais, que não era mais possível restaurar a verdade histórica dos fatos que tinham realmente acontecido!

A vida do “Mestre Nazareno” havia se tornado somente um mito! Era apenas a imaginação exagerada que trabalhava e forjava as narrativas de acordo com a conveniência do momento, e disso resultava que cada dia surgia novos suplementos biográficos com novas hipóteses ou lendas!

Bastava que surgisse uma ideia nova, uma tendência ou ponto doutrinário, para ter-se certo que fosse Jesus que a tivesse dito e isso servia para aumentar ainda mais a lenda e a tradição oral que levou o crítico alemão “Schwegler” a dizer e declarar com muito acerto: “... retocam-se as lendas biográficas, extraindo-lhe o que já parecia velho, para substituir por coisas mais de acordo com a época e o lugar”. E era nesse ambiente que iam se divulgando os ensinamentos de Jesus, na expectativa e na espera da tal “Parusia”, este breve regresso, cheio de fé, esplendor e glória.

Ninguém se preocupava em escrever para deixar alguma coisa para a posteridade, por que ninguém acreditava que o mundo continuasse a existir depois do regresso do Mestre, assim se esperava o fim de tudo em uma época próxima, como se pode concluir do que consta, por exemplo: Em Mateus capítulo 16 e versículo 28, onde não se hesita em atribuir a Jesus essa afirmativa da sua próxima vinda.

Basta ler-se a primeira epístola (carta) de Paulo aos Tessalonicenses, no seu capítulo 5, e versículos 1 ao 11, para se verificar como essas ideias exaltadas sobre uma próxima vinda de Jesus estava generalizada, leitura esta que se aconselha que seja feita a título de curiosidade ou para aqueles que tiverem interesse em se inteirar do seu conteúdo. E agora, o que nos dizem os crentes e religiosos? A tão anunciada segunda vinda não se deu até hoje, e na realidade já estão desmentidas às promessas de Jesus que constam nos textos bíblicos dos tais Evangelhos.


Também, estão desmentidas as afirmativas do apóstolo Paulo e de outros missionários que anunciaram novas Parusias acompanhadas de apocalipses. No entanto os adeptos e os defensores dos tais Evangelhos será que ainda não se aperceberam que até Jesus já passou por mentiroso, pois segundo os tais Evangelhos Jesus teria dito em voz e linguagem muito clara que alguns dos que então viviam não veriam a morte sem que a sua volta se desse. A geração que era então contemporânea, e muitas outras que lhe sucederam, desapareceram da face da terra e ele não veio, conforme houvera prometido.


4.2 - Surgem os primeiros escritos


Assim aos poucos foram todos mergulhando no vale da morte aqueles que tinham sido testemunhas oculares da vida de Jesus, desfazendo-se por completo desta forma, a esperança do seu regresso. Então tomou corpo à ideia de escrever-se alguma coisa sobre ele, tendo por base, como consta anteriormente, apenas aquilo que circulava de boca em boca, simplesmente com aparências de possível verdade.

Onde quer que existisse um núcleo ou grupo de convertidos a nova crença escreveu-se muito, porém sempre ao sabor das correntes teológicas que então já se formavam e se combatiam ferozmente, cada uma pretendendo estar com a verdade absoluta e infalível! E disso resultou, que dentro de pouco tempo, se podia contar as centenas, segundo o depoimento de São Jerônimo, os evangelhos que se encontravam em circulação, cada um mais disparatado do que o outro, onde a confusão e as contradições se multiplicavam livremente.

Um dia veio em que se constatou não ser mais possível levantar uma biografia fidedigna de Jesus, tomando-se por base a quantidade de escritos que já existiam, todos cheios de remendos, interpolações e até afirmativas graciosas, eram mais apologias do que narrativas dos fatos, defeitos estes que mais tarde vieram também a ressentir-se os “evangelhos canônicos”, principalmente após a interferência da Igreja, como já comentado em capítulos anteriores.

Entre os muitos evangelhos existentes eram mais conceituados um atribuído a autor anônimo, denominado Evangelho dos “Hebreus”, outro conhecido como Evangelho da “Infância”, além de muitos outros. Porém os que eram mais acatados, apesar de tudo, eram os de Mateus, Marcos, Lucas e João, cujas origens prováveis se vai estudar separadamente, voltando tanto quanto for possível neste passado confuso e cheio de incertezas, para maior clareza e compreensão dos nossos leitores interessados.

4.3 - Evangelho de Mateus

Segundo a tradição, Mateus ou Levi era um publicano, coletor de impostos, quando se reuniu ao grupo dos primeiros apóstolos que seguiram Jesus. É por essa crença geral que na ordem dos sinóticos se coloca o evangelho a ele atribuído em primeiro lugar, e por causa de uns apontamentos conhecidos como “Logia” cuja autoria também lhe é atribuída, nos quais teria ele se baseado ao escrever mais tarde o seu trabalho evangélico.

Se pudesse ser fundamentada essa hipótese, seria incontestável que o evangelho de Mateus teria um valor extraordinário, pois se trataria de uma testemunha ocular dos fatos narrados.  Isso, porém não passa de uma hipótese graciosa e sem nenhum fundamento histórico que possa ser comprovado, pois se o evangelista Mateus tivesse sido o mesmo que fora o discípulo de Jesus, portanto o autor dos tais Logias ou Apontamentos, isso seria um caso universalmente sabido e confirmado, o que na verdade não acontece.

Papias chega a se referir aos tais “Logias”, mas sem dizer ou esclarecer quem os fizera, e nem onde foram feitos. Porém, o indício mais seguro, de que Mateus que fora o discípulo de Jesus não é o mesmo que escreveu, ou se supõe que tenha escrito este Evangelho, está no capítulo 9 e versículo 9, onde se lê o seguinte no evangelho a ele atribuído: “E passando Jesus ali, viu um homem que estava sentado no telônio (posto de cobrança de impostos) chamado Mateus; e lhe disse: Segue-me, e levantando-se ele, o seguiu.

Ora, isso além de ser infantil, é também uma prova de que o autor do evangelho está falando ou se referindo a outra pessoa, porque ninguém largaria assuas ocupações para seguir dessa forma, e por tal imposição, qualquer desconhecido. Pois se falasse de si mesmo empregaria os verbos de outra forma, dizendo, por exemplo: “disse-me”, “levantando-me” e “segui-o”.

Isto seria compreensível, como está colocado, é uma tremenda embaralhada que prova e evidência que se trata de outra pessoa e não se si mesmo. São Justino fala das memórias dos apóstolos, mas as citações que faz discordam profundamente dos Evangelhos hoje conhecidos e dos próprios “Logia” o que concorre extraordinariamente para jogar por terra a hipótese de que tenham sido a mesma pessoa o autor dos “Logia” e do Evangelho atribuído a Mateus.

Ficamos, portanto, no domínio das conjecturas apenas hipotéticas sobre a identidade do autor destes dois escritos, o mesmo acontecendo com relação à data que os mesmos tenham sido feitos, pois se depara uma dúvida que enfraquece a pretensa primazia deste evangelho sobre os demais. Vejamos o que consta em Mateus no seu capítulo 16 e no versículo 16, onde nos relata uma passagem digna de atenção, dizendo que quando Pedro confessara que Jesus era Cristo filho de “Deus Vivo”, este teria instituído sobre ele a Igreja nascente dizendo: “... tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja”.

Ora, tendo sido Marcos secretário de Pedro, seu discípulo e amigo particular, é de se estranhar que, se desse acontecimento tivesse conhecimento, em seu Evangelho não fizesse a menor referência a ele, por pequena que fosse, e dada à importância do assunto, visto que este fato se fosse verdadeiro muito concorreria para elevar o apóstolo Pedro entre os demais adeptos ou seguidores de Jesus. Mas bem longe de fazer referência a esta tal primazia mencionada por Mateus, ao contrário, Marcos diz que em tal ocasião, Jesus teria usado de expressões ásperas que logo se mencionará a seguir.

O que se pode concluir com este estudo aprofundado é que o evangelho de Marcos é anterior ao de Mateus, como também acreditam muitos estudiosos desse tema, ou então que no deste último se tenha feito mais tarde esta interpolação para justificar a instituição do papado e o seu predomínio em Roma, tendo-se por descuido deixado de fazer o mesmo no evangelho de Marcos tirando-lhe as expressões violentas que ele contém e que são atribuídas a Jesus em tal ocasião. Portanto, por isso, se continua na incerteza de qual dos dois evangelhos seja o mais antigo, se o de Mateus ou o de Marcos.

Ao se examinar vários versículos do capítulo 24 de Mateus nota-se uma espécie de predição da ruína e derrubada de Jerusalém seguida da volta imediata de Jesus (Parusia), crença que ainda estava em vigor naquela época. Ora como a queda da cidade santa se deu no ano 70 da era cristã aproximadamente, o evangelho de Mateus deve ter sido escrito mais ou menos por essa época, sendo, portanto impossível precisar exatamente com rigor o ano. É muito provável que tenha sido escrito em aramaico.

4.4 - Evangelho de Marcos

A análise do evangelho atribuído a Marcos, em relação a sua origem e autor verdadeiro, é outro problema de difícil solução. Afirmam alguns críticos que Marcos teria sido o secretário de Pedro, junto com o qual teria também seguido para Roma, devendo-se ainda a ele a fundação da igreja em Alexandria. 

Durante muito tempo também se pensou que era a ela que se aplicavam os versículos 50 e 51 do capítulo 14 do seu evangelho, onde nos relata o caso de um jovem que tendo seguido Jesus na ocasião da prisão, apenas coberto por um lençol, ao ser preso largou também esta simples e deficiente vestimenta nas mãos de quem o prendera, fugindo inteiramente nu. Se isso fosse verdade, se poderia ser levado a admitir que o evangelho de Marcos era de um incalculável valor como depoimento, em face da história dos acontecimentos relacionados com a prisão e a morte de Jesus.

Mas um dia a bisbilhotice e a curiosidade dos críticos e dos analistas mais compenetrados verificaram que esta passagem era apenas um plágio de outra idêntica que se encontra no versículo 16, do capítulo 2, do livro de Amós, no Velho Testamento da história bíblica! E assim desabou mais uma vez o castelo de hipóteses levantadas sobre a autenticidade o Evangelho atribuído a Marcos. E como se isso não fosse suficiente, deve ser levado em consideração que nesse Evangelho não se encontra nenhuma referência a respeito da tal primazia que Jesus teria dado a Pedro, como já foi visto quando se tratou do evangelho de Mateus.

Se o Marcos autor deste Evangelho fosse o mesmo que tinha sido secretário e amigo íntimo de Pedro, não deixaria de relatar em cores vivas um fato que tanto realce e destaque poderia dar ao apóstolo Pedro. Ou se trata aqui de outro Marcos, ou então, se os dois são uma só pessoa, chega-se a conclusão de que o evangelista não era um amigo sincero daquele de quem tinha sido secretário. Ou então, o fato realmente não aconteceu, e o trabalho de Mateus está visivelmente adulterado, oque é mais provável como anteriormente já foi acentuado.

Note-se bem aqui o contraste formidável que se apresenta: Em Mateus é conferida a Pedro uma extraordinária honraria: já em Marcos consta em seu capítulo 8 e versículo 33, que Jesus teria chamado o pobre Simão Pedro de Satanás somente porque ele o teria qualificado e chamado de Filho de “Deus Vivo”! Porém ainda há outros indícios de que o autor é outro personagem, e esses indícios são encontrados em Papias, bispo de Hierópolis, por volta do ano 120 da era cristã. Escreveu este príncipe da Igreja: “Dizia um dos antigos, que Marcos que fora intérprete de Pedro, escreveu cuidadosamente tudo aquilo de que se recordava: não escreveu, porém com ordem tudo que fora feito ou dito por Jesus, porque não havia sido discípulo e nem tão pouco o seguiu.

No entanto mais tarde ele foi discípulo de Pedro, que ministrava as pregações segundo as necessidades, sem se preocupar com a ordem dos fatos, e por isso Marcos não cometeu falha alguma escrevendo aquilo que tinha de memória, por ouvi-lo de Pedro, mesmo com falhas e solução de continuidade, porque o seu empenho maior era nada omitir daquilo que tinha escutado”.

Refletindo bem se pode concluir que essa passagem de Papias prova só por si, que o Marcos acima referido não é a mesma pessoa que redigiu o evangelho que lhe tem o nome, porque ao menos no que se conhece presentemente não existem as falhas antes apontadas e nem a falta de ordem nos assuntos. A não ser assim temos que admitir que o primitivo Evangelho de Marcos foi sensivelmente retocado e adulterado, perdendo desta forma também o seu valor histórico que muitos teólogos pretendem a ele atribuir. É muito provável que isto se tenha dado, pois no seu final, nos versículos de 9 a 20 do capítulo 16, constitui um acréscimo que não consta nos manuscritos antigos. Quanto à sua data, se supõe que a sua redação tenha sido feito em grego, entre os anos 60 e 70 da era cristã, porque se admite que Mateus tenha plagiado dele muitas partes que julgou importantes, como mais adiante se poderá constatar.

4.5 - Evangelho de Lucas

A tradição nos diz que Lucas fora um médico em Antioquia, e foi o mesmo convertido pelo apóstolo Paulo de quem se tornara companheiro inseparável. Na realidade o estilo deste evangelista, que também deve ter escrito em grego, é mais puro e mais fácil do que o dos precedentes. Logo de início verifica-se que ele conhecia ou os evangelhos de Mateus e Marcos, ou outros apócrifos que deveriam existir em grande quantidade em sua época, porque emprega o termo “muitos” ao tentar justificar a iniciativa que tomava de também escrever o seu trabalho evangélico para um tal “Teófilo”, que ao certo não se sabe quem tenha sido o mesmo.

Diz este evangelista que “muitos” já escreveram sobre o assunto, o que o levava, portanto a fazer o mesmo, para melhor orientação do referido Teófilo. Não está até agora, bem claro o pensamento do autor, se seria o espírito de superação e de concorrência que o estimulava a escrever também, ou não acreditaria ele no que então já havia em circulação sobre o assunto? Parece mais provável que ele não acreditasse no que já existia, porque dá a entender que deseja restabelecer a verdade para um conhecimento perfeito e real do tal “Teófilo” a quem se dirigia.

Lucas é, portanto, um “redator” que tem a vista diversos depoimentos escritos, sejam eles quais forem, o que nos leva a admitir uma data bem posterior a Mateus e Marcos. Não se pode, porém, em boa fé afirmar que ele conhecesse estes evangelistas, pois deixa de fazer referência a muitos fatos mencionados por eles.  Há ainda, outra prova de que ele não conhecia, ou não seguia o trabalho de Mateus; é a genealogia que ele apresenta de Jesus, inteiramente diferente daquele evangelista.

Podemos concluir, porém, que o que hoje se conhece como Evangelho de Lucas, já não é o mesmo trabalho primitivo, porque lá pelo ano 150 da era cristã, Márcio foi acusado pelos padres Tertuliano e Epifânio da Igreja, de haver mutilado o texto de Lucas, indicando até os trechos subtraídos.  Sabemos, por conseguinte que naquela época já se adulteravam os textos, o que nos leva a conclusão de que aquilo que hoje se conhece nos atuais evangelhos deve estar muitíssimo longe da verdade original, com a qual poucos pontos de contato ainda terão.

A data deste Evangelho deve ser colocada entre os anos 80 e 100 da era cristã, a julgar pelas considerações anteriores e pelo conteúdo do versículo 9 do capítulo 21, onde Jesus teria dito que o fim não seria logo após a grande catástrofe da nação judaica.

4.6 - O Evangelho de João
(O quarto evangelho a ele atribuído)

O autor do quarto evangelho, atribuído a João, nunca esteve, não está e talvez nunca venha a ser bem definido. Há quem pretenda que seja aquele apóstolo a quem do alto da cruz Jesus recomendara e confiara os cuidados de sua mãe Maria, o que se fosse verdade daria grande valor histórico ao quarto evangelho. Porém, contra esta hipótese insurgem-se algumas passagens desse mesmo Evangelho, como se vai ver logo em seguida.

No versículo 35 do capítulo 19 o redator diz: “... aquele, porém que o viu deu testemunho disso, e o seu testemunho é verdadeiro. E ele sabe que diz a verdade, para que vós também o creiais”. Logo, o autor fala aqui de outra pessoa que teria sido a testemunha ocular. Não é, portanto o discípulo que acompanhou a Jesus ao calvário quem escreve. No fim deste mesmo Evangelho encontra-se outra passagem que confirma a mesma suposição.

Trata-se de uma edição antiga do texto antigo, constituído porto do o capítulo 21, o qual não se encontra nos originais antigos. No versículo 24 deste mesmo capítulo se pode ler: “... este é aquele discípulo que dá testemunha destas coisas, e que escreveu: e nós sabemos que é verdadeiro o seu testemunho”. Tem-se aqui outra prova de que o autor é um, e a personagem referida é outra pessoa, possivelmente a que é conhecida pelo qualificativo de: “discípulo amado”.

O que se pode ainda admitir como certo, é que o quarto evangelho tenha sido escrito em Éfeso, ou em Patmos no início do segundo século da era cristã, isto se o seu autor tiver sido o mesmo de Apocalipse, do que, todavia não se tem muita certeza. Sua redação se deu muito depois dos acontecimentos que relata e muito longe do lugar onde eles ocorreram. Isso de certa forma vem justificar o seu caráter totalmente diferente dos outros três evangelhos, denotando ter sofrido a influência de um meio diferente dos demais e também de ideias sensivelmente diferentes dos anteriores conhecidos como “sinóticos”.

4.7 - A VULGATA LATINA

Neste capítulo já foi visto o histórico dos quatro principais Evangelhos, que eram os mais acatados nos primeiros tempos da era cristã, embora não tenha sido possível identificar com certeza os seus verdadeiros autores. Outros fragmentos de escritos também existiam, entre os quais: “o evangelho das Ebonites”, o “evangelho dos Hebreus”, o “evangelho da Infância” e centenas de outros.

No meio deste imenso pandemônio, formado por tantos escritos sobre o mesmo assunto, e profundamente contraditórios entre si, estava completamente perdido o sentido primitivo dos autênticos ensinamentos atribuídos a Jesus. Esses Evangelhos feitos quase ao soar da hora da agonia do mundo judaico ressentiam-se das paixões dominantes e de todas as discussões estéreis, com uma influência acentuada dos preconceitos da época e da perturbação própria dos Espíritos encarnados.

Traçar através deles o perfil de Jesus ou tentar esboçar a sua biografia já era totalmente impossível. O que existia era um amontoado de destroços, onde seria impossível encontrar algum objeto de valor! Foi então que sob o pontificado de Dámaso, um dos papas da igreja de Roma, que no final do século terceiro, resolveu dar a incumbência ao São Jerônimo, um dos mais acatados doutores da igreja, de fazer uma revisão no Velho testamento e também nos muitos escritos “evangélicos”, fazendo destes um resumo que viesse a servir de padrão e artigo de fé para a cristandade da época e das gerações futuras.

Então São Jerônimo mete ombros à árdua empreitada, longe de supor que iria encontrar um amontoado de incoerências e contradições, mas logo em seguida constata a realidade da situação, dizendo com a maior franqueza e talvez com o maior desespero; “São tantos os exemplares quanto às cópias existentes”, o que quer dizer, que possivelmente não existiriam dois exemplares com os respectivos textos idênticos. E assustado pela responsabilidade do trabalho que teria que realizar, pois seria obrigado a fazer retoques e alterações profundas, dirigiu-se ao papa, optando pelos quatro Evangelhos que ainda hoje são conhecidos depois de corrigi-los: “naquilo que ele achava que parecia alterar o sentido”, como ele mesmo confessa.

Então se tem aqui a confissão por escrito do próprio São Jerônimo de que os originais por ele vistos foram alterados e corrigidos naquilo que lhe parecia alterar o sentido segundo o seu ponto de vista. Mas qual o sentido que precisaria de correções? Depois desta confissão, ainda existirá alguém que pretenda sustentar a autenticidade histórica dos atuais Evangelhos que se encontram no texto bíblico?

Aí está o que é a Vulgata Latina, um trabalho cheio de remendos e adaptações, que nem o seu próprio autor, São Jerônimo, acreditava como se pode deduzir das suas palavras quando disse que: “A verdade não poderia existir em coisas que divergiam”. E a partir deste trabalho de São Jerônimo é que se tem feito milhares de traduções durante mais de dois séculos, e ainda ao sabor de diferentes correntes teológicas, especialmente do catolicismo apostólico romano e do protestantismo da reforma luterana.

A denominação Vulgata consolidou-se na primeira metade do século XVI, sobretudo a partir da edição da Bíblia de 1532, tendo sido definitivamente consagrada pelo Concílio de Trento, em de 1546-1590. O Concílio estabeleceu um texto único para a Vulgata a partir de vários manuscritos existentes, sendo ratificada mais uma vez como a Bíblia oficial da Igreja, confirmando assim os outros concílios desde o século II, e a essa versão ficou conhecido como: Vulgata Clementina.

Após o Concílio Vaticano II, por determinação de Paulo VI, foi realizada uma revisão da Vulgata, sobretudo para uso litúrgico. Esta revisão, terminada em 1975, e 50 promulgadas pelo Papa João Paulo II, em 25 de abril de 1979, é denominada Nova Vulgata Latina e ficou estabelecida como a nova Bíblia oficial da Igreja Católica.

Com essa nova revisão determinada pelo papa Paulo-VI, esta denominada “Nova Vulgata ou Nova Bíblia”, na prática sofreu  mais adulterações e  ainda  mais  se afastou do seu texto original. E ainda em cada uma destas versões desta Nova Vulgata Latina, cada tradutor imprime o seu caráter sectarista que adota sem se preocupar com aquilo que possa ter sido o pensar e o sentir de São Jerônimo como um dos considerados doutores da igreja, que por sua vez já havia feito o mesmo quando examinou e readaptou o conteúdo dos escritos mais antigos que tivera em suas mãos.

Ora, se os velhos originais já eram contraditórios, se tiveram que ser “corrigidos” por São Jerônimo, e se ainda cada novo tradutor faz predominar assuas ideias próprias, que valor histórico se pode dar hoje a todas as traduções que circulam por aí afora?

5 - JESUS E OS EVANGELHOS APÓCRIFOS

São considerados como Evangelhos Apócrifos pela Igreja, todos aqueles escritos sobre a vida de Jesus que não foram escolhidos para compor o que os religiosos denominam hoje: “Os Evangelhos do Nosso Senhor Jesus Cristo”, que são aqueles quatro evangelhos que fazem parte, do chamado Novo Testamento da história bíblica.

Embora a Igreja tenha considerado apócrifos todos os Evangelhos que excluiu da história bíblica, obra considerada sagrada, intocável e infalível por milhares de milhões de adoradores, sob o ponto de vista histórico o conteúdo dos textos desses “evangelhos bíblicos” são tão apócrifos quanto aos demais existentes ou que existiram e a Igreja cuidadosamente deu um jeito de fazê-los desaparecer por que os mesmos colocavam em risco os seus dogmas carregados de religiosidades e crendices baseadas em mitologias procedentes de religiões mais antigas.

Entre os evangelhos apócrifos mais importantes podemos citar os seguintes: o Evangelho Aquariano, o Evangelho de São José, o Evangelho Secreto da Virgem Maria, o de Felipe, o de Tomé, o da Infância do menino Jesus, o de Pedro, o de Pilatos, o de Nicodemos e o de Judas entre outros. O Evangelho de Judas teve destaque mundial nos principais meios de comunicação a partir de abril de 2006, pelo trabalho de mais de cinco anos dedicado a sua completa decifração e consequente tradução, mais adiante no capítulo XI dedicado aos verdadeiros discípulos de Jesus voltaremos com maiores detalhes sobre esse Evangelho apócrifo que possivelmente sobre o ponto de vista histórico tem mais credibilidade do que aqueles considerados canônicos e introduzidos no atual texto bíblico.

Com certeza, não há nenhuma dúvida, que em todos os Evangelhos bíblicos ou apócrifos existem coisas absurdas e muitíssimas contradições, porém mesmo nos quatro que a Igreja escolheu e adotou após fazer profundas adaptações, realizando interpolações e a exclusão de partes consideradas “inconvenientes” dos seus textos, ainda mesmo assim, se podem encontrar disparates que ao mesmo tempo afirmam determinado fato, para em seguida contradizerem a mesma afirmativa anterior ou no mínimo colocá-la em dúvida.

Naquela época, talvez as autoridades da Igreja, mesmo as consideradas mais inteligentes, não imaginaram e nem pararam para pensar, que em algum dia no futuro as pessoas como seres humanos pensantes iriam evoluir intelectualmente e ao mesmo tempo aguçar os seus sentidos para a pesquisa e o fortalecimento do estudo crítico, no sentido de separar o joio do trigo como o Mestre Nazareno já se referia em algumas de suas parábolas. E por isso não se preocuparam com a interligação de fatos idênticos que são relatados com claras discordâncias e aberrantes contradições entre uns e outros Evangelhos bíblicos.

Também se pode afirmar com certeza, que muitos dos escritos considerados apócrifos pela igreja, mesmo com as suas contradições, se podem encontrar algumas afirmativas que possuem suporte e mais embasamento histórico sobre a vida de Jesus do que nos Evangelhos bíblicos que foram selecionados. É claro que estas afirmativas mais coerentes e em acordo com a realidade dos fatos, mas que contrariam os dogmas que foram implantados pelas autoridades eclesiásticas, foram assim consideradas heréticas e imediatamente retiradas de circulação.

A grande maioria desses documentos apócrifos, a Igreja tratou de destruí-los e quando muito sobraram alguns fragmentos que escaparam do fogo da destruição proposital que veio a culminar com a “Santa Inquisição”. Embora se tenha plena consciência que o fogo inquisitorial conseguiu queimar apenas a parte material, seja dos textos indesejáveis ou dos seres humanos, porque as ideias, os pensamentos de valor já gravados nos Espíritos, que animavam esses seres como Força em evolução, estes o fogo jamais poderá destruí-los. E assim sendo, a verdade sempre brotará após os maiores vendavais e tempestades.

Por maiores que sejam as prevaricações esteadas nas pompas e falsas honrarias temporárias que tanto agradam aos olhos dos materialistas e dos seus fiéis seguidores que não gostam de pensar e usar o seu raciocínio e livre arbítrio pessoal, um dia todos terão que despertar para a realidade espiritual!... Por certo um dia haverão de cansar de viver de ilusões e de esperar a felicidade plena vivida em um também ilusório reino ou mansão celestial que lhes foi incutido na mente desde os tempos de criança.

Comparando-se o Evangelho atribuído a João, se pode considerar o mesmo anormal ou até “Apócrifo” em comparação aos outros três que a Igreja escolheu e adotou como sagrados. Este evangelho joanico é tão diferente dos demais que nele não se encontra em nenhuma parte a lenda da concepção maravilhosa de Maria, introduzida somente muito mais tarde através da tradição eclesiástica da igreja Católica de Roma, quando os mentores religiosos tinham fortes pretensões de atribuir a Jesus uma origem divina e diferente, portanto de uma criatura normal como ele foi nas circunstâncias da sua vida terrena. E naqueles tempos isso deve ter produzido tanta confusão, que os sábios doutores e teólogos da igreja nem constataram que nos Evangelhos de Mateus e de Lucas ficaram constando duas genealogias completamente diferentes uma da outra.

Ficou assim, para as pessoas que usam o seu raciocínio e a sua razão um tremendo abismo entre os quatro evangelhos, tornando-os incompatibilizados entre si, mas a Igreja optou por seguir a teoria do quarto Evangelho que a usa até hoje para entreter e “evangelizar” os seus fiéis seguidores, ou seja, aqueles que mantêm a fé cega!

Outra circunstância interessante e até intrigante para quem realmente pensa nos porquês das coisas que o cercam, digna de ser levada em consideração, é que a ideia messiânica nos três Evangelhos sinóticos encontra-se mal delineada, como que com medo de apresentá-la, tateando como que às escuras, firmando-se somente quase no final da vida de Jesus; porém neste Evangelho de João, ela se apresenta firme, arraigada, concreta e definida com um “Jesus-Deus” que já veio pronto, perfeito e sabendo tudo!

Nos primeiros séculos do cristianismo, época em que as inteligências não eram tão desenvolvidas ou pesquisadoras como as de hoje, os primeiros mentores dos dogmas religiosos não se a perceberam que estavam deixando lacunas impossíveis de preencher mais tarde, como se fossem gigantescos castelos construídos sobre areias movediças, ou então supunham que as gerações futuras nunca viessem a raciocinar livremente e que ninguém poderia um dia vir a colocar em dúvida as suas contradições!

Contentaram-se assim em montar apenas arranjos teológicos convencionados e suficientes para satisfazer os contemporâneos daquela época apenas, mas incapazes de satisfazer o espírito crítico e de pesquisa das novas gerações pensantes, que sempre querem saber mais sobre os detalhes dos fatos relacionados com o passado histórico.

Naquele tempo remoto o fanatismo religioso admitia como sublimes verdades coisas que hoje está claramente evidenciado serem os maiores absurdos; hoje nem as imposições dogmáticas carregadas de religiosidades ou ameaças apocalípticas impedem as criaturas humanas de vasculhar e examinar tudo, na ânsia de tudo compreender e clarear ao seu redor.

A vida daquele que levantou a sua voz nas planícies da Galileia, e até hoje continua a ecoar por toda a terra sem ser compreendida, urge que nos tempos modernos seja encarada de maneira mais pura, racional e consentânea com as atuais realidades no viver de cada ser humano que já tem plena consciência da sua constituição como força espiritual, conhecendo-se como Força e Matéria.

A personalidade de Jesus paira muito acima dos anseios e interesses puramente materiais dos homens religiosos ou não que dizem servi-lo, e somente tem espalhado a miséria, a perseguição, o fanatismo religioso e até o crime muitas vezes.  A moral ensinada pela Igreja, desde os seus primeiros passos, é uma moral que fabrica fanáticos e hipócritas totalmente tementes e dependentes de graças provenientes de um “Deus Pai Todo Poderoso” ou de outras entidades divinas.

Essa dependência impede o raciocínio das pessoas, transforma a sua vida terrena em um eterno peditório, através de rezas e preces dirigidas a este suposto Deus Pai e aos Santos de sua maior devoção pessoal, é, portanto uma vida completamente indigna dos ensinamentos espiritualistas que Jesus teve a intenção de transmitir graciosamente para todos.

Enquanto a verdadeira “moral cristã” é aquela que forma almas valentes, destemidas, confiantes em si mesmas, que se conhecem como partículas que são da Inteligência Universal em evolução, que trabalham e produzem honestamente os seus sustentos, através de uma profissão constante e laboriosa, procurando sempre respeitar e servir aqueles que os cercam e a própria comunidade da qual fazem parte.

No capítulo 17 do evangelho de Felipe, um dos evangelhos considerado apócrifos pela igreja romana, consta que Jesus de Nazaré não nasceu de uma virgem, mas de modo natural, sendo filho carnal de José e Maria, informação esta que está de acordo com a lógica e a razão e confirma as informações contidas no capítulo II que fazem referência à concepção e nascimento de Jesus.

Compreender a Jesus é realizar o mais alto significado da vida espiritual e terrena, é erguer uma “Pátria Universal” as proporções de uma “Grande Família Espiritual” que possa dar ao mundo e as pessoas do seu redor o exemplo da fraternidade, da união, da paz e do amor ao trabalho; é estruturar o lar na verdadeira moral, tornando-o um exemplo para os filhos, e não apenas o domicílio onde a “fera humana”, ainda embrutecida, se esconde e recolhe na calada da noite apenas para arquitetar ações indignas contra o seu semelhante no próximo dia ou no primeiro momento que lhe for oportunizado agir para o mal.

Jesus como doutrinador espiritualista, Espírito grandemente evoluído, não veio trazer para a Terra nenhuma destas limitações embrutecedoras que as religiões querem lhe atribuir através de “evangelhos” ou qualquer outro escrito sagrado que porventura queiram também lhe atribuir uma pretensa autoria. Para tentar enxergar e compreender o personagem histórico de Jesus é preciso remover tudo o que se sobrepôs nos Evangelhos contidos no texto original através de constantes traduções, adaptações e interpolações.

Desta forma muitos pesquisadores se voltaram para o estudo dos textos apócrifos que em sua maioria foram destruídos pela Igreja que os considerava não dignos de confiança, e por isso restaram somente alguns fragmentos semidestruídos destes “evangelhos apócrifos” na sua maior parte. Porém estas partes que escaparam da destruição são os mais originais que existem e até porque não sofreram nenhuma interferência das autoridades eclesiásticas da Igreja. Partes destes evangelhos apócrifos, que não se sabe com certeza seus verdadeiros autores, foram encontrados em uma biblioteca cristã do século IV da nossa era, e foram descobertos em 1945 em cavernas localizadas no Egito.

O fato de estes textos apócrifos terem sido escritos nos primeiros séculos da era cristã, os mesmos são mais originais do que os oficiais, mas não estão isentos de informações desencontradas, e esteadas no misticismo e no sobrenatural. Os coptas que fundaram a igreja cristã etíope foram considerados hereges pela igreja de Roma, porque eles não aceitavam a natureza humana e divina de Jesus. Para eles Jesus era somente divino e os textos coptas defendiam esta versão.

Mesmo assim eles contêm pistas mais seguras para ajudar a elucidar os fatos históricos por não terem sofrido a interferência das autoridades religiosas da Igreja cristã, e são assim mais autênticos do que os quatro evangelhos que integram a história bíblica.  O resultado é que após a passagem de mais de dois mil anos, é praticamente impossível separar o falso do verdadeiro nos Evangelhos contidos no Novo Testamento, devido principalmente às inúmeras “histórias maravilhosas dos prodígios” existentes nesses Evangelhos, tanto nos oficiais como nos apócrifos que já se encontram impregnados no íntimo dos Espíritos da maioria dos fiéis ou crentes religiosos pertencentes as mais diversas crenças cristãs.

Na verdade se conseguíssemos extrair de tudo o que já foi escrito sobre Jesus, àquelas partes nulas de lógica e razão que foram sendo introduzidas ao longo dos séculos pelas seitas religiosas, restaria apenas um “Jesus Histórico” humano, como homem simples e carnal que foi, mas que assim desprovido de milagres e religiosidades sobrenaturais não agradaria aos místicos e muito menos aos seus seguidores fanatizados pela fé cega e extremada, e por tudo o mais que ainda esperam receber após esta sua curta vida terrena que imaginam se compuser de uma única passagem ou “encarnação terrena” e preferem continuar acreditando nas promessas de céus de eternos descansos paradisíacos para suas almas após a morte do corpo físico em um suposto paraíso de bem-aventuranças em vez de enfrentarem a realidade sobre a “morte” (desencarnação do Espírito) e a vida espiritual. Historicamente o que se sabe com certeza a respeito de Jesus, de acordo com fontes do Senado Romano, é que ele foi um judeu revolucionário.

Pelos romanos foi considerado um agitador político que pretendia levantar os dois milhões de judeus da Palestina da época contra o Exército Romano de Ocupação que dominava toda aquela região desde antes de seu nascimento. Tudo o mais que se disser da sua vida com respeito a milagres e prodígios sobrenaturais, é necessário de fé para ser tomado como verdade. A figura histórica de Jesus que pretenderam nos transmitir através dos evangelhos bíblicos se perdeu nesse verdadeiro entre as contradições e os desencontros apresentados pelos quatro evangelistas canônicos.

6 - JESUS E A SEMANA SANTA

Todos os anos em muitas localidades de norte a sul do Brasil e nos demais países do mundo ocidental onde a maioria de seus habitantes são cristãos ou considerados como tal, destacadamente; os que fazem parte da Igreja Católica Apostólica de Roma é comemorada com ênfase e elevado fervor a chamada “Semana Santa 1*” (Ver a Nota-1). Durante essa semana, de acordo com as convenções estabelecidas e direcionadas arbitrariamente pela Igreja, especialmente a apostólica-, são revividas através de atos litúrgicos, encenações, peças teatrais e diversas outras cerimônias próprias; a paixão, a prisão, o martírio, a morte, a ressurreição e a ascensão aos céus de Jesus.

Artistas e atores novelescos, muitos ainda amadores, surgem de toda parte e até se voluntariam para representar os diversos personagens e as encenações todas.  Baseando-se para tal apenas na lenda da história bíblica contida no Novo Testamento e relatada nos evangelhos do “Nosso Senhor Jesus Cristo”. E a finalidade de repetir todos os anos estas mesmas encenações é para manter sempre bem viva na memória do povo as tradições e conservar intacta a crença dos religiosos e especialmente de seus fiéis seguidores, de que Jesus morreu na cruz para salvar a humanidade e destacadamente aqueles que o aceitam como um “Salvador” ou “Cordeiro de Deus”.

Os seguidores religiosos estão tão convencidos que não aceitam mais nada que possa entrar em contradição com os seus dogmas. E quem não aceitar as suas crendices está irremediavelmente perdido para sempre? Mas que “Justiça Divina” parcial é esta pregada e imposta pelos doutores teológicos da igreja e toda sua extensa rede de missionários? Todas as pessoas que ainda aceitam somente a versão da Igreja desconhecem a verdade sobre a vida e a morte de Jesus, e assim imaginam que ele gosta de bajulações ainda hoje como Espírito de Luz que continua a ser em seu plano, se já naquele tempo que aqui veio desprezava todas as homenagens que lhe faziam!

Perguntam-se as autoridades eclesiásticas: Será que já não chegou o momento de despregarem a efígie do corpo de Jesus e baixá-lo da cruz? Todas estas comédias novelescas a respeito da sua vida e morte sequer ultrapassam a camada da atmosfera terrena pelo altíssimo grau de materialismo que estão impregnadas. Para os seres humanos verdadeiramente esclarecidos e cristãos, pergunta-se com sinceridade: Quem que esteja com as suas faculdades mentais em pleno equilíbrio que vai se preocupar em comemorar aniversários de desgraças, de tragédias ou momentos de tristeza que aconteceram em suas vidas e muito menos com alguma data que marca a desencarnação de algum de seus amigos ou entes queridos?

Acredita-se que ninguém! Então para quê comemorar e reviver todos os anos repetidamente os sofrimentos e a morte de Jesus? Para os Espíritos lúcidos e já relativamente esclarecidos a respeito da vida espiritual plena e eterna não existe nenhuma razão para tais comemorações. Neste século de tantos avanços e progressos no plano material-científico, chega a ser triste e até decepcionante assistir-se ainda imagens da paixão e morte do Mestre Nazareno utilizadas prolongadamente para causar profundas emoções e comoção em determinadas pessoas mais impressionáveis que conhecem a vida apenas pelo limitado ângulo do plano físico ou material. Infelizmente muitas pessoas relativamente cultas ainda participam dessas brincadeiras de mal gosto a cada ano em que elas são repetidas.

Estas brincadeiras não devem ser feitas nem para os nossos inimigos, e muito menos ainda para um Espírito de Luz que propagam ser o seu “Mestre e Salvador” e acima de tudo a sua pedra fundamental para a propagação das suas crenças. Se os altos dirigentes da Igreja possuíssem realmente consciência de quem foi e representou Jesus para o esclarecimento espiritual da humanidade, a razão de ele ter vindo e sofrido no plano terreno, por certo haveriam de ter um pouco mais de consideração pela memória deste valoroso Espírito de Luz Puríssima que hoje mais do que nunca, continua a respeitar o livre arbítrio daqueles que usam indevidamente o seu nome.

A Igreja através de todas as religiões que se dizem cristãs por ignorarem a existência das Leis Espirituais o transformou em um “Deus” lhe atribuindo poderes sobrenaturais e em muitas situações em um verdadeiro “Costas Largas” para que o mesmo assumisse as suas faltas e até crimes. Crimes praticados, muitas vezes até conscientemente, dos quais imaginam que Jesus irá sempre absolvê-los ao passarem para vida fora da matéria ou após a morte do corpo físico, como lhes fora sempre ensinado pelos próprios missionários da classe eclesiástica representante da Igreja.

Na faixa da vibração espiritual onde se encontra o Espírito de Jesus e daqueles que com ele já se harmonizaram, com os mesmos objetivos e grau de adiantamento evolutivo, os sentimentos e pensamentos inferiores da Terra, jamais conseguem sequer se aproximar de tal ambiente puro e límpido, totalmente liberto e livre das injunções terrenas! Jesus como criatura humana que foi quando estava de posse de um corpo físico aqui em nosso meio, repete-se mais uma vez, foi um homem normal igual a todos os outros, composto de alma e corpo, ou seja; “Força e Matéria”.

Durante suas doutrinações aconselhava que todos se amassem e respeitassem como irmãos e que tivessem uma vida simples afastada de todos os exageros e honrarias representadas por riquezas materiais. Ensinava também que o bem e o mal residem na vontade de cada um, sendo necessário que todos procurem se educar para o bem.

Conforme cada um pensar e agir assim também irá colher no futuro! Para as seitas religiosas não eram convenientes estas verdades claras e simples, nas quais se apoiaram grandes cientistas como Giordano Bruno e mais tarde Galileu Galilei para apresentar suas descobertas sobre o sistema planetário, revolucionárias na época, mas verdadeiras e científicas.

Estes cientistas e outros que neles se inspiraram foram terrivelmente perseguidos pelo embrutecimento da Igreja que chegou a conduzir muitos para a fogueira e assim atrasou o progresso para toda a humanidade, e mesmo se dizendo representante de Deus ou Jesus na Terra agiu como os maiores inimigos do progresso científico e o desenvolvimento espiritual da humanidade. Imaginavam erroneamente ter poder para deter a “Evolução” e prendê-la em uma garrafa como se fosse ar ou qualquer substância gasosa.

Agora neste século atual, considerado das luzes pelas recentes descobertas e avanços tecnológicos alcançados, ainda não desistiram, apenas mudaram as suas armas antigas passando a usar outras mais modernas. Continuam firmes com os mesmos interesses de outrora no sentido de manter boa parte da humanidade com suas consciências presas aos seus dogmas e para isso continuam a agir muito sutil e ardilosamente.

Através de suas Associações Culturais continuam a enviar mensagens de suas “Santas preferidas” acompanhadas de belos “pôsteres coloridos” sugestionando as pessoas, até mesmo aquelas não pertencentes a sua religião, para que os ajude com dinheiro para manterem-se e continuem com a distribuição de supostas “bênçãos”. Para não reduzirem as suas plateias de seguidores apelaram até para as “missas shows” incluindo musicais evangelizadores e outros artifícios empregando o dom artístico de determinados “padres cantores” e “padres atores e animadores”, e outros cantores que empregam o nome de Jesus nos mais diversos ritmos musicais para atrair os jovens ainda incautos. Enquanto isso em Roma, a corte cardinalícia comandada pelo papa, o seu chefe supremo, continuam firmes na fabricação de “novos santos e santas” e pelo mundo pseudocristianizado afora continuam as catequizações de novas “almas pecadoras” para manterem os seus rebanhos de fiéis a qualquer custo.

Quando a humanidade despertar para a realidade sobre a vida espiritual, não haverá mais lugar e nem motivos para as tais: “Festas do Senhor Jesus” na chamada “Semana Santa” e em todos os demais feriados religiosos que foram arbitrariamente impostos nos países denominados “cristãos”. Muito se tem falado ou escrito sobre a vida e a morte de Jesus, mas sempre ou na maioria das vezes baseado em crendices e dogmas religiosos ditados pela Igreja que persistem em divulgar um Jesus-Deus, que foi arbitrariamente divinizado através de seus “concílios”, mas muito pouco ou nenhuma luz se tem feito sobre o que esse valoroso Espírito representou e fez na Terra como homem, a serviço das Forças Astrais Superiores, se preocupando somente com o bem e a evolução da humanidade, porém livre de religiões e religiosidades que nunca passaram por seus planos e planejamentos realizados antes de aqui chegar.

Já é tempo para se julgar melhor este valoroso e evoluído Espírito, amando-o e respeitando-o espiritualmente e não através de bajulações como as tais: “Festas do Divino”, “Festas do Senhor Morto”, “Festas do Menino Jesus”, “Festas do Nosso Senhor Jesus Cristo Ressuscitado”, e muitas outras festas religiosas inventadas pelo “santo dom criativo” dos doutores teológicos da igreja.  Todas essas festas tem a principal finalidade de manter a “irmandade cristã” entretida durante todos os dias do ano, mantendo ao mesmo tempo uma fonte de renda certa para os cofres do Banco do Vaticano e ainda não deixando nem um tempo de folga para que seus seguidores possam raciocinar livremente e pensar seriamente no que são e no que fazem neste ambiente terreno como seres humanos racionais e independentes.

Propositadamente lhes impedem de viver racionalmente e até de aplicar as suas próprias forças que lhes dariam condições de vencer sozinhas os obstáculos e as vicissitudes da vida terrena, ao contrário lhes tornam eternos mendicantes de “favores divinos” através de rezas e preces dirigidas para as suas autoridades divinas como: “Deuses, Santos, Protetores ou Padrinhos habitantes do plano celestial”. As pessoas normais, que se encontram livres das religiosidades e crenças incabíveis, têm forças anímicas para caminharem com os seus próprios pés, sem ficar na dependência de muletas mentais religiosas para cada passo que pretendem seguir em frente!

O excesso de fé atrofia o raciocínio dos seres humanos tornando-os totalmente dependentes de uma suposta proteção divina proveniente de “Deuses” ou outras entidades, sem a influência das quais julgam não ser possível fazer nada na vida terrena!

(Nota-1): Origem da Semana Santa: Em 325 d.C., o Concílio de Niceia, presidido pelo Imperador Constantino e organizado pelo Papa Silvestre I, instituiu e consolidou a doutrina da Igreja Católica, como a escolha dos livros sagrados e as datas religiosas. Ficou decidido também que a Semana Santa seria comemorada por uma semana (do domingo de ramos ao domingo de Páscoa). Há relatos de festas em homenagem aos últimos dias de Jesus Cristo, pouco tempo depois de sua morte. Porém comemoravam dois dias apenas (sábado de aleluia e domingo da ressurreição). Nesse Concílio também foi adotado o Catolicismo como religião oficial do Império Romano.
Fonte: Brasil/Escola/com/historia/origem-da-semana-santa.htm

7 - OS MILAGRES ATRIBUÍDOS A JESUS

Neste capítulo será analisado, à luz da lógica e da razão, os principais milagres atribuídos a Jesus, que se encontram no texto dos quatro Evangelhos bíblicos. Alguns deles foram muito bem aumentados e até maquiados, com a maior astúcia e imaginação de fantasia possível, para que os mesmos pudessem surtir os efeitos desejados pelos doutores teológicos da igreja, nos seus rebanhos de seguidores.

Sabe-se através de informações extra bíblicas, consideradas “apócrifas”, que os Evangelhos selecionados e adaptados no Novo Testamento foram escritos por pessoas que nem conheceram ou conviveram com Jesus, e alguns deles foram escritos após passados mais de trezentos anos de ter ocorrido a sua desencarnação. Os verdadeiros autores dos atuais quatro Evangelhos bíblicos nada tem a ver com aqueles quatro nomes a quem é atribuída à autoria. Para que se possa fazer uma avaliação mais apurada dos milagres apresentados no Novo Testamento bíblico, é preciso recuar a uma época bastante remota, como se irá fazer para maior clareza e compreensão dos nossos leitores.

Na Índia e na China os sacerdotes da religião do brahmanismo e do budhismo constituíam as classes privilegiadas e dominantes, as únicas que eram instruídas. Somente esses sacerdotes é que cultivavam as ciências relacionadas com a aritmética, astronomia, física e ciências ocultas, conhecimentos esses que lhes possibilitavam atuar sobre os espíritos das massas populares e dominá-las.

O mesmo aconteceu na Pérsia, onde os magos tinham o monopólio das ciências ocultas, poder julgado sobrenatural que chegou até os nossos dias, ou pelo menos até a época de Jesus. No entanto, é no Egito que se vai encontrar em grau mais elevado a união entre o sacerdote e o sábio, dominando até, o povo mais humilde e chegando a influir nas ações dos reis ou faraós. Através de uma iniciação oculta eram os sacerdotes os únicos detentores dos mistérios da sagrada doutrina de Hermes, que abrangia toda a espécie de ciências, incluindo o próprio espiritismo.

A esse respeito o célebre médico francês chamado Galliano, refere-se a um templo perto de Memphis, onde se realizavam as mais surpreendentes curas por hipnotismo. Se lermos com atenção o Velho Testamento, verificaremos que Moisés, antigo sacerdote egípcio, para amedrontar e impor o seu domínio aos hebreus nas vertentes do Sinai, deve ter feito uso dos conhecimentos adquiridos nos templos de Osíris, tanto para o emprego do seu “bastão mágico” como para os fenômenos luminosos conhecidos ali com a denominação de “Sarça Ardente” sendo esse último produzido pela queima de pólvora.

Muitos séculos antes da nossa era, os egípcios já dominavam a técnica para a fabricação da pólvora. Esta doutrina secreta era reservada somente aos iniciados, que eram os únicos a compreender como e porque a vida do homem é uma evolução no Tempo e no Espaço, alma imortal, temporariamente enclausurada em um corpo físico mortal e variável, isto é com aspectos físicos diferentes, em cada uma das vidas terrenas, partícula eterna em evolução proveniente de uma Força Criadora de tudo que existe no Universo ou um Grande Foco de Luz que tudo ilumina. E aqueles “iniciados ou messias” que possuíam esses conhecimentos mais aprofundados sobre a vida, assombravam as populações mais humildes e incultas com os seus “prodígios” e curas aparentemente milagrosas que às vezes realizavam. Eis aí a origem da maioria dos milagres que se encontram nas páginas dos evangelhos bíblicos.

Então Jesus esteve em algum desses países, onde estudou e se iniciou nas ciências ocultas?  Ninguém poderá afirmar com plena certeza, mas ao contrário, também não poderá negar, porque muito pouco ou quase nada se sabe da sua infância e juventude através dos textos dos evangelhos bíblicos. Existem muitas especulações, hipóteses e diversas invenções literárias criadas pela imaginação!

O único escrito que descreve alguma coisa a respeito de suas viagens para países distantes além das possíveis viagens para o Egito e a Grécia é o evangelho aquariano e que por uma estranha coincidência muito poucas pessoas tem conhecimento da sua existência! Mas com relação a sua viagem para o Egito há um indício mais forte de que ela tenha mesmo se realizada, quando se deu a suposta fuga para o país vizinho para fugirem de uma controvertida matança dos inocentes, que mais nos parece que foi uma adaptação retirada do Velho Testamento como foram muitas outras passagens, apenas com novas roupagens para se encaixarem nos evangelhos bíblicos.

Lá no Egito teria Jesus se iniciado nos conhecimentos mais avançados daquela época, nas chamadas “Ciências Herméticas”, das quais mais tarde fez muito uso entre o povo judeu. Há ainda que se considerar por outro lado, que a maioria dos milagres narrados pelos evangelistas bíblicos são hoje comuns à luz da ciência e de conhecimentos espirituais mais avançados, que não são mais exclusividade de castas ou classes privilegiadas como eram os faraós e os magos daquela época.

Aqueles endemoninhados de que fazem tanto alarde os evangelhos, eram simples casos de obsessões, que por um processo de irradiações ou passagem por uma limpeza psíquica são hoje perfeitamente curáveis em um ambiente bem assistido e intuído pelas Forças do Astral Superior através dos Espíritos de Luz. Com bastante lógica supõe e acreditam alguns estudiosos a respeito deste assunto, que Jesus para atuar desta forma teria buscado estes conhecimentos, considerados como prodígios pelas pessoas comuns, no Egito e na Grécia. O filósofo Celsio, um dos adeptos de Pitágoras, escreveu por volta do segundo século da era cristã um “anti-evangelho”, no qual colocou o sugestivo nome de “Livro da Verdade”.

Este trabalho foi de tal ordem e tão arrasador das lendas e deturpações existentes, que a Igreja teve o máximo cuidado de fazer com que o mesmo desaparecesse do alcance do público. Alguns dos críticos da igreja chegaram a afirmar que esse livro era a mais temível argumentação que já se fizera contra os postulados eclesiásticos. Chegou-se a conhecer alguns trechos interessantíssimos desse livro, pelas citações inteiras que fez Orígenes, quando a mando da igreja tentou rebatê-lo no século três da nossa era. Providencialmente, sim, porque se não fosse a tentativa de Orígenes, aliás, sem resultado, não teríamos a possibilidade de conhecer tão profundas considerações desse grande filósofo grego.

É pena que não exista mais tão importante trabalho filosófico como este, que foi criminosamente destruído pela Igreja, por não haver por parte da mesma capacidade e nem argumentos suficientes e fundamentados na razão para contestá-lo com a lógica de civilizados, acharam mais fácil destruí-lo de vez. Pois bem, é esse mesmo Celsio que diz em seu “Livro da Verdade”, que Jesus fez grandes aprendizagens no Egito, tendo se tornado profundo conhecedor das “artes mágicas”, das quais fez largo uso ao retornar para a Judeia, curando enfermos, evocando almas e expulsando demônios. Portanto está confirmada a nossa hipótese de que Jesus era simplesmente um médium desenvolvido em alto grau, dos mais adiantados da época, portanto os tais milagres feitos por ele perdem este aspecto maravilhoso e sobrenatural que lhes foi atribuído pelos evangelistas e pela Igreja, por estarem enquadrados dentro das leis naturais.

Deve-se também levar em conta que Jesus ao iniciar a sua vida pública, no período das suas pregações ou “doutrinações”, estava cercado de gente humilde e inculta, incluindo nesta situação os seus primeiros apóstolos e seguidores, e se pode imaginar as impressões que os tais “prodígios” ou milagres teriam deixado nesta gente e em todos os demais que lhe cercavam naqueles momentos de grandes aglomerações de curiosos ao seu redor.

Ressalta-se aqui a palavra “prodígio”, porque é preciso esclarecer que o milagre no sentido que é dado pela Igreja não pode existir; seria uma completa derrogação das leis eternas e imutáveis. Se estas leis podem ser transgredidas e derrogadas, é porque o “Deus” a que se referem todos os credos religiosos baseados no misticismo dogmático não é infalível. E assim, o Deus bíblico volta atrás quando reconhece ter errado a mão.

No entanto, a verdade é que nos primeiros tempos da era cristã, quando se procurava apresentar Jesus aos seus fiéis como um autêntico herói, era preciso milagres, muitos milagres e até alguns esplendidos milagres! Era assim uma necessidade de milagres e mais milagres! E o arsenal da imaginação foi inesgotável, o que não houve o que faltou foi preocupação com o bom senso. Entre todos os milagres atribuídos à Jesus, os que mais impressionaram e ainda impressionam as pessoas religiosas de hoje, foram sem dúvida, aquelas “ressurreições” de mortos.

Na verdade, ocorreram apenas “pseudo-ressurreições” isto é, aquelas criaturas que despertaram aos serem interpeladas por Jesus não estavam mortas ao pé da letra, mas apenas “dormiam”, se encontravam em um estado de letargia, uma morte aparente ou um estado de coma profundo. Portanto, a partir de agora se vai analisar e estudar as pseudo-ressurreições dos mortos que são relatados nos Evangelhos bíblicos; da filha de Jairo, do filho da viúva de Anim, e de Lázaro.

No capítulo 4 do evangelho de Marcos relata em cores vivas e impressionantes a ressurreição da filha de Jairo, como se tratasse de uma autêntica maravilha. No entanto no versículo 39 atribui a Jesus a declaração formal de que ela não estava morta, mas sim adormecida, e tanto assim deve ter sido que para chamá-la à vida, não disse: - ressuscita, mas sim pronunciou; “levanta-te”. Da mesma forma teria procedido para o caso do filho da viúva de Naim, segundo o evangelho de Lucas, no seu capítulo 7.

Estamos aqui frente a frente com casos de letargia, pois se estas criaturas estivessem realmente mortas, seria contra as leis da natureza sua volta à vida.  Se fosse possível esse regresso à vida terrena no caso de morte real, as leis eternas estariam então a mercê de qualquer milagreiro, deixando de ser eternas e imutáveis. “Deus deixaria de ser Deus”... Jesus teria adquirido no Egito, nas “Escolas Herméticas”, a faculdade de exteriorizar a sua ação fluídica, e esta iria atuar nos sentidos entorpecidos dos supostos mortos, esta é que é a explicação mais plausível e racional. Se forem autênticos esses fatos narrados nos evangelhos bíblicos, esta seria uma explicação mais racional, pois o próprio Jesus teria declarado que “dormia” e não estava morta, circunstância que deve ser comum aos dois casos. A ressurreição de Lázaro nos é apresentado com aspectos tão extraordinários e exagerado que mais parece uma lenda, tanto mais que é citado apenas no quarto evangelho atribuído a João.

Ora, se ele fosse fato verídico, verdadeiro, deveria ser conhecido também dos demais evangelistas, que com certeza, não o deixariam de mencionar dadas as circunstâncias que teria se realizado, pois diz o autor do quarto evangelho que já “exalava mau cheiro”.

Era, portanto um morto autêntico segundo todas as aparências. Mas, no entanto, a nosso ver, poderia ser também uma forma de letargia prolongada. E nem o fato de dizer-se que já “exalava mau cheiro” torna inválida esta suposição. Sabe-se de situações, ainda relativamente recentes de criaturas em estado letárgico, que foram conduzidas à sepultura! E não é possível, nos dias atuais, se encontrar criaturas com feridas cancerosas ou crônicas que exalam mau cheiro!?

No caso de Lázaro poderia o mesmo se encontrar em estado letárgico e ainda que algum de seus membros estivesse afetado, e fosse essa a origem do mau cheiro citado pelo evangelista. Todavia são hipóteses que se apresenta aqui, pois o que se pode concluir pela análise da situação, se raciocinando livre de preconceitos religiosos, é que o autor do quarto evangelho, ou quem lhe incluiu esta interpolação “maravilhosa” quis demonstrar que também sabia forjar e preparar milagres, e neste arrojo de imaginação, imaginou um milagre superior aos demais, acrescentando-lhe a indicação de que Lázaro já cheirava mal, para mostrar superioridade aos demais.

Talvez seja por isso que este milagre não se encontre nos evangelhos sinóticos de Mateus, Marcos e Lucas, que são anteriores ao quarto evangelho como já se mencionou em capítulos anteriores, quando se tratou da apresentação e origem dos quatro evangelhos bíblicos. A seguir, será apreciado e analisado o caso específico dos endemoninhados, também chamados de “possessos” que é um dos milagres mais cheios de disparates e absurdos contra a própria natureza e as leis que a regem. Em Mateus, no seu capítulo 8 e nos versículos 28 a 34, diz que eram dois os obsedados, já em Marcos no seu capítulo 5 e versículos 1, 2 e seguintes, diz que era um só obsedado.

Lucas também diz ser um só, e que o número dos obsessores, espíritos imundos ou inferiores, era infinito, pois era uma “legião” como se lê no versículo 30 do capítulo 8, e também no versículo 9 de Marcos. No que os dois evangelistas estão de acordo e em dizer que os tais demônios renderam uma homenagem à Jesus, reconhecendo-o e chamando-o de “Filho de Deus Altíssimo”. Esses tais demônios parece que eram mesmo abobalhados, pois deveriam saber que Jesus os iria atormentar, e lhes impor a sua força irradiante e nesse caso seriam obrigados a abandonar a vítima ou as vítimas, antes dele chegar, com o que evitariam a humilhação de lhes pedir armistício!...

Mas o mais ridículo e até impossível do caso é terem os demônios ou espíritos obsessores pedido licença para entrarem em uma vara de porcos, e que Jesus os tenha concedido! Aqui se pode concluir, que aqueles infelizes demônios estavam tão mal habituados que não podia mais se abstrair de uma vítima qualquer, nem que fossem “porcos”.  Jesus então lhes concede esta permissão, e eles entram nos pobres animais instantaneamente fazendo com que todos se precipitem no mar, onde todos morrem afogados!

É o caso de se perguntar agora, que culpa tinham os pobres porcos para terem sofrido esta matança coletiva? Sim, porque Jesus tendo permitido tal “proeza” matou de uma só vez dois mil suínos, como lá está no capítulo 5 de Marcos e no seu versículo 13. Por outro lado a de se considerar o prejuízo causado, pois estes porcos deveriam ter um dono com certeza. Quem os indenizaria do prejuízo sofrido? Com que direito poderia Jesus lançar mão da propriedade alheia para destruí-la, simplesmente para uma demonstração de suas qualidades e poderes sobrenaturais?

Pode-se concordar que em matéria de absurdo e ridículo não poderia haver melhor! Hoje vá lá alguém querer demonstrar as suas qualidades desta maneira, tomando uma arma e saindo a alvejar animais que pastam tranquilamente nos campos do seu dono. É bem provável que o caçador vá parar na polícia, seja preso, tenha que indenizar os animais abatidos ou o pior se não venha a receber uma bala ou carga de chumbo do dono dos animais abatidos!... Esta questão de demônios ou possessos, que principiam por prestar uma homenagem, aqui se pode recordar o caso de um jovem pregador, que teria sido preparado para subir ao púlpito de uma casa religiosa que se encontrava repleta de fiéis e autoridades eclesiásticas que esperavam e supunham ter ido ouvir um eloquente e vibrante sermão sobre o dogma da “Imaculada Conceição”.

Este sacerdote noviço, recém-formado, recentemente ordenado, uma vez já empoleirado no púlpito, sendo alvo de muitos olhares açucarados de suas fiéis devotas, e da contemplação vaidosa e impante de satisfação dos confrades da Ordem Monástica a que pertencia, e da qual era considerado um orgulho, repentinamente ficou “possesso” e também mediunizado, e em vez de dar conta do recado como todos esperavam, fez um sermão racional desbaratando o dogma da Conceição e arremetendo contra a Santa Sé. Felizmente não o fizeram “entrar” em uma manada de porcos ou porcas, mas em compensação lhe deram uma surra que deixaram balofo, fazendo-o sofrer horrores, só porque havia dito a mais pura verdade, naquele momento que menos se esperava, escandalizando um auditório inteiro e repleto de assistentes na sua maioria adormecidos pela fé religiosa...

Esta assim, reduzido a bem pouco o lado miraculoso e maravilhoso, que os evangelistas querem nos apresentar a cerca de Jesus, que eles pretendem apresentar como um “herói”, mas que ao em vez de elevá-lo, o reduzem e amesquinham inconscientemente igualando-o a um curandeiro de praça e fazedor de absurdos como se viu no caso dos possessos!... E como estes são os principais “milagres” que nos relatam os evangelhos bíblicos, com maior ênfase, encerramos este capítulo com uma afirmação convicta, sobre a qual solicitamos ao leitor que medite um pouco: “O sobrenatural não existe, é apenas uma justificativa para o que ainda é desconhecido, portanto tudo o que está nos livros sagrados e nos evangelhos, ou se enquadra dentro das leis naturais e imutáveis, quer as conhecemos ou não, ou então, na sua maioria, são simples invenções de cérebros doentios e exaltados, de criaturas com os seus Espíritos completamente obsedados e sem condições de raciocinar acertadamente!...”.

8 - PARÁBOLAS ATRIBUÍDAS A JESUS

8.1 - Parábola do casamento do filho de um rei e seus convidados
8.2 - Parábola do Juiz Iníquo
8.3 - Parábola do rei que distribuiu a vários criados, diferentes importâncias para que fossem devidamente aplicadas
8.4 - Parábola da Eucaristia
8.5 - Parábola da figueira que secou por não ter frutos fora de época
8.6 - Parábola do camelo e do fundo da agulha
8.7 - Parábola do Bom Pastor
8.8 - Parábola do Semeador

Neste capítulo não se pretende abordar todas as parábolas atribuídas a Jesus, mas apenas aquelas que mais chamam a atenção de quem fazem a sua leitura como um livre pensador preocupado com a busca da verdade e não apenas em alimentar a fé em alguma crença ou religiosidade convencional que fundamentam a maioria das religiões cristãs do mundo ocidental.

Se os evangelistas, autores dos evangelhos bíblicos, tiveram a intenção de elevar o nome de Jesus através destas parábolas, ao contrário, conseguiram conduzir as suas palavras e ideias para um verdadeiro "labirinto evangélico" cheio de contradições, disparates e absurdos, onde se torna absolutamente impossível alguém chegar a uma conclusão lógica e satisfatória ou que possa resultar em alguma consequência elucidativa com algum proveito evolucionário para quem quer que seja. Veja-se a seguir algumas das principais parábolas que constam nos Evangelhos bíblicos:

8.1 - Parábola do casamento do filho de um rei e seus convidados:

No capítulo 22 de Mateus, dos seus versículos 1 ao 14, consta a parábola do rei que resolveu expedir convites para o casamento do filho. Esta parábola faz lembrar inicialmente o caso de "Sodoma e Gomorra" ou então o "Dilúvio Universal" que consta no Velho Testamento. Se esta parábola é de autoria de Jesus, é evidente que ele caiu num disparate, pois diz apenas que o tal rei ordenara aos seus criados para que saíssem à rua para chamar quantas pessoas encontrassem para substituir os convidados que haviam faltado e aos quais mandara matar no auge da cólera e do despeito.

Ora tendo os criados chamados todas as pessoas que viram pelas ruas, sem nenhum aviso prévio, tornam-se intuitivo e lógico que nem todas estariam com trajes nupciais. Pois o rei, segundo a tal parábola, tendo encontrado entre os presentes ao festim um pobre homem que não estava com as tais vestes de luxo, mandou-o amarrar de pés e mãos e jogar nas trevas exteriores onde haveria choro e ranger de dentes.

Como poderiam estas pobres pessoas estarem vestidas com trajes de núpcias se não esperavam o convite? É claro que ninguém vai andar com trajes de "núpcias" a qualquer hora esperando que um ocasional convite lhe chegue para um banquete de bodas. É, pois absurda esta parábola atribuída a Jesus, e honra-o muito pouco, porque tal ensino moral que queiram aí encontrar é paradoxal. Se, se pretende, ou Jesus pretendeu, dizer que o referido rei é Deus aí simbolizado estaria então o Ser Supremo sendo comparado a um tirano e truculento odioso.

8.2 - Parábola do Juiz Iníquo:

Em Lucas, no seu capítulo 18, encontra-se a parábola do juiz iníquo que não deixa de ser curiosa no aspecto em que a mesma é apresentada. Jesus teria aí comparado o Criador (Deus) a um mau magistrado que não temia Deus nem aos homens, mas que, no entanto resolvera atender uma pobre mulher que lhe solicitara justiça, só para que ela não lhe molestasse mais com suas lamúrias.

De acordo com essas teorias Deus somente atenderia as nossas súplicas quando percebesse que nos tornávamos maçadores, e se assim é, está claro que mais valeria levar os dias rezando, pedindo que nos fosse dado o rico pãozinho de cada dia do que afrontar chuvas e sol quente, calejando as mãos e fatigando o corpo físico, na procura cotidiana dos meios de sobrevivência. A questão era pedir, e só pedir; Deus para não ser molestado a toda a hora acabaria por nos dar o necessário para uma boa temporada, durante a qual o deixaríamos sossegado e livre das nossas lamentações.

Ora, isto é uma tremenda loucura, ou a parábola está mal contada, ou simplesmente Jesus nunca a teria pronunciado, porque ele era apesar do que pretendem os evangelistas, uma criatura em que predominavam o bom senso e o equilíbrio.

8.3 - Parábola do rei que distribuiu a vários criados, diferentes importâncias para que fossem devidamente aplicadas:

No capítulo 19 do evangelho de Lucas e em seus versículos 12 a 26, consta mais esta parábola como tendo sido Jesus o autor do absurdo, em que um rei, que não deveria estar com suas faculdades mentais em situação normal, resolvera dar a vários criados diferentes importâncias em dinheiro para que lhes dessem a aplicação mais rendosa possível durante a sua ausência. Um dos criados, medroso de perder o capital de que tinha de prestar contas para o seu rei, embrulhou a moeda em um lenço, e mais tarde devolveu-a intacta ao tal rei, sem juros, alegando que com medo a guardara, pois conhecia bem a rispidez do patrão e a exigência absoluta que lhe era peculiar. 

Então o tal rei, cheio de cólera, depois de repreender o mais rispidamente possível o criado medroso que não lhe fizera a moeda render juros, toma-lhe a moeda e manda dá-la para aquele criado que mais lucro lhe tinha proporcionado, alegando que aquele que já tinha mais, mais lhe seria dado, e aquele que nada tinha lhe seria ainda tirado o que pudesse ter em seguida ao que mandou fazer uma terrível chacina nos inimigos que o tinham forçado a estar ausente.

Se com a doutrina desta parábola se pretende representar Deus, não há duvidas de que o Deus aqui representado é um dos piores rancorosos e vingativos da face da Terra. Nem se precisam fazer mais comentários a respeito, o leitor sincero buscador da verdade tirará as suas próprias conclusões.

8.4 - Parábola da Eucaristia:

No capítulo 6 do evangelho de João, no seu versículo 51, atribui-se a Jesus a declaração formal de que ele teria dito que era o “Pão Vivo descido do Céu", e que teria a vida eterna quem o comesse. Não faltará quem pretenda ver nesta passagem uma referência dos mais altos ensinos da moral cristã.

Mas Jesus não teria dito ser o "Pão Vivo descido do Céu", mas sim que ele mesmo era esse pão, o que não deixa de ser bastante dogmático, embora de acordo com a doutrina da encarnação do Logos, o Verbo foi feito carne.

Esta parte serviu para justificar mais tarde a Eucaristia, de onde se conclui facilmente que este arrojo de orgulho atribuído indevidamente a Jesus, nada mais foi do que uma interpolação da Igreja realizada muito tempo depois da sua suposta desencarnação na cruz.

8.5 - Parábola da figueira que secou por não ter frutos fora de época:

Repare-se agora o espírito de vingança que claramente transpira no caso da figueira, de que fala Mateus em seu capítulo 21 e versículo 18, bem como nos evangelhos de Marcos e Lucas. Note-se bem, de princípio que não era tempo de figos, conforme consta no capítulo 11 e versículo 13 do evangelho de Marcos. Pois apesar disso, Jesus não hesitou em amaldiçoá-la, só porque não tinha figos e ele estava com fome, resultando disso ela ter secado imediatamente. Como poderia a pobre figueira ter frutos, se não estava na época? Isso faz lembrar as façanhas do menino Jesus cruel e vingativo que consta no evangelho da Infância, um dos livros apócrifos que citamos anteriormente na parte que trata da sua infância.

Alguém poderá alegar que esta parábola foi retirada de um evangelho apócrifo, mas mesmo que tenha sido o certo é que a doutrina expressa é a mesma: a da vingança cruel e total. Ora, nos parece que toda esta ira e vingança atribuída a Jesus pelos evangelistas também seria aplicada contra aquelas criaturas que não se convertessem aos seus ensinamentos ou mais tarde supostos, nada mais representa do que o reflexo das ideias dos próprios apóstolos.

Jamais um Espírito como o de Jesus iria agir com tanta insensatez e desequilíbrio e até vingança, se não era tempo de figos deveria haver outra espécie de frutas para saciar a sua fome ou mesmo outro alimento em disponibilidade.

8.6 - Parábola do camelo e do fundo da agulha:

No capítulo 19 de Mateus e em seu versículo 24, relata a parábola do camelo e do fundo da agulha. Segundo a teoria que consta neste capítulo, um rico, note-se bem, nunca teria salvação da sua alma, pois é intuitivo e lógico que jamais um camelo poderá passar pelo fundo de uma agulha; a não ser que se trate de uma agulha de tamanho descomunal, que neste caso não seria mais uma agulha. Somente um mentecapto, totalmente fora da razão, lançaria tão hiperbólica afirmativa.

Aqui temos a considerar dois aspectos psicológicos; ou Jesus era nesse tempo um revoltado quanto às privações que o haviam cercado durante a infância e na sua adolescência quando fora trabalhar com seu pai no Egito, mostrando desta forma a sua ojeriza para com os ricos e o bem colocado na vida, ameaçando-os de jamais entrarem no Reino dos Céus, como se vê também em Lucas no capítulo 16 e versículo 25, ou então como um verdadeiro doutrinador queria indicar a grande dificuldade dos ricos se salvarem; mas os pobres não terão também estas mesmas dificuldades, pelo desespero em que muitas vezes se encontram?

Em qualquer caso, um camelo passar pelo fundo de uma agulha... é forte demais. Essa expressão atribuída a Jesus tem, todavia, uma explicação, de acordo com o que se encontra exarado em um antigo alfarrábio de origem judaica, que é racional e tira este aspecto de absurdo disparate. A cidade de Jerusalém era toda cercada de muralhas, nas quais havia diversas portas que se comunicavam com o exterior.

Ao lado norte havia uma estreita passagem cuja conformação era de um autêntico furo das agulhas hoje conhecidas, à qual se dava o nome de "Hirkelia" que em português significa literalmente "entrada apertada".

Os tradutores batizaram esta porta, que servia unicamente para pedestres, com o nome de "furo da agulha" e não se aperceberam que estavam adulterando o sentido primitivo que Jesus tinha dado a expressão empregada. Esta explicação é aceitável; porém como está no texto dos evangelhos é impossível compreender, se não se for um pouco versado no assunto e na linguagem evangélica, porque um camelo passar pelo fundo de uma agulha é realmente inconcebível.

8.7 - Parábola do Bom Pastor:

No capítulo 10, versículo 2 de João, encontra-se a parábola do Bom Pastor, onde Jesus teria dito que era o pastor que entra pela porta do aprisco das ovelhas; no entanto o mesmo evangelista em outro versículo também lhe atribui à declaração de que ele é a porta.

Ora, se Jesus disse que o pastor é que entra pela porta, se ele é ao mesmo tempo o pastor e a porta, chega-se a conclusão de que ele entraria por si mesmo para chegar ao aprisco. Este jogo de palavras até parece um quebra-cabeças para entreter as ideias dos seguidores desses evangelhos.

8.8 - Parábola do Semeador:

Se analisarmos a parábola do semeador, se constata outra doutrina esquisita, pois no versículo 12 e 13 do capítulo 13 do evangelho de Mateus, ele (Jesus) concluíra dizendo que: "ao que tem se lhe dará e terá em abundância e ao que não tem até o que possa ter lhe será tirado”. Ora, isso não deixa de ser um tanto exótico e até estúpido, pois aquele que tem já sabe que está servido, e quem nada tem é que precisa da nossa ajuda.

Ao se agir como está nesta parábola, é norma clara de usurário, portanto de moral negativa. Em seguida, no versículo 13, Jesus declara que fala por intermédio de parábolas para que não o compreendam. Então para quê é que falava através delas? E assim abordamos as principais parábolas atribuídas a Jesus, o leitor poderá encontrar outras nos livros do Novo Testamento ou ainda nos demais Evangelhos apócrifos.

9 - A CRUCIFICAÇÃO DE JESUS - COMO E QUANDO TERIA SIDO A SUA MORTE?

9.1 - Antecedentes e motivos da condenação.
9.2 - Quem teria condenado e crucificado Jesus?
9.3 - Como e quando teria acontecido a sua morte?
9.4 - Estudo científico do santo sudário.
9.5 - Jesus não morreu na cruz.

9.1 - Antecedentes e motivos da condenação.

As circunstâncias de como e quando teria ocorrido a morte do corpo físico de Jesus, após a crucificação em uma cruz de madeira, entre dois “ladrões” companheiros seu de infortúnio, é um assunto muito cheio de controvérsias e polêmicas. Segundo as informações contidas nos Evangelhos bíblicos, ele teria sido retirado da cruz já sem vida, sepultado logo em seguida e permanecido o seu sepulcro guarnecido por dois soldados romanos para evitar qualquer violação.

No entanto mesmo com dois guardas vigiando o local, durante a noite o corpo foi retirado e levado para local ignorado do público comum e a partir deste ponto surgem todas as lendas e as diversas histórias desencontradas que iremos abordar neste capítulo, fazendo o possível para comparar e analisar todas as circunstâncias, situações e hipóteses possíveis de terem acontecido, desde a crucificação até a suposta morte e a complicada “ressurreição”, que aconteceu após muitas aparições extraordinárias em locais também desencontrados segundo os próprios Evangelhos canônicos adotados pela Igreja Católica de Roma.

Segundo os mesmos relatos bíblicos, especialmente os chamados "Evangelhos Sinóticos", Jesus para encerrar a sua missão terrena teria viajado pela última vez para Jerusalém, quando se descuidou e após ser entregue aos seus inimigos por Judas Iscariotes, um dos próprios discípulos, acabou sendo preso e condenado à morte. Alegam os evangelistas que o principal motivo para essa viaje, seria a celebração ou comemoração da Páscoa, o que representa uma causa insignificante, pois a mesma poderia ser celebrada em qualquer outro lugar, sobretudo se for levado em conta que Jesus sabia muito bem que eram em Jerusalém, que se encontravam os fariseus, os seus maiores e mais ferrenhos inimigos.

Quando Jesus atravessou a porta de entrada da cidade montado em seu pequeno burrinho, segundo algumas fontes apócrifas seria uma linda jumenta branca que lhe presentearam antes da viagem, Jerusalém era a maior cidade do Império Romano, entre Damasco na Síria e Alexandria no Egito, com uma população estimada em 80 mil moradores. No entanto durante as festividades da semana da Páscoa, com o grande número de peregrinos a circular pela cidade, o número de habitantes ultrapassava dos 100 mil, o que nos dá uma ideia do clima de agitação vivido na cidade, carros de bois dividiam as ruas estreitas com pedestres e havia ao mesmo tempo um grande vai e vem de animais sendo trazidos para os sacrifícios durante as celebrações do Templo.

A cidade fora conquistada pelos romanos em 63 a.C. E se encontrava no auge do seu esplendor arquitetônico. Onde quer que tenha chegado o seu império, os romanos faziam questão de introduzir o seu estilo arquitetônico em obras; como estradas, palácios, anfiteatros e hipódromos. Em 31 a.C. eles haviam colocado o judeu Herodes Antipas como governador da Palestina. Sua principal obra foi a construção do templo de Jerusalém, cujo tamanho e riqueza foram idealizados para rivalizar com o templo salomônico descrito na Torá.

As obras haviam terminado no ano 10 a.C., portanto há aproximadamente quatro anos antes do nascimento de Jesus. A riqueza da elite judaica era alimentada pela cobrança de taxas dos peregrinos especialmente nos dias de festas. Para as convicções rígidas e disciplinadas de Jesus a respeito de riquezas e ostentações, era inadmissível o estilo de vida dos sacerdotes judeus e do rei Herodes, que aceitavam e se beneficiavam com a dominação dos romanos, os quais eram considerados pagãos perante o seu Deus único!

É certo que em vários trechos e passagens da história bíblica há informações atribuídas a Jesus de que ele já tinha conhecimento do que iria se passar em sua vida, isto é, a sua prisão e morte. Mas se Jesus sabia realmente o que ia lhe acontecer e apesar desse conhecimento, foi ao encontro dos inimigos, pode-se concluir que ele procurou por si mesmo a morte, neste caso se acabaria por admitir este absurdo,

- Jesus suicidou-se!

Portanto, ou ele esperava empolgar o povo e tê-lo a seu favor na hora do perigo, ou então não tinha conhecimento algum do que iria acontecer, e nem dos riscos que iria expor-se, e nesse caso mentem os evangelistas quando dizem que ele sabia e tinha previsto o que iria acontecer. Aqui não importa e nem influi o argumento contido nos Evangelhos de que isso era para cumprir-se o que estava escrito, de qualquer forma apressando o fim dos seus dias estaria cometendo o suicídio.

Logicamente se sabe que a vida terrena terá um fim, ninguém vive para sempre aqui no mundo Escola ou fica para semente como se diz vulgarmente, mas se for apressado esse fim pela própria pessoa, por sua ação direta e espontânea, a mesma estará incorrendo no seu próprio suicídio quando está reduzindo os seus dias de vida física. Além disso, deve-se levar em conta o instinto de conservação que fala mais alto em todas as pessoas normais, e este sentimento pode ser traduzido pelas seguintes palavras: “medo de morrer”.

Jesus não deve ter sido alheio a este sentimento (*Nota-1), pois segundo os próprios evangelistas, no Horto das Oliveiras quando em profunda oração e meditação, pediu que fosse afastado dele o cálice da amargura. Somente em completo estado de alucinação ou perturbação psíquica, se pode compreender que alguém enfrente e aceite a eventualidade de sua própria morte certa! Mas nos parece que Jesus não estava enquadrado nesse caso. Também é falha a alegação de que Jesus ia a Jerusalém para terminar a sua obra, morrendo na cruz, o que é muito discutível, e para redimir o gênero humano o que é mais absurdo ainda.

Sabe-se perfeitamente, como já foi visto e estudado anteriormente no capítulo IV, cada ser humano como Espírito encarnado que é, é o único responsável para regatar os seus débitos, faltas ou pecados segundo os religiosos, por sua própria conta através de incontáveis e sucessivas reencarnações aqui no plano terreno. Portanto cada criatura realiza por si própria a sua evolução “redenção” através de atos dignos e elevados, ninguém assume as faltas de seus semelhantes em nenhuma hipótese.

Como quer que tenha sido, o fato é que a ida de Jesus a Jerusalém, cuja causa não está suficientemente provada ou esclarecida, foi imprudente, a não ser que ele esperasse ali qualquer acontecimento que lhe tornasse o meio ambiente favorável, ou ocorresse uma calorosa recepção ou uma aclamação, e ou uma espécie de glorificação maior por parte do povo.

Nada que Jesus esperava lhe aconteceu e parece que ele continuou mostrando a sua animosidade contra os fariseus, como se encontra no Evangelho de Lucas, no seu capítulo 19 e versículos 45 e 46, e ou no capítulo 21 de Mateus nos seus versículos 12 a 17, irritando lhes os ânimos a ponto deles convencerem o governador romano Poncio Pilatos de que se tratava de um perturbador da ordem, motivando o mandado de prisão e a subsequente condenação à morte. Segundo a própria história bíblica, na quinta– feira percebendo que o cerco apertava, os apóstolos resolveram celebrar com Jesus a última ceia. A imagem que é divulgada desta ceia por Da Vinci e outros pintores, nada representa do que realmente aconteceu.

Os judeus comiam deitados de flanco como os romanos e as mesas eram ordenadas em formato de “U” e nunca dispostas em linha reta como aparecem nos quadros da “Santa Ceia”. Durante a realização desta ceia Judas Iscariotes, teria se levantado para trair o seu próprio Mestre, ou como muitos sugerem para cumprir uma ordem dada pelo próprio Jesus. Ordem esta que não deixa de ser um tanto estranha e até paradoxal e incompreensível. Uma das causas para a condenação de Jesus teria sido a perturbação da ordem pública que lhe acusaram, mas existe outra de ordem íntima e pessoal que teria sido a vingança de Hanã, o sumo pontífice do alto sacerdócio judaico.

De acordo com fontes apócrifas Maria Madalena teria sido amante de Hanã e ele havia lhe presenteado com joias caríssimas e mantinha por ela uma paixão fervorosa. Quando Maria Madalena conheceu Jesus, após ouvir as suas palavras esclarecedoras a respeito das riquezas materiais mal adquiridas e das verdadeiras riquezas do Espírito que eram eternas, ela resolveu mudar seus hábitos de vida e subitamente resolveu abandonar todas as riquezas materiais e seguir os passos de Jesus de perto como uma das mais dedicadas discípulas do Mestre Nazareno.

Por ela ter seguido Jesus, corriam notícias entre o povo de toda Jerusalém que Maria Madalena era a companheira e amante do seu Mestre. Pouco antes da condenação de Jesus, Hanã teria mandado um de seus mensageiros tentar convencer a Madalena para que voltasse atrás na sua decisão e que ele a perdoaria, lhe ofertando novas joias e tudo que ela tinha antes. Como ela não teria aceitado de maneira nenhuma, ele vingou-se em Jesus, fazendo tudo para condená-lo e mais ainda crucificá-lo entre dois ladrões confundindo-o com os mais perversos que encontrou.

Eis uma das razões a mais, talvez a mais decisiva, para a crucificação de Jesus. Pois se Jesus fosse condenado de acordo com os costumes dos judeus, ele teria sido apenas apedrejado até a morte e nunca crucificado. A crucificação era considerada um dos castigos mais desumanos daquela época e era exclusivamente aplicado pelos romanos com a principal finalidade de dominar os revoltosos que porventura tentassem apresentar alguma resistência. Durante o governo de um dos imperadores mais cruéis houvera uma revolta dos escravos, que eram oriundos de países dominados de diversas partes do império, e milhares deles teriam sido condenados a crucificação e principalmente por serem considerados como estrangeiros em Roma.

9.2- Quem teria condenado e crucificado Jesus?

Parece que há entre os evangelistas uma tentativa de tirar de Pôncio Pilatos a responsabilidade ou culpabilidade pela morte de Jesus, mas isso se explica pelo fato de que os primeiros cristãos queriam contar com a simpatia das autoridades romanas, com as únicas que podiam contar na guerra franca entre eles e as sinagogas. A história inserida no texto bíblico pelos evangelistas apresentando um Pilatos que hesitou e acabou lavando as mãos e consentindo por fim na morte de um “inocente” revelou-se muito pior do que eles pretenderam apresentar, simplesmente o governador agiu como um covarde!

Ou ele sabia que Jesus era culpado, e o condenava como condenou; ou então tinha certeza da sua inocência, e em tal caso não o podia ter condenado, ele que tinha em suas mãos poder para agir das duas formas.  Embora conste nos Evangelhos da “lenda bíblica” que Pilatos teria tentado absolver Jesus da condenação máxima, outras informações de historiadores não religiosos dizem que Pilatos teria perseguido muitos agitadores políticos entre os judeus, aprisionando-os e condenando-os à morte e em consequência destas suas ações foi chamado de volta para Roma antes de terminar o tempo do seu mandato de governador, onde teria sido submetido a um rigoroso inquérito para apurar os seus atos de repressão contra o povo da Judeia.

A lenda que foi inventada sobre a escolha entre Jesus e Barrabás não tem nenhuma razão de ser assim como a traição de Iscariotes.  Entretanto o que é mais provável é que até o último momento Jesus teria esperado qualquer coisa de anormal que o livrasse da fúria dos fariseus, ou então estava muito longe de saber o que iria lhe acontecer, e tanto é assim, que segundo o evangelista Mateus no seu capítulo 26 e no versículo 32, ele havia marcado um encontro com os discípulos posteriormente na Galileia.

Fato este que confirma a sua intenção era ainda retornar mais uma vez de Jerusalém para a sua terra natal. Pilatos, porém, foi inflexível e assinou a pena de morte, tirando-lhe as últimas esperanças. Segundo algumas fontes apócrifas Poncio Pilatos intimamente, não tinha nada contra Jesus e possivelmente até o admirava e quando o apresentou Jesus preso para que decidisse sobre a vida e morte do mesmo, ele teria até se penalizado daquele homem inocente tão martirizado, mas foi armado um conluio entre os chefes da religião judaica ameaçando de entregar Pilatos ao imperador romano, caso ele não condenasse Jesus a pena máxima.

Segundo conjecturas de ordem histórica geral, Tibério era o imperador que reinava em Roma e era um monarca cheio de superstições e perseguido pelo medo, do que há vestígios claros daquela época. E é impossível que até ele já não tivessem chegado rumores de que nas terras da Palestina incorporadas ao seu império houvesse surgido alguém se apresentando como rei da Judeia. Fato este que o lavaria a ficar no mínimo preocupado com o que estivesse por lá acontecendo.

Dizem ainda, alguns historiadores que por esta época Pilatos não estava em muitas boas graças com o imperador, e consequentemente por ver a sua situação agravada em Roma, poderia ter sido a causa determinante da assinatura da pena máxima contra Jesus. Após ter decretado esta sentença de morte, Pilatos mandaria um relatório a Tibério, e com isso provaria que estava desempenhando o seu cargo de procurador com zelo, agradando e captando as boas graças do imperador.   Mas mesmo tendo Pilatos condenado a Jesus não conseguiu terminar o tempo do seu mandato e foi chamado a Roma e submetido a rigoroso inquérito devido a sua conduta em ações combativas contra o povo mais oprimido da província da Judeia.

Apesar dos soldados romanos sob o comando de um centurião terem colocado em pratica a pena máxima decretada contra o indefeso e martirizado Jesus, não podemos dizer que todos os romanos foram responsáveis pela sua morte.  Também é injusta a condenação que vulgarmente se faz ou se fez durante muito tempo contra o povo judeu todo, o acusando do mesmo crime.

A religião de Roma já oficializada, dita cristianizada, chegou ao absurdo de condenar o povo judeu por deicídio, isto é, ter matado Deus e maior absurdo ainda, por que Jesus não era Deus e nunca se intitulou como tal. Na verdade, foi apenas um grupo de judeus que Haná os comprou a peso de ouro que se colocou contra Jesus durante aquele improvisado julgamento, não foram todos os judeus, neste caso a responsabilidade maior recai sobre os chefes religiosos que prepararam toda intriga ameaçando de entregar Pilatos para Tibério se ele porventura libertasse Jesus.

Nem todo o povo judeu queria a morte de Jesus. Atualmente levanta-se outra hipótese, um tanto absurda para os crentes de todas as seitas religiosas que usam a morte de Jesus como sua principal fonte de propaganda, se Jesus sabendo que os fariseus eram seus ferrenhos inimigos e que eles estavam em Jerusalém, ao voltar e até provocá-los no Templo, principalmente ao atacar violentamente os cambistas no templo, estaria a procurar a morte pelas próprias mãos.

Nesta hipótese, Jesus teria praticado o seu próprio suicídio. Assim entre o povo romano e o judeu, naquela época de Jesus, existiam muitas pessoas com a índole voltada para o bem e para as boas ações, e por isso não podemos condenar os habitantes de uma nação inteira pelas irresponsabilidades de um grupo que decide agir com maldade, perversidade e vingança contra quem ousa contrariar os seus interesses e as suas mordomias mantidas à custa da exploração e da ignorância dos mais humildes.

9.3 - Como e quando teria acontecido a sua morte?

A morte na cruz como relatam os Evangelhos bíblicos, não pode ter se dado como nos é relatada, e por isso se irá verificar mais adiante, as muitas probabilidades de que Jesus tenha sido retirado da cruz ainda com vida, isto é em um estado de morte aparente, desmaiado e inconsciente. Todos os quadros ou imagens que mostram Jesus carregando uma pesada cruz de madeira nas costas não são verdadeiras, pois o que ele transportou nas costas amarrado aos dois braços foi um pesado pedaço de madeira que formava apenas a travessa horizontal da cruz, já que a parte vertical se encontrava fixa no local da crucificação.

Os quadros religiosos que representam a crucificação são tão falsos como os são os da “Santa Ceia” e outros que a Igreja idealizou e utiliza largamente para melhor impressionar os seus fiéis e mantê-los assim com a fé sempre forte e afiada. Também se pode admitir com muita lógica e cabimento, a hipótese de que Jesus não estivesse morto, mas apenas com ferimentos e desmaiado, só assim se justifica o cuidado dos discípulos em reanimá-lo o mais rapidamente possível, talvez para que não expirasse. Esta suposição pode basear-se em algumas circunstâncias que não passam despercebidas, e que entre outras, se pode citar as seguintes:

1ª. - O cuidado de José de Arimatéia em solicitar direta e pessoalmente a autorização ao governador Poncio Pilatos para retirar da cruz o corpo e depositá-lo em um sepulcro que mandara construir, que podia muito bem estar preparado para isso. (ver *Nota-2 no final do Capítulo)

2ª- O cuidado que houve no Gólgota em não quebrar as pernas somente de Jesus, pois os outros dois condenados tiveram as suas pernas quebradas, para que morressem mais rápido.

3ª- A urgência com que Maria Madalena e outras mulheres correram para o sepulcro com preparados diversos, podendo ser admitido que tivesse sido marcado previamente um encontro lá com os demais discípulos.

4ª- A estranheza de Pilatos quando lhe foram dizer que Jesus já tinha expirado, após apenas três horas de crucificação.

5ª- Substância narcótica que foi colocada na boca de Jesus junto com a esponja embebida em vinagre e fel na ponta de uma cana, quando ele sentiu sede e pediu água, conforme se pode ler no evangelho de Mateus no seu capítulo 27 e versículos 45 ao 48.

6ª- Descoberta e estudo científico do “Santo Sudário” lençol de linho especial que se admite que tenha envolvido o corpo de Jesus ao ser retirado da cruz e de acordo com as impressões que ficaram gravadas no mesmo, se pode deduzir que o corpo que dele foi aproximado ainda estava vivo, fato este confirmado pela disposição do sangue coagulado em sua superfície.

7ª- A possível admiração e simpatia pelo condenado, do próprio centurião que comandou o ato da crucificação, que segundo a história bíblica, o mesmo teria ficado penalizado com a situação de Jesus e até no momento em que o carrasco iria lhe cravar os cravos, ele teria virado o rosto para o lado. Esta circunstância também pode ter influído para não serem quebradas as pernas somente de Jesus.

8ª- O possível suborno dos soldados romanos, por parte de Maria Madalena para que não se quebrassem as pernas de Jesus e permitissem a sua retirada da cruz antes do tempo previsto para os demais condenados em situação normal.

9ª- E por último muitas contradições e discordâncias que existem entre umas e outras narrativas evangélicas, todas elas dignas de serem levadas em consideração.

Já alguns observadores atentos fizeram questão de salientar que houve um cuidado imenso em citar as últimas palavras proferidas por Jesus na cruz. Mas quem as ouviu? Se nenhum dos "evangelistas" se achava próximo do local da crucificação, pois todos os apóstolos e discípulos tinham se dispersado desde que Jesus fora aprisionado. Pedro chegou mesmo a negar que conhecia seu Mestre! Se apenas algumas mulheres piedosas assistiram o ocorrido de tão longe que não teriam condições de compreender o que Jesus dissera, e mesmo que os soldados romanos que guarneciam o local deveriam estar fazendo algazarra e estas pobres mulheres transidas de medo como poderiam ter ouvido claramente alguma palavra!...

Quem teria dito a cada um dos evangelistas, que Jesus fizera esta ou aquela exclamação antes de morrer? As narrativas evangélicas são contraditórias em tudo, ora dizendo que foi só um dos ladrões que blasfemou, ora dizendo que ambos o fizeram, ora citando uma coisa, ora citando outra, e se prosseguindo na analise histórica do que nos é relatado como certo de ter acontecido após a tragédia do Calvário, esbarramos continuamente em flagrantes contradições e até clamorosos desrespeitos a autenticidade histórica dos fatos Nem a própria questão dos anjos empoleirados em cima da pedra do sepulcro é uniforme, não se sabendo se era um ou se eram dois os tais anjos.

Marcos chega a nos dizer em seu Evangelho, que Jesus logo após ter ressuscitado, reapareceu primeiro na Galileia. Lucas já diz que foi para dois dos discípulos na estrada de Emaus, e por fim João diz que foi junto ao sepulcro para Maria Madalena. Sobre esta última versão a de se considerar também uma circunstância muito curiosa. Como é que Maria Madalena tão íntima de Jesus quando vivo, não o reconheceu logo? 

Diz o evangelista que Jesus estava disfarçado de jardineiro e que por isso ela não o reconheceu logo. É deveras interessante que tendo ela tido tanta intimidade com Jesus, não o tenha reconhecido logo. Ou ele ressuscitou completamente desfigurado e transformado, ou então não se pode compreender esta hesitação toda por parte dela. Porém o que se pode deduzir da forma como João relata o fato é que Maria Madalena não estava a par de combinação alguma, pois diz este evangelista que ela estava do lado de fora chorando, ao passo que Simão Pedro e o outro discípulo parecem nem ter ficado emocionados. Pelo contrário: o discípulo amado olhou, viu e creu, segundo o que consta no capítulo 8 e versículo 20 do evangelho de João.

Mas creu em quê? Provavelmente na realização de alguma coisa que havia sido combinada anteriormente, o que pode muito bem ter sido o rapto do corpo de Jesus de dentro do sepulcro, para ser reanimado fora dali, para qualquer lugar mais seguro que o tenham levado. É curioso também que este evangelista não fale nada sobre a ascensão do corpo, pois segundo ele, Jesus depois de ressurgir ainda operou muitos milagres e prodígios. No dia em que se deu a ressurreição, apareceu primeiro para Maria Madalena, depois aos onze reunidos, e oito dias depois aos doze, estando presente Tomé, dando-se por esta ocasião o fato deste discípulo ter chegado a por as mãos nas feridas para crer. Mais tarde Jesus aparece aos discípulos numa ocasião inesperada junto ao mar de Tiberíades, estando presente Pedro e outros.

Diz o evangelista que Jesus não foi reconhecido como tal, senão depois da pesca dos 153 peixes grandes. Isso não deixa de ser um tanto paradoxal, pois estes discípulos já o tinham reconhecido quando reapareceu aos onze e logo em seguida aos doze reunidos. Como se explica que tão depressa se esquecessem da sua fisionomia? Só se depois da ressurreição Jesus estava mudando constantemente de fisionomia! Tudo isso não deixa de ser bastante esquisito historicamente!...

Já no Evangelho de Lucas o caso é descrito de forma diferente, pois não foi só para Maria Madalena que ele reapareceu, mas sim a ela junto com Joana, Maria a mãe de Tiago e outras, as quais indo pela primeira vez ao sepulcro vira ali dois homens “vestidos de brilhantes roupas”. Quando contaram aos onze discípulos o que se tinha dado com elas, foram tomadas como desvairadas, isto é, as consideraram loucas e não acreditaram, a princípio, em nada do que elas lhes informaram sobre Jesus ressuscitado. Nesse mesmo dia se deu a aparição de Jesus para dois discípulos na estrada de Emaus, os quais o reconheceram somente quando já estavam em uma estalagem, e ele abençoou o pão e deu para eles comerem.

Quando souberam de quem se tratava correram para Jerusalém a fim de contarem aos onze discípulos reunidos o que se passara, mas Jesus apareceu de repente no recinto, perturbando-os ao ponto deles pensarem que se tratava de um Espírito. Todas estas aparições são bastante confusas, porque motivo estar aparecendo ora de uma forma, ora de outra diferente, não se entende que objetivo pudesse ter também não se sabe através deste evangelista se a subida para os Céus foi na Galileia ou em Jerusalém, concluindo-se apenas que tudo isso aconteceu no próprio dia da ressurreição.

Finalmente em Mateus encontramos algumas variantes, nos fala ele inicialmente de um grande terremoto que houve por causa da descida de um anjo que veio remover a pedra do sepulcro, sendo o seu aspecto o de um relâmpago e com as suas vestes cor de neve. Este tremor de terra foi visto ou ouvido somente por Mateus, porque os outros evangelistas nada comentam, e é o segundo terremoto por ele referido, porque por ocasião da morte de Jesus já tinha se dado outro. Não deixa de ser um tanto curioso, que a simples descida de um anjo do céu tenha provocado todo esse fenômeno sísmico.

Esse mesmo anjo dá a ordem para o reencontro coletivo na Galileia, e quando as mulheres saíram correndo para executarem a ordem recebida, Jesus saiu-lhes ao encontro, repetindo-a. Reúnem-se todos em cima de um monte, no mesmo dia da ressurreição, e na vista deles Jesus se eleva aos céus. Acabamos de ver alguma coisa mais ou menos concorde entre os evangelistas: é que Jesus subiu aos céus no mesmo dia da ressurreição. No entanto João que não fala na subida para os céus, diz que depois da ressurreição ainda ele realizou muitos prodígios, de que os outros três evangelistas nada falam.

Porém em Atos, no seu capítulo 1 e versículo 3, nos relata que Jesus andou aparecendo para uns e outros durante quarenta dias, dando ordens para que não se afastassem de Jerusalém, ao contrário Mateus em seu capítulo 28 e versículo 10, põe estas palavras na boca de Jesus: “Não temais! Ide, relatai isso a meus irmãos, a fim de que vão para a Galileia; e lá me verão.” Onde poderá estar a verdade sobre tudo isso que se viu anteriormente? Para quem raciocina livre de dogmatismos religiosos, pode concluir com convicção que os célebres anjos eram simplesmente amigos ou irmãos de ordem de Jesus, ou seus próprios discípulos, embora fossem desconhecidos das mulheres, das quais não se pode esperar que conhecessem a todos os que seguiam as ideias de Jesus.

A esses amigos que deve ser atribuída a remoção da tal “grande pedra” que cobria a entrada do sepulcro, pois Jesus do lado de dentro do mesmo não o poderia ter feito. Que destino teria tido o corpo de Jesus? Onde e como teria depois morrido Jesus? Também não se sabe. Os evangelistas deitam uma pá de cal sobre tudo o que se relaciona com a morte de Jesus, dizendo que ele subiu aos céus, e a não ser os discípulos ninguém se preocupou com a vida e a morte daquele que cuja existência há mais de dois mil anos vem desafinado as inteligências mais desenvolvidas, por causa da confusão que o cercaram os primeiros cristãos, e, sobretudo a Igreja dos primeiros séculos com a imposição dos seus dogmas.

Quiseram fazer de Jesus um Deus, porém ao contrário fizeram dele foi uma figura lendária ou mitológica, para o que muito contribuiu o apóstolo Paulo (Saulo de Tarso) na sua primeira epístola aos Coríntios, no seu capítulo 15 e versículos 1 até o 58, onde aumenta ainda mais o já grande desencontro de informações existentes nos demais Evangelhos bíblicos que tratam da vida e morte do Mestre Nazareno. A seguir apresenta-se mais um trecho da obra de Holger Kersten, no qual podem ser observados alguns costumes e fatos históricos interessantes, a respeito da morte dos condenados a crucificação, desconhecidos ainda do público e principalmente das partes que tratam da suposta “morte de Jesus” que é o tema principal em estudo neste capítulo:

- “... A história nos conta que a sentença de morte nos tribunais romanos se consubstanciava nas palavras ‘ibis and crucem’ que significam ‘subirás à cruz’. A crucificação era a forma mais ignominiosa e brutal de morrer. Essa pena não era aplicada a cidadãos romanos, mas nos povos dos países dominados, era a maneira popular de converter um povo rebelde em súditos pacíficos e obedientes ao jugo romano. A prática da crucificação era desconhecida entre os judeus, que em caso de pena de morte usavam a lapidação, decapitação, estrangulamento e fogueira. Porém, segundo a lei mosaica, um blasfemo, quando já estava quase morto, podia ser pendurado a uma árvore, pois aquele que é suspenso é um maldito por Deus. (Deuteronômio, capítulo 21 e versículo 23).

A crucificação, não podia nunca ocorrer no sábado. Entre os judeus, o sábado tem início na tarde do dia da Preparação, que foi o dia da crucificação. Os romanos para evitar problemas, costumavam tolerar, na medida do possível, os usos e costumes religiosos dos judeus, e foi por isso que a execução foi realizada às pressas, para que terminasse antes do cair da tarde. Para intimidar outros rebeldes ou agitadores, era sempre angustiante, dolorosa e prolongada. Se todo o peso do corpo da vítima fosse suportado apenas pelos pulsos, a morte sobreviria após cinco ou seis horas de sufocação e não de perda de sangue, pois nessa posição a respiração a respiração torna-se tão difícil que o corpo não receberia oxigênio suficiente para sobreviver.

A fim de evitar uma morte rápida, assentavam os pés do condenado numa espécie de suporte horizontal à cruz, para que ele pudesse sustentar o corpo, enquanto aguentasse. Os ferimentos nós pés da vítima do santo sudário não provam que tivesse tido tal apoio, mas o cravo, por si, seria suficiente para evitar a asfixia. Na arte ortodoxa grega, o crucifixo apresenta sempre um apoio para o pé. Muitas vezes um pequeno assento de madeira era colocado atrás do condenado para diminuir a dor, mas também para prolongar a agonia. Sêneca, o filósofo da corte de Nero, escreveu em uma de suas cartas: ‘a vida dos condenados a esse tipo de morte se esvai gota a gota’.

Segundo os evangelhos bíblicos, Jesus foi pregado à cruz na “sexta hora” ou ao meio dia e morreu na hora nona ou às três da tarde. Ao anoitecer, o evangelho de Lucas relata que uma estrela tripla anunciava o começo do sábado, às seis horas da tarde, o corpo considerado morto, foi retirado da cruz. Se a narração dos evangelhos estiver correta, Jesus estaria “morto” a pelo menos, três horas.   Era costume colocar sobre os pés do crucificado o nome e o motivo da condenação, para conhecimento de todos. Segundo a tradição, no caso de Jesus, a tabuleta dizia em latim, grego e aramaico que se tratava de “Jesus, Nazareno, Rei dos Judeus”.

As representações artísticas da crucificação mostram apenas as iniciais INRI, que são uma abreviatura do texto latino que era assim escrito: ‘Jesus, Nazarenus, Rex, Iuaeorum’.  Evidentemente uma das acusações contra Jesus residia no fato de ele ser um nazareno! (natural da cidade de Nazaré) Parece ainda menos provável que Jesus tenha morrido após três horas, porque os nazarenos ao contrário dos essênios, não eram ascetas. Conforme Mateus em seu capítulo 11 e versículo 19; Veio o filho do homem que come e bebe, e dizem: “eis aí um glutão e bebedor de vinho”. Jesus dificilmente poderia ser descrito como uma pessoa magra e fraca, pois pesava 79 quilos aproximadamente.

A morte dos outros dois homens crucificados com Jesus é expressivamente descrita no evangelho de João: “Como era a Preparação, os judeus, para que os corpos não ficassem na cruz durante o sábado, porque esse sábado era um grande dia pediram a Pilatos para lhe quebrar as pernas e fossem retirados da cruz. Vieram os soldados e quebraram as pernas do primeiro e depois do outro, que fora crucificado com ele.” (Conforme o evangelho de João, no capítulo 19 e versículos 31 e 32) O texto dá a entender que os dois “ladrões” morreram asfixiados dentro de poucas horas, por não poderem se suster, devido as pernas quebradas. Chegando a Jesus e vendo-o já morto, não lhes quebraram as pernas... (conforme capítulo 19 e versículo 33 do evangelho de João) A razão para a morte aparente de Jesus pode ser encontrada um pouco antes, nos versículos 27 e 30 do evangelho de João:

“... Estava ali um vaso cheio de vinagre. Fixando, então, uma esponja cheia de vinagre num ramo de hissopo, levaram-na a sua boca. Quando Jesus tomou e absorveu o vinagre disse: “...Está consumado, e inclinando a cabeça, entregou o Espírito”.  Resta saber se foi o vinagre que levou Jesus a entregar imediatamente o Espírito, ou se foi uma outra substância qualquer. Era comum entre os judeus darem a um homem condenado a morte vinho temperado com mirra e incenso, a fim de amenizar lhe a dor com o efeito narcótico dessas substâncias. A hipótese de que Jesus somente aparentasse estar morto quando entregou o “Espírito” foi muitas vezes levantada, mas como a ressurreição nunca foi provada com certeza,  o apóstolo Paulo aproveitou-se disso, para formular a sua doutrina pagã da redenção sacrificial (*ver nota-1), que prometia a salvação através da morte e derramamento de sangue. O sacrifício de Jesus foi sempre apresentado como voluntário, especialmente pelos propagadores da fé cristã, mas na verdade, os evangelhos demonstram várias vezes que Jesus tinha medo da morte.

Na expectativa do que poderia acontecer, Jesus reza no Horto de Getsmani, com as seguintes palavras: “Abba, Pai, tudo é possível para ti; afasta de mim este cálice; porém, não se faça o que eu quero, mas o que tu queres. "(conforme os evangelhos de Marcos capítulo 14 e versículo 36, e Mateus capítulo 26 e versículo 29 e Lucas no seu capítulo 22 e versículo 42) “E, estando em agonia, orava com mais insistência ainda e o suor se lhe tornou semelhante a gotas de sangue que caiam por terra”. (Lucas capítulo 22 e versículo 44). Um mártir preparado para oferecer a sua vida em sacrifício encararia a morte com mais serenidade. No entanto, o apelo final de Jesus- “Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?”

- é prova suficiente de que a crucificação estava longe de representar a realização dos seus desejos. Os acontecimentos posteriores irão provar que Jesus não estava tão abandonado, como a sua queixa dá a entender. Os três evangelhos sinóticos narram que Jesus, antes de entregar o Espírito, deu um grande brado. Ora, é impossível que uma pessoa consiga gritar em estado de absoluta exaustão, ou prestes a morrer por asfixia, que foi na opinião da grande maioria dos médicos, a “causa mortis” de Jesus. (a opinião desses médicos estranhamente coincide com a história bíblica...). De acordo com o texto bíblico, Jesus teria permanecido “morto” na cruz por três horas. As consequências desse fato podem ser descritas com precisão absoluta. Segundo recentes pesquisas nesta área, apenas após trinta minutos de ter ocorrido à morte já se inicia um processo de enrijecimento dos músculos.

Quando Jesus crucificado perdeu a consciência, seu corpo, embora sustentado pelos cravos que lhe traspassavam os pés, pendeu, de forma que suas pernas se dobraram sensivelmente, a partir de então todo o peso do corpo foi sustentado pelos cravos nos pulsos. A cabeça pendeu e o queixo encostou-se lhe ao peito. Transcorridas de três a quatro horas, seu corpo deveria normalmente ter enrijecido. Se, porém observarmos a imagem estampada no sudário, notamos que as costas, a cabeça e as pernas do “cadáver” se ajustam perfeitamente a superfície plana do lençol.

O fato de Jesus não estar enrijecido ao ser retirado da cruz, é prova suficiente de que ele não estava morto. Provas ainda mais convincentes podem ser vistas nas manchas de sangue, visíveis no lençol. Apesar das contradições e relatos inexplicáveis dos evangelhos, sobre os acontecimentos que se seguiram a paixão, inúmeras testemunhas dizem ter visto Jesus em carne e osso, após a “ressurreição”. Maria Madalena pensou a princípio que ele era um jardineiro!...”

9.4. Estudo científico do santo sudário

O “Santo Sudário” ou o famoso “Sudário de Turim” é um lençol de tecido especial de linho, medindo 4,36 metros de comprimento por 1,10 metros de largura, e revela com incrível clareza a imagem de um homem flagelado. Este lençol teria servido de mortalha para Jesus, e na época fora adquirido por José de Arimatéia que era um judeu rico e de posses, que conhecia os ensinamentos de Jesus, e segundo os próprios evangelistas ele e Nicodemos apesar de pertencerem ao Conselho Religioso Judaico tinham uma grande amizade e consideração por Jesus e até votaram contra a sua condenação, embora sozinhos não tenham conseguido evitá-la.

A análise científica da figura humana que ficou marcada neste tecido do “Santo Sudário” é uma das provas de que o corpo que esteve ali envolvido ainda tinha vida, ou seja, o seu sangue ainda estava sendo bombeado pelo coração, conforme se pode verificar a seguir na análise científica do sudário. Uma das metades do lençol mostra o corpo visto de costas e a outra metade o corpo visto de frente. Pode-se distinguir com facilidade a cabeça, o rosto, o peito, os braços, as mãos e os pés ali impressos em cor sépia, e em alguns pontos em cor cinza. Este lençol que aqui é mencionado foi conservado até os dias de hoje, e se encontra atualmente em Turim.

É, portanto um documento autêntico que registrou prodigiosamente um dos momentos mais importantes da História Universal. Trata-se de um documento quase fotográfico, possivelmente uma das maiores relíquias de todos os tempos e uma das maiores provas de que Jesus não teria morrido na cruz, como nos dizem os Evangelhos e todas as religiões que neles se apoiam.

O teólogo alemão Holger Kersten em sua obra “Jesus Viveu na Índia” nos apresenta a sua análise científica, onde através de fotografias aperfeiçoadas, foram feitas as seguintes observações:

“... 1º- O corpo visto no sudário está nu. De acordo com a lei romana, os criminosos eram castigados e executados nus. Uma representação artística de Jesus nu seria considerada sempre uma blasfêmia imperdoável.

2º- Está bem nítida a imagem de uma pessoa pregada na cruz, e não simplesmente amarrada com tiras de couro, como era também usual. A crucificação era uma punição frequente, e por isso não se pode provar que aquele corpo seja exatamente o de Jesus. Entretanto, considerando que o primeiro imperador cristão, Constantino, aboliu esta pena tão desumana, o sudário só pode ser anterior a 330 d.C.

3º- O estilo da barba e do penteado usado pelo homem estampado no sudário, não sendo adotado em nenhum outro lugar do Império Romano, com exceção da Palestina, sugere fortemente que o condenado era membro da seita nazarena e que pertencia a comunidade essenia.

4º- O sudário apresenta sinais evidentes das seis primeiras estações da via sacra descritos nos evangelhos. Em primeiro lugar médicos especialistas diagnosticaram grave inchaço sobre o olho direito e outros ferimentos faciais, evidentemente causados pelo cruel tratamento infligido pelos soldados romanos.

5º- Em segundo lugar, notam-se pequenas, mas bem nítidas  marcas de forma arredondada, atrás e na frente do corpo,. Ao todo são noventa marcas. De forma que sabemos não só quantos golpes foram desferidos, mas também que o açoite empregado foi o “flagrum” (chicote) romano, um tipo de flagelo, dotado de três tiras de couro, em cujas extremidades se atavam pares de pequenas esferas de chumbo ou de osso.

Esta imagem feita a partir do Santo Sudário destaca o rosto de um homem que se assemelha muito com o de Jesus Cristo. FONTE: O Santo Sudário (PRENEY, J. M. – pg.38- 1998).
A parte da esquerda desta imagem nos mostra o formato de um homem visto de costas e a parte da direita o mesmo homem visto de frente, a cabeça na parte superior da direita assemelha-se com a mostrada na Figura anterior. (Figura 5) FONTE: O Santo Sudário ( PRENEY, J. M. – pg.36- 1998)


6º- A terceira estação da via sacra é reconhecida pelos ferimentos dos ombros, obviamente causados por um forte peso, o que indica que a vítima deve mesmo ter carregado uma cruz ou pedaço de madeira pesada.

7º- A quarta estação da via sacra se nota nas listas irregulares de sangue que aparecem na parte anterior e posterior da cabeça, provocadas pela coroa de espinhos. Não se trata de uma coroa redonda, como a ilustrada pela maioria dos artistas, mas de um gorro inteiriço que cobria toda a cabeça, semelhante às coroas orientais. Um falsário teria representado uma coroa de espinhos convencional.

8º- A quinta estação da via sacra, a fixação por cravos à cruz apresenta-se visível no sangue que escorreu dos pulsos e dos pés. A direção tomada pelo fluxo maior de sangue indica que os braços estiveram estendidos em um ângulo de 55 a 65 graus.  Uma das mais surpreendentes informações coletadas no sudário é que os cravos foram pregados, não nas palmas das mãos como todos os artistas pintaram, mas nos pulsos. O cirurgião francês Bardet demonstrou que a palma das mãos jamais suportaria o peso de um corpo crucificado, que pesasse mais de 40 quilos. Simplesmente se rasgaria, acompanhando os ossos do metacarpo. Que falsário saberia disso?

9º- A sexta estação da via sacra, reconhece que pelo corte de 4,5 centímetros aberto do lado direito, entre a quinta e sexta costelas, por onde teria corrido muito sangue. Isto confere com o texto do evangelho de João que fala de um ferimento de lança, do qual fluíram em profusão “sangue e água”.

10º- Tanto o fêmur como a barriga da perna, não mostram sinais de grandes feridas, sugerindo de fato que as pernas não foram quebradas.“

Todos estes dados que foram enumerados demonstram que não se trata de uma vítima qualquer de crucificação. Tantas provas que coincidem com o Evangelho de João, somente poderiam dizer respeito a uma única pessoa! Além destas provas apresentadas anteriormente é preciso que se observe com atenção uma das pesquisas realizadas em laboratórios da NASA, onde uma fotografia computadorizada possibilitou a elaboração de uma figura tridimensional em tamanho natural.  Se, se tratasse de uma farsa a proporcionalidade não teria sido conseguida. Com base no relevo foi possível determinar o verdadeiro peso e as medias de Jesus: Aproximadamente 1,80 metros de altura e 79 quilos de peso, conforme (KERSTEN, H. -1986).

9.5 - Jesus não morreu na cruz!...

A seguir apresentam-se informações contidas em três obras de autores diferentes que confirmam que Jesus não teria morrido na cruz, mas ele teria sido retirado dela inconsciente e em estado de morte aparente. Na obra “A Personalidade de Jesus no Labirinto Evangélico” de autoria do ex-padre Américo Correa Marques, nos apresenta informações mais lógicas do que as encontradas nos evangelhos bíblicos a respeito deste assunto relacionado com a vida e a morte de Jesus, especialmente de quando e como ela teria ocorrido. Eis o trecho da obra do ex-padre Américo, em que ele nos afirma que:

"Todos os credos religiosos, absolutamente todos, que são derivados da lenda evangélica, e hoje se consideram os seguidores de Jesus e os únicos cristãos, evitam aprofundar este assunto, porque sabem que esbarrarão em um terrível impasse, e partem, além disso, de um ponto de partida errôneo, que é o de considerarem Jesus mais uma entidade abstrata do que real. O resultado é que, que a morte é relatada com mais ou menos superabundância de recursos de imaginação e fantasia, não sabem, porém o que fazer, ou o que foi feito do corpo.

Os evangelhos nos relatam episódios após a morte de Jesus, dizendo ter havido a ressurreição. Ora, a morte é o fim da vida orgânica, entrando a matéria logo em decomposição no grande laboratório da natureza, portanto se a ressurreição é à volta a vida, o Espírito não poderia voltar a animar um corpo já entrado em putrefação. Logo, se Jesus voltou à vida, é porque ainda não havia morrido! Esta hipótese é baseada, num velho pergaminho manuscrito originado de um membro superior da Ordem da Congregação dos Essênios.

Trata-se de uma epístola ou carta deste membro integrante dos essênios, supõe-se que Jesus e alguns dos seus apóstolos pertenceram a esta Ordem, tal carta teria sido remetida de Jerusalém para idêntica comunidade existente na cidade de Alexandria, para esclarecer pontos sobre a morte e a ressurreição de Jesus, que a lenda e a exaltação mística de então, já haviam adulterado e os tornado confusos.

Declara o autor desta carta que Jesus, como João era essênio, pertencendo ambos a congregação existente ao pé do monte Cassius, onde José, Maria e Jesus haviam se refugiado antes, por ocasião da ida ao Egito, por cuja hospitalidade José fizera o voto de consagrar o menino à Ordem em sinal de reconhecimento. Depois de vários acontecimentos relacionados com Jesus e seus pais, relata que os mesmos foram mais tarde para Jerusalém, para fugirem a pressão que o rei Archelau fazia sobre a Galileia.

De entradas triunfais em Jerusalém não se encontra vestígios de citação alguma nessa carta que estamos analisando. Jesus que então já era adulto, impulsivo e ardoroso propagandista da pureza de costumes, logo se tornou malquisto dos fariseus, que resolveram prendê-lo e matá-lo, não obstante os esforços de amigos influentes filiados à Ordem. José de Arimatéia e Nicodemos, apesar de serem ambos judeus e membros do Sinedrin eram secretamente ligados a Ordem dos Essênios.

Então a seguir, Jesus foi preso e condenado, tendo os romanos colocado na cruz o dístico que dava como “Rei dos Judeus”, em quatro idiomas, procurando dessa forma ridicularizar o Sinedrin Judaico e os fariseus.  Já crucificado quando sentiu sede, foi por um iniciado secreto da Ordem, embebida uma esponja em matéria narcótica, substância misturada ao vinagre a que se referem os evangelhos bíblicos, que de acordo com instruções prévias de Arimatéia e Nicodemos, chegando-se com uma cana comprida aos lábios de Jesus que absorvendo o líquido desmaiou.

Foi ainda devido à influência destes dois poderosos judeus que não se quebrou as pernas dele como foi feito aos demais, porque todos o deram como morto, menos aos que estavam a par do segredo. Retirado o corpo da cruz, com a autorização de Pilatos, foi levado para um horto de propriedade essênia e depositado em túmulo já preparado, onde a noite por meio de ingredientes preparados pelo próprio autor da carta, da qual estamos nos referindo, foi reanimado e levado para a casa de amigos que iam proceder o seu restabelecimento completo.

E de madrugada, um noviço essênio, envergando uma túnica branca, que era a insígnia do grau a que pertencia, foi ao túmulo para de lá retirar as faixas que o corpo tinha sido envolvido e que podiam denunciar tudo devido à matéria cicatrizante de que estavam impregnadas, os soldados romanos que se achavam próximos tomaram o jovem por uma entidade sobrenatural, e veio dai a origem do anjo que aparecera junto ao túmulo, história que depois foi aumentada ao sabor da fantasia, pois outros irmãos essênios foram ainda ao Horto durante a madrugada e manhã para avisar os amigos e discípulos que por lá aparecessem de que poderiam reencontrar Jesus na Galileia.

Depois de muitas peripécias, já mais restabelecido, Jesus se pôs a caminho para a Galileia, mais ainda muito fraco pelas emoções e pelos resquícios de sofrimentos físicos. Viajava só de noite, não só por precaução, mas também por ser mais ameno e propício clima noturno, acompanhado sempre por Maria Madalena que não se conformou em se separar dele um só instante, a qual era também uma iniciada essênia. De longe iam os dois vigiados por José de Arimatéia e Nicodemos, que tinham se oposto a viagem devido ao estado de fraqueza de Jesus e receavam por ele. Todos os cuidados, porém, foram inúteis, e Jesus sucumbiu após alguns dias de viagem, rompendo a sua alma os liames da matéria de forma suave, para evolar-se para o infinito, sendo o corpo inumado, isto é sepultado a segunda vez perto do mar Morto.

Como tudo isso aconteceu em segredo, conhecido apenas por alguns iniciados da Ordem Essênia, a lenda da ressurreição se espalhou e tomou vulto entre o povo comum que desconhecia a realidade dos fatos, para o que muito concorreu a circunstância de Jesus não ter sido visto mais pelo vulgo. Como se pode deduzir, foram os próprios soldados romanos que concorreram para criar-se a lenda da ressurreição, mais tarde aceita empiricamente, e hoje tida como dogma infalível pela igreja cristã e seus seguidores.  Tudo o que se encontra nesta epístola essênia, que acabamos de fazer a sua citação, pode ser autêntico ou não. Mas o que não se pode negar é que tenha mais visos de verossimilhança do que a lenda evangélica contida no texto bíblico."

Outra imagem feita a partir do Santo Sudário, a cores, que mostra a parte superior do corpo e a cabeça.
FONTE: O Santo Sudário (PRENEY, J. M. – pg. 86- 1998)

Uma outra obra editada pela Ordem Rosa Cruz, “A Vida Mística de Jesus”, embora ainda propague a divindade do Mestre Nazareno, afirma que ele não morreu na cruz e que quando dela foi retirado estava apenas em um estado de morte aparente. Teria Jesus sobrevivido à crucificação e após perder as suas aptidões de fazer milagres teria se afastado de Jerusalém e secretamente se dirigido para o norte da Palestina e vivido em lugar ignorado próximo ao monte Carmelo até avançada idade.

É admitido que Jesus, após a sua suposta “Ressurreição” (ver a Nota-3) teria andado por um prazo de quarenta dias, entre os seres terrenos, mas teria secretamente se afastado de Jerusalém e se encontrado em carne e osso, isto é, em vida física, com os discípulos na Galileia. Ainda segundo esta obra a ressurreição não teria se dado no sentido de Jesus ter voltado ao seu corpo já morto e ressurgido caminhando no terceiro dia.

Também na obra de Holger Kersten, que já se fez referência, se tem informações com circunstâncias bastante coerentes e aceitáveis de que Jesus após a crucificação, em estado de morte aparente ou desmaiado teria sido recolhido secretamente para um local seguro e ficou completamente recuperado dos ferimentos e torturas que havia sofrido, teria se retirado de Jerusalém secretamente e durante a noite, e sempre acompanhado Maria a sua mãe e por Maria Madalena, que foi a única discípula que nunca o abandonou, seguindo para o norte da Palestina, onde na Galileia teria se encontrado com todos os discípulos e até os convencido a seguirem trabalhando na divulgação da sua doutrina esclarecedora para povos de outros países distantes da Palestina. Algum tempo depois, houvera também o encontro especial com o apóstolo Paulo de Tarso (nas proximidades da cidade de Damasco), que na realidade se deu em vida física e não em uma forma de mensagem visionária como anunciam as religiões cristãs e querem nos fazer acreditar na história bíblica que mais se assemelha a um conto lendário.

A alegada cegueira que Paulo teve após esse encontro, teria sido provocada por uma substância tóxica, isto é um tipo de entorpecente forte que o mesmo teria ingerido em uma reunião secreta com Jesus e outros membros da Ordem Essênia que possuía representantes na Galileia e em Damasco na Síria. Esta versão torna mais compreensível e aceitável até, a sua alegada conversão, que não seria tão brusca como informam os evangelhos bíblicos. Após este encontro secreto, Paulo teria se disposto a realizar longas viagens para divulgar o cristianismo ao seu modo e completamente modificado em relação aos ensinamentos originais de Jesus.

Após todos estes encontros e reencontros, Jesus juntamente com Maria Madalena e a Maria sua mãe carnal, teriam seguido viagem para a região da Caxemira no norte da Índia e lá vivido até avançada idade, constituindo família e tendo até deixado descendentes, que lá vivem até os dias atuais. A mãe de Jesus não teria suportado esta longa viagem e teria falecido ou desencarnado a caminho da terra de Caxemira.

Com todas as provas científicas e evidências apresentadas até aqui, se pode compreender melhor, o porquê, e as razões, para igreja ter inventado tantos mistérios para a vida e a morte de Jesus, e também se pode compreender porque a verdade nunca será conveniente para eles, principalmente para os seus sofismas dogmáticos, pois os põe por terra. Também joga por terra toda a fantástica lenda da “Ressurreição” que foi inventada pelo apóstolo Paulo juntamente com os primeiros divulgadores do cristianismo paulinizado de Estado.

Mais tarde, ainda foi esta lenda ampliada e retocada por sábios teólogos da igreja católica apostólica romana do Vaticano, muitos anos após o desaparecimento físico de Jesus. Finalmente, após ler, reler e estudar com calma, e comparar todas as informações que se teve ao dispor neste capítulo com conhecimentos anteriores oriundos de outras fontes religiosas ou não, se pode afirmar com convicção: Jesus, o Cristo, não morreu na cruz. A verdade tem as pernas compridas e a vida eterna, um dia tudo virá à tona e será plenamente esclarecido, e a Igreja não terá mais como sustentar os seus dogmas sobrenaturais e enganar, como vem fazendo há mais de dois mil anos, boa parte da humanidade do mundo ocidental.

A cada nova geração, a cada nova reencarnação, os Espíritos estarão vindo com mais lucidez e maior clarividência e senso crítico para compreender as coisas que os cercam, saber separar o falso do verdadeiro, saber separar o “joio do trigo” como se referia o mestre Nazareno em sua época. E desta forma, com o passar do tempo, dias, anos ou séculos, se tornará cada vez mais difícil manter os seres humanos enganados a respeito do que são como força espiritual e do que vieram fazer aqui no mundo Escola. Sobre a lenda da "ressurreição" de Jesus, o estudioso deste assunto, Rudolf Butmann nos afirma, que:

“... hoje não ficaria nem um pouco chocado se a moderna ciência da Arqueologia encontrasse em algum lugar do mundo os ossos de Jesus!”.

(*-Nota-1) Apesar dos evangelhos canônicos e do próprio apóstolo Paulo mais tarde divulgar a morte de Jesus como se tivesse sido voluntária e em defesa da redenção da humanidade ou de parte dela, essas afirmativas já comentadas, não correspondem à realidade, por que perante as sábias e eternas Leis Espirituais ninguém vem a este mundo de torturas e sofrimentos físicos e morais para salvar ou assumir as faltas dos outros, cada criatura humana na condição de Espírito encarnado é o único responsável para resgatar os seus débitos e realizar às suas custas a evolução espiritual, mesmo que para isso precise aqui reencarnar centenas ou milhares de vezes através de vidas sucessivas. Assim sendo, Jesus Cristo jamais veio ao nosso mundo Terra para entregar a sua vida, o seu sangue, para redimir as faltas alheias, isso seria uma derrogação das leis naturais e imutáveis e das próprias Leis Espirituais instituídas e regidas pela INTELIGÊNCIA UNIVERSAL SUPREMA que o vulgo denomina “DEUS”.

(** Nota-2) José de Arimatéia e Nicodemos foram alguns dos poucos integrantes do Tribunal Religioso Judaico que tiveram intenções de defender Jesus da condenação máxima, mas nada puderam fazer contra a maioria contrária, porém mesmo assim, esses dois judeus por serem verdadeiros amigos de Jesus tentaram de alguma forma ajudá-lo e segundo fontes banidas pela igreja, eles além de dedicarem uma grande amizade e estima por Jesus eram secretamente seguidores de seus princípios doutrinários desde que conheceram o Mestre e seus discípulos mais próximos, desta maneira justifica-se o grande interesse de José de Arimatéia em ter se empenhado pessoalmente junto à autoridade romana de Poncio Pilatos no sentido de pedir a retirada do corpo de Jesus da cruz logo após ser constatada a sua suposta “morte”.

(*** Nota-3) A igreja por não aceitar a existência das Leis Espirituais e em especial a Reencarnação dos Espíritos, admite até hoje que os Espíritos evoluídos, como no caso de Jesus, após a sua vida física precisariam “ressuscitar” isto é voltar o Espírito ao corpo carnal e se transportar em carne e osso para os planos espirituais ou para “os céus” como eles admitem. Na realidade os Espíritos evoluídos estão completamente livres e independentes da matéria aqui do mundo Terra e de outros mundos idênticos ao nosso existente no Universo Infinito, no entanto até determinado nível de evolução podem apresentar o seu corpo fluídico ou períspirito que em determinados aspectos ainda se identifica com a individualidade referente ao corpo físico que teve na última encarnação. Esse corpo fluídico ou espiritual é formado de matéria mais fina, e purificada de acordo com o nível de evolução do seu mundo astral ou de estágio espiritual, mas o Espírito é eterno, imaterial e imortal não precisando se utilizar de nenhum tipo de matéria física para sua sobrevivência.  Ninguém se admire, pois, se amanhã ou depois a moderna Arqueologia aliada aos avançados recursos técnicos e científicos do progresso atual, nos apresente os ossos oriundos dos restos mortais daquele que foi no passado o corpo físico de Jesus.  Todos os Espíritos de Luz que já habitam o Plano Astral Superior, como força e energia que são em constante vibração elevada e direcionada para o bem, têm condições de se materializarem se assim o desejarem para contribuir com a evolução e o progresso da humanidade como um todo, mas sem precisar contrariar as leis naturais e muito menos empregar “restos mortais” de cadáveres putrefatos que são originários do mundo Terra e aqui permanecem e se desintegram até o último átomo passando a compor outras formas de vida orgânica, após ocorrer a definitiva desencarnação do Espírito.

10 - QUANTOS E QUAIS FORAM OS DISCÍPULOS QUE SEGUIAM JESUS

10.1 - Quantos eram os discípulos que seguiam Jesus?
10.2 - O encontro na Galileia
10.3 - A ascensão de Jesus ao céu
10.4 - Judas foi traidor ou um dos fiéis discípulos de Jesus?

10.1 - Quantos eram os discípulos que seguiam Jesus?
(O reencontro com os discípulos na Galileia após a suposta "morte")

A história bíblica, principalmente na parte dos Evangelhos canônicos, nos relata que Jesus Cristo, durante as suas peregrinações teria sido acompanhado apenas por doze discípulos, também conhecidos por apóstolos pelas diversas religiões "cristãs" de hoje. Esse número "doze" é enigmático, e para os judeus representa as suas antigas doze tribos de Israel.

Porém todas as informações contidas no Novo Testamento da história bíblica, que dizem ser determinada previsão do Antigo Testamento ou para se cumprir esta ou aquela profecia do passado, são altamente suspeitas e não podem ser tomadas como fontes históricas dignas de serem autênticas. Admite-se e com bastante cabimento, que o número de discípulos que acompanhou Jesus durante as suas peregrinações, foi bem superior aos doze anunciados e também ele teve algumas mulheres que o acompanharam de perto como verdadeiras discípulas, fato este que se irá abordar no próximo capítulo dedicado à sua discípula e “companheira” Maria Madalena.

O grupo de discípulos que seguia Jesus era formado na sua maioria por humildes pescadores naturais da Galileia com raras exceções. Ainda no capítulo 10 de Lucas em seus versículos 1 a 12, refere-se que Jesus teria instruído e mandado sair a pregar por todas as cidades e locais que ele pretendia ir, duplas de discípulos que saiam à frente, como evangelizadores com poderes para realizar determinadas curas e “milagres”. Estas duplas seriam integrantes de uma turma de setenta e dois discípulos preparados pelo Mestre. Nos locais onde eles não fossem bem recebidos não deveriam retornar e Jesus também não visitaria esses locais. Assim, de acordo com a história bíblica, não se sabe ao certo, se Jesus teve doze, quinze ou mais de oitenta discípulos ao todo?

Após a prisão de Jesus em Jerusalém, ocorrida no local conhecido como Horto de Getsêmani, a maioria dos seus discípulos que o seguiam de perto, com medo de também serem presos, teriam se dispersado, um dos poucos que acompanhou de longe o seu “Mestre” foi o apóstolo Pedro, mas mesmo assim, quando teria sido interpelado pelos soldados romanos, o mesmo negou que conhecia o "Mestre Nazareno" ou até mesmo que fazia parte do seu grupo. Segundo a lenda contida na história bíblica, antes que o galo cantasse a segunda vez, Pedro já teria negado por três vezes que conhecia Jesus.

Durante a crucificação e logo após a retirada da cruz, uma pessoa do sexo feminino acompanhou todos os acontecimentos e fez parte ativa da vida física de Jesus até os últimos momentos de sua vida terrena. Esta mulher foi Maria Madalena, possivelmente, a mais dedicada e fiel discípula que teve o “Mestre Nazareno, pelas circunstâncias em que ela abandonou todas as riquezas materiais adquiridas devido somente a beleza de seu corpo físico. Ela renunciou a todos os prazeres da vida mundana e desregrada que levava até o momento em que conheceu Jesus e teve a oportunidade de ouvi-lo em uma das suas doutrinações ao público, para passar à segui-lo em todos os seus passos! Segundo um dos Evangelhos apócrifos, Maria Madalena teria subornado os soldados romanos para que não quebrassem as pernas de Jesus e para que permitissem a retirada da cruz com o corpo apenas desmaiado e em estado de “morte aparente” perante os olhos do público logo após a crucificação!

Os discípulos desorientados e apavorados, haviam se afastado da vida pública apostólica e retornado as ocupações que tinham antes de ter conhecido o Mestre. Simão Pedro, Tomé, Natanael de Canaã, e os filhos de Zebedeu voltaram para a pesca, conforme consta no Evangelho de João no capítulo 21 e versículo 2.

O antigo zelo e entusiasmo somente surgiram novamente, quando Jesus lhes comunicou o desejo de encontrá-los na Galileia para um encontro pessoal.

10.2 - O encontro na Galileia

Porém quando Jesus se apresentou no meio deles, eles ficaram muito perturbados e até assustados, pensando que estavam vendo um “Espírito”. “E ele lhes disse: Porque estais perturbados e porque surgem tais dúvidas em vossos corações? Vede minhas mãos e meus pés: sou eu! Apalpai e entendei que um Espírito não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho. Dizendo-lhes isso lhes mostrou as mãos e os pés. E como, por causa da alegria não podiam acreditar ainda e permaneciam surpresos, disse-lhes: Tendes aqui alguma coisa que comer?

Apresentaram-lhe um pedaço de peixe assado e um favo de mel. Tomou-os e comeu diante deles.” Finalmente Jesus convidou o incrédulo apóstolo Tomé, a tocar-lhe as chagas, a fim de convencê-lo da sua existência física. Apesar de se saber perfeitamente que um Espírito com o nível de evolução espiritual do de Jesus, teria condições de se materializar no momento que desejasse para convencer os seus discípulos ou amigos ou para transmitir os seus nobres ideais reformadores de costumes e vícios, no entanto lendo-se com atenção esta passagem dos “Evangelhos” que foi citada anteriormente, se pode concluir que Jesus realizou este reencontro com os seus discípulos pessoalmente, com o seu corpo físico normal.

Tendo em vista que o mesmo aconteceu cerca de quarenta dias depois da fabulosa “ressurreição” de Jesus em Jerusalém. Decorrido este prazo, seria um tempo suficiente para que ele já tivesse se recuperado completamente dos ferimentos e das torturas físicas e morais que sofrera antes da crucificação, enquanto se encontrava na prisão sob a guarda dos soldados romanos. Jesus, entretanto, não podia mais realizar as suas pregações para as multidões e ficar se expondo ao público, pois seria imediatamente perseguido pelos seus ferrenhos inimigos que continuavam bem vivos e atentos para qualquer nova informação.

Os fariseus e o Alto Sacerdócio Religioso Judaico continuavam bem atentos, com os seus espiões nos quatro cantos de Jerusalém. Entre muitos acontecimentos importantes neste memorável reencontro de Jesus com seus discípulos, teria o Mestre, segundo os evangelhos, assim se dirigido a todos eles: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho para toda a criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado...” (conforme consta no Evangelho de Marcos, capítulo 16 e versículos 14 a 18 - NT).

Esta frase acima, que se encontra sublinhada é muito suspeita a sua autoria ser atribuída a Jesus, pois sendo ele um Espírito de elevada evolução, como já se esclareceu e comentou em passagens anteriores, jamais ele pensaria em ameaçar quem quer que fosse com a condenação, simplesmente por alguém não acreditar nas suas palavras.

Esta frase é mais uma das muitas “interpolações” da Igreja, que colocou estas palavras na boca de Jesus, para justificar mais tarde a sua cruzada missionária pelo mundo ocidental, usando ferro e fogo, para à força “cristianizar” as pessoas humildes, e mais ainda ter a audácia de condenar até a morte aquelas pessoas que não se dobrassem ou aceitassem a imposição dos seus dogmas carregados de religiosidades. E assim procederam largamente durante o período das “Santas Inquisições” e hoje ainda continuam a excomungar quem se atreve a não aceitar que Jesus morreu na cruz para salvar os pecados da “humanidade” e muitos outros dogmas por eles astuciosamente inventados para melhor impressionar os seus seguidores!...

Pelo que se viu até agora parece que Jesus teve grande dificuldade em convencer os discípulos de que ele era uma criatura real. Enfatizou a sua natureza material deixando-se tocar e aceitando alimento. Declarou expressamente e ele próprio não ser apenas um Espírito. Sua reaparição andando novamente após a complicada crucificação que os evangelhos nos relatam, não resultou de um erro de identidade, engano ou ilusão, não tinha seu corpo sofrido uma transformação sobrenatural; não era um fantasma, nem e muito menos um ser etéreo ou que se apresentava apenas em corpo fluídico, enfim era um homem em carne e osso com o seu corpo físico normal.

10.3 - A ascensão de Jesus ao céu

Após este encontro de Jesus com os discípulos na Galileia, outro fato maravilhoso e fantástico teria acontecido, o qual é relatado apenas pelo Evangelho de Marcos no seu capítulo 16, versículos 19 e 20, que teria sido a “Ascensão de Jesus.” E isto é o que está escrito neste capítulo de Marcos: “E o Senhor Jesus depois que lhes falou, elevou-se ao céu, e está sentado à direita de Deus. Eles, os apóstolos, tendo partido pregaram por toda a parte, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a sua pregação com os milagres que o acompanhavam.”

Já o Evangelho de Mateus nada informa a respeito da tal “Ascensão” do corpo físico de Jesus aos céus, somente no seu último capítulo se refere à aparição dele na Galileia. Assim consta no seu capítulo 28 nos seus versículos 16 a 20: Aparição de Jesus na Galileia e missão dos apóstolos - Os onze discípulos partiram para a Galileia, para o monte que Jesus tinha lhes indicado. Quando o viram adoraram-no; Alguns, ainda, porém, duvidaram. Jesus aproximando-se lhes falou dizendo:

Foi-me dado todo o poder no céu e na terra. Ide, pois, e ensinai todas as gentes, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinando-as a observar todas as coisas que vos mandei. Eu estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo.”

Tanto no capítulo 28 de Mateus, como no capítulo 16 de Marcos, nestes versículos que foram citados, se pode observar claramente que houvera uma adulteração ou interpolação no texto mais antigo dos evangelhos originais com a intenção de representar para os seguidores e futuros leitores dos “evangelhos” um Jesus elevado à categoria de um "Deus Pai Todo Poderoso."

Outro disparate facilmente percebido é a referência que faz ao “Espírito Santo”. Outras fontes não religiosas bastante confiáveis nos relatam que o dogma do Espírito Santo assim como o da Virgindade de Maria foram adotados e implantados através de concílios da Igreja após o nosso terceiro século, ou seja, muitos anos depois da passagem de Jesus pela Galileia e por Jerusalém. Uma testemunha, praticamente ocular dos fatos, atesta que Jesus não desapareceu definitivamente. E esta testemunha é confiável!

Trata-se do apóstolo Paulo, também conhecido como Saulo de Tarso, o único que comprovadamente escreveu aquilo que lhe é atribuído no Novo Testamento.  Ainda que ele não tivesse participado de nenhum ato ligado à crucificação, porém ele encontrou-se com Jesus algum tempo após a suposta morte e “Ascensão”, um encontro que iria transformar toda a sua vida. Esse encontro de Paulo com o Mestre foi ao vivo, pessoalmente.

Aproximadamente após dois anos, da “morte e ressurreição” de Jesus, teria Paulo se encontrado com Jesus, se convertido aos seus princípios e passado a divulgar e implantar por todos os lugares que passou um cristianismo modificado de acordo com a sua visão e o seu entendimento!

Após este encontro teve início a implantação do “cristianismo paulinizado”. Especificamente este versículo 19 do capítulo 28 de Mateus, garante a Igreja apostólica de Roma o direito de, em nome de Jesus e dos apóstolos sair pelos quatro cantos do mundo Terra, destacadamente o mundo ocidental, mediante o uso até da força, a pregar e impor o seu “cristianismo evangélico paulinizado” que muito pouco representa daqueles ensinamentos originais que Jesus quis transmitir e não o conseguiu, e nem mesmo os seus próprios discípulos que o seguiam de perto, o compreenderam.

Este encontro de Jesus com Paulo será abordado com maiores detalhes em um dos próximos capítulos, onde se irá abordar e estudar a “conversão” de Paulo e os seus ensinamentos que foram divulgados pela Igreja mais tarde, como se fossem o cristianismo primitivo original de Jesus, mas que na prática eram totalmente diferentes. A maioria dos apóstolos de Jesus, com exceção de Paulo, eram homens rudes e de pouca cultura, na verdade analfabetos, que se dedicavam a profissão de pescadores, e mesmo durante o convívio com Jesus tinham grande dificuldade para compreender as palavras de seu Mestre, e principalmente as conhecidas "parábolas". Como, mais tarde, estes mesmos homens rudes iriam se tornar missionários e fiéis divulgadores dos princípios do Mestre Nazareno. É lógico, que seria praticamente impossível ter havido modificação tão brusca em seus conhecimentos e na evolução geral dos mesmos!

Assim, se pode avaliar e compreender todo o desencontro que houve nos primeiros grupos ou comunidades “cristãs” que se formaram, que por pequenas discordâncias se guerreavam e combatiam ferozmente umas contra as outras. Pelas informações que se tem dos próprios Evangelhos, parece ter sido o apóstolo Paulo o único que realmente escreveu as suas cartas ou epístolas, ou pelo menos a ele se atribui.

Estas cartas ele as dirigiu para povos de lugares distantes e diferentes e também realizou suas “viagens missionárias” (ver mapa) com o objetivo de divulgar os seus princípios doutrinários para esses povos que anteriormente os teria enviado suas cartas e outros missionários que em seu nome partiam para evangelização de comunidades localizadas em terras desconhecidas.

10.4 - Judas foi traidor ou um dos fiéis discípulos de Jesus?

Surgiu recentemente o Evangelho de Judas, a partir de abril de 2006, após cinco anos de estudos para sua decifração e correta tradução. As autoridades da igreja o contestaram desde o primeiro anúncio do seu descobrimento.  O texto desse evangelho contradiz frontalmente as informações contidas no texto bíblico a respeito da personalidade e procedimentos de Judas Iscariotes e do próprio Jesus, quando nos apresenta o discípulo do mal e da vingança, como um dos mais fiéis seguidores do seu Mestre e que o mesmo teria sido até um dedicado pregador que teve seus fiéis e seguidores em algum lugar da Palestina.

Segundo este mesmo evangelho apócrifo, o próprio Jesus teria solicitado para que Judas o entregasse aos seus inimigos, fato este bastante contraditório, que através de um beijo teria culminado com a prisão e a crucificação do Mestre. Quem foi Judas Iscariotes? Segundo a história bíblica ele foi o traidor de Jesus e nada mais! Nenhuma informação existe sobre sua vida profissional ou o que fazia para sobreviver antes de conhecer o Mestre. Na maioria das quinze vezes, que é citado nos evangelhos bíblicos é apresentado como um desgraçado e amaldiçoado traidor.

Judas ao contrário dos demais discípulos foi o único que não nasceu na Galileia, pois era natural de um pequeno lugarejo conhecido como Kariotes localizado próximo de Belém e Hebron no sul da Judeia. Judas teria sido um dos mais fiéis discípulos seguidores de Jesus e o que melhor compreendia seus ensinamentos através de parábolas. Além dessa virtude do “apóstolo traidor” por sua grande confiança que lhe foi depositada ele teria sido escolhido entre os demais, para o “tesoureiro” do grupo, informação esta que somente fontes apócrifas nos relatam.

Mesmo que Judas tenha dado em seu Mestre o “beijo da traição” a pedido do próprio Jesus, nem toda a maldade que lhe atribuem nos Evangelhos bíblicos é verdadeira. Sobre o ponto de vista espiritual se realmente Jesus solicitou a Judas para que o traísse, assim como viajou voluntariamente para Jerusalém antes da prisão, estava desta forma buscando pelas próprias mãos a antecipação de sua morte física, que é o seu próprio suicídio como já comentamos anteriormente no Capítulo X sobre a Crucificação.

Também de acordo com as sábias e eternas “Leis Espirituais” cada Espírito quando encarnado e de posse de um corpo físico normal, busca individualmente sua evolução e aperfeiçoamento moral, com dedicação e esforço próprio, assim nenhum Espírito de Luz e maior evolução como o de Jesus precisaria vir ao plano terreno e através de sua “morte” do corpo físico com derramamento de “seu sangue inocente” para redimir ou salvar os outros “pecadores”, onde uma grande parcela destes contraiu débitos espirituais conscientemente quando agiu para o mal prejudicando o seu semelhante ou até mesmo acreditando ilusoriamente que um “Salvador” viria dos céus no momento derradeiro da sua desencarnação para salvá-lo de uma possível ou suposta “condenação eterna”.

Cada Espírito realiza e busca a sua própria “salvação” quando trabalha com honestidade e procura praticar ações elevadas e dignas de uma pessoa cristã e plenamente espiritualizada.

Porém a descoberta ou decifração do texto desse Evangelho de Judas por mais que pareça contraditória para o público e até desconcertante e não admitido pela igreja, em nada altera a nossa afirmativa contida no Capítulo IV “Jesus e as Religiões Cristãs” onde se admite que; fisicamente tenha sido Jesus Cristo um homem normal composto de Força e Matéria, alma e corpo, igual a todos demais seres humanos que compõe a humanidade atual, portanto sujeito as mesmas Leis Espirituais como os demais.

Por outro lado, a divulgação do Evangelho de Judas, nos fortalece ainda mais a convicção de que, a história relatada a respeito da vida de Jesus nos textos dos chamados “evangelhos bíblicos” está adulterada e muito distante da realidade dos fatos originais e autênticos que realmente aconteceram durante a sua última vida física.

11 - MARIA MADALENA TERIA SIDO UM DOS DISCÍPULOS DE JESUS?

Maria Madalena ou Mirian de Magdala, natural da Galileia, após a sua conversão, fora um dos mais dedicados discípulos de Jesus! Segundo fontes apócrifas, Lázaro e Marta seriam seus legítimos irmãos carnais. Algumas fontes não religiosas e até alguns dos próprios Evangelhos apócrifos, como o de Felipe, nos apresentam alguns trechos com maiores detalhes do relacionamento pessoal de Maria Madalena com Jesus e os outros discípulos. Em algumas destas fontes encontram-se informações, de que Maria Madalena, por ser uma das mulheres mais formosas daquela época, teria sido uma das amantes do próprio Hanã (Hanás) que era sogro de José Caifás (Caiafás).

Caifás era o chefe do Alto Sacerdócio Judaico, que era uma espécie de tribunal onde se realizavam os julgamentos político-religiosos da Judeia. Mas Maria Madalena ainda era cortejada por muitos outros poderosos, devido a sua beleza física, que lhe cobriam de presentes e joias finas, porém mesmo vivendo entre estas riquezas terrenas mal adquiridas, ela sentia uma profunda tristeza que não encontrava explicação. Certa feita ao ouvir de perto a voz de Jesus em uma das suas vibrantes pregações, não se conteve e perante o público, ela se desvencilhou de todos os adornos de ouro, e os entregou aos pobres e mais necessitados e decidiu daquele momento em diante abandonar para sempre a vida que tivera até então, e passou a seguir de perto os passos de Jesus e os seus discípulos.

Judas Iscariotes que não possuía companheira ou esposa antes de se reunir ao grupo dos doze, tentou conquistá-la para ser a sua mulher por toda a vida e ele teria recebido como resposta um verdadeiro sermão que o deixara envergonhado e cabisbaixo. Logo após o momento em que Jesus fora preso em Jerusalém para ser conduzido para o preparado “julgamento”, ainda o velho Hanã tentou reconquistar Maria Madalena, mas ela negou-se firmemente a satisfazer os seus caprichos animalizados! Hanã teria se enraivecido e para vingar-se descarregou toda a sua ira em Jesus.

O desdobramento deste acontecimento foi a condenação de Jesus a ser crucificado entre dois “ladrões” ou salteadores dos mais perversos que foram encontrados, como uma forma de desprestígio para o “Mestre”. Ainda pouco antes da condenação de Jesus, Hanã teria mandado os seus mensageiros procurem Maria Madalena na tentativa de fazê-la mudar de ideia e se ela voltasse para ele o Mestre Nazareno seria libertado imediatamente, mas como ela teria reagido decididamente dizendo que não voltaria e jamais mudaria de ideia e bem sabia que Jesus poderia ser morto, mas ela lhe daria sua vida e seu próprio corpo como escudo se preciso fosse!... Eis a seguir um trecho do evangelho de Felipe:

“... ao mencionar as pessoas que sempre caminhavam com Jesus, cita Maria a mãe dele, a irmã dela Maria Cleofa que era tia de Jesus, e Maria Madalena que era chamada sua “companheira”.

Mais adiante se reitera a informação de que Maria Madalena era a companheira de Jesus e que ele a amava mais do que todos os discípulos e costumava beijá-la na boca com frequência. Por isso os discípulos chegaram a se sentir “ofendidos” e a manifestar-lhe a sua desaprovação, interpelando-o.

A resposta apesar de um tanto enigmática, parece indicar que os discípulos testemunham o óbvio, mas não percebem implicações mais profundas. “Quando um cego e um vidente estão juntos na escuridão, diz Jesus, o Cristo: não são diferentes um do outro.” Quando a luz se faz, porém, o que enxerga verá a luz e o cego continuará na escuridão. Prossegue o Mestre ensinando que a superioridade do ser humano não é óbvia aos olhos, mas oculta, isto é os sentimentos interiores.

Os Evangelhos bíblicos nos informam, que logo após a chamada “morte” de Jesus, ela teria recebido via telepática uma mensagem do Mestre de Nazaré, que quando tentou transmitir para os apóstolos nenhum deles acreditou nela, simplesmente por ela ser uma mulher! Ainda algumas fontes das chamadas apócrifas, nos informam que Maria Madalena era médium vidente e auditivo. No Evangelho apócrifo conhecido como “Evangelho de Maria” se pode encontrar, naturalmente, maiores informações e também alguns detalhes sobre as manifestações mediúnicas de Maria Madalena. Convém lembrar que, tanto quanto a de Pedro, a mediunidade de Maria Madalena se encontra bem documentada nos próprios textos canônicos da história bíblica, bastando ler com atenção o que lá se encontra.

Em primeiro lugar porque a sua carreira apostolar, porque ela foi de fato e de direito um dos apóstolos, começa com a expulsão dos demônios ou Espíritos perturbados em desarmonia com as Leis Espirituais, que a perseguiam tenazmente, acoplados ao seu psiquismo na condição de obsessores, o que, por si só, seria suficiente para comprovar nela a existência de faculdades mediúnicas.  É de se supor que ela tenha conservado tais faculdades e as tenha exercido regularmente durante todo o tempo em que permaneceu no convívio do grupo. Pouco se sabe a respeito, devido que como mulher, eram sempre pequenas as suas chances de participar ativamente dos trabalhos. Possivelmente as suas atividades mediúnicas eram muito mais intensas do que as de Pedro.

Mesmo assim, no “Evangelho de Tomé” Pedro, propõe aos demais apóstolos; a exclusão de Maria Madalena 1 (ver nota-1) do grupo, de vez que considerava ele que, “as mulheres não são dignas da vida”. Veja-se bem, este era o pensamento machista e vingativo de alguns dos discípulos, que não admitiam a intromissão de mulheres em seu meio. Como já se viu anteriormente e segundo a própria lenda da história bíblica, Maria Madalena teria sido a primeira pessoa “preferida“ que após a suposta “ressurreição” teria recebido uma comunicação mediúnica de Jesus, e este fato quando chegou ao conhecimento dos demais apóstolos causou-lhes uma ciumeira muito grande. Reagiram a tal ponto de não terem aceitado nenhuma palavra do que ela lhes disse ou recebeu após a sua comunicação com a vibração do Espírito de Jesus.

Este fato nos confirma que entre esta discípula e seu Mestre existia verdadeiramente um “grande amor espiritual” ou uma afinidade harmônica de sentimentos, muito além dos pensamentos e sentimentos materialistas e egoístas ainda, dos demais discípulos, que pretendiam somente alcançar a “salvação” eterna de seus Espíritos sem se preocuparem com os méritos individuais para tal. O apóstolo Mateus tendo observado um estado de indignação por parte de Pedro que achou que Jesus não poderia ter preterido todos eles por uma mulher, tentando acalmar os ânimos exaltados da maioria, assim teria se dirigido para ele:

Pedro tu sempre foste um “cabeça quente”. Vejo-o agora atacando a mulher como os adversários. Se, porém, o “Salvador”, Jesus, a achou digna, quem és, na verdade, tu para rejeitá-la? Seguramente o Salvador a conhece muito bem. Por isso que ele a amava mais do que a nós.”

(Nota - 1) De acordo com algumas fontes extras bíblicas como os “evangelhos apócrifos”, Maria Madalena teria sido mais do que um dos dedicados discípulos do Mestre Nazareno, mas teria sido sua esposa e companheira até os últimos dias de sua vida terrena após o “Mestre” ter sobrevivido à crucificação e ter fixado a sua residência distante da Palestina e dos olhos de seus maiores perseguidores por parte das autoridades religiosas judaicas.

Na imagem de Maria Madalena que seria uma das mais formosas mulheres da época de Jesus, natural de Magdala na Galileia, abandonou todas as riquezas mal adquiridas em virtude da sua beleza e decidiu seguir de perto o seu “Mestre” do qual se tornou sua fiel e dedicada discípula, tendo o acompanhado até os últimos instantes da sua vida terrena. Lázaro e Marta seriam seus irmãos carnais. Segundo algumas fontes apócrifas ela teria tido até filhos com o “Mestre Nazareno”.

Ainda sobre a prática da mediunidade, tão usada entre Jesus e seus discípulos mais próximos, sabe-se perfeitamente que estas “comunicações” entre Espíritos encarnados do plano terreno com outros já habitando o plano astral ou espiritual, ou até mesmo no plano terra a terra através do fenômeno denominado telepatia ou “desdobramento espiritual”, não convinham aos implantadores do “cristianismo religioso” porque, certamente lhes dificultava a implantação do seu principal dogma da “Salvação” que mais tarde foram amplamente retocados através dos “Santos Concílios” realizados no Vaticano em Roma.

Admitindo-se mesmo, que Maria Madalena tivesse sido a companheira de Jesus na sua vida terrena e material, existiria nisso algum mal? Somente comprova mais uma vez que Jesus era um homem “normal” como todos os demais que encarnam e desencarnam constantemente até os dias de hoje, aqui no nosso Mundo Terra. Será que um homem de “bem” não pode ser casado, e possuir uma esposa ou companheira em sua vida terrena?

Então um homem que constitui uma família não poderá praticar o bem ou trabalhar pela evolução daqueles que o cercam? É lógico e compreensível que sim, desde que divida e aplique corretamente o seu tempo, e ponha em ação o seu pensamento e livre arbítrio direcionado para o bem ou para as coisas positivas, em fim praticando ações que sempre dignifiquem a sua família e a sua própria existência terrena, contribuindo de alguma forma para a evolução espiritual daqueles com os quais convive mais de perto!

Pensarão logo, e dirão os fiéis religiosos imediatamente; mas que blasfêmia, alguém chegar a imaginar que o “Salvador da Humanidade” ou Deus Filho, pudesse ser um homem normal e ter possuído uma companheira do sexo oposto no seu convívio diário! Porém é muito mais constrangedor e contrário as leis naturais e espirituais, seguir ou vir a colocar em prática o que consta no versículo 12 do capítulo 19 de Mateus:

“... há eunucos que se castram por causa do reino dos céus.”. Nesta passagem evangélica e em outras do apóstolo Paulo, mais tarde veio a se basear a Igreja, para adotar o celibato entre os seus missionários de ambos os sexos, instituindo as chamadas “irmandades”.

E no princípio com cardeais e papas somente do sexo masculino e aparentemente todos “castos” ou excluídos da sexualidade normal. Os religiosos, desde o missionário, pregador inicial, até o seu mais alto chefe, dirigente ou papa, teriam muito mais condições de falar e entender os problemas da família se chegassem a constituí-la também como homens normais que são! E não desta maneira, alienando-se da convivência com as mulheres, dos problemas da família, portanto, e formando verdadeiras “castas”, que na maioria das vezes se julgam superiores aos “leigos”. E através de “Santos Concílios” ditam normas para os outros seguirem, sem mesmo colocarem em prática nas suas próprias vidas.

Muitas vezes opinam sobre assuntos familiares que não tem o mínimo conhecimento de causa! Não se duvida, jamais, que entre todos os religiosos de ambos os sexos, entre todas as religiões existentes, não possam existir muitas pessoas bem intencionadas até, mas os seus princípios, os seus ensinamentos sobre a vida espiritual, precisam passar por uma reciclagem geral, separando e pondo de lado tudo que esteja em desacordo com a lógica e a razão, e principalmente tudo que não estiver em harmonia com as Leis Espirituais. Estas leis que são naturais e imutáveis, todas as pessoas como Espíritos encarnados ou desencarnados a elas estão sujeitos sem nenhuma exceção, portanto não existem “Deuses” e nem seus supostos “Filhos ou Escolhidos” que possam derrogar ou anular tais “Leis Eternas e Universais”.

12 - O APÓSTOLO PAULO FUNDOU O CRISTIANISMO OU O PAULINISMO?

12.1 - O apóstolo Paulo fundou o cristianismo ou o paulinismo?
12.2 - Paulo encontra Jesus em Damasco
12.3 - A doutrina de Paulo de Tarso
10.4 - Cristianismo e Reencarnação
12.5 - A era dos mártires e o início da queda do Império Romano

12.1 - O apóstolo Paulo fundou o cristianismo ou o paulinismo?

Todos os ensinamentos religiosos, transmitidos através dos últimos dois mil anos, da “era cristã”, conhecido genericamente no mundo ocidental como “cristianismo”, são na realidade, uma completa inversão ou contradição dos ensinamentos originais que Jesus, o Cristo teve a intenção de ensinar para os seus primeiros discípulos, também conhecidos na história bíblica como “Apóstolos”. Os próprios apóstolos não compreenderam Jesus no seu tempo, e os ensinamentos que passaram para a posteridade, sofreram as mais diversas alterações através dos tempos.

O apóstolo Paulo ou São Paulo como também é conhecido até hoje, teria sido um fariseu fanático e ferrenho inimigo dos primeiros seguidores de Jesus, tendo chegado a solicitar uma autorização por escrito à autoridade religiosa judaica, para ir até Damasco na Síria, para lá perseguir todos que encontrasse do lado do Mestre e trazê-los presos para Jerusalém. Como logo depois este mesmo homem, poderia se converter bruscamente e passar de um instante para o outro a divulgar os ensinamentos de Jesus sem lhes impor nenhuma alteração ou modificação?

12.2 - Paulo encontra Jesus em Damasco

Este encontro teria acontecido há aproximadamente uns dois anos depois da suposta “morte e ressurreição” de Jesus em Jerusalém, e aconteceu nas proximidades da cidade de Damasco na Síria. O teólogo alemão Holger Kersten nos apresenta na sua obra “Jesus viveu na Índia” detalhes interessantes a respeito deste encontro entre Jesus e Paulo.  Então se faça a leitura e estudo com reflexão da citação do trecho a seguir em que Kersten afirma o seguinte:

“... Paulo ou Saulo de Tarso que era o seu nome judeu ou original, foi um dos mais ardentes e fanáticos opositores da “Nova Aliança”. Provavelmente ouvira rumores de que Jesus lograra sobreviver à execução, e que continuava de algum lugar seguro, a conspirar contra os judeus ortodoxos. Saulo ainda respirando ameaças de morte contra os discípulos do Senhor dirigiu-se ao Sumo Sacerdote. Foi pedir-lhe cartas para as sinagogas de Damasco a fim de poder trazer presos para Jerusalém, os que lá encontrassem pertencendo ao lado do Caminho, isto é, do lado de Jesus, quer homens, quer mulheres! (conforme consta em Atos capítulo 9 e versículos 1 e 2).

O ardor que despendeu na perseguição aos cristãos representava uma compensação diante das suas limitações. A grande atração que o “Paulinismo” exerceu derivou e deriva da ideia da redenção e libertação de crises interiores. Paulo era dono de uma energia sem limites e de uma personalidade competitiva. Sofria de fortes ataques que atribuía à demônios. As mais recentes fontes apontam a homossexualidade como a explicação para aquilo que ele chamava de “espinho na carne”, considerado por ele como a sua cruz pessoal. Este problema de ordem particular foi a causa da grande repugnância que ele sentia pela sexualidade em geral, inspirando-lhe a doutrina acética do matrimônio e a imagem desprezível, quase torpe, do sexo e da mulher, que continuou a dominar o pensamento cristão. Sob a luz deste novo enfoque, podemos avaliar melhor a maravilhosa experiência de Paulo perto de Damasco: ‘Estando ele em viagem e se aproximando de Damasco, subitamente uma luz vinda do céu o envolveu com a sua claridade.

Caindo por terra ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, porque me persegues? E ele disse quem és Senhor? E a resposta: Eu sou Jesus, a quem tu persegues; é duro para ti recalcitrar contra o aguilhão’. Então trêmulo e atônito, disse ele: Senhor, que queres que eu faça? E respondeu-lhe o Senhor: levanta-te, e entra na cidade, e te dirão o que deves fazer. (conforme consta em Atos capítulo 9 e versículos 3 e 6).

Damasco que se situava no sul da Síria, onde os judeus desde a revolta dos macabeus, eram odiados (cerca de 165 a.C.) e onde a Ordem dos Essênios tinha o seu Centro Espiritual. Teria a alvura das vestes de Jesus contribuído para ofuscar a visão de Saulo?  Chego a admitir que Saulo tivesse participado de uma iniciação ritual e que a cegueira que por três dias o acometeu resultasse da bebida do soma ingerida. (conforme Atos capítulo 9 e versículos 8 e 9). Sossianus Hierócles, um alto oficial romano, governador da Phonécia, do Líbano, Bitínia e Egito, considerado um dos mais cruéis perseguidores das comunidades cristãs primitivas, nos legou um trabalho intitulado: ‘Aos Cristãos’, em que se lê a seguinte passagem: “Após fugir dos judeus, Cristo reuniu cerca de "novecentos ladrões", que eram simpatizantes ou seguidores de seus princípios. Esses ladrões eram considerados, pelos romanos como guerrilheiros ou revolucionários. É bem possível que a comunidade essênia de Damasco tivesse naquela época cerca de novecentos membros. Paulo foi batizado e iniciado na doutrina por um discípulo de Jesus chamado Ananias. De acordo com alguns documentos, Ananias foi incumbido pelo próprio Cristo, de visitar Saulo; a princípio, temeroso do inimigo, se negou. Jesus, porém, tranquilizou Ananias com as seguintes palavras:

Vai porque este para mim é um instrumento de escol, para levar meu nome diante das nações pagãs, dos reis e dos filhos de Israel. Eu mesmo lhe mostrarei quanto é preciso sofrer em favor do meu nome”. (conforme Atos, no seu capítulo 9 e versículos 15 e 16). A partir desse momento, Paulo é considerado o mais zeloso propagador da nova fé. Ele finalmente cedeu ao fascínio da personalidade de Jesus, e reconheceu imediatamente as implicações da missão que o Nazareno lhe confiara. Com maior zelo do que durante as perseguições a Jesus e seus seguidores, Saulo encarregou-se de difundir a sua própria interpretação da nova doutrina. O encontro entre Paulo e Jesus, na estrada próxima a entrada de Damasco, teve lugar, mais ou menos, dois anos após a crucificação. A uns trezentos quilômetros ao norte de Jerusalém, Jesus estaria relativamente a salvo, sob a proteção dos essênios. Desde que uma comunidade religiosa aceitasse a religião romana, o governo romano local tolerava as suas práticas religiosas.

Os judeus estavam até mesmo isentos de tomar parte nos rituais cúlticos romanos. A “Nova Aliança” formada pelos primeiros cristãos, a princípio beneficiou-se dessa isenção. Quando, porém, os romanos compreenderam que a doutrina de Jesus nada tinha a ver com o judaísmo ortodoxo, e que muitos dos adeptos da nova fé estavam entre os agitadores políticos, os cristãos passaram a perder o direito de tolerância e o conflito começou. Inicialmente as comunidades cristãs eram perseguidas somente a nível local, sob a alegação de perturbarem a paz. A perseguição aberta e generalizada, só iria ter início na segunda metade do terceiro século.  Como a crucificação era ainda um fato recente e como continuasse a hostilidade dos judeus, os primeiros cristãos foram obrigados a propagar a sua fé em distantes regiões do Império Romano. No entanto, em Damasco, Jesus pode por algum tempo, usufruir dos benefícios da relativa proteção essênia.

A cinco quilômetros dessa cidade, existe um lugar chamado “Mayuan I - Issa” que quer dizer: “O lugar que Jesus viveu”. O historiador persa Mir Kawwand citou várias fontes que atestam que Jesus viveu e ensinou nessa localidade após a crucificação. Os adeptos da Nova Doutrina aumentariam devido, sobretudo, ao empenho pessoal de Jesus. Contudo os rumores de que Jesus estaria nas proximidades de Damasco chegaram até Paulo, e provavelmente até mais longe, e por isso foi se tornando perigoso ao Nazareno permanecer por mais tempo na Síria, que fazia parte do Império Romano.“ (KERSTEN- 1986 pág.34 e 197)

Após a leitura do trecho citado anteriormente, se pode entender melhor como teria se formado o “cristianismo de Estado” que foi oficializado em Roma mais tarde, e as muitas razões para os desvios dos princípios originais que Jesus tivera a intenção de implantá-los. Sabe-se através da própria história bíblica que Paulo era inimigo ferrenho dos primeiros cristãos.


Mapa que nos mostra as viagens missionárias que o apóstolo Paulo teria realizado com a finalidade de divulgar os princípios que deram origem ao atual “cristianismo paulinizado” que se instalou e oficializou como a religião de Estado em Roma e mais tarde nos países ocidentais. FONTE: Mapa da última contracapa das “Sagradas Escrituras” - edição brasileira Novo Mundo: São Paulo-SP, 1984 (Tradução da versão inglesa de 1967).

Como poderia ele depois bruscamente se tornar o maior evangelizador e pregador de boas novas evangélicas por lugares muito distantes da sua terra natal. Segundo o mapa constante na Figura Nº 9, ele teria realizado quatro grandes viagens de evangelização, na quarta viagem teria chegado até a cidade de Roma que era a capital do maior Império daquela época. Paulo se utilizou da “morte’” de Jesus e do seu sacrifício na cruz para fazer o ponto central da divulgação do seu “cristianismo paulinizado”, enquanto os verdadeiros ensinamentos originais de Jesus que determinavam o auto aperfeiçoamento do Espírito encarnado durante a sua trajetória terrena com a realização de ações elevadas, se perdeu completamente no tempo.

Com o seu método de evangelização contribuiu para transformar o Jesus/Homem em um Jesus/Deus.  Em nome do mestre Nazareno fora criado um conjunto de dogmas alegóricos e carregados de fantasias e crendices, incluindo inicialmente as “salvações” e os “perdões” para todos que somente passassem a crer nos seus dogmas religiosos e muitas outras superstições e invencionices descabidas e em completo desacordo com as Leis Espirituais.

Tudo com a finalidade de manter os seus seguidores eternamente subordinados aos seus interesses. E ainda se julgaram no direito de sair mais tarde pelo mundo a fora a impor à força a sua doutrina intolerante através de uma vasta rede de missionários. A própria “Lei da Reencarnação dos Espíritos” uma das Leis Espirituais, que foi abordada com detalhes no capítulo I desta obra, fazia parte da crença dos primeiros cristãos que o próprio Paulo antes de se “converter” os perseguiu com tanto ardor e tenacidade!

De acordo com outras informações não bíblicas Paulo tinha completa aversão pelo sexo oposto, e considerava as mulheres como o sexo pecaminoso e degradante do homem. Será que ele não foi gerado através de uma mulher? Na longa ausência durante as viagens evangelizadoras, ao abandonar o lar teria sido traído por uma de suas mulheres que tinha como esposa.  Assim se pode compreender também, a razão do acentuado “machismo” que influiu e gerou a primeira cristandade romana, especialmente a da alta cúpula dirigente da igreja. Também justifica a razão de todos os papas e cardeais serem do sexo masculino. De acordo com os ensinamentos da igreja católica apostólica romana, Jesus teria concedido em vida ao apóstolo Pedro a primazia sobre os demais bispos da igreja.

Com a “morte” de Jesus no ano 30 d.C. da nossa era, o apóstolo Pedro teria se tornado o seu primeiro representante na Terra, que além de chefe da igreja foi considerado o seu primeiro papa. Por volta do ano 42 d.C. teria Pedro estabelecido a sede da igreja em Roma, mas acredita-se que ele terminou os seus dias como papa neste mesmo ano de 42. O conjunto de dogmas estabelecidos pela igreja em Roma foi praticamente fundamentado na “morte” de Jesus, quando ao contrário deveria ter sido na vida pessoal e principalmente nas virtudes do Mestre, pois tanto Pedro como Paulo, além de possuírem as suas divergências de credo, ambos se quer acompanharam Jesus nos momentos da sua crucificação.

Pedro, quando Jesus foi preso, chegou a negar que conhecia seu próprio Mestre. Como poderiam eles mais tarde se reunir em Jerusalém e depois em Roma e representarem os verdadeiros ensinamentos de Jesus. E assim se justifica o jogo de interesses que se arregimentou no corpo diretivo da primeira igreja. Lendo toda a história bíblica e especialmente o Novo Testamento, em parte alguma consta que Jesus tivesse delegado poderes para um substituto seu, seja ele Pedro ou Paulo, e muito menos que este viesse a ter primazia sobre todas as igrejas do mundo. Assim sendo, se pode concluir que a autoridade papal é toda falsa e arbitrária e representa o puro convencionalismo dos poderosos daquela época que se tornou tradição eclesiástica e culminou com tudo que se conhece hoje no mundo ocidental como “Cristianismo” e que com toda a justiça deveria se chamar de “Paulinismo Romano”.

12.3 - A doutrina de Paulo de Tarso

Foi o apóstolo Paulo quem centralizou a atividade de Jesus em sua “morte”, mostrando que é através dela que o homem de “fé” se liberta de seus pecados, das misérias do mundo e até do poder de “Satanás”. Este último inventado e criado através dos “santos concílios” da Igreja romana para amedrontarem e mais facilmente dominarem os Espíritos fracos e ainda desconhecedores da realidade sobre a vida espiritual.

Em suas cartas, também conhecidas como epístolas, Paulo não escreveu uma única palavra sobre os ensinamentos de Jesus, aqueles originais, nem menciona qualquer de suas parábolas, o que ele faz e apresentar a sua própria filosofia e as suas ideias.  Paulo tende e até se esforça para apresentar todas as pessoas como sendo “filhas da ira”, isto é, como sujeitos à ira de Deus. (Conforme Efésios capítulo 2 e versículo 3). Para ele, tudo, sem exceção está perdido, sem esperança e sem Deus, pois Satanás subjuga a todos sem exceção. Segundo a sua doutrina, o próprio Satanás e mais importante do que Deus! (conforme Efésios, capítulo 2 e versículo 12). A sentença de condenação paira sobre o povo como uma espada de Dâmocles (ver em Romanos, capítulo 5 e versículo 16). Assim Paulo transformou as “boas novas” de Jesus em “novas terríveis”, dando a entender que somente ele podia mostrar o caminho da salvação. Claro, que diante desta postura, é muito difícil chegar a uma concepção natural da morte, pois a morte passou a representar uma solução para os pecados e para os pecadores.

A imagem do quadro vitral colorido, com o apóstolo Pedro que tem nas mãos a chave do “Reino dos Céus” e o apóstolo Paulo que possui em uma das mãos uma “Carta Epistolar” e na outra a "Espada". Essa espada representa muito bem, a maneira que a Igreja saiu pelo mundo a fora a divulgar as suas ideias “cristãs” que deram origem ao “pseudocristianismo” que hoje se conhece no mundo ocidental. Conforme (DÄNIKEN-1989) assim agiram os espanhóis a comando do “guerreiro cristão” Hernando Cortés em nome da cruz (Cristianismo) e da Igreja para dizimar os maias e saquear as suas riquezas. (Obra: O Dia em que os Deuses Chegaram-Erich Von Däniken, págs. 87 a 103, -1989).


Em nenhuma outra religião, além do “cristianismo de Paulo", nos deparamos com este culto do medo. Com Paulo, os cristãos dominados pelo medo, docilmente se curvam ao peso de ameaças. A religião de Roma perdeu o conceito do Deus amoroso, “todo bondade” e “todo perdão” anunciado por Jesus, retrocedendo as crueldades do Deus vingativo do Antigo Testamento, renovado nas palavras de Paulo (KERSTEN-1986). Paulo diz claramente que o homem não pode por si mesmo, alcançar a salvação de sua alma, (conforme Romanos capítulo 3 e versículos 24 e 28), pois a salvação depende única e exclusivamente da graça de “Deus”. (conforme Efésios capítulo 2 e versículos 8 e 9). Assim a doutrina da "salvação" de Paulo, tornou-se um ato unilateral, diante da qual a humanidade se encontra de mãos atadas. Esta mensagem de Paulo é pouco atraente, pois não traz conforto. Quem faz parte do rebanho está automaticamente salvo.

Não há necessidade de um esforço individual e pessoal para se atingir o principal objetivo da vida, pois todo cristão é salvo através da morte de Jesus, na cruz, no Gólgota e não precisa fazer mais nada!... Em outras palavras o cristão deve apenas “associar-se” tornando-se um membro da “Instituição Igreja” pagar as taxas de “Sócio e os dízimos” e eis que lhes está garantido um lugar eterno, no paraíso.  Esta doutrina pela facilidade apresentada conquistou muitos adeptos e se difundiu rapidamente. É, sem duvida, muito prático acreditar que, através de um simples ato de conversão, um pecador é redimido, transformando-se em um filho de “Deus” e em um novo ser. De acordo com essa doutrina, qualquer tentativa que o indivíduo faz isoladamente, em prol da sua própria salvação ou redenção, representa uma afronta a Jesus, constituindo-se, pois, um “pecado mortal.”

Assim, pensando desta maneira, por mais exemplar que tenha sido a vida de uma pessoa, se ela não acreditar nos ensinamentos de Paulo, a sua salvação está irremediavelmente perdida e condenada por esta mesma doutrina. A grande maioria dos cristãos atuais ainda acredita que a grandeza incomparável do cristianismo reside na verdade destes ensinamentos; porém, quando examinados mais de perto, revelam-se bem distantes da verdadeira doutrina ensinada por Jesus. Não encontramos em nenhuma parte dos “evangelhos bíblicos” o menor vestígio da chamada doutrina cristã da “Salvação”

10.4 - Cristianismo e Reencarnação

Os primeiros seguidores de Jesus aceitavam sem problemas a ideia da reencarnação do Espírito para realizar a sua evolução espiritual enquanto se encontra de posse do corpo físico aqui no plano terreno. A ideia da reencarnação veio de crenças orientais, onde se acredita que Jesus teria buscado conhecimentos durante a sua juventude e até dos vinte aos trinta anos de idade. Aqui é interessante esclarecer que o princípio da reencarnação somente foi afastado do cristianismo original por intermédio de um “erro histórico” que teria ocorrido em algum momento do nosso século 4.

Até agora quase todos os historiadores da Igreja acreditaram que a doutrina da “reencarnação” foi declarada herética durante o Concilio de Constantinopla no ano de 553 d.C. No entanto, a condenação da doutrina se deve a uma ferrenha oposição pessoal do imperador Justiniano, que nunca esteve ligado aos protocolos do Concílio. Segundo Procópio, a ambiciosa esposa de Justiniano, que, na realidade, era quem manejava o poder, era filha de um guardador de ursos do anfiteatro de Bizâncio.

Ela iniciou a sua rápida ascensão ao poder como cortesã. Materialmente, para se libertar de um passado que a envergonhava, ordenou, mais tarde, o assassinato de quinhentas antigas “colegas”, e para não sofrer as consequências dessa ordem cruel em outra vida como preconizava a “Lei do Carma” como se dizia naquela época, e achando que poderia derrogar as Leis Espirituais, empenhou-se junto ao Imperador que era seu marido, para abolir toda a magnífica “doutrina da reencarnação”. Estava ela confiante no sucesso desta anulação, decretada por “ordem divina” já que o imperador representava o próprio Deus e se julgava com poderes divinos. No ano de 543 d.C. o imperador Justiniano, sem levar em conta o ponto de vista papal declarou guerra frontal aos ensinamentos de Orígenes, condenando-os através de um sínodo especial.

Em suas obras “De Principiis” e “Contra Celsum”, Orígenes (185- 235 d.C.), o grande Padre da Igreja, tinha reconhecido, abertamente, a existência da alma antes do nascimento e sua dependência de ações passadas. Ele pensava, e com muita razão e certo, que muitas passagens do Novo Testamento, poderiam ser explicadas somente à luz da reencarnação. Participaram deste concílio convocado pelo imperador Justiniano só bispos ortodoxos do oriente. Nenhum de Roma tomou parte. E o próprio papa que estava em Constantinopla naquela ocasião, deixou isso bem claro.

O Concílio de Constantinopla, o quinto dos Concílios, não passou de um encontro, mais ou menos em caráter privado, organizado por Justiniano, que, mancomunado com alguns vassalos, excomungou e maldisse a doutrina da preexistência da alma, apesar dos protestos do papa Virgílio, com a publicação de seus “Anathemata”. A conclusão oficial a que o Concílio chegou após uma discussão de quatro semanas teve que ser submetida ao papa para sua ratificação.  Na verdade os documentos que lhe foram apresentados versavam apenas sobre a disputa a respeito de três eruditos que Justiniano, quatro anos antes, havia por um édito declarado herético.

Nada continham sobre Orígenes. Os três papas seguintes quando se referiram ao quinto Concílio, nunca tocaram no nome de Orígenes. A igreja simplesmente aceitou o Édito de Justiniano- “Todo aquele que ensinar esta fantástica preexistência da alma e sua monstruosa renovação será condenado”, como parte das conclusões do Concílio. Portanto a proibição da “doutrina da reencarnação” não passa de um erro histórico, sem qualquer validade eclesiástica.

12.5 - A era dos mártires e o início da queda do Império Romano

Ainda sobre a obra e a vida de Paulo, no dicionário Enciclopédico Larousse consta o seguinte trecho: “Paulo, cognominado os apóstolo dos gentios, (Tarso Cilicia 10 d.C. - Roma- 67 d.C.), Fariseu fervoroso, perseguidor dos cristãos, quando a caminho de Damasco foi derrubado por uma força sobrenatural, e tornou-se discípulo dos apóstolos de Cristo, a ponto de ser considerado muitas vezes, como o segundo fundador do cristianismo. Sua ação apostólica desenvolveu-se, sobretudo em proveito dos gentios: três viagens missionárias o levaram a Ásia Menor, a Grécia e a Macedônia. Preso em Jerusalém e enviado a Roma, foi decapitado no ano de 67 d.C., no reinado de Nero.

Sua personalidade ímpar, que se expressa nas suas quatorze epístolas ou cartas, permitiu-lhe elaborar o “mistério do cristianismo” e separar a religião de Cristo do Judeu- Cristianismo.” Como já foi visto e comentado em passagens de capítulos anteriores, Jesus quando em vida física não teve a intenção de fundar nenhuma religião ou seita, no entanto, este trecho anterior nos confirma mais uma vez, que Paulo através da divulgação das suas “Epístolas” pode elaborar o “mistério do cristianismo” ou até implantar o cristianismo modificado e ao seu modo com suas próprias ideias influindo decisivamente no “pseudocristianismo” que mais tarde foi oficializado em Roma a partir do terceiro século da nossa era.

Na época do imperador Nero, os cristãos foram considerados os maiores inimigos do Império, a tal ponto que por influência de sua esposa que era descendente de judeus, mandou incendiar Roma e colocou a culpa nos cristãos, para que houvesse um motivo mais forte para apertar a perseguição contra os mesmos. Esta ficou conhecida como “Época dos Mártires do Cristianismo”, muitos foram presos e conduzidos a Roma, como ocorreu com o próprio apóstolo Paulo, os chefes do movimento eram humilhados e decapitados e muitos dos mais humildes eram atirados vivos para servirem de alimento aos leões famintos.

Com esta verdadeira guerra que foi movida contra os primeiros cristãos, duas consequências nos resultou: a primeira obrigou a Jesus e os seus que se encontravam próximo a Damasco na Síria, a deixarem o local e se refugiarem no oriente extremo; a segunda, com o espaço de tempo compreendido entre as viagens de Paulo e a implantação do cristianismo em Roma causou muitas adaptações e modificações nos princípios originais. Este mesmo cristianismo romano, na época das “Santas Inquisições” parece ter reincorporado o "Espírito de Nero" em seus dirigentes da igreja, que resolveu implantar a maior perseguição contra todos que não seguissem os dogmas das suas cartilhas religiosas. No ano de 36 d.C. Paulo teria se encontrado, secretamente, com Jesus, próximo a Damasco, e a partir deste encontro se convertido aos princípios do Mestre Nazareno.

Na mesma época em Jerusalém, os judeus cristãos liderados por Tiago que era um dos irmãos de Jesus estavam voltando às suas origens judaicas. Se não fosse pela interferência de Paulo, é bem provável que o cristianismo acabasse sendo reassimilado pelo judaísmo, extinguindo-se para sempre. No ano de 49 d.C., para resolver estas divergências houve em Jerusalém o primeiro Concílio da história da igreja cristã. Pela primeira vez se enfrentaram Paulo e os seguidores sobreviventes de Jesus. Ali começou a serem edificados os princípios que deram origem ao cristianismo atual. Paulo lutou contra a circuncisão obrigatória para os convertidos, algo que afastaria muitos dos homens mais humildes provenientes dos gentios.

E também defendeu a revogação das leis e prescrições judaicas em favor dos ensinamentos simples adotados por Jesus. Sua opinião prevaleceu, sobretudo, principalmente porque o apóstolo Pedro chegou a convencer-se de que ele estava certo. No ano de 59 d.C. Paulo foi convocado novamente para explicar-se, e no debate que se seguiu foi obrigado pela lei judaica a adorar o Templo de Jerusalém como demonstração de fé para com a religião judaica. Durante a visita a cidade Santa, foi identificado e preso, e nos 60 d.C. foi deportado para Roma, onde permaneceu em prisão domiciliar. No ano de 64 d.C. quando o imperador Nero mandou perseguir tenazmente os cristãos onde os encontrasse, Paulo e Pedro acabaram presos e condenados a morte. Pedro foi crucificado e Paulo por possuir a cidadania romana teve o privilégio de ser decapitado.  O imperador Nero decretou a primeira perseguição aos cristãos, seguiram-se outras como a de Trajano.

A de Marco Aurélio foi a mais violenta, e a de Diocleciano que ficou conhecida como a “Era dos Mártires”. No ano de 70 d.C. por ocasião da revolta dos judeus contra a dominação romana, o imperador Tito mandou destruir Jerusalém e o seu Templo, obrigando os judeus a deixarem a Palestina. A partir deste ano a Palestina continuou fazendo parte do Império Romano, e os cristãos continuaram sendo perseguidos até o ano de 313 d.C. quando o imperador Constantino, que já era filho de uma cristã, Santa Helena, baixou o Decreto ou “Édito de Milão” que concedia aos cristãos o livre exercício do seu culto.  Também foi no governo do Imperador Constantino, no ano de 325 d.C., sobre sua chefia se reuniram os bispos cristãos formando o primeiro Concílio realizado em Roma, no qual foi condenado o arianismo, uma forma de heresia que negava a divindade de Jesus.

Ario que originou esta heresia era um sacerdote de Alexandria. Juliano foi o imperador que reinou logo após Constantino ainda teria tentado restabelecer o prestígio da antiga religião, mas não o conseguiu.  O cristianismo, embora modificado por influência do apóstolo Paulo de Tarso, já era seguido praticamente por todo o Império Romano. Foi no governo do imperador Teodósio (389 a 395 d.C.) que o cristianismo se tornou a religião oficial de Estado, por volta do ano 380 da nossa era.  No ano de 395, após o término do seu governo teve início a queda do Império Romano que foi dividido em dois: Império Romano do Oriente e Império Romano do Ocidente. Sendo as cidades de Roma e Constantinopla as respectivas capitais do Império dividido.

O Império Romano do Ocidente teve curta duração, pois no ano de 476 d.C. foi destronado o seu último imperador, Rômulo Augusto, nas terras deste império surgiram os “Estados Bárbaros”, sendo os principais fundados pelos germanos que deu origem a atual Alemanha, os francos na Gália que deu origem a atual França e os anglos e saxões que deram origem à Inglaterra. Já o Império Romano do Oriente, teve sua duração maior e somente no ano de 1453 d.C. é que foi derrubado, com a tomada de Constantinopla pelo sultão Maomé II.

Do ano de 395 até o ano de 1453, passaram-se praticamente um milênio e esse período é considerado pela História como “Idade Média”. Este período de tempo é considerado por alguns historiadores, como uma época totalmente perdida, porém na prática houve algum progresso, pelo menos na parte material e intelectual da humanidade. Foi nesta época que surgiram as primeiras universidades na Europa ocidental em países como Portugal, França e Inglaterra entre outros. Também nesta época teve início a construção da atual civilização “cristã ocidental” da Europa e da América, com o surgimento das primeiras grandes catedrais, como símbolos do poder e da dominação da igreja católica de Roma sobre os povos considerados mais civilizados daqueles tempos, entre os bárbaros e “outros povos” que foram em anos passados, vencidos ou dominados pelo poder das armas do grande Império Romano.

Estes povos que deixaram de ser vassalos do domínio dos imperadores romanos nos planos políticos e material de suas vidas passaram a ser dominados pelo poder político-religioso da igreja católica apostólica romana. Países como Espanha e Portugal entre outros, tiveram a sua autonomia como nações livres perante o mundo ocidental com a autorização e a tutela permanente das autoridades da Igreja de Roma. Por essa razão que esses países até hoje, são os que possuem o maior índice de religiosos seguidores da fé católica entre seus habitantes! Assim também se pode compreender a razão de países como o Brasil e a maioria dos países da América que foram colonizados pelos espanhóis, apresentarem um alto índice de seguidores do catolicismo romano e ser esta a sua religião oficial.


13 - SERÁ QUE EXISTIU UM JESUS HISTÓRICO?
(Jesus Histórico/Humano X Jesus/Divino/Mito)

13.1 - Flávio Josefo (Historiador judeu)
13.2 - Públio Cornélio Tácito (Historiador romano)
13.3 - O Talmude Judaico: O Jesus do Talmude (Yeshu Ben Pantera)
13.4 - Estudos realizados por historiadores de fora da Igreja
13.4.1 - John Dominic Crossan (Teólogo irlandês nascido em 1934)
13.4.2 - Holger Kersten (Teólogo alemão nascido em 1951)

13.1 - Flávio Josefo (Historiador judeu)

Com todo o avanço tecnológico à disposição dos seres humanos em pleno século XXI uma pergunta simples ainda é muito debatida pelas pessoas que já abandonaram as religiosidades convencionais e raciocinam sobre as coisas que acontecem ao seu redor: será que existiu um Jesus de Nazaré histórico que viveu a sua última trajetória terrena entre o povo judeu?  Acredita-se que sim, e por isso, será abordado e estudado neste capítulo algumas das principais fontes históricas, que fazem referência à existência física de um Jesus/Homem humano e normal, que em determinada época, nasceu e viveu em algum lugar da Palestina entre a Judeia e a Galileia. É certo que nestas fontes existem algumas contradições, como também existe no texto dos quatro Evangelhos bíblicos.

A mostra a imagem do Jesus histórico com uma fisionomia árabe como deveria ser provavelmente os caracteres de seu rosto, enquanto na imagem do Jesus mitológico ou divino com um rosto angelical que, para sua elaboração a Igreja Romana se baseou em um personagem com aspectos fisionômicos encontrados na raça ariana, destacando-se todo o perfil do rosto, a cor da pele e a cor dos olhos.

O Jesus Mitológico e o Jesus Histórico
Os quatro Evangelhos que fazem parte do texto do Novo Testamento da história bíblica apresentam um Jesus teológico ou divino que só existe para quem ainda possui fé e acredita no resultado dogmático dos diversos Concílios da Igreja Católica. Esses concílios estabeleceram o que deveria ser “sagrado”, assim como a devida adaptação dos textos dos Evangelhos, de modo a satisfazer os interesses doutrinários e também ajustar o procedimento de como devem se comportar os seguidores, isto é, como deve ser a conduta religiosa dos mais leigos.

É preciso entender que esse Jesus divino “endeusado” teve na sua cuidadosa elaboração associado a alguns caracteres e atributos morais e espirituais copiados de uma pessoa que realmente existiu. Essa elaboração foi realizada por “sábios teólogos” da Igreja Católica Romana. Dessa forma, o Jesus Homem/Histórico que existiu e teve uma vida normal, com erros e acertos, foi transformado pela Igreja no Jesus Deus/Divino, um ser pronto e perfeito, uma entidade sobrenatural e mitológica, que incorpora muitos atributos “poderes extraordinários” originários de religiões muito mais antigas do Egito e do extremo Oriente.


A apresenta uma imagem do Jesus/Pastor com um cordeiro nos braços e na Figura B mostra a imagem do Jesus/Rei coroado e com todo seu poder. Estas duas imagens representam o mesmo Jesus/Divino/Teológico que a Igreja adotou cuidadosamente, entre diversas outras, para satisfazer seus interesses e ao mesmo tempo impressionar seus seguidores. Segundo a teoria do mito de Cristo, defendido nos concílios da própria Igreja, o personagem de Jesus é, em parte mítico, lendário ou imaginário com o principal objetivo de alimentar a fé e a religiosidade das pessoas que ainda precisam de muletas mentais, proteções divinas, para viver e andar de um lugar para outro.

Determinado grupo de teólogos como estudiosos e defensores do cristianismo implantado pela Igreja Católica Apostólica Romana afirmam ser o Novo Testamento com os quatro Evangelhos “escolhidos” entre algumas centenas de outros, bem como todo o conteúdo do texto bíblico, uma fonte “Histórica” para confirmar a existência do Jesus histórico e também do Jesus divino.

Porém, esta defesa não se sustenta mais, depois que ficou confirmado as diversas alterações e interpolações que foram realizados no texto bíblico, principalmente com a chamada Vulgata Latina (São Jerônimo - consolidada em 1590) e mais recentemente a Nova Vulgata Latina aprovada pelo (Concílio Vaticano-II-1965) e promulgada em 1979 por João Paulo-II. Assim, considera-se que o conteúdo dos Evangelhos bíblicos tem um valor apenas relativo e restrito sobre o ponto de vista histórico, tendo em vista às diversas adaptações e distorções introduzidas através das repetidas “traduções” de textos mais antigos, que por sua vez já haviam sofrido correções.

As fontes para estudo do Jesus histórico além do texto da “história bíblica” são poucas e contraditórias, mas elas existem, neste contexto destacam-se os evangelhos apócrifos, os historiadores antigos, os talmudes judaicos e os estudos teológicos de historiadores independentes que abandonaram o ofício religioso.

13.1 - Flávio Josefo (Historiador judeu)
Flávio Josefo

Flávio Josefo, conforme imagem viveu entre os anos 37 e 100 da era “cristã”, é considerado como um dos maiores historiadores judeus de sua época, e além de escrever sobre a História dos Hebreus (Judeus) e suas guerras, também escreveu sua autobiografia, na qual se descreve como filho de Matias o sacerdote judaico, nascido em Jerusalém, instruído pela Torá e adepto do farisaísmo. Como historiador, nos relata em suas obras a história do povo judeu e seu difícil relacionamento social, político e religioso com o poder central de Roma.

O seu testemunho é importante, pois é provavelmente o único relato sobrevivente de uma testemunha ocular da destruição de Jerusalém no ano 70 d.C. Josefo é considerado como um revolucionário judeu que se rendeu à supremacia romana trocando o suicídio pela lealdade a Roma. Por sua demonstração de lealdade, Vespasiano não apenas o recebeu como cidadão romano, mas o patrocinou como historiador.

Cabe ressaltar que, esse historiador que passou a adotar a cidadania romana, o legado dos seus escritos apesar de terem o seu relativo valor histórico é preciso ser tomado com as devidas precauções quanto ao contexto e as afirmativas sobre os acontecimentos judeus por ele defendidos, principalmente as citações sobre a vida de Jesus. Na sua obra “Antiguidades Judaicas - livro 19º, capítulo 8”, que é normalmente datado na década de 90 d.C. tem duas citações interessantes. A primeira faz clara referência a Tiago “irmão de Jesus chamado Cristo” como se segue:

Anano, um dos que nós falamos agora, era homem ousado e empreendedor, da seita dos saduceus, que, como dissemos, são os mais severos de todos os judeus e os mais rigorosos nos julgamentos. Ele aproveitou o tempo da morte de Festo, e Albino ainda não tinha chegado, para reunir um conselho, diante do qual fez comparecer Tiago, irmão de Jesus, chamado Cristo, e alguns outros; acusou-os de terem desobedecido às leis e os condenou ao apedrejamento. Esse ato desagradou muito a todos os habitantes de Jerusalém, que eram piedosos e tinham verdadeiro amor pela observância das nossas leis” – (JOSEFO, – CPAD, pg.925 - 2008)

Dois fatos interessantes são destacados nessa citação: primeiro: confirma uma declaração contida no texto bíblico: Jesus tinha um irmão chamado Tiago; segundo: ele era reconhecido como Cristo, outra afirmação encontrada na Bíblia. Esses fatos aqui destacados mostram que Jesus foi um homem normal, que teve além desse outros irmãos e duas irmãs que o texto bíblico não trás seus nomes.

A segunda citação de Josefo a respeito de Jesus é ainda mais explícita e por isso, possui algumas contradições (ver a Nota-1) que serão analisadas. Veja-se a seguir o conteúdo desta citação e como Josefo referiu-se a Jesus na sua obra “Antiguidades Judaicas- Livro 18º capítulo 4”:

Nesse mesmo tempo apareceu JESUS, que era um homem sábio, se é que podemos considerá-lo simplesmente um homem, tão admiráveis eram suas obras. Ele ensinava os que tinham prazer em ser instruídos na verdade e foi seguido não somente por muitos judeus, mas também por muitos gentios. Ele era o Cristo. Os mais ilustres dentre os de nossa nação acusaram-no perante Pilatos, e ele ordenou que o crucificassem. Os que o haviam amado durante a sua vida não o abandonaram depois da morte. Ele lhes apareceu ressuscitado e vivo no terceiro dia, como os santos profetas haviam predito, dizendo também que ele faria muitos outros milagres. É dele que os cristãos, o qual vê ainda hoje, tiraram o seu nome” – (JOSEF, CPAD, pg.832- 2008).

Três fatos interessantes se destacam nesta segunda citação; primeiro: afirma que Jesus era um homem sábio o que se entende que deveria ter realizado algum estudo intelectual durante sua vida e a provável condição de um Jesus sobrenatural; segundo: afirma que Jesus era o Cristo; terceiro: relata que Jesus ressuscitou no terceiro dia como havia sido previsto e que teria realizado muitos outros milagres.

Para a historiografia o Jesus humano e natural poderia ser um homem sábio, porém as partes da citação que se encontram em negrito e sublinhadas são altamente contraditórias por representarem características de um Jesus teológico ou místico, provavelmente não são de autoria de Josefo e foram inseridas mais tarde pela Igreja para servir como base para implantação do “cristianismo romano” e ao mesmo tempo dar maior autenticidade na representação da figura lendária do Jesus/Divino.

13.2 - Públio Cornélio Tácito (Historiador romano)
Públio Cornélio Tácito
(55 a 120 d.C.)

Públio Cornélio Tácito, conforme a figura, mais conhecido como Tácito, foi um historiador romano que viveu entre anos 55 e 120 da denominada era “cristã”. Esse historiador nos relata em sua obra “Analles” uma referência histórica aos cristãos que viviam em Roma e por decisão de Nero foram condenados sob acusação do crime de incendiarem a cidade e promover o ódio contra a humanidade.

No livro XV dos Anais, Tácito descreve a perseguição que Nero empreende, culpando os cristãos pelo incêndio de Roma, onde 15% da cidade foi parcialmente destruída. Segundo Tácito havia suspeitas de que o próprio Nero teria causado o incêndio. A passagem sobre os cristãos é considerada por muitos autores a primeira referência pagã à existência histórica de Jesus.  Assim Tácito relata nessa obra a  referência  destacada no trecho a seguir:

Por conseguinte, para se livrar do relatório. Nero colocou a culpa e infligiu as mais requintadas torturas em uma classe odiada por suas abominações, chamados cristãos pela população. “Christus” de quem o nome teve sua origem, sofreu a penalidade extrema durante o reinado de Tibério às mãos de um dos nossos procuradores, Pontius Pilatus, e uma superstição mais perniciosa, portanto, marcada para o momento, mais uma vez quebrou-se não só na Judéia, a primeira fonte do mal, mas mesmo Roma, onde todas as coisas horríveis e vergonhosas de toda a parte do mundo encontra-se seu centro e se torna popular. Assim, a prisão pela primeira vez feita de todos os que se declarou culpado, em seguida, sobre as suas informações, uma imensa multidão foi condenada, não tanto do crime de incendiar a cidade, mas como de ódio contra a humanidade.” (TÁCITO-Analles- 116 d.C.)

Ao analisar esta citação de Tácito, independente do princípio de “justiça” praticado por Nero com relação aos verdadeiros incendiários da cidade de Roma, somente pela referência que faz aos cristãos e ao nome de quem os originou se pode atribuir certa credibilidade ao texto e deduzir que o personagem histórico do Jesus humano existiu e influenciou de alguma forma no procedimento das pessoas de diferentes nacionalidades, assim como modelo para elaborar mais tarde as imagens do Jesus místico ou divino e ainda influir na vida íntima dos seguidores do cristianismo “romano e paulinizado” que seria implantado no mundo ocidental. Observa-se que nessa época do imperador Nero, os “cristãos” que viviam em Roma foram bodes expiatórios e culpados por grande parte das desgraças que ocorriam entre os habitantes da cidade.

É admissível que os judeus que viviam na capital romana construíam suas moradias em áreas urbanas irregulares contribuindo para que fossem marginalizados e até perseguidos pelos demais habitantes e pelas próprias autoridades do governo local. Passados alguns séculos esta situação se inverteu completamente quando a Igreja passou a ter um poder político nas mãos, aqueles “cristãos perseguidos” do tempo do imperador Nero se transformou em “cristãos perseguidores” ao implantarem as Cruzadas e a “Santa Inquisição” que resultou na destruição de cidades inteiras com o extermínio completo dos habitantes e conduziu alguns milhares de hereges à fogueira. Uma virada de 180º ocorreu nas atitudes tomadas pela Igreja, destacando-se a implacável perseguição que realizaram contra os judeus e todas as pessoas que ousassem pensar diferente dos “santos ideais” planejados dentro dos sagrados concílios (autoridade religiosa) e com o aval da autoridade divina e “angelical” do Jesus-Teológico-Rei.

13.3 - O Talmude Judaico: O Jesus do Talmude (Yeshu Ben Pantera)

O Talmude Judaico (ver Nota-2) é uma coleção de doutrinas e costumes judaicos elaborada por rabinos, que aproveitaram tradições antigas do judaísmo, que eram transmitidas verbalmente pelos judeus, de geração em geração. É constituído pelo somatório da Mishná ou instrução oral, que é composta por 63 tratados organizados em seis ordens: leis agrícolas (zeraim), festividades (moed), direito familiar (nashim), direito penal e cível (neziqin), utensílios sagrados (kodashin) e purezas (toharot), com o Guemará que vem a ser a interpretação dos textos da Mishná. O Talmud é considerado uma enciclopédia de erudição e sabedoria. Esta pequena citação a seguir nos relata como teria sido a condenação e morte de Jesus:

“Na véspera da Páscoa, Yeshu (Jesus) foi enforcado. Pelos quarenta dias que antecederam sua execução, um arauto saiu e anunciou: Ele será apedrejado porque praticou feitiçaria e induziu Israel à apostasia. Ele será apedrejado porque praticou feitiçaria e conduziu Israel à apostasia; qualquer um que possa dizer algo em seu favor deixe-o vir adiante e o defenda. Porém, uma vez que nada foi alegado em seu favor, ele foi enforcado na véspera da Páscoa. Ele foi apedrejado por praticar feitiçaria e levar Israel à apostasia.”

O “Jesus” descrito neste Talmude Judaico teria vivido provavelmente em um lugar da Palestina no século anterior ao início da contagem da convencionada era “cristã”. Esse texto apresenta um “Jesus” muito diferente do que foi mais tarde divinizado em Roma, principalmente por ser filho de um pai e mãe carnal e pelas condições em que foi gerado e a maneira que agiu como personagem histórico e humano, praticando algumas ações nada dignas para a personalidade de um deus, é claro que logo as autoridades teológicas da Igreja o teriam condenado como uma obra desacreditada. Destaca-se a seguir, para leitura, análise e reflexão do leitor, parte deste revolucionário texto extraído do Talmude que relata a origem do nascimento de Jesus, sua infância, período doutrinário, e como teria sido condenado e executado:

A verdadeira história de Jesus é a história de Yeshu Ben Pantera e Ben Stada Miriam sua mãe Miriam a cabeleireira que caso de adultério com José Ben Pantera, um romano mercenário, Yeshu produzido que aprendeu artes mágicas no Egito e "levou muitos extraviados" de acordo com o Talmude, onde se pode encontrar essa informação tão cuidadosamente escondida, longe dos olhos dos gentios. Yeishu ha Notzri, viajou ao redor e praticava magia durante o reinado de Alexandre Janeu, que governou a Palestina 104-78 a.C. Como essas referências são talmúdicas, presumem os estudiosos cristãos, por ser anticristã e não servir para a implantação do “cristianismo primitivo”; apologéticos cristãos simplesmente descartaram como se referindo a outra pessoa ou ser propaganda fabricada.

Mas se eles são genuínos, e eles realmente se referem ao Jesus de quem os cristãos falam, eles acrescentam evidências para a afirmação de que a história de “Jesus de Nazaré” é realmente baseada na vida de Yieshu ha Notzri, possivelmente o essênio “Mestre da Justiça”. "As evidências apontam para ele ser o fundador da Notzri como as seitas eram conhecidas na Palestina do primeiro século. Jesus foi uma exceção de acordo com essa história do Talmude. Por quarenta dias antes de sua execução um arauto saiu e proclamou pelas ruas da cidade dizendo:

“Ele será apedrejado porque praticou feitiçaria e conduziu Israel à apostasia; qualquer um que possa dizer algo em seu favor deixe-o vir adiante e o defenda”. Essas eram as palavras que o Talmude afirma que o arauto disse por quarenta dias, todos os dias, antes da execução de Jesus. E o Talmude continua, dizendo: “Porém, uma vez que nada foi alegado em seu favor, ele foi enforcado na véspera da Páscoa”.

Esse relato é muito interessante, por dois motivos: primeiramente, aqui temos uma fonte rabínica, uma fonte judaica, que admite que Jesus foi enforcado por uma decisão de um tribunal judaico, e, segundo, também admite que Jesus foi enforcado na véspera da Páscoa. Esses dois fatos são muito importantes porque através dos séculos a comunidade judaica negou que Jesus foi crucificado por decisão de um tribunal judaico, e, por séculos, rabinos e eruditos judeus negaram até mesmo que Jesus existira. E aqui temos, dentro de suas próprias fontes, nas fontes rabínicas, uma clara admissão desses dois pontos: Jesus existiu, ele foi julgado por um tribunal judaico e foi executado na véspera da Páscoa. Encontrar o reconhecimento desses fatos em fontes judaicas é muito importante, mas como podemos ver, esse relato é muito polêmico, visto que não estabelece um fato histórico, mas aparece como um exemplo de propaganda contra o Cristianismo e contra Jesus.

A história não coincide com as fontes bíblicas, com o relato que nos dá o Novo Testamento. Primeiramente, Jesus foi julgado na noite anterior à sua execução, de acordo com os evangelistas, e não quarenta dias antes. Segundo, a frase “ele foi apedrejado ou executado por praticar feitiçaria e levar Israel à apostasia” é frequente e emblemática no Talmude, sendo empregada a quase todos os hereges. Embora essas não sejam precisamente as acusações levantadas contra Jesus, essas são as palavras ditas sobre todo herege: que atraiu Israel para a apostasia e praticou feitiçaria.

Será interessante, nas próximas lições, perguntar por que esta frase é vinculada também a Jesus – caracterizando-o como herege. Há outra polêmica interessante presente nessa passagem, ao afirmar que durante todos os quarenta dias o arauto saiu, anunciou, perguntou se havia alguém que tivesse algo a alegar em favor de Jesus, e que ninguém se apresentou em todo esse tempo. Em outras palavras, isso é levantado para justificar a execução de Jesus, para dizer que foram lenientes com ele, que foi dada ao público a no Talmude seja uma afirmação historicamente válida...”

Cabe destacar ainda que, mesmo que estes relatos contidos nas citações anteriores não possuam autenticidade comprovada, mas mostram um Jesus bem diferente dos relatos bíblicos e de alguma forma fortalecem a tese inicial deste capítulo que afirma a possível existência de um Jesus/Histórico.  Mas os textos que compõe os Evangelhos bíblicos também não possuem autenticidade comprovada.

Percebe-se que os religiosos judeus (ver a Nota-3) que compilaram e escreveram estes “Talmudes” não eram amigos de Jesus e nem de seus seguidores e não acreditavam no Jesus como entidade divina, como o prometido “Messias” ou salvador da pátria judaica de todos os males da dominação imposta através do poder dos romanos ou de outros povos estrangeiros. Pela lógica racional dos acontecimentos eles aguardam até hoje o definitivo “Messias-Salvador” de Israel e continuarão a aguardar para toda a eternidade, por que simplesmente este Messias não existe em nenhum plano de evolução espiritual do Universo. Perante as sábias Leis Espirituais todos os seres humanos são iguais e não existem raças ou nações privilegiadas ou protegidas por uma suposta autoridade divina ou um “Deus” extra.

13.4 - Estudos realizados por historiadores de fora da Igreja

Estes historiadores normalmente são teólogos que abandonaram o ofício religioso e teve a coragem de contrariar os interesses da Igreja e apresentar o resultado de suas pesquisas demonstrando aos “leigos” e estudiosos do assunto um Jesus/Histórico muito diferente daquele personagem do Jesus/Divino que a Igreja criou nos concílios e vem apresentando para seus fiéis até os dias atuais.

Neste capítulo a citação se limita a dois teólogos que resolveram estudar a vida do Jesus/Histórico, sendo um deles de origem irlandesa e o outro de origem alemã, mas é preciso observar que atualmente existem muitos outros estudiosos e pesquisadores deste tema.  A seguir destaca-se o trabalho desses dois teólogos que ousaram contrariar a Igreja e divulgar para o público um Jesus/Histórico com características de um homem normal que foi durante a sua última trajetória terrena.

13.4.1 - John Dominic Crossan (Teólogo irlandês nascido em 1934)

O teólogo Crossan é um estudioso atual do Jesus Histórico, somente por ter renunciado a profissão (ofício) de religioso para constituir uma família como um homem normal e principalmente por não aceitar determinadas regras da religiosidade convencional praticada por seus pares e superiores da classe eclesiástica (religiosa) a que pertenceu boa parte de sua vida, o conteúdo de suas obras escritas sobre o tema “Jesus Histórico” possui considerada credibilidade e precisam ser lidas e pesquisadas por aqueles estudiosos e buscadores de maiores conhecimentos sobre este tema.

De certa forma o resultado dos seus estudos são mais independentes do “crê ou morre” que predomina nos ambientes religiosos. Crossan foi um sacerdote católico até o ano de 1969 quando abandonou a Igreja Católica, embora ainda se considere católico. Em sua opinião, após longos anos de estudos, o texto dos Evangelhos bíblicos é inexato historicamente na maior parte do que afirmam sobre a vida de Jesus. Na sua principal obra JESUS HISTÓRICO: A vida de um camponês judeu no Mediterrâneo - Editora IMAGO-1994 nos apresenta um Jesus bem diferente do representado através da “história bíblica” criada e adaptada nos concílios da Igreja.

13.4.2 - Holger Kersten (Teólogo alemão nascido em 1951)

O alemão Holger Kersten é um teólogo que além de Teologia, estudou História, Arqueologia e Religião, como escritor e crítico da religiosidade convencional do Cristianismo lançou sua revolucionária obra “JESUS VIVEU NA ÍNDIA” que já alcançou a 22ª Edição com grande divulgação em muitos países de todo o ocidente, mas pelo seu caráter esclarecedor e revolucionário das crenças cristãs convencionadas como únicas certas, em determinada época chegou a ter sua venda proibida em países de maioria católica como Portugal conforme consta na página 4 da 16ª edição da obra publicada em 1986 pela Editora Best Seller São Paulo-SP.

No ano de 2005 foi editado por esta mesma editora a 22ª edição desta obra. Além desta, existem outras obras. Uma delas é o “Jesus-Buda” em que faz comparações e mostra as muitas coincidências das palavras das parábolas de Jesus com textos de palavras semelhantes utilizadas por Buda muitos anos antes. O teólogo Kersten reconhece, após seus estudos, que em alguns dos evangelhos bíblicos foi apresentado um Jesus “misterioso” que já surgiu preparado, como se tivesse nascido pronto, para sua fase de pregação e não passou por uma base cronológica que se detivesse na sua vida normal e necessária para o preparo de todo rabi judeu (profeta ou professor) que desejasse ensinar algum conhecimento de utilidade para o despertar espiritual do público mais simples e leigo em assuntos sobre a vida transcendental após a morte do corpo físico, ou o “Reino de Deus” como teria se referido muitas vezes o “Mestre Nazareno”.

Após ler, estudar e comparar as informações de todas as fontes que foram citadas neste capítulo pode-se afirmar que, o Jesus /Histórico aquele que foi um homem normal e humano existiu sim, e viveu a sua última encarnação em um corpo físico e humano do sexo masculino, teve pais biológicos e irmãos e inclusive duas irmãs. Nasceu na Galileia-Palestina (Nazareth) onde teria vivido a sua infância, mais tarde após sobreviver à crucificação teria vivido muitos anos em algum lugar bem distante de Jerusalém, em Caxemira no Norte da Índia

(NOTA-1): Contradições contidas nas Citações de Flavio Josefo: As duas citações do historiador Josefo servem como uma comprovação relativamente confiável de que existiu realmente um Jesus Histórico e que o mesmo viveu em algum lugar da Palestina no final do século 1 a.C. e no inicio do século 1 d.C., entretanto é preciso esclarecer que todas aquelas partes que estão sublinhadas e em negrito foram acrescentadas mais tarde pela Igreja para dar autenticidade no seu Jesus Místico ou Divino e dar certa credibilidade ao texto que compõe os atuais Evangelhos do Novo Testamento.

(NOTA-2): O Talmude Judaico (Babilônico) é uma fonte que contém antigas tradições judaicas e que foi concluído no século IV d.C. da atual era cristã. Em comentário à lei do Mishná (séc. II a.C.) que prescreve a pena de morte logo após o julgamento do réu, esse Talmude cita Jesus, talvez seja o texto judaico que apresenta mais informações do Jesus Histórico.  Ainda que apresente Jesus com tom depreciativo, o texto reconhece que Jesus foi condenado pelo tribunal judaico e sua pena foi aplicada de fato. Deste modo, pode-se comprovar que Jesus foi um personagem histórico e não uma lenda. Como esse texto foi criado em ambientes judaicos, mesmo com suas contradições tem alguma parte mais próximo da verossimilhança dos fatos reais. (TALMUDE- século II a.C. ao IV d.C.)

(NOTA-3): Sobre os judeus e o que eles pensam a respeito dos cristãos e quem foi o Jesus/Homem quando viveu entre eles, para maiores informações é aconselhável à leitura do texto do: “DOSSIÊ ROSENTHAL, Autor:- WALTER WHITE, Rio de Janeiro-RJ, 1989” Disponível neste endereço: www.hlage.com.br/E.../Dossie_rozenthal-WALTER_WHITE.pdf

14 - JESUS E O DIA DE NATAL...

Todas as datas que se referem à vida de Jesus, do seu nascimento até a “morte” do corpo físico, são envolvidas em controvérsias, lendas, mitos, suposições e até mistérios sobrenaturais! No entanto, o que se pode afirmar antes de qualquer apreciação mais aprofundada, é que algumas das fontes “apócrifas” não religiosas, nos informam que os primeiros cristãos costumavam comemorar o dia do nascimento de seu Mestre em uma data bem diferente e distanciada desta que foi convencionada pela igreja no último mês do ano gregoriano. Era uma data entre os meses de maio e de junho do atual calendário gregoriano, adotado hipoteticamente pela igreja no ano de 1582, é que inicialmente era comemorado o nascimento de Jesus. Segundo um dos Evangelhos não canônico, o nascimento teria se dado no dia 20 de maio do ano 5500 da criação do mundo!

O dia 25 de dezembro de cada ano é conhecido no mundo cristão e principalmente nos países seguidores do catolicismo romano, como o “Dia de Natal”, a “Data Máxima da Cristandade” ou o dia do “Nascimento do Menino Jesus”. Algumas religiões ainda poderão adotar outros títulos mais chamativos e “honrosos” para essa data, como também é feito por ocasião da “Semana Santa” e de outras datas cultuadas no calendário religioso. Porém o que a maioria dos religiosos não sabe ou não possuem uma explicação lógica e racional, é a razão da Igreja ter adotado o dia 25 de dezembro como a data escolhida para comemorar o nascimento de Jesus. Já antes de ser convencionada, esta data era empregada em Roma para comemorar outra “data máxima” dedicada a uma deusa pagã que se encontrava plenamente assimilada na ideia do povo.

Então o imperador em comum acordo com a autoridade eclesiástica, resolveu unir o útil ao agradável, e verificando que o povo daquela época também já gostava de uma festa animada, semelhante aos nossos festejos carnavalescos de todos os anos, assim uniram as duas festas no mesmo dia e passaram então a comemorar o nascimento do menino Jesus no mesmo dia da “Santa Pagã Romana” e é lógico que a festança que já existia ficou muito mais animada e importante! Também já se aproveitou e aproximou a data do primeiro dia do ano que é comemorado o “Dia da Confraternização Universal” sendo que esta data deveria ser comemorada somente quando não houvesse mais guerras e nem extermínios estúpidos de vidas humanas, pelo próprio homem que se diz “civilizado e cristão” em muitas situações! Enquanto o homem matar o seu semelhante traiçoeiramente não há ambiente e nem motivo para se comemorar uma “confraternização que não existe” na prática do convívio cotidiano!

Com relação ao dia do nascimento de Jesus, até seria admissível quê se escolhesse um dia do ano para que em seu nome se reunissem aquelas famílias que realmente se estimam e compreendem e realizassem juntas uma refeição ou ceia familiar. Porém tudo realizado em um ambiente comedido e de verdadeira confraternização espiritual entre todos os participantes, sem exageros e extravagâncias.

Certamente, que em Espírito de Luz, Jesus estará presente, entre todos aqueles que respeitam e dignifica a família, independente da religião que professem em suas vidas terrenas. Porém o que não é admissível são criaturas que se consideram civilizadas e racionais saírem para a rua na noite do dia 25 de dezembro para realizarem a queima de fogos de artifício numa suposta homenagem ao nascimento de Jesus, outro na falta de tais artefatos pegam suas armas de fogo e com munição real fazem disparos para o alto sem pensar na consequência de suas “balas perdidas” que muitas vezes acabam ceifando a vida prematuramente de uma pessoa que estava tranquila em sua própria casa. 

Com respeito ao nascimento dos filhos, em um lar racional e cristão, é até natural que os pais se sintam felizes, e até orgulhosos de receberem um novo ser humano, na maioria das vezes um “Espírito Velho” que está a reencarnar, até mesmo que comemorem esta data, no entanto não é sensato que façam uma festança com bebedeiras e comilanças exageradas. No caso de Jesus, todas as festas e exageros que cometem pensando no dia do seu nascimento são inúteis, pois tais sentimentos e especialmente os bajulatórios nem sequer chegam ao seu nível de vibração espiritual, simplesmente permanecem aqui no plano terreno, retidos na atmosfera terrena, junto com aqueles que os geraram ou imaginaram.

O sentido principal do “Dia de Natal” está completamente desvirtuado, ou seja, o aniversariante que pretendem homenagear já teria siso esquecido, em seu nome apenas se pratica um convencionalismo comercial que é de nulo valor espiritual. Muitas criaturas religiosas, especialmente aquelas “piedosas e bondosas” ao extremo, aproveitam esta data para demonstrar seu poder de compras através de presentes de alto custo. 

Mas se esquecem de uma coisa importante, o aniversariante era humilde e tinha apenas uma túnica e caminhava a pé pelos caminhos mais difíceis e pedregosos.  Quanto à troca de presentes, até é salutar que se faça entre pessoas da família e amigas, mas tudo dentro dos limites do bom senso e nunca ultrapassando a linha do equilíbrio de qualquer natureza.

Também é normal que se presenteie para amigos ou pessoas da família e até mesmo para as crianças como estímulo por uma etapa de estudos que tenham vencido com sucesso, por seu aniversário ou qualquer outro motivo que se julgue oportuno, mas isso pode ser feito em qualquer época do ano. Não é necessário esperar o dia 25 de dezembro para fazê-lo. Nesta entrega dos presentes no dia 25 de dezembro entra outra figura lendária que é o conhecido “Papai Noel”, também inventado pelos religiosos em conjunto com os negociantes da fé para explorar a credulidade do povo e manter as crianças e muita gente adulta, iludida com mais uma “lenda” e a crença popular na existência do “velhinho de barbas brancas”.

Mas cada criatura humana tem todo o direito de continuar sonhando e vivendo na ilusão, enquanto o bom senso não lhe bater na mente e despertar a consciência para que possa colocar o seu pensamento em ação e poder por si próprio separar o falso do verdadeiro nas coisas que o cercam durante a sua trajetória terrena. Ainda há bem pouco tempo, logo após o ano 2000 da nossa era “cristã”, em um dos países ditos “civilizados” e mais evoluídos de língua inglesa, uma professora primária perdeu o seu emprego na escola em que trabalhava por ter afirmado para os seus alunos que o “Papai Noel” não existia e era uma lenda, e que eram os próprios pais que o representavam muitas vezes para os filhos, principalmente na hora da compra dos presentes natalinos. Veja-se bem a força que tem uma “lenda” quando já está arraigada no íntimo mental das pessoas religiosas.

Através desse exemplo se pode avaliar do quanto às pessoas são suscetíveis de aceitarem as ideias dos outros que já estão prontas ou de seus mentores religiosos que possuem cursos de teologia a nível superior e assim maior capacidade de persuasão. Do quanto são levadas a sério até as últimas consequências, a simples ideia de uma lenda ou costume tradicional! Por isso que aconteceram e ainda acontecem agora guerras religiosas com tantos requintes de crueldade e vingança, e agora neste momento algumas seitas que se dizem “cristãs” e alicerçadas em um Deus “único” continuam se digladiando como se fossem eternos inimigos.

A cada fim de ano, especialmente a cada 25 de dezembro, maiores ainda se tornam as propagandas comerciais explorando todos os matizes da credulidade religiosa dos seres humanos, levando-os a gastarem o máximo em festas pomposas com “as coisas natalinas” e ao mesmo tempo manterem cada vez mais vivo o sentimento ligado ao tradicionalismo convencional e a antiga lenda de que o menino Jesus teria nascido e por falta de um local apropriado, teria sido depositado em uma manjedoura próximo de alguns animais.

Parece-nos que agora a lenda da manjedoura não está mais de acordo com toda a “pompa natalina” que representam nas propagandas comerciais para atrair a clientela dos atuais cristãos da era da informática e dos brinquedos eletrônicos. No entanto, gostos são gostos, e cada pessoa como ser pensante que é tem o direito de seguir o caminho que mais lhe agradar ou lhe convenha em termos de costumes e religiosidades convencionais! Para se entender a história do Natal tem-se que buscar a origem da palavra Natal. Nas línguas latinas o vocábulo Natal quer dizer Natividade, ou seja, referente ao nascimento de Jesus. Em inglês o termo utilizado é Christmas, literalmente "Missa de Cristo". Já na língua alemã, é Weihnachten e cujo significado é "Noite Bendita". No ano 245 d.C., o teólogo Orígenes repudiava a ideia de se festejar o nascimento de Jesus "como se fosse um Faraó".

O dia de Natal é a segunda maior data religiosa no mundo ocidental depois da Semana Santa que representa a morte e ressurreição de Jesus Cristo. A data de 25 de dezembro é uma comemoração de fundo religioso que foi convencionada pela igreja Católica Apostólica Romana a partir do ano 354 da conhecida era cristã pelo bispo romano Libério. Esta data foi instituída arbitrariamente para comemorar o nascimento de Jesus “Cristo” e por isso que foi associada a uma festa pagã já existente e comemorada neste mesmo dia em honra ao deus Saturno. A igreja de Roma entendeu que devia cristianizar a “Saturnália”, uma festa carnavalesca que já era celebrada por vários povos por ocasião do Solstício de Inverno o que contribuiria com a expansão do próprio Cristianismo.

No oriente a igreja Ortodoxa, adotou o dia 7 de janeiro para comemorar o Natal. A lenda mitológica do “menino Jesus” colocado em uma manjedoura, conhecida como presépio, junto a seus pais em um ambiente extremamente humilde reservado para o abrigo de animais, de acordo com a tradição católica surgiu no século XIII, quando São Francisco de Assis quis celebrar um Natal o mais realista possível. A origem da árvore de Natal vem da antiga Babilônia, através de Ninrode que foi bisneto de Noé.

Já era costume dos druidas que consideravam o carvalho sagrado, os egípcios consideravam as palmeiras e para os romanos o abeto, uma conífera da família do pinheiro, era decorado com cerejas negras por ocasião da Saturnália. Segundo algumas fontes, no mundo ocidental esta tradição começou em 1530, na Alemanha, com Martinho Lutero.

Veio parar no Brasil através dos imigrantes alemães que professavam a crença evangélica de confissão luterana. Hoje a árvore natalina se popularizou e é encontrada nos mais diversos tamanhos, em ambientes simples e luxuosos. Sendo nos ambientes mais luxuosos ornamentados pelos diversos objetos decorativos ou que representam os presentes e com sua iluminação especial colorida e cintilante para despertar a atenção do público.

A Guirlanda, também conhecida por “Coroa de Natal”, que podem ser entendidas como enfeites, oferendas, ofertas para funerais, celebração memorial aos deuses, celebração das vítimas que eram sacrificadas aos deuses pagãos, celebração nos esportes e celebração em memória à vitalidade do mundo vegetal. Elas significam um adorno de chamamento e consequentemente é porta de entrada de deuses. Razão pela qual, geralmente, são colocadas nas portas de entrada, como sinal de “boas vindas”.

A maior parte dos deuses pagãos do Egito aparecem sempre com uma “guirlanda” na cabeça. O Papai Noel tem origem com São Nicolau, que nasceu no século III, em Patras, na Grécia. Em meados do século XIII, a comemoração de São Nicolau passou de setembro para o dia 6 de dezembro e sua figura foi relacionada com as crianças, a quem deixava presentes vestido de bispo e montado em um burro. Na época da Contrarreforma a Igreja Católica propôs que São Nicolau passasse a entregar os presentes no dia 25 de dezembro nas celebrações do “Dia de Natal”.

Durante o século XVII os holandeses levaram para os Estados Unidos a tradição de presentear as crianças usando a lenda de São Nicolau. Assim nos Estados Unidos o Papai Noel veio do mito de “Santa Claus”. Ao longo do século XIX Santa Claus foi representado de muitas maneiras.

Pouco a pouco ele começa a ficar mais alto e barrigudo, ganhar barba e bigodes brancos e a aparecer no Polo Norte. O símbolo de Santa Claus, em seguida passou a ser utilizado largamente pela propaganda comercial. Em 1931 a Coca-Cola encomendou a determinado artista especial a remodelação do Santa Claus para torná-lo ainda mais próximo. Este artista se inspirou em um vendedor aposentado e assim nasceu de uma propaganda da Coca-Cola: o moderno “Papai Noel”.


No Brasil o “bom velhinho” entregador de presentes é conhecido como Papai Noel, enquanto em Portugal ele é conhecido como Pai Natal. Observando todas estas lendas e costumes até aqui descritos, acima de tudo deve-se respeitar o livre arbítrio alheio, e assim as pessoas religiosas das mais diversas crenças cristãs católicas, evangélicas ou espíritas, tem todo o direito de comemorarem esta data como acharem mais conveniente ou até de nem a comemorarem, entretanto, nos lares das famílias esclarecidas sobre a vida espiritual e quanto à existência das “Leis Espirituais”, aquelas que já se conhecem como força espiritual, é de bom alvitre que se desfaçam estas crendices mitológicas baseadas em lendas.

É oportuno que se procure adotar e ensinar para as crianças dessas famílias, desde a idade quando começam a querer saber das coisas que as cercam, a verdade sobre a vida de Jesus, iniciando pelo esclarecimento sobre a data de seu nascimento, para que mais tarde elas possam compreender de uma forma racional o significado das festas natalinas e através de estudos e pesquisas chegarem as suas próprias conclusões vindo a adotar o que ditar suas consciências. Sobre o ponto de vista econômico, no mundo ocidental regido pelo consumismo capitalista.

O Natal tornou-se uma das maiores formas de exploração comercial, sempre o poder econômico fala mais alto, onde o lucro se expande sobre a especulação da “boa fé” das pessoas que ainda vivem atreladas aos costumes tradicionais que não admitem um questionamento lógico e racional. Jesus, o aniversariante que deveria ser lembrado no dia de Natal, foi completamente esquecido e substituído pelo consumismo materialista predominando as festas extravagantes.

Salienta-se que a troca de presentes, por ocasião do Natal ou em qualquer outra data adotada, entre as pessoas que alimentam laços sinceros de amizade e amor verdadeiro é sempre salutar e oportuno que se pratique, porém não precisa ser somente no dia 25 de dezembro ou nos últimos dias do ano. Poderia muito bem ser institucionalizado o “Dia da Confraternização Universal das Famílias Cristãs”, convencionado no primeiro dia de cada ano, em que se reuniram as famílias e pessoas amigas e aproveitariam esse encontro familiar para a troca de presentes e se abraçar reciprocamente desejando felicidades e um bom ano aos participantes.

Certamente, este convívio fraterno deverá se prolongar durante todos os dias de cada novo ano que se inicia em cada dia primeiro de janeiro e não somente nos dias festivos dos finais de ano como vem acontecendo nos tempos presentes, em que passado o começo do ano, são esquecidos os princípios de convívio fraterno esteados em uma convivência cristã em que seja respeitado o semelhante e mantido a “máxima” de não desejar para o outro aquilo que não quer para si próprio.

O que com toda a certeza se pode afirmar aos nossos leitores, é que não existe nenhum documento oficial que nos comprove que realmente Jesus nasceu no dia 25 de dezembro do ano um da era cristã. Esta data foi convencionada hipoteticamente pela igreja de Roma, sem nenhum apoio histórico que se possa realmente dar algum crédito.

Mas intimamente para as pessoas que se conhecem como força espiritual, como Força e Matéria (Princípio Inteligente e Matéria) integrante do Todo Universal e em constante evolução, todos os dias são ideais para se respeitar e “amar” este valoroso Espírito de Luz que é Jesus Cristo, através de ações dignas e condizentes com a situação de criaturas humanas civilizadas e verdadeiramente cristãs (humanitárias) no íntimo de suas almas.

15 - QUEM SÃO OS AUTÊNTICOS CRISTÃOS?

15.1 - Infalibilidade dos Papas!
15.2 - O Império do Vaticano. Sua localização e constituição como estado político (País)
15.3 - As principais insígnias do papado romano:
15.3.1. Anel do Pescador:
15.3.2. As Chaves de São Pedro:
15.3.3. O Báculo: 15.2.4.  Flabelo:
15.3.4.  Flabelo:
15.3.5. Cadeira Gestatória:
15.3.6. Sotaina Branca:
15.3.7 - Mitra Pontificial:
15.3.8 - Tiara Pontificial:

Para a maioria das pessoas religiosas, somente são cristãs aquelas pessoas que seguem uma das religiões convencionais que se intitulam “cristãs”, embora não se atenham para as crenças mitológicas e dogmatismos repletos de religiosidades convencionadas que cada uma delas impõe aos seus seguidores, que para se considerarem “cristianizados” precisam cumprir um verdadeiro ritual em muitas situações, e praticamente comprar o direito para se enquadrar na situação de “cristãos e salvos” de todos os problemas da vida terrena e também possam garantir o pleno “descanso” em um imaginário ambiente paradisíaco de duração eterna.

Para algumas seitas conhecidas como “evangélicas”, os seus seguidores ou assistentes se tornam cristãos a peso de dinheiro, pois precisam entregar ou doar algum valor na entrada, durante e até na saída do culto. Para entregarem os seus minguados “trocados” até o último centavo recebem ameaças em nome de “demônios”, “satanás” ou outros "espíritos malignos”, cada qual mais perverso e apavorante. Coitada da pessoa que cai nas armadilhas destes tais pregadores, pastores ou evangelizadores salvadores de almas para o rebanho do Senhor Jesus Cristo. Com estas ameaças conseguem manter os fiéis atentos e dominados, praticando este comércio indigno em nome de Jesus e de um pseudocristianismo paulinizado que dizem representar!

O que se esclarece e salienta mais uma vez, para que fique bem claro, é que todos os dogmatismos e as crenças mitológicas, adotados pelas seitas religiosas, nada tem a ver com os claros e límpidos ensinamentos que Jesus teve a intenção de transmitir para toda a humanidade e não somente para parte dela ou de seus primeiros discípulos. Os seus ensinamentos originais se perderam completamente no tempo entre as malhas da dúvida e a névoa das religiosidades convencionais baseadas em mitos de religiões milenares e muito mais antigas. Desde que ocorreu a suposta “morte” de Jesus em Jerusalém até a oficialização da primeira Igreja em Roma, muitos fatores influíram e contribuíram para uma total modificação do culto das virtudes e de um espiritismo racional praticado pelo Mestre Nazareno.

Um dos primeiros fatores foi a incompreensão dos próprios discípulos, e mais tarde, entre outros, os interesses de reis, imperadores e até de alguns papas da Igreja.  Tendo em vista, que o núcleo da Igreja, a igreja mãe que se instalou em Roma, é considerado o berço do “cristianismo” como hoje se conhece no mundo ocidental pelos países que adotam o catolicismo romano como a sua “religião oficial”; se irão abordar neste capítulo, algumas informações sobre a “Infalibilidade dos papas” e a constituição do ”Vaticano” como país, que já possui, entre outros, um rival instalado no sul da Espanha e outro na Argentina.

As religiões que se dizem cristãs, incluindo as protestantes e as “evangélicas” são todas elas filhas da mesma mãe católica apostólica romana, embora algumas delas não reconheçam o papa como o seu chefe supremo. As igrejas ortodoxas do oriente podem ser consideradas “irmãs rebeldes” que se separaram ha mais tempo. As igrejas protestantes e as ortodoxas se separaram de Roma por não mais aceitarem alguns dos dogmas que continuam a ser seguidos pela igreja católica oficial até hoje.

No ano de 1978 surgiu mais uma igreja dissidente da romana, pois foi fundada a Igreja Católica Apostólica Palmariana com sede na cidade de Sevilha, Sul da Espanha, com seus bispos, cardeais e um papa entronizado que imita com algumas diferenças as mesmas pompas e honrarias que são seguidas nos rituais da Igreja Católica Apostólica de Roma. Desde o ano de 2006 estabeleceu-se em Vila Maria, Buenos Aires, na Argentina, a Igreja Católica Remanente no Exílio, cujo papa atual é Alejandro IX.  Esta Igreja Remanente também possui sua sede própria.

Sede da Catedral da Igreja Católica Apostólica Palmariana localizada em PALMAR DE TROYA, UTRERA, SEVILHA, SUL DA ESPANHA.

Em sua revolucionária obra "Jesus viveu na Índia" assim se expressa o teólogo alemão Holger Kersten a respeito da igreja de Roma:

A igreja tem procurado por todos os meios evitar que os mistérios que envolvem Jesus sejam elucidados, evitando que tenha sucesso qualquer tentativa racional de investigar o fenômeno Cristo. A Verdade sobre Jesus, e sobre o que realmente ele pregava, é mil vezes mais fascinante que todas as histórias inventadas a seu respeito. Jesus, com certeza, não pregou a institucionalização de uma igreja organizada, reduto de arrogantes neofariseus, sediados na infalibilidade; nem a conversão, sob a ameaça de morte ou de eterna danação. Ele nunca aconselhou e nem autorizou ninguém, a ocupar, na Terra, importantes cargos divinos; nunca se considerou a encarnação de Deus; nunca perdoou pecados ou conferiu a outros esse dom, e nunca prometeu a vinda ou permanência de um Espírito Santo fora dele!..." (KERSTEN, Holger, págs. 37 e 38- 1986)

15.1 - Infalibilidade dos Papas!

De acordo com o que foi proclamado no Concílio Vaticano I, que se realizou em Roma no ano de 1870, definiu a infalibilidade doutrinária dos papas e toda a extensão do seu poder dentro do primado papal.  De acordo com as sábias Leis Espirituais que se estudou no primeiro capítulo desta obra, se pode compreender e bem claro ficou, que abaixo da Inteligência Universal Suprema, que o vulgo denomina “Deus”, nenhum Espírito dos que ainda se encontram de posse de um corpo físico aqui no mundo Terra são totalmente perfeitos a ponto de se considerarem infalíveis nas suas ações terrenas, por maiores que sejam os seus conhecimentos teológicos e de intelectualidade.

Na chefia do papado romano já tivemos alguns papas até bem “falíveis” e carregados de imperfeições para causar inveja para o próprio “Satanás”, considerado chefe dos infernos inventado e criado através dos decretos forjados dentro dos “Santos Concílios” para amedrontar os Espíritos de vontade fraca e tirar proveito mais tarde através da exploração da credulidade dos incautos. Nos primórdios da existência do Vaticano, por lá passaram alguns dos representantes de Pedro, que não honraram a sua investidura papal e muito menos as vestimentas que usavam. Transformou a convencionada “Casa de Deus” em um verdadeiro bordel. João VIII foi assassinado pelo marido da sua amante que os encontrou em flagrante delito. Benedito IX foi expulso de Roma pela forte indignação dos romanos que não suportaram a sua devassidão e o seu envolvimento com todo tipo de falcatruas e patifarias que costumava colocar em prática.  São Gregório VIII vivia em escandalosas relações intimas e pecaminosas com a condessa Matilde que era sua própria filha.

João XII contratou sicários pontifícios, considerados os piores criminosos de aluguel, para raptarem uma bela mulher napolitana, cujo marido foi mais tarde procurador do próprio Vaticano. Imagina-se para que este “sagrado papa” queria uma bela mulher casada!  E que lavagem cerebral fizeram neste pobre homem, que além de ter perdido a sua mulher amada e bela, teve a coragem de fazer parte dos funcionários da “Instituição Sagrada”.

Ou então, também é de se conjeturar que, possivelmente pagaram muito bem este infeliz marido para ele aceitar tudo isso numa boa, sem ter reclamado nada! Entre os anos de 904 e 974 da era cristã, conforme (ABRIL, Almanaque, pág. 173-1980), ficou conhecido na história do papado romano, como a “Era da Pornocracia” quando a cortesã Marósia foi a amante do papa Sérgio III, tornou-se a mãe de João XI (931 –936), tia de João XIII (965- 972), e avó de Benedito VI (973974).

Veja-se bem, que exemplos de moral bem afastada do cristianismo puro já se assentaram no trono sagrado que “herdaram” de Pedro, o qual de acordo com a lenda contida na “história bíblica” teria sido o seu primeiro ocupante. No entanto se faz questão de salientar, que nem todos os papas que passaram por Roma eram desta mesma têmpera e alguns deles tiveram até a intenção de modificar algumas coisas que viram erradas e foram duramente perseguidos ou eliminados fisicamente por seus cardeais mais conservadores que viam somente os seus interesses pessoais!

Porém uma coisa é certíssima, nem um papa é infalível a ponto de se considerar o único representante de Deus ou Jesus na face do mundo Terra. Não consta em nenhuma parte da história bíblica que tenha em alguma época Jesus ou mesmo Deus passado uma procuração para o primeiro papa de Roma ser seu representante. Somente o excesso de fé em dogmatismos arcaicos e as crendices absurdas que fazem muitas pessoas até de relativo conhecimento intelectual se atirar ao chão e se ajoelharem aos pés de cardeais, papas, bispos, padres ou santos e adorá-los como se fossem “Deuses” e alguns chegam ao extremo exagero de lhes beijar as mãos ou vestimentas, que julgam serem sagradas.

Poucos foram os papas que passaram por Roma e tiveram um comportamento esteado na moral cristã e respeitaram as investiduras do cargo que ocupavam. Entre estes se pode destacar com justiça; Leão XII que ao querer espiritualizar o Vaticano viu toda a corte cardinalícia se voltar contra ele. O papa Pio X se destacou pelo seu trabalho renovador. Paulo VI teve a coragem de anular cerca de duzentos santos do calendário litúrgico da igreja no ano de 1969, conforme (ABRIL, Almanaque – pág. 481-1987).

João Paulo I que no seu curto papado de apenas 33 dias, após tomar decisões administrativas contra os interesses econômicos de seus cardeais, especialmente os responsáveis pelo funcionamento do Banco do Vaticano, teve a sua vida ceifada prematuramente e de forma bastante misteriosa. Sobre a sua morte toda a corte cardinalícia ficou em silêncio, o “Santo Papa” foi dormir muito bem de saúde e amanheceu “morto” com o coração parado e ninguém, simplesmente, viu nada... Este papa, com certeza foi um dos que mais se aproximaram dos passos do mestre Nazareno, e pode se dizer que possuía maior evolução espiritual do que os demais que ocuparam o cargo no Vaticano desde os primórdios do cristianismo.

Para os relatos da História Oficial do Papado Romano, ele apenas teve alguns problemas cardíacos durante a noite, seu coração parou e ninguém viu mais nada... Será que não foi colocado um calmante “tranquilizador para a vida eterna” na taça da bebida e deixado para ele beber antes de ir deitar-se naquela última noite, E até o dia 02 de abril de 2005, governou a igreja romana o papa João Paulo II, o Sr. Karol Jozef Wojtyla, um polonês, que ocupou o cargo de chefe supremo do Vaticano desde o ano de 1978. Seu pontificado foi um dos mais longos da história da Igreja, ultrapassando um quarto de século.

Este papa se destacou pelo seu trabalho no sentido de aproximar a igreja romana da ortodoxa grega, russa, da protestante e até do judaísmo, na prática jamais conseguiria tal intento devido as imensas diferenças  existentes entre ambas que tornam impossível uma harmonização do que não é igual. Por outro lado na sua parte sacerdotal continuou a promover santos e mais santos para povoarem o seu imaginário “Reino dos Céus” onde todos vivem em carne e osso após a  fantástica “ressurreição” da carne. Este tal “céu paradisíaco” somente existe graças às invenções dos “Santos Concílios”.

Será que o Senhor Karol Wojtyla, com todos os seus conhecimentos teológicos à nível superior, intimamente ainda acreditava que somente os seguidores da sua seita religiosa, denominada católica apostólica romana, são os únicos e autênticos cristãos da face do mundo Terra? Será que ele acreditava que seus seguidores seriam os únicos salvos, e o resto da humanidade estaria perdida ou condenada para sempre? Mas Senhor Karol, como ficará o dia em que seus seguidores chegarem lá no plano espiritual e constatarem que foram enganados e não encontrarem o tal prometido reino celestial? Como irá ficar as suas consciências quando descobrirem que este “reino dos céus” somente existe aqui na Terra e na ideia dos chefes eclesiásticos que o criaram através de seus “Concílios Papais”.

Certamente que todos os tempos de enganos e ilusões terão o seu fim e aí todos os dogmatismos e crendices absurdas cairão por terra!  Todos os seres humanos sem exceção estão sujeitos às mesmas Leis Espirituais, embora possam reconhecê-las ou não nesta atual encarnação em corpo físico. Também todos terão oportunidade de aqui voltarem no futuro e quantas vezes forem necessárias até que possam compreender a sua situação de “Espíritos em evolução” que são. No momento que isto acontecer muitos irão até se envergonhar de terem tentado enganar os seus semelhantes em encarnações passadas aqui na Terra quando eram chefes de religiões ou na função de sacerdotes queriam impor suas ideias falsas sobre o ponto de vista espiritual e em vez de esclarecer às pessoas, ao contrário, as embruteciam e fanatizavam. Infelizmente este mal da ignorância a respeito das Leis Espirituais ainda irá perdurar por muito tempo, mas não irá durar para sempre.

Muitas guerras e pesadas convulsões sociais ainda ocorrerão, mas tudo em busca do equilíbrio final. Estas guerras ainda acontecerão até mesmo entre muitos daqueles que se dizem “cristãos”, mas que intimamente se encontram saturados de religiosidades que toldam suas inteligências e não lhes permitem enxergar a luz da lógica e da razão que os faria despertar e compreender com clareza tudo que acontece ao seu redor. As ideias divulgadas através dos dogmas da igreja encontram-se distanciados a anos-luz dos límpidos ensinamentos originais que Jesus pretendia divulgar para toda a humanidade, mas que infelizmente não foi compreendido no seu tempo e continua a não ser, até os dias de hoje por aqueles que se dizem ser os seus maiores representantes.

Com o desenlace (desencarnação) do Espírito do Papa João Paulo II, ocorrido no dia 02 de abril de 2005, após a realização do conclave dos cardeais habilitados a votar, foi escolhido e anunciado em 19 de abril de 2005 o cardeal alemão Joseph Ratzinger, como o papa Bento XVI, sucessor do polonês Wojtyla. O novo papa que conhece muito bem o funcionamento interno do Vaticano, com suas ideias conservadoras, deverá mudar muito pouco a parte teológica da igreja apostólica romana, embora sempre possa haver algumas modificações superficiais de âmbito geral. Bento XVI renunciou o cargo em 28 de fevereiro de 2013, pouco antes de completar oito anos no pomposo cargo, alegando problemas de saúde, porém, por trás deste motivo existe outro mais sério que é uma série de escândalos onde existem alguns envolvidos de dentro dos muros do Vaticano. Assim em 13 de março de 2013 foi eleito para o cargo papal vitalício o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, (ver a Figura-23) que adotou o nome de papa Francisco.

15.2 - O Império do Vaticano. Sua localização e constituição como estado político (País)

O Vaticano é a sede central da Igreja Católica Apostólica Romana e a residência oficial do papa e de alguns dos seus servidores mais próximos, é um dos menores países do mundo com apenas 0,44 Km2 de área. A superfície do seu território é resumida em um enorme quarteirão encravado dentro da cidade de Roma, que é a capital da Itália. Seu território é composto do que restou dos antigos “Estados Pontifícios” que foram suprimidos com a unificação da Itália no século XIX. O pequeno Estado é visitado por milhares de turistas que o lotam diariamente.

Cada turista ao entrar deixa a sua contribuição “voluntária” com o valor já expresso e predeterminado, ajudando assim a manter a sobrevivência do “Santo Papa” e de toda a sua corte cardinalícia e os demais serviçais que lá vivem nas dependências do “Império do Vaticano”. Este pequeno estado, considerado com o “status” de um país, é habitado por membros da igreja e pela selecionada guarda suíça, responsável pela segurança das autoridades, especialmente nas datas de grandes festas.  A famosa basílica de São Pedro é considerada a mais importante igreja do mundo católico, com área total de 23 mil metros quadrados e permite abrigar até 60 mil pessoas.

Os Museus do Vaticano juntamente com a basílica de São Pedro são os pontos turísticos que atraem maior número de pessoas de todo o mundo católico e até às vezes alguns pesquisadores não religiosos. O Vaticano se mantém economicamente através dos donativos ou valores cobrados dos turistas de todo o mundo e também de valores cobrados de serviços prestados para seus fiéis nos países católicos e também de investimentos de capitais. O seu nome oficial é Estado da Cidade do Vaticano “Stato Dalla Cittá Del Vaticano” sua capital é a cidade do Vaticano, localizada em uma parte de Roma. Na economia o Vaticano adota a mesma moeda da Itália que é a lira italiana (euro).

Suas fontes de renda oficiais são: O Fundo de São Pedro proveniente de donativos e ingressos, o Banco do Vaticano e a Administração do Patrimônio da Santa Sé. A forma de governo adotada é o “Papado Vitalício” semelhante a um poder imperial, a Santa Sé é o Órgão Supremo da Igreja Católica Apostólica Romana. O seu chefe de Estado é o papa e o chefe do governo é o Presidente da Comissão Pontifícia que é exercida por um cardeal de confiança do papa, é uma função equivalente ao “Primeiro Ministro Papal”. Quando desencarna o papa em exercício, a escolha do seu sucessor é realizada por um conclave formado apenas pelos cardeais aptos a fazerem parte como eleitores de um novo papa (LAROUSSE, Dicionário Enciclopédico, 1978, pág. 1633).

No âmbito do ensino superior, possuí o Vaticano sete Universidades, com um número de alunos superior a cinco mil (1982).  Na parte dos transportes o Vaticano é servido pela mesma rede de Roma, embora possua uma estação ferroviária própria. Na rede de comunicações o Estado do Vaticano possui Serviço de Correios e Telégrafos próprios. A emissora da Rádio Vaticano possui instalações próprias no Vaticano e em Roma. Possui também um jornal semanal com edições em italiano, espanhol, português, francês, inglês, polonês e alemão.

O italiano é a língua oficial, o latim também é usado na Santa Sé e nos Corpos Legislativos e Administrativos. No entanto hoje com o advento da implantação da era da informática, é bem provável que o Sr. Karol Wojtyla, assim como os seus sucessores também tenham dado as suas “expiadas” algumas vezes na tela de um monitor de computador para observar os acontecimentos que ocorrem pelo mundo afora através da rede da Internet. A Figura-16 mostra a planta do Vaticano onde funciona a direção máxima da Igreja Católica (ver a Nota-2) Apostólica Romana e é a morada oficial do papa e de seus principais servidores e auxiliares para assuntos doutrinários. Neste local teria se iniciado o papado da igreja com o apostolo Pedro que de acordo com a história bíblica teria sido um dos primeiros apóstolos de Jesus Cristo.

Planta que mostra a localização da Cidade-Estado do Vaticano.

15.3 - As principais insígnias do papado romano:

15.3.1. Anel do Pescador:
15.3.2. As Chaves de São Pedro:
15.3.3. O Báculo: 15.2.4.  Flabelo:
15.3.4.  Flabelo:
15.3.5. Cadeira Gestatória:
15.3.6. Sotaina Branca:
15.3.7 - Mitra Pontificial:
15.3.8 - Tiara Pontificial:

15.3.1. Anel do Pescador:

É usado na mão direita, quando o papa falece ou ocorre à desencarnação de seu Espírito, seu anel é quebrado pelo cardeal ”camerlengo” utilizando-se de um martelo e uma bigorna de ouro com tal finalidade. A igreja católica adota dois cardeais camerlengos, sendo um encarregado de exercer a autoridade papal por morte do titular e outro que administra os bens do Sacro Colégio.

15.3.2. As Chaves de São Pedro:

São impressas em relevo no escudo papal, simbolizam o poder que foi dado a Pedro de adotar ou revogar decisões.

15.3.3. O Báculo:

O báculo dos Papas não tem a forma do báculo episcopal, caracterizado pelo tradicional “encaracolado”, mas a forma de uma cruz. Hoje, à cruz levada pelo Papa também se chama báculo. O báculo, como o anel, tem o seu significado dentro de um contexto tanto antropológico como bíblico (cf. Ex. 4, 17.20; Sal 23, 4), como também patrística. Orígenes e Santo Agostinho relacionam o bastão de Moisés com a Cruz de Cristo. A imagem do Papa Bento XVI usando o seu báculo em forma de cruz.

15.3.4.  Flabelo:

É um leque de cabo longo, feito de penas de avestruz com o qual o papa era abanado durante as cerimônias oficiais, foi abolido por Paulo VI.

15.3.5. Cadeira Gestatória:

É uma poltrona montada sobre um andor, carregada por dezesseis Oficias do Vaticano conhecido como “Palafreneiros” quando o papa saia à rua durante datas festivas. Originou-se da cadeira curul que era utilizada pelos Cônsules Romanos. Em 1978, o papa João Paulo I renunciou o uso da mesma num gesto de humildade e fez o percurso da cerimônia da sua coroação a pé. 

15.3.6. Sotaina Branca:

Foi adotada pelo papa São Pio V que era dominicano, em 1565, a qual substituiu a sotaina púrpura cardinalícia, até então usada pelos papas, pela cor branca da sua ordem. Sotaina é um tipo de vestimenta comprida usada pelos religiosos.


Papa Bento XVI usando a Mitra em (A) e o báculo em (B) 
(Nota-1): Uma curiosidade que não passa despercebida, o que será que o papa quer representar em sua mitra (chapéu do papa) com o símbolo da “Estrela de David”? Com razão alguns autores apresentam argumentos de que o Cristianismo é uma continuidade do Judaísmo, com algumas adaptações e arranjos teológicos criados nos concílios da Igreja, embora, já tenham sido inimigos ferrenhos no passado, hoje parece que alguns papas tem tentado uma reaproximação com os rabinos judeus. Na prática o primeiro está a serviço do segundo. Sobre este tema é oportuna à leitura do texto de: “O Dossiê Rosenthal- WALTER White1989” (Nota do autor: MÜLLER, G. C. - 2014)

15.3.7 - Mitra Pontificial:

A mitra é da origem romana derivada de uma cobertura de cabeça não litúrgica, exclusiva do papa, o camelauco do qual teve origem a tiara. A Figura-17-A mostra o Papa Bento XVI usando a mitra (Ver nota-1)

15.3.8 - Tiara Pontificial:

É originada do barrete frígio, conhecido como camelaucum, ao qual em 1130 foi acrescentada uma coroa que simboliza a soberania sobre os Estados Pontifícios. Em 1300 o papa Bonifácio VIII acrescentou a sua coroa como símbolo da autoridade sobre as almas dos fiéis. Em 1530 o papa Benedito XII acrescentou a terceira coroa que simboliza sua autoridade sobre os reis da Terra. Nas cerimônias de coroação ela é colocada na cabeça dos papas com o seguinte dístico: “Saibas que é o Pai, o Príncipe e o Rei”. O papa Paulo VI usou somente a sua no dia da coroação e João Paulo I recusou-se a usá-la num gesto de humildade. Ver a (Nota-2) sobre o significado da designação “Católica” para a Igreja do Vaticano em Roma.

(Nota-2): Quando se emprega o vocábulo “católico” para designar a igreja que foi implantada em Roma e deu origem ao cristianismo modificado “Paulinismo”, significa que a igreja sediada no Vaticano em Roma é de caráter universal e teria a pretensão de dominar todas as almas do mundo por ser a única certa, santa, divina e representante do “Deus Pai Todo Poderoso” na face da Terra. Essa pretensão foi a origem de todas as guerras religiosas e o extermínio brutal dos contrários desde a realização do primeiro concilio para a implantação do “cristianismo primário” em Roma, que apenas usaram o nome de Jesus (sua morte e suposta ressurreição) e abandonaram praticamente todos seus ensinamentos originais voltados para o auto aperfeiçoamento do ser humano e espiritual. (Nota do Autor: MÜLLER, G. C.-2014)


Imagem da Capela Sistina localizada no interior da Basílica de São Pedro.

15.4 - João Paulo I, um homem que foi exemplo de humildade

Um fato que não passa despercebido e até nos chama a atenção é a maneira de ser e proceder do papa João Paulo I, o Sr. Albino Luciani (Ver nota-3) de origem italiana, era um homem diferente dos outros, também foi um papa diferente dos outros, era um homem simples, tão simples que a sua humildade não agradou aos seus próprios cardeais mais chegados por força da função, os seus ministros no governo do Vaticano. Este papa foi possivelmente um dos mais “cristãos” ou que seguiu mais de perto os passos de Jesus na sua relativamente curta caminhada como chefe da Igreja.

Parece que a sua humildade além de não ter agradado aos seus cardeais “ministros de Estado” criou um desconforto nos mesmos, devido as suas determinações para que fossem tomadas medidas administrativas de ordem econômica para sanar o próprio Banco do Vaticano e que a “administração se desfizesse de determinados “bens materiais” desnecessários e o dinheiro apurado fossem distribuídos para instituições de caridade ou para ajuda de pessoas inválidas. Porém, os seus nobres ideais não foram concretizados devido ao seu brusco e prematuro desaparecimento físico após os trinta e três dias do seu curto, mas “revolucionário papado”.

A imagem da fachada da Basílica de São Pedro e vista parcial da Praça São Pedro e a imagem interna da Capela Sistina em que no teto e nas paredes laterais é possível observar as imagens coloridas de alguns quadros e santos especiais.
(Nota-3): Existem suspeitas que Albino Luciani tenha sido assassinado, pois não foi permitido realizar uma autópsia após sua morte para esclarecer a verdadeira causa da brusca e misteriosa desencarnação do papa.   (Ver a Obra: Em nome de Deus- YALLOP, David- págs. 280 a 295, 1984)

15.5 - João Paulo II visto pelo teólogo suíço Hans Küng

O religioso e teólogo suíço Hans Küng, com 76 anos de idade e 50 dos quais dedicados à vida eclesiástica, é considerado pela Igreja Católica de Roma como um dos mais polêmicos teólogos da atualidade, que tem a coragem de questionar a "infalibilidade do papa" e até o uso abusivo do "cristianismo" por alguns políticos que governam grandes nações do mundo:

Na sua entrevista exclusiva à revista Isto É, assim ele se refere ao papa atual e a igreja de Roma:

"O Vaticano e o papa João Paulo II são problemáticos. Esse pontífice é sumamente autoritário. Nossa igreja, originalmente, era uma igreja de congregação, democrática, mas desde os tempos medievais temos um sistema autoritário." Também são suas estas palavras sobre a competência do papa João Paulo II, que se encontram na página 10 da mesma revista citada antes: "O papa não é competente para dar conselho aos casais sobre o que eles fazem em seus quartos.

Ou dizer aos jovens como devem se comportar. “Se a igreja abolisse o celibato" que impõe aos seus missionários de todas as graduações e lhes concedesse a liberdade para contraírem matrimônio aqueles que o desejassem, por certo teriam condições de opinar mais tarde com acerto sobre a família e os problemas surgidos na vida dos casais que integram a sua pastoreada "cristandade católica". (FONTE: Revista Isto É - Nº 1810 de 16 de junho de 2004)

A imagem que mostra a fisionomia serena do cardeal italiano Albino Luciani no ano de 1969 e ao lado o mesmo Albino Luciani já como o papa João Paulo I no ano de 1978. Seu revolucionário papado que, durou 33 dias, foi um dos mais curtos da história do Vaticano marcado pelo sua desencarnação prematura e “misteriosa” que até os dias atuais não foi elucidada.

15.6 - Uma comparação entre Jesus e os papas da igreja

A seguir, leia-se com calma e reflita-se sobre a comparação entre Jesus com sua simplicidade e humildade e os papas e cardeais com suas vestimentas pomposas e todas as honrarias que usam. O Mestre Nazareno possuía uma única túnica e mal a podia trocar e andava a pé de um lugar para outro e nunca usou coroas de ouro em sua cabeça durante as suas aparições ou doutrinações ao público. E os papas e cardeais, que são homens normais e humanos, inventaram todas estas pompas e honrarias que se viu anteriormente em suas vestimentas, utensílios pessoais e no interior da sede da Igreja de São Pedro no Vaticano e nas luxuosas catedrais espalhadas pelos países de maioria católica. 

Essas vestimentas de luxo, adornos em ouro e pedras preciosas em coroas que simbolizam somente o poder material de seus reinos terrenos, para nada servem na vida e evolução espiritual enquanto estiverem carregados de vaidades e sede de poder material apenas...! 

Se o Espírito de Jesus pudesse realmente chegar até a presença destes que dizem lhe representar, que foram vaidosos e em seu nome enganaram uma parte considerável da humanidade e disseminaram o ódio através das “Santas Inquisições”, “das Cruzadas” e de todas “Guerras Santas” que desencadearam de maneira impiedosa contra os protestantes ou a quem se atrevesse a contestá-los, e ainda com seus dogmas e crenças absurdas criadas dentro dos “Santos Concílios”, transformando o Vaticano em uma casa de concentração de riqueza e politicagem, sentiria profunda tristeza e até asco destes que o vilipendiaram e ainda teve a coragem de se dizer seu representante. Houve alguns papas e cardeais, que com a força de dominadores políticos, e julgando-se donos de todas as almas viventes no mundo Terra, tentaram dominar as consciências de governos, povos e fiéis seguidores de nações inteiras, intrometendo-se em ações políticas para derrubar ou apoiar governos arbitrários e antidemocráticos de acordo com a situação e o momento que lhes fosse conveniente.

Outro contraste muito grande são as luxuosas catedrais construídas em todos os países de maioria católica no mundo ocidental, que nas suas portas ou ao lado dormem miseráveis mendigos como se fossem cães a cuidar da casa do dono e a espera de uma migalha de comida ou de um farelo de pão para saciar a fome, enquanto o Mestre Nazareno doutrinava seus seguidores no relento ao ar livre. 

As perguntas que se faz são as seguintes: Será que precisa catedrais ornamentadas a ouro e com todas estas “honrarias” para atrair as forças do bem e iluminar a mente (o Espírito) das pessoas que precisam de ajuda? Será que o Espírito de Jesus ou qualquer outro Espírito de Luz se faz presente nestes ambientes de luxúria, vaidade e ostentação de riquezas? Para que o ser humano possa ser um autêntico “cristão racional”, realmente esclarecido à luz da espiritualidade elevada, acredita-se que não seja necessário se filiar ou pertencer a nenhuma das seitas religiosas convencionais existentes, especialmente as denominadas “cristãs”, basta saber respeitar o seu semelhante e nunca prejudicá-lo, desejá-lo o bem, tanto quanto gostaria que lhe desejassem.

O verdadeiro “cristão espiritualizado e humanitário” já liberto de crenças religiosas mitológicas convencionais é aquela pessoa que sabe respeitar-se a si própria e a todos que o cercam no seu convívio diário. Religiões e religiosidades fanatizadoras de consciências (Espíritos), somente tem servido ao longo dos séculos para colocar umas pessoas contra as outras em nome de um “Jesus/Divino” ou de um suposto “Deus Pai Todo Poderoso”, para gerar divergências, e até ódios com guerras cruéis e desumanas por intermédio de muitas pessoas que na maioria das vezes se dizem representantes do seu Deus e até implantadoras de “novas civilizações”.

16 - COMO AGEM OS VERDADEIROS CRISTÃOS

Os verdadeiros cristãos, já libertos das crenças mitológicas e religiosidades convencionais, são aqueles que amam a verdade e sabem respeitar o livre arbítrio e o ponto de vista do seu semelhante, nunca querendo lhe impor a força as suas ideias ou princípios filosóficos de qualquer natureza. Cada pessoa, como ser humano pensante, e Espírito encarnado que é, em constante evolução, tem o direito pleno de escolher e decidir, por sua própria conta, o que é melhor para sua vida material e espiritual desde que respeite os que estão ao seu redor.

O verdadeiro cristão é aquela pessoa que procura agir sempre com simplicidade e humildade e ao mesmo tempo procura cultivar a amizade com todos que o cercam, e sempre deseja e quer o bem de todas as pessoas do seu convívio, independente do que elas pensem ou venham a dizer dos seus procedimentos e ações.

Quem faz o bem, somente poderá colher o bem mais tarde!  Também é verdade que quem semeia ventos hoje deverá colher tempestades no amanhã. Quem semeia boas sementes, somente poderá colher bons frutos mais tarde! 

Outro exemplo de uma pessoa cristã é aquela que procura se dedicar com zelo e amor ao seu trabalho profissional, seja qual for a sua profissão exercida, cumprindo as suas tarefas e na medida do possível procurando ajudar seus companheiros na solução de problemas que estejam ao seu alcance e possibilidade, mas também sendo sincero para nunca prometer coisas impossíveis, para quem quer que seja! E será que para proceder desta maneira é necessário estar filiado a alguma seita religiosa? É lógico e claro que não, basta apenas ter a consciência lúcida e saber discernir o certo do errado, isto é, pensar bem antes de por em prática seus atos e ações.

Aquelas criaturas humanas que mantém o seu viver disciplinado, que já estão libertas de crenças e religiosidades, que já sabem usar adequadamente a sua força de vontade e a força do seu pensamento, estas com certeza já atraem luz para os seus Espíritos e já possuem lucidez para enfrentar e vencer os embates da vida, tanto na parte material como na parte espiritual. E mesmo sofrendo, compreendem a razão dos sofrimentos e conseguem ser relativamente felizes dentro das suas naturais limitações.

Entre todos os desencontros e a maldade que ainda impera no ambiente terreno, no meio de todas as ervas daninhas, felizmente ainda germinam e prosperam algumas sementes de trigo que representam as ações e sentimentos elevados daquelas pessoas que estão plenamente conscientes dos seus deveres.

Felizmente se pode constatar que nem todos estão perdidos ou entregues somente à maldade! Felizmente, se observa hoje, que considerável número de pessoas já está tentando seguir pelo caminho da espiritualidade em suas vidas terrenas. E a cada instante se conscientizando da realidade sobre a vida espiritual e da importante missão que cada um de nós vem cumprir durante a trajetória terrena aqui neste Mundo-Escola. Missão esta que não pode ser adiada e muito menos renegada a um segundo plano, como estão a fazer aquelas pessoas que ainda preferem viver ilusoriamente somente para as coisas materiais e alimentar sentimentos e pensamentos inferiores e animalizados, esquecendo-se completamente do planejamento anterior que fizeram em seus mundos de Luz ou Estágio Espiritual antes de aqui vir encarnar em um corpo físico o qual lhe está servindo de meio para alcançar a evolução espiritual e material no plano terreno.

Sabe-se perfeitamente que nos dias atuais o materialismo ainda é muito forte e até mesmo na grande maioria da chamada “civilização cristã” capitalista, entretanto, mesmo que lentamente, está ocorrendo alguma evolução de tudo que nos cerca, ou seja, tudo está em constante transformação. Porém se pode observar até com uma alegria íntima, que ainda existem algumas famílias terrenas onde seus integrantes se estimam e compreendem como irmãos, imperando entre eles a tolerância e o respeito mútuo.

Esta união, esta compreensão, entre as criaturas de uma mesma família terrena, nos demonstra ser possível o convívio fraterno e cristão entre as pessoas que já possuem um determinado nível de evolução espiritual e até a própria consciência que cada um já possui dos deveres que lhe compete. Porém no mundo dos negócios, na vida material, apesar de todos os avanços tecnológicos e do emprego das modernas máquinas computadorizadas e das modernas redes internacionais de telecomunicações, infelizmente ainda impera a lei do “mais forte e o mais esperto”.

Astuciosamente são armados negócios fraudulentos para enriquecer uns e aniquilar outros. As injustiças contra os que trabalham dentro das leis e com honestidade são muito grandes. Existem verdadeiras redes internacionais de salteadores e falsificadores onde também se enquadram os competidores desleais que usam de todas as armas inimagináveis para derrubar os seus concorrentes que tentam andar por caminho limpo e digno.

O que desconhecem estes “espertalhões”, é que o que é da Terra na Terra fica, e, que ninguém por mais esperto que se julgue poderá usar estas riquezas daqui quando passar para o plano espiritual. Alguns destes que pensam que são espertos e que sempre vão se dar bem, que o Deus que eles julgam existir está a dormir e não vê nada do que estão fazendo as “escondidas“! Estes espertos que pensam que estão somente a tirar vantagens estão no fundo se enganando a si próprios e nem pensam ou se lembram de que um dia, quando menos esperam, terão que responder por seus atos e ações, não para um tribunal divino ou eclesiástico, mas para a sua própria consciência quando chegarem ao seu mundo espiritual.

E nesta “hora da prestação de contas”, não existem deuses e nem santos para lhes livrar da responsabilidade pelas faltas que cometeram. E nesta hora os “deuses” são simplesmente surdos para as suas lamentações ou apelos suplicantes! No mundo dos negocias e das transações comerciais que se realizam aqui no plano terreno, se pode constatar que todo o dinheiro que é ganho através de meios ilícitos não trará um final feliz para o seu ganhador e somente tem real valor, aquilo que é conseguido ou conquistado através do trabalho honesto e com o suor do respectivo trabalhador!

Assim aquelas pessoas que ainda procuram agir com honestidade em todos os seus negócios e empreendimentos realizados, com certeza não se arrependerão mais tarde, e estas além de tudo, atestam que já possuem alguma noção do que vieram aqui fazer, nesta atual jornada terrena, e sabe dar o devido valor as coisas terrenas e aos bens materiais de uso temporário. Essas criaturas que procuram manter a sua vida equilibrada e condignamente trabalhando e respeitando os direitos alheios haverão de aumentar com o passar dos tempos e consequentemente a corrente do bem se ampliará e ao mesmo tempo o convívio entre todas as pessoas se tornará mais tranquilo e ameno e uma “civilização humanitária e cristã” na realidade haverá se formar no nosso plano terreno!

CONSIDERAÇÕES FINAIS


Para que se possa encontrar o Jesus Histórico, o nosso “Mestre de Nazaré”, em sua essência “humana e espiritual”, se tem que ir buscá-lo não nos Evangelhos, seja eles da Igreja ou qualquer outro apócrifo ou não ou até em outros Evangelhos modernos (nota 1) que possam vir a surgir, mas dentro da nossa alma, do nosso Espírito, da nossa consciência, e aceitarmos intimamente o Mestre Nazareno como um irmão mais velho, que já trilhou muito antes de nós, o mesmo caminho que agora estamos a trilhar!

Que se ponham de lado as velhas muletas já gastas das religiosidades e preconceitos milenares ligados as crendices absurdas, que certamente, se poderá sentir e compreender no íntimo quem foi este Homem-Jesus! Essa verdade belíssima e formidável, todos nós um dia poderemos compreender desde que para isso, se ponha em ação as nossas faculdades intelectuais para raciocinar livres de preconceitos e outros interesses pessoais ou sectaristas.

Nos momentos de recolhimento íntimo, é para ele que se tem de dirigir os pensamentos, como se estivéssemos a nos dirigir para um irmão mais adiantado na escalada evolutiva, com conhecimentos a respeito da vida espiritual muito superiores aos nossos, para que nos elucide, como um amigo, como um conselheiro na longa estrada evolutiva que ainda se terá de percorrer. Somente assim se poderá compreender o “Jesus-Homem” de outrora, e o Espírito evoluidíssimo que é hoje, foi superior, e mais digno de admiração do que o “Jesus/Divino/Milagreiro” encontrado nos evangelhos bíblicos ou mesmo do que o “Jesus-Deus” que as religiões o promoveram arbitrariamente e querem a força de “evangelizações missionárias”, nos fazer aceitar ainda hoje no século XXI, denominado das Luzes.

Para que se possam receber os reflexos da Luz e dos conhecimentos desse Mestre, não é necessário sair para a rua com um “livro religioso sagrado” embaixo do braço ou na mão e gritando bem alto, para que todos ouçam que se é cristão ou então com um cartaz bem grande no peito e outro às costas informando que; “eu sou cristão”. Mas sim, é necessário em primeiro lugar, que se esteja em paz consigo mesmo, com a consciência tranquila e serena, preparado para trabalhar pelo bem comum e nunca estar na espera de recompensas pelo que se tenha feito em benefício de outrem.

Pois Jesus já teria se expressado desta maneira com referência à ajuda aos mais necessitados:

“... quando se ajuda a alguém, a mão esquerda não deve saber o que faz a direita”.

Isto quer dizer que, se deve ser discreto até na hora de distribuir algum benefício. Uma coisa é certíssima, todos nós caminhamos para Jesus, para o infinito, para a perfeição suprema, para a “Verdade Total” no plano Espiritual Superior, com a maior confiança em nossos próprios potenciais latentes, com a maior confiança no futuro que nos aguarda, seguindo o mesmo caminho que o “Mestre Nazareno” seguiu no passado, e também seremos grandes um dia no progresso espiritual, grandes enfim, para ajudarmos aqueles que nos cercam e precisam mais do que nós de uma força ou de um amparo espiritual. E para isso, para conquistarmos este futuro, não precisamos estar com nossos Espíritos atrelados às crendices, não necessitamos de “evangelhos” e nem de outros “livros sagrados”.

Precisamos raciocinar com acerto e lucidez suficiente para que possamos encontrar a solução para as seguintes incógnitas no caminho da espiritualidade durante a nossa trajetória terrena:

1 - De onde viemos? 

Viemos do nosso mundo de Estágio Espiritual ou mundo de Luz correspondente ao nosso nível de evolução já alcançada em vidas passadas ou encarnações anteriores. Ninguém está a passeio, viemos para cumprir uma missão importante que não podemos repassá-la para terceiros e muito menos comprar alguém para que se coloque no nosso lugar!

2 - Quem somos?

Somos partículas de força e luz irradiativa do Todo Universal (Grande Foco) em constante evolução, e como força espiritual tomamos por “empréstimo” um corpo físico durante cada trajetória terrena, para realizarmos a evolução espiritual individualmente. O corpo físico somente tem serventia para o Espírito enquanto ele se encontra “encarnado”. Quando ocorre a desencarnação o Espírito que é imortal e eterno, evola-se ou translada-se para seu mundo correspondente, não mais precisando da matéria, e por isso após a “morte” do corpo físico o mesmo se desintegra e aqui permanece voltando ao próprio pó da terra para passar a compor outros organismos.

3 - Onde estamos?

Estamos a habitar temporariamente o mundo Terra que é um dos “Mundos–Escola” existentes no Universo Infinito com a finalidade de proporcionar aos Espíritos até determinada fase (classe evolutiva) o aperfeiçoamento dos seus conhecimentos para que a partir daí não mais necessitem aqui reencarnar.

4 - O que devemos fazer?

Enquanto de posse de um corpo físico devemos aproveitar ao máximo a oportunidade que nos está sendo oferecida. Procurando aplicar o nosso “tempo disponível” em atos e ações elevadas direcionadas para o progresso espiritual nosso e daqueles com quem convivemos durante a vida terrena. Porém os cuidados com a vida material não podem ser negligenciados e assim sendo, o “Espírito encarnado” deve procurar viver com a harmonia as duas vidas; material e a espiritual paralelamente, para que possa melhor aproveitar a sua encarnação.

5 - Para onde vamos após esta vida física?

Após o término de cada trajetória terrena, ocorre a “morte do corpo físico” e assim o Espírito desencarna e retorna ao seu Mundo de Estágio Espiritual para fazer um balanço de seus erros e acertos e de acordo com a necessidade poderá aqui retornar para resgatar possíveis débitos espirituais ou então passar para outro plano ou Mundo mais adiantado, onde prosseguirá a sua longa trajetória evolutiva até confundir-se com a perfeição da Luz máxima que é o Grande Foco ou a Inteligência Universal Suprema.

Os Espíritos encarnados, que tem a oportunidade de agora se encontrarem relativamente esclarecidos, que já conseguiram encontrar a resposta para estas cinco incógnitas que envolvem os conhecimentos preponderantes com relação à “passagem do Espírito” neste mundo Escola, que habitamos temporariamente, não perderão o seu precioso tempo se desviando por caminhos tortuosos e difíceis, a pensar somente na maldade e na desgraça alheia, mas sim: seguirão a passos firmes pelo largo caminho da luz e da espiritualidade elevada, procurando cumprir da melhor forma possível os seus deveres materiais e espirituais a cada passo que avançam na sua longa trajetória evolutiva.

(Nota-1): Talmude de Jmmanuel anunciado através do suíço Billy Meier, que se apresenta como o “Profeta” da Nova Era, divulga um evangelho revolucionário, que é um anti-evangelho do Evangelho de Mateus, apesar de pretender desmistificar o texto bíblico é altamente “contraditório” por não estar enquadrado na lógica racional. (Nota do Autor: MÜLLER, G.C. -2014).

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http://pt.wikipedia.org/wiki/Natal/ft
Origem da Semana Santa
http://www.brasilescola.com/historia/origem-da-semana-santa.htm

SOBRE O AUTOR:

Gilnei Castro Müller nasceu na Cidade de Pelotas – RS, é militar da reserva, geógrafo, como sensitivo e poeta, além do livro Em busca do Jesus Histórico, escreveu os livros Coletânea de Poesias I e II.

(POESIA ESPECIAL)
JESUS DE NAZARÉ

Há dois mil anos, nasceu um humilde menino em Nazaré,
Muitas lendas inventaram sobre ele, desde a sua infância,
Com poderes sobrenaturais de extraordinária significância,
Deram-lhe títulos: de rei, salvador, e outros de importância,
O menino chamou-se Jesus, e seus pais foram Maria e José!

Este menino teve pais e irmãos, como qualquer criança normal,
Enfrentou as vicissitudes e os obstáculos da vida física agitada,
Precisou de alguém que guiasse os seus passos na caminhada,
Entre os seus irmãos se destacou por possuir a mente iluminada,
Pela luz, pois já possuía mais experiências na bagagem espiritual!

Na bagagem espiritual possuía bem maiores os conhecimentos,
Mas mesmo assim, precisou se preparar para cumprir sua missão,
E mais tarde tentar afastar o seu povo dos vícios e da escravidão,
Mas não o compreenderam, o condenaram como um ignóbil ladrão,
Pregando-o em uma cruz, e submetendo-o a atrozes sofrimentos!

A atrozes sofrimentos e humilhações sujeitaram o “Mestre Nazareno”,
Não esperava naquela vida, enfrentar tantas injustiças e ingratidões,
Para explorar os mais humildes, se formaram milhares de religiões,
Dos seus belos ensinamentos não souberam aproveitar as lições,
Por isso o cristianismo prático não se consolidou no plano terreno!

No plano terreno o nível de pensamentos está muito materializado,
Há dois mil anos, que parte da humanidade vem sendo enganada,
Os ensinamentos que ele quis transmitir durante a sua caminhada,
Perderam-se entre os “evangelhos”, restou só crendices e mais nada,
Mas a verdade é eterna e brotará na alma dos que foram enganados!

Se Jesus voltasse aqui reencarnar, com a mesma missão novamente,
Seria perseguido por aqueles que não pensam antes de cada ação.
Os princípios puros da sua bela doutrina, que são esteados na razão,
Não agradariam as pessoas que ainda gostam mais de viver na ilusão,
Preferem continuar a alimentar os vícios e superstições continuamente!

As pessoas que se conhecem como força espiritual e amam a verdade,
Estas respeitam e amam Jesus, através de seus atos e ações dirigidas,
São cristãos autênticos, adotam no íntimo de suas almas esclarecidas,
Os ensinamentos originais do Nazareno, já fazem parte das suas vidas,
Com seus exemplos divulgam um “cristianismo puro” para a humanidade!

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