ÍNDICE
Prefácio
da quarta edição
Introdução
1. A
base
2. O que somos?
Somos
um redemoinho com ilusão de forma
Um
corpo mais tênue
3. A
comprovação moderna do perispírito
Provas
mais distanciadas
As
provas fotográficas
Os
egípcios já o citavam
4.
Matéria ou energia?
Um
tecido fluídico preenche o Universo.
As
combinações dos átomos
5.
Sementes da inteligência
Inteligências
maiores envolvendo inteligências menores
6. Os
computadores
Nas
células e no ADN um exemplo
7.
Energia programada
O
artigo
Nossas
tendências
8. O
automatismo da vida vegetativa
A
ação mecânica nos órgãos de nutrição
9. O
corpo astral e a evolução das espécies
O
processo é astral
A
transformação das espécies
10.
Dos animais à concepção dos computadores
Exemplos
patentes
Cumprem
o que lhes exige a necessidade essencial
O
grande laboratório ou usina programadora
11. A
força do instinto ainda no homem
O
processo vem conduzindo o progresso da humanidade.
Sempre
em busca do aperfeiçoamento da Vida
12.
No fundo de tudo, o Espírito
A
relação Macro/Micro
Não
poderão existir outros tipos de átomos?
As
moléculas retêm e transportam conteúdos da memória
Um
acumulador potente
Olhemos
as crianças
13.
Recondução dos impulsos
Para
cada espírito um estilo de treinamento
O
poder da concentração
A
importância da paz interior
Na
imaginação o forte poder de modificação
O
processo
14.
Disciplina na conduta
Um
extenso corredor que nos dá forma
Conclusão
JOSÉ MARIA BRAGA DE AMORIM
ENERGIA PROGRAMADA
A mecânica do perispírito
O perispírito explicado por informações combinadas
4a- edição
Este opúsculo foi escrito
para a geração a que pertencem meus filhos.
Como uma homenagem a LUIZ DE MATOS e JACOB DOS SANTOS PINTO.
E os agradecimentos a Mundinha e Diloca
pelo apoio.
Prefácio da quarta edição
Humberto Rodrigues
Desde há
muito tivemos a grande honra de receber um convite do ilustre Autor de Energia
Programada, para que prefaciássemos a sua obra, numa de suas edições
posteriores à primeira.
Sucedem‑se
a segunda e a terceira edições e o prefácio não surgiu.
Premido e envolvido pelo imensamente absorvente expediente
da Presidência do RACIONALISMO CRISTÃO, na Casa Chefe, fomos adiando a elaboração do solicitado prefácio, que
chegou a ser esboçado, mas não concluído, por absoluta carência de tempo disponível.
Mas eis que, na oportunidade do lançamento da 4ª edição,
conseguimos encontrar a almejada disponibilidade de tempo, e assim sendo, ao ensejo dessa edição, desincumbimo‑nos
de tão grata tarefa com justificado júbilo espiritual.
Fazemos
este pequeno intróito objetivando enfatizar nosso sensibilizado agradecimento
pela extremada consideração do renomado Autor de Energia Programada, preferindo
optar pela ausência de prefácio sob o respaldo de uma paciente expectativa
perante um prefaciante calcado em contumazes adiamentos.
Passando às
considerações sobre a obra que ora prefaciamos, dir‑se‑ia que o livro Energia
Programada ¾ título de rara felicidade no que
concerne ao seu perfeito enquadramento ao tema desdobrado ¾ significa um advento literário, no âmbito da
Doutrina Racionalista Cristã, que marca justamente a sua fase na qual se
esboçam os primeiros albores de uma autenticidade evolucionista consubstanciada
nas mutações positivas próprias das épocas que envolvem a civilização terrena.
RACIONALISMO
CRISTÃO, Doutrina filosófico‑espiritualista, surgida em 1910, em Santos ‑ São
Paulo, codificada por Luiz José de Mattos e consolidada com Antonio do
Nascimento Cottas, caracteriza‑se pela sua tendência visceralmente refratária
às posições estáticas e concepções dogmáticas.
Evidentemente,
ela é intangível, intocável e irreformável no que tange aos seus postulados
espiritualistas fundamentais respaldados em princípios que se alicerçam em Leis
Naturais e Imutáveis que regem o Universo.
Todavia,
quanto à prática disciplinar ou à sistemática norteadora da maneira de ser
exercida, ela é inquestionavelmente evolucionária, inclusive, no que concerne à
adaptação às diferentes épocas, na medida em que essa adaptação seja admissível
dentro dos altos padrões de racionalidade e de elevada sutileza que distinguem
essa Doutrina espiritualizadora, não podendo ser nela admitido em hipótese
alguma um posicionamento em que se confunda “evolução autêntica” com o
“modismo irracional”.
Assim
sendo, mediante tal concepção evolutiva de elevados parâmetros, não podemos
esquecer que nos situamos atualmente na época da computadorização e da
informática.
E qual será
a posição da filosofia doutrinária do RACIONALISMO CRISTAO perante tal
evidência?
Dir‑se‑á
que esse assunto engloba conotações de natureza puramente material, nada tendo
a ver com o organismo ou psiquismo humano.
Realmente,
o computador é uma máquina constituída por componentes puramente materiais
diferentes daqueles que compõem a máquina orgânica e a sua estrutura psíquica.
Acontece,
todavia, que o sistema de ação de ambos se assemelha curiosamente, se
analisarmos, separadamente, um dos fatores intrínsecos do ser humano que recebe
várias denominações dos pesquisadores estudiosos, como por exemplo, “corpo
astral”, “perispírito”, “corpo ou fluido mesmérico” (esta denominação em
homenagem ao grande pesquisador Mesmer), etc.
Esses
pesquisadores do passado e do presente, em sua maioria ¾, não dìzemos em sua totalidade porque ainda existem
os materialistas teimosos ¾, admitem a
tradicional divisão do ser humano nas três partes fundamentais:
‑ Corpo
orgânico ‑ (matéria condensada, visível e palpável)
‑ Corpo
Astral ou perispírito ‑ (matéria fluídica, diafanizada, invisível, pertencente
diretamente ao espírito, só visível aos médiuns videntes ou detectável por
máquinas especializadas como as de Kirlian, etc.)
‑ Espírito
ou alma ‑ (elemento inteligente, imponderável, imaterial, partícula da
Inteligência Universal, que incita e movimenta os organismos vivos, inclusive
no ser humano como se fora a consciência cósmica individualizada ou
personalizada).
Objetivando
o embasamento da tese do Energia Programada temos a considerar apenas uma das
três partes fundamentais citadas: o corpo astral ou perispírito.
Os
pesquisadores honestos e bem‑intencionados, sem preconceitos materialistas ou
religiosos, através da detectação do ectoplasma por fotografias especializadas,
bem como por extensa fenomenologia espirítica, estão convencidos da realidade
desse corpo Astral a serviço do espírito, funcionando como repositório de um
monumental arquivo de toda a trajetória evolutiva desse mesmo espírito,
alicerçando‑se numa sistemática “programada” assemelhada à programação aplicada
na vida material através dos modernos computadores.
Assim
sendo, poder‑se‑ia afirmar que o corpo Astral, representa para o espírito, no
campo fluídico, o mesmo que o computador para o ser humano no campo material,
verificando‑se em ambos os campos uma programação idealizada para
sistematização das atividades que lhes são inerentes.
Eis em
síntese, a tese brilhantemente defendida e fundamentada pelo digno jornalista e
escritor José Maria Braga de Amorim em sua alentada obra Energia Programada.
Em suma, é
a “energia programada” do espírito em seu “computador fluídico”, ou seja, o seu
“corpo Astral”. O tema é abrangente em divagações metafísicas de grande
profundidade, envolvendo essencialmente a lógica dedutiva nos meandros da
filosofia espirítica.
O notável
Pierre Teillard de Chardin proclamava que a interpretação do Universo só pode
ser satisfatória se considerarmos o interior e o exterior das coisas, ou seja,
o espírito assim como a matéria.
Portanto, o
espírito como interioridade e a matéria como exteriorização.
E o espírito, na sua
interioridade, possui um magistral
computador fluídico que é o corpo Astral ou perispírito. Tudo isso englobando
uma sistemática que segue sua trajetória no sentido do infinito. Mas, que
infinito? A percepção exata desse infinito, nas limitações do gênero humano,
esboroa-se a dilui‑se na sensação
indefinida do incomensurável.
Mas, seja
lá como for a conceituação do infinito, a grande verdade é que os estudiosos
modernos e bem‑intencionados já admitem a aplicação dos princípios da
eletrônica e do computador nas suas teses espiríticas.
Os grandes
inventores e descobridores de teses novas e inéditas na História Universal
tiveram sempre que usar um fator preponderante da personalidade forte: a
“Ousadia”.
É a “Ousadia”, por exemplo, dos desbravadores, como
o casal Kirlian,
lançando em 1939 as bases da
fotografia que detecta a luminescência invisível que envolve os organismos
vivos, fato esse que já naquela época não constituía novidade, porquanto, no
século XIX, o grande médico francês Dr. Baraduc, outro grande “ousado”,
encetava estudos sobre a Aura humana que permitem enquadrá‑lo numa posição de
verdadeiro precursor da fotografia Kirliana.
Temos
ouvido várias vezes o ilustre autor de Energia Programada proclamar que se
sentiu significativamente inspirado em Felino Alves de Jesus através de seu
livro Trajetória Evolutiva.
De fato,
Felino escreveu a sua Trajetória Evolutiva mediante um desdobramento filosófico‑científico
do RACIONALISMO CRISTÃO consideravelmente “ousado” para o seu tempo. E José
Amorim também demonstra essa “ousadia”; a “ousadia” da tese exposta no seu
Energia Programada.
As figuras
exponenciais da História da humanidade tornaram‑se imortais porque sempre
souberam “ousar”!
É a
“ousadia” no bom sentido!
Ela aí
está, através de Energia Programada, à disposição do leitor inteligente,
perscrutador, estudioso e pesquisador, para tirar as suas conclusões e
constatar finalmente, que o RACIONALISMO CRISTÃO, como Doutrina espiritualista
evolucionária por excelência, saberá sempre se amoldar às exigências evolutivas
próprias de cada época, embora sem nunca se afastar dos seus princípios
fundamentais e jamais aderindo à “falsa evolução” ou “modismo irracional”.
Esperamos
que a despretensiosa síntese analítica deste prefaciante, concernentemente ao
ensaio filosófico do Energia Programada, permita, como subsídio, a verdadeira
conceituação de tão importante obra que patenteia os méritos intelectuais e
espirituais do racionalista José Maria Braga de Amorim, cuja “ousadia” contribuirá
para que o leitor vislumbre o exato sentido evolucionário da Doutrina
Racionalista Cristã em sua adaptação à modernidade da era da computadorização.
Introdução
Uma das mais claras e simples explicações da lei de
causas e efeitos deu-a JESUS através da conhecidíssima parábola do Semeador.
Ela correspondia ao entendimento dos homens da época, quando era mais fácil
assimilar a idéia de que “colhemos sempre o que plantamos”.
Quem naquele tempo dissesse que nosso “corpo
astral” assemelha-se a uma imensa máquina eletrônica onde se vai estabelecendo
a programação do nosso futuro, por certo seria tido como louco. Naquele tempo
nada, ou quase nada, sabiam sobre o “corpo astral” da maneira como entendemos
hoje, e ainda não existia o computador.
O computador, no nosso entender, dá a idéia melhor
de como opera a lei de causas e efeitos, em virtude do que consideramos que
fomos de rara felicidade ao efetuarmos tal associação de idéias.
Por outro lado, “Energia Programada” não deixa de
ser mais uma tentativa procurando elevar o ser humano do materialismo brutal
para o espiritualismo real, através do perfeito conhecimento de mecânica do
“corpo astral” e sua ação sobre o corpo físico.
Um dia disseram a CONFÚCIO que todo esforço que se
faz visando melhorar a espécie humana é em vão, porque o homem é, ainda,
profundamente egoísta. O sábio oriental, após meditar profundamente, retrucou
que então deveríamos conduzir os homens à prática de um egoísmo inteligente,
indicando em seguida a fórmula: não fazermos aos outros o que não queremos que
nos façam.
Achamos, de igual modo, que para conduzir o ser
humano ao legítimo espiritualismo, é necessário, primeiro, levá-lo ao
conhecimento real do “corpo astral”, forma real mais tênue, mais duradoura.
Quer dizer: do materialismo grosseiro em que vivemos, deveremos passar ao
materialismo fluídico, astral, mais perene, pois, presos que ainda estamos à
materialidade, só iremos compreender exatamente o espírito se, antes
compreendermos o perispírito, para evitarmos, pelo menos, a confusão que alguns
setores fazem entre espírito e perispírito, e semearmos, neste, as bases do
verdadeiro espiritualismo, que hoje, forçosamente, há de ser científico. Os
tempos vão mudando e, com eles, a compreensão humana. O modo de viver do homem
dos nossos dias, assim distanciado e distanciando-se cada vez mais do
espiritual, talvez se justifique pela repulsa inconsciente ao aspecto
profundamente místico com que explicam o Ser Real. No fundo de cada um existe a
lógica, a razão pura, onde só assenta de fato aquilo que combine com sua
essência. Não há porque teimar no erro milenar ¾
os espíritos (e com os espíritos, a lógica) amadurecem, posto que os tempos são
chegados.
Eis porque nossa tentativa vai nesse rumo; eis
porque falamos muito em “perispírito”, que acreditamos poderá vir a ser um dia
dissecado cientificamente tal qual o é hoje o corpo físico.
A verdade é que não está mais longe o tempo em que
a Ciência poderá estudar esse corpo tênue com a mesma minúcia com que disseca o
corpo físico. Já começa mesmo a generalizar-se, entre os cientistas da
atualidade, o conceito de que a maioria das doenças e males, antes de atingir
nosso físico, estava alojada no “astral”. Começam também a definir a via que os
conduzirá a ele.
Pouca gente, hoje em dia, duvida já da realidade do
“perispírito" depois que cientistas de ilibada conceituação, através de
seus estudos e pesquisas, confirmaram sua existência, não só com o testemunho
de suas palavras irrefutáveis, como através da fotografia, em que se pode ver a
resplandecência desse outro corpo, emanante de todos os corpos sólidos, dos
minerais, dos vegetais e dos animais.
Cremos, assim, que a penetração da Ciência no
“corpo astral”, pelo método objetivo que ela usa, não será difícil. Na verdade,
o nosso corpo físico é como o próprio mundo Terra, em cuja composição a matéria
vai desde o mineral bruto, as rochas, as pedras, até os rios e oceanos, que com
a ação do calor, se tornam gasosos, alimentando aquela camada fluídica que
envolve o planeta e o liga aos demais planetas do Sistema Solar.
O corpo humano também possui, ele mesmo, todos os
estágios da matéria deste mundo, do mais denso, compacto, como os ossos, os
dentes, as unhas, ao mais fino, neste caso os nervos, que, dentro de sua
própria composição de neurônios, possuem estágios que chegam ao gasoso, e será
neste ponto que alcançaremos o fluídico, usando aparelhos eletrônicos de que já
se serve a Ciência.
Escrevemos este opúsculo levando em conta que o
homem moderno, no pouco tempo que tem para destinar à leitura, vem largando de lado
os compêndios maçudos, os textos compactos, optando, assim, pelas informações e
conceitos mais rápidos, concisos, resumidos. A Televisão e o Rádio criaram novo
comportamento naqueles que, atualmente, buscam conhecimentos.
Este opúsculo leva em consideração tal
característica: é simples na linguagem e está dividido em pequenos textos que,
largados neste momento por qualquer contingência da vida moderna, poderão ser
reiniciados noutra ocasião, sem mutilar o sentido da leitura.
A idéia central está revestida de inumeráveis
informações colhidas nos autores mais representativos; por si só dispensariam
tais informações o tema do autor, que nada mais é que a Lei de Causas e
Efeitos, como já se deu a entender, explicada em linguagem e configurações
modernas, de fácil assimilação pela mente do homem que, à beira do século XXI,
sente já confundir-se com as máquinas e os robôs, ponto em que se tornam
oportunas as explicações pretendidas pelo autor neste “Energia Programada”,
principalmente para que se compreenda que o homem será apenas esse robô
enquanto viver preso aos instintos.
As informações são abundantes no início deste
opúsculo, reforçando o tema central, que começa a delinear-se a partir de
alguns capítulos e a relação dos autores, todos de doutrinas as mais
diferentes, justifica a pretensão de universalidade do livro cujo autor não
pretende fazer escola nem prosélitos, uma vez que livre de qualquer peia deve
ser quem assume a responsabilidade de levar aos demais a Verdade, mesmo porque
uma doutrina só será verdadeira se puder ser medida pela liberdade que conceder
para que se faça a pesquisa do real.
E o autor, repórter que um dia foi, também nada
mais pretende além de poder continuar com o ofício de bem informar sua geração,
sua humanidade.
Esta, pois, a pequena contribuição dele ao grande
esforço que há milênios vem sendo feito, no campo do psiquismo, com vistas a um
melhor entendimento da Vida.
1. A base
O jornal
A RAZÃO, porta-voz da doutrina Racionalismo Cristão, com o qual colaboramos
como jornalista que fomos, publicou em sua edição de 19 de fevereiro de 1978 um
artigo de nossa autoria intitulado “Energia Programada”, no qual nós comparamos
nosso “corpo astral” (perispírito) a um imenso computador, um potente campo de
força que vem sendo trabalhado por cada um de nós desde os primeiros momentos
de nossa vida latejante. É como se estivéssemos diante de uma colossal máquina
eletrônica, da qual somos os operadores e a ela estamos indissoluvelmente
ligados por mil e um filetes elétricos, através dos quais vamos estabelecendo
uma programação automática por efeito de nossos pensamentos, sentimentos e
atos.
Os
pensamentos, sentimentos e atos é que vão estabelecendo a programação. Os
impulsos que estamos tendo neste momento têm por base os impulsos de ontem, e os
de hoje programam os de amanhã, sempre em proporções crescentes. Os nossos atos
deixam em nosso perispírito uma espécie de sulcos que atuam como molas
impulsionadoras. Nossos impulsos têm por base essas supostas molas. Conforme a
qualidade de nossos pensamentos, sentimentos e atos, bons ou maus, com os quais
estamos no momento operando essa máquina, assim serão nossos impulsos.
O assunto
foi debatido por diversas pessoas, acontecendo que muitas, inclusive alunos da
Universidade voltados para o estudo da computação, nos inquiriram se havia
possibilidade de esclarecermos melhor o tema.
Este
opúsculo é, assim, uma tentativa no rumo de se formalizar ou detalhar as
explicações requeridas, tentativa que será melhor atingida se for conseguida no
decorrer desta e com nitidez, uma comparação do processo de “armazenamento”
perispiritual para que compreendamos, por fim, o processo que se desenvolve no
nosso íntimo par produzir aqueles impulsos cegos que às vezes nos lançam para a
frente sem o comando de nossa própria vontade.
Vamos ver
como de fato é isso.
2.
O que somos?
Quantas vezes cometemos atos que, logo depois, nossa
consciência repudia, parecendo que uma forca superior a nosso entendimento nos
conduz, subjuga-nos, governa-nos. Que força será essa? E de onde ela vem?
Estará a sede dessa força estranha no corpo físico, essa máquina que se
locomove de um lado para o outro conduzindo nossa consciência e, no entanto,
agindo mecanicamente em obediência a esse impulso? ¾ surpreendemo-nos, por
vezes, perguntando.
O corpo
físico vem sendo, para todos nós, a expressão mais forte do nosso ser. Abrimos
os olhos, no decorrer dos séculos, com essa imagem centralizando a paisagem do
cotidiano, e talvez seja por isso que nos nossos dias nenhum ponto dessa figura
deixou de ser dissecado pela ciência, graças ao que a maioria da humanidade
sabe, porque é elementar, que o corpo físico é composto, basicamente, de
carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, enxofre e sais minerais, inclusive o
famoso cloreto de sódio ou o sal comum. Segundo ainda velho conhecimento,
encontram-se no corpo humano treze elementos, dos quais cinco gasosos e oito
sólidos, e que um homem de 76 quilos representa 44 kg de oxigênio, 1 k 73 g de
azoto, 600 g de fluor, 22 kg de carvão, 800 g de fósforo, 100 g de enxofre,
1750 g de cálcio, 80 g de potássio, 50 g de magnésio, 50 g de ferro, (Extraído
de “Psichismo Experimental”, de Alfred Erny – antiga edição de H. Garnier,
Livreiro Editor).
Apesar
desse conhecimento, a inquietude nos impulsiona a perguntar: como se agregam,
no entanto, tais elementos, combinando-se maravilhosamente na formação dos
órgãos e, depois, estes compondo um todo cuja estrutura enseja um como que
empenho em agradar e atender à noção do belo que algo dentro dessa caixa
conserva e procura expressar?
Somos um redemoinho com ilusão de forma
Acreditamos
que a unidade da estrutura física seja a célula. E na verdade, segundo os
fisiologistas, o corpo humano é constituído de numerosíssimas partículas, as
células que segundo ainda a ciência, são animadas por vida própria e
independentes.
Em nosso
tempo é crença geral, por outro lado, que a matéria chega às subdivisões do
átomo ¾ os prótons, os elétrons e nêutrons, que, ao que parece, já
podem ser subdivididos. Muito raro é quem não sabe hoje em dia, porque isso é
também elementar, que os elétrons giram em torno do núcleo seguindo determinada
trajetória. Os nêutrons, os prótons aglomeram-se no centro de cada átomo
formando o núcleo, constituindo, assim, um sistema planetário como o formado
pelo Sol (neste caso o núcleo) e os planetas que giram em seu redor. Na verdade
os átomos nos rodeiam completamente, posto que estamos mergulhados em um mar
fluídico constituído por eles ¾ ninguém duvida mais. Respiramos o oxigênio, que se combina
com nitrogênio para formar o ar, A própria água, que nós já apalpamos, é
constituída, como todos nós o sabemos, de átomos de hidrogênio e oxigênio.
Talvez essa descoberta tenha levado Marilyn Fergunson a exclamar, espantada, em
seu livro A Conspiração Aquariana - Ed. J. P. Tarcher, Inc., que
“parecemos ter forma, mas somos um redemoinho, estamos apenas girando,
constantemente, um monte de elétrons. A energia mantém os elétrons juntos, numa
forma, o universo no lugar...”.
Um corpo mais tênue
Esse
giro, de forma mais tênue, ultrapassa os limites conhecidos para o corpo
físico, firmando como que um campo magnético que o envolve, como a atmosfera
comprovadamente envolve a Terra, porque se assim não fosse, essa estrutura
aparentemente sólida não poderia manter-se. Tal invólucro não chega a causar
estranheza porque dele abundantemente já falaram escritores que tiveram a
coragem de romper com o convencionalismo formal,
Pois
somos uma reunião de células ou átomos ¾ é bem verdade! ¾ que não
subsistiriam assim reunidos se algo não os mantivesse. "De mais ¾ diz-nos
Alfred Erny em seu “Psychismo Experimental” ¾ renovando-se
incessantemente, o corpo físico acabaria por dissolver-se, não existisse esse
invólucro fluídico que mantém todos os elementos do corpo bem numerosos [...]”.
Nesse mesmo livro, editado há muitos anos, ele ainda pergunta: “Que se
tornariam todos esses elementos (oxigênio, hidrogênio, azoto, cloro, etc.), que
se desagregam e se reformam continuamente, se não existisse um invólucro geral
que os retivesse durante seu trabalho de transformação diária? Os tecidos
seriam insuficientes para explicar esse fenômeno e a pele não impede a
penetração, por ter poros [...]”.
Esse
invólucro, por sinal, já é facilmente fotografado, graças à técnica
desenvolvida pelo casal Kirlian, parecendo, nas fotos conseguidas, ser um campo
de energia que, além de penetrar completamente o corpo físico, envolve-o com
uma camada luminosa, formando um potente campo magnético. Os espiritualistas
dão a esse corpo o nome de perispírito,
corpo astral ou duplo etéreo, sendo conhecido desde a mais remota
Antigüidade.
3. A comprovação moderna do perispírito
Quem ainda não viu um cabo da rede elétrica, que corre as ruas das cidades, ficar, em determinadas circunstâncias, envolto em luz azulada? Esse envoltório de luz é a aura que, provocada pela interrupção abrupta da corrente elétrica, se expõe a nossos olhos.
Tal
fator, aliás, levou o casal Valentina Krisafovna Kirlian e Simyon Davidovich
Kirlian, na cidade russa de Krasnodar, à possibilidade de fotografar pela
primeira vez, dentro de critérios estritamente científicos, a
aura dos seres, das plantas, das rochas, enfim, de tudo o que existe no
Universo. Uma tarde em que Simyon consertava o gerador de alta freqüência da
máquina de massagear, uma descarga elétrica passou acidentalmente através dele,
que não sentiu dor, mas viu fogos de artifício e achou que o fato deveria ser
registrado. Ficou fascinado com a idéia mas não atinava como tirar fotos de um
fenômeno que requeria uma escuridão total. A explicação da técnica não vai
interessar muito aos objetivos destas informações,
bastando que se diga que Simyon usou uma mesa isolada, assim como ficou ele
próprio isolado, de pé, em cima de grosso tapete de borracha. A chapa preta foi
então colocada em cima de um eletrodo, ligando a outro eletrodo sua mão
pressionada contra a chapa. Quando Valentina revelou a chapa, esta mostrava a
silhueta da mão, os ossos bem delineados e uma misteriosa aura ao redor das pontas dos dedos,
Estava
assim comprovada a existência da aura. E,
para nós, esta é uma das provas mais importantes, porque das mais próximas em
termos de tempo e porque procurada por processos e para fins científicos.
Provas mais distanciadas
Se bem
que provas da existência de algo mais tênue que o corpo humano, através da
fotografia, já existissem, como as deixadas por Mumler, que em março de 1861,
“viu certa vez aparecer em uma de suas provas uma figura estranha ao grupo que
fotografara, e concluiu que uma chapa já impressionada se havia, por engano,
misturado com as novas. Fez uma segunda e deu igual resultado, com a aparência
humana ainda mais nítida. Esta seria a primeira fotografia espiritualista ou
transcendental” ¾ conforme nos relata
Cesar Lombroso em seu livro Hipnotismo e
Mediunidade, da Federação Espírita Brasileira.
Nota-se
no trabalho dos Kirlian maior empenho e, também, o total engenho do homem, da
entidade física, enquanto que nas provas, irrefutáveis também, de Mumler, que
não tinha tal intenção, a intervenção do acaso, o que equivale dizer, fruto do
esforço dos que, para nós, já estão do outro lado.
As provas fotográficas
Documentados
pela fotografia existem, ainda, inúmeros outros fatos importantes, como os
relacionados com o fotógrafo João Beattie, de Clifton (Bristol) que, para maior
segurança, operava sempre na presença de amigos, conseguindo, depois de
inúmeras tentativas, ver em uma das suas chapas algo que, revelado, tinha
semelhança de uma forma humana. A diferença, neste caso, é que Beattie usava a
presença de um médium.
Mas será
que os fatos são melhor prova que os próprios olhos humanos? Embora o corpo
astral, esse corpo de composição sutil, seja conhecido desde eras remotíssimas,
sempre, ou quase sempre, todos nós, exceto aqueles que possuem a chamada
vidência (capacidade de ver além dos olhos
físicos) duvidamos dele. No entanto, a literatura universal está cheia de
magníficos exemplos de sua realidade. Erich von Daniken disse, em Aparições (edições Nova Fronteira) que
“desde que se fala de inteligência humana, existem aparições sob todas as
condições, religiões e sob os mais diferentes aspectos da civilização”. E os
casos que registra são altamente significativos, embora de ordem religiosa.
Lombroso
também nos deu, mais cedo ainda, casos procurados cientificamente. O de
Florence Cook, por exemplo, foi estudado sob a observação dos mais respeitáveis
cientistas, e através desse médium deram-se
materializações que se tornaram famosas, como famoso ficou o nome de Katie
King, o espírito que aparecia aos presentes; como em Barcelona, através do médium Carmen Domingues, em diversas sessões apresentava-se aos presentes
o “fantasma” materializado de Leonora (vide “Hipnotismo e Mediunidade”, já
citado).
“Estela
Marte apareceu ao marido, Livesmore, por cinco anos seguidos, durante horas
inteiras, em 388 sessões, com o médium Kate Fox, à noite, em completa
escuridão” ¾ conta-nos ainda Lombroso nesse seu famoso livro ¾
acrescentando que em Gênova, certa noite, em uma das sessões com Eusápia, viu e
ouviu o “fantasma” de sua própria genitora, que lhe deu provas só conhecidas
dos dois.
São
famosos, também, os “fantasmas” de Beni Boa, o de Frederico Augusto, rei da
Polônia, aparecido a 1º de fevereiro de 1733, ao fildmarechal von Grumbkw, e
muitos outros. É fato documentado no Almirantado inglês o caso relatado por
Robert Bruce e confirmado por muitos que consigo viajavam, do “fantasma” que um
dia em que seu navio velejava perto das costas da Terra Nova, aparece entrando
na cabine do comandante onde se encontravam Roberto Bruce, o comandante e
outros e na ardósia descreve o perigo em que um navio se encontrava, encalhado
entre bancos de gelo, citando a posição exata do acidente. Para lá se encaminha
o veleiro, e a primeira pessoa que Roberto Bruce encontra é a do “fantasma”, um dos tripulantes do navio. Após, souberam que esse tripulante,
na ocasião do acidente, se encontrava dormindo, e que seu duplo etéreo (“corpo astral”), foi encaminhado para dar o aviso
salvador. (Lemos este fato em A Vida Fora
da Matéria da doutrina
Racionalismo Cristão, Rio de Janeiro, Brasil). Apesar disso, a inquietação
humana continua grande e por isso, grandes esforços ainda são feitos para se
atingir, por todos os modos e formas, a certeza absoluta do Além. E também já
são abundantes, em virtude desse esforço em reunir provas, exemplos de
deslocamento de personalidade, que deixa o corpo físico e se sente independente
deste, sem perder a consciência pessoal. A revista Planeta, edição brasileira de nº 95-A, cita o caso da doutora Maria
Cândida, contado por ela mesma a membros do Instituto Brasileiro de Pesquisas
Psicobiofísicas ¾ o IBPP ¾ em São Paulo, Brasil:
“Eu
estava internada numa clínica para dar à luz meu quarto filho. Apesar dos 3
partos anteriores terem sido normais, para este quarto foi preciso fazer uma
cesariana motivada por um desregulamento placentário. Depois da operação,
surgiram complicações e estive bastante mal. Tão mal que achava que ia morrer.
Quatro ou cinco dias após a operação, repentinamente senti que estava saindo do
meu corpo e flutuando por cima da clínica. Segui rua acima, olhando ao meu
redor. De repente, vi uma amiga chegando em seu carro, que estacionou na
avenida principal, Saiu do carro e eu acompanhei seus passos, subindo as
escadas ao seu lado. Ela ia em direção ao meu quarto, mas antes de lá chegar
separei-me dela e entrei novamente em meu corpo”, Planeta diz que este caso é especialmente, interessante por
tratar-se de uma pessoa de cultura (médica) que na ocasião nada sabia a
respeito de desdobramento [...] e nós o escolhemos, entre inumeráveis outros,
porque são, hoje, de grande valia para quem escreve, os fatos mais populares,
embora com base científica.
Os egípcios já o citavam
Já os
antigos egípcios mencionavam o corpo
vital (perispírito) e o chamavam de “a forma que sai”, corroborando com
vidências ocorridas em cima de momentos de desdobramentos, nas ocasiões em que
pegamos no sono e nosso espírito se desloca do corpo físico. São Paulo dizia
que há um corpo de essência espiritual. E Philoponus, autor cristão, escreveu
que: “A alma apenas se separa do corpo grosseiro, ficando, porém, sempre unida
a um corpo espiritual ou áureo, no qual e pelo qual atua”. O Dr. Henry Moore,
por sua vez, alertava: “O veículo astral da alma é de tal modo tênue que pode
atravessar os poros mais delicados do corpo, tão facilmente como a luz passa
através do vidro ou o raio atravessa a bainha de uma espada sem despedaçá-la
nem riscá-la”. Alfred Erny foi outro autor que falou do “corpo astral”, em seu Psychismo Experimental (a edição que possuímos e nos chegou às mãos por amigos
mais idosos, é de 1894 ou 1895, de H. Garnier, Livreiro Editor, tradução
autorizada pelo Instituto Elétrico e Magnético Federal, bem antiga, pois),
dizendo que o “corpo astral” é composto de quatro elementos e recebe o seu nome
de partes predominantes do ar, do mesmo modo que o nosso corpo grosseiro é
chamado terrestre em virtude dos elementos que nele preponderam, e que “é
possível e mesmo provável que esse invólucro fluídico possa sofrer transformações (o grito é nosso), como tudo quanto
existe na Natureza”.
Hoje é
perfeitamente aceitável a idéia de que esse “corpo astral” encerra em si todos os correspondentes dos órgãos
do corpo físico.
Vamos
citar, também, o Dr. Baraduch, que em seu livro intitulado, Força Vital (usando ainda transcrição de
Psychismo Experimental) diz do “corpo astral”: “Vê-se que o corpo humano, sendo
pesado, estudado pelo microscópio, encerra um corpo íntimo, fluídico na sua
essência, e cujo valor pode ser apreciado pela diferença da relação entre as
forças que penetram à direita do corpo e se exteriorizam à esquerda; o que se
reduz a dizer que o homem está completamente cercado duma soma de forças
radiantes, conquanto encerra em si um capital, reserva de força vital, de
natureza fluídica”.
Talvez
deva ser a sensibilidade que se filtra através do corpo astral que fez Marilyn
Fergunson dizer, no seu já famoso e por nós citado livro A Conspiração Aquariana que “nós parecemos ter forma mas somos um
redemoinho [...]”. E os hindus diziam que esse corpo é feito com o fluido
astral que atravessa e liga todos os mundos.
4. Matéria ou energia?
Nosso
tempo já domina a sabedoria de que os átomos, conquanto sejam os elementos
básicos da matéria, desta muito pouco eles possuem. Um átomo, na verdade, é
coisa profundamente oca, a tal ponto,que “se pudéssemos suprimir as partes
ocas, unindo o núcleo com seus ‘planetas’, um homem (que é composto de átomos)
ficaria reduzido ao tamanho de uma cabeça de alfinete, conservando o seu peso.
Para se ter idéia do vazio da matéria, suponhamos uma laranja (núcleo) ao redor
da qual, a uns dois quilômetros, giram uma nozes, que seriam os elétrons”.
(Recolhemos estas informações de propósito, de um álbum infantil ¾ Enciclopédia
Juvenil, Editora Distribuidora Ltda. ¾ para, assim,
mostrar-se a popularidade de tais informações).
Pois essa
distância de 2 km, se reduzida às proporções do átomo ao natural, dá à laranja
(núcleo) ou aos elétrons (nozes), ainda menores que a laranja, a situação de
quase não existirem.
Espantar-nos-ia
saber,ainda mais,que os elementos dos átomos só conhecidos graças ao auxílio
dos aparelhos eletrônicos, já podem ser subdivididos,e que esse mundo sub
atômico já é sobejamente conhecido dos físicos, sendo espantoso o fato de que,
quanto menor a partícula, mais potente é a energia liberada. Foi o alemão Max
Planck, Professor da Universidade de Berlim, quem primeiro declarou, baseado em
demoradas e exaustivas investigações, que “os átomos, integrantes da matéria,
emitem e absorvem uma quantidade de energia descontínua e intermitente”. A essa
energia seu descobridor denominou de quantum,
ou simplesmente "quanta".
Um tecido fluídico preenche o Universo.
Sabe-se
também que essa matéria, em estado atômico ou subatômico, preenche todo o
Universo. Diz Erich von Daniken, no seu já citado Aparições, que “[...] há partículas elementares
encerrando até 1022 (o algarismo "10" com 22 zeros) volts
eletrônicos; são lançados do Cosmos, atravessam sóis e planetas, para
transformarem-se em miones e neutrinos na fração 100/1000 de um segundo”.
Para nós,
Daniken é um dos bons repórteres da ciência moderna, assim como muitos outros
repórteres do espiritualismo tem havido sem que o mundo os queira ouvir. E
Daniken é dos especiais porque procura unir o sentido religioso com o
positivismo científico. Essa matéria, "considerada força universal, está
em todos os corpos, desde os microscópicos aos planetas, tendo, cada um, a
quantidade que lhe é própria, servindo esse fluido vital de intermediário ao
homem que dele usa após a organização do seu corpo carnal. Esse fluido vital é a
aura ou atmosfera gasosa, que envolve os mundos nas diversas categorias,
desde os mais atrasados como o planeta Terra, até os mais adiantados, como
sejam os de verdadeira luz, quase a se confundirem com sua fonte, o Grande
Foco, a Força Criadora Total, donde tudo emana” (Luiz de Mattos, fundador do
"Racionalismo Cristão", Rio de Janeiro, Brasil, de Conferências
sobre Ciência e Religião, 1926).
Vemos,
assim, que um tecido, embora de natureza fluídica, preenche o Universo. O
fluídico é um dos estados da matéria, assim como o gasoso, o radiante, o
líquido e o sólido, todos os demais tendo origem ou base no primeiro. Um tecido
de átomos, ou subátomos, variando de acordo com seu campo; um tecido de fluido astral, também conhecido por
"telema", de Hermés, há cinco mil anos no Alto Egito;
"Enormon" ou "Ignis Subtilissimo", de Hipócrates, na
Grécia; "Akasa", dos hhindus; "Pneuma", de Galeno;
"Bias humanus", de Van Helmont; "Aikahert", de Paracelso; "Copula"
de Boerhave; "Quintáes", de Descartes; "Spiritus Subtilissimo",
de Newton; "Od" de Reichenbach... Um tecido de átomos, ou subátomos,
que varia de acordo com o seu campo, repetimos, pois a própria ciência, neste
mundo e neste tempo, já explica que as partículas elementares são
reciprocamente transmutáveis, podendo um nêutron transformar-se em próton, ou
um elétron em neutrino, fato comprovado desde que Ernest Rutherford, em meados
de 1919, demonstrou que o nitrogênio, em sendo bombardeado com partículas alfa,
se convertia em oxigênio ou hidrogênio, de acordo com o caso.
As combinações dos átomos
Ora,
neste mundo abundam as fórmulas e variações químicas dos diversos elementos
materiais, que os átomos acompanham. Conhecemos os átomos de ferro (Fe = 26
prótons + 26 elétrons), de zinco (Zn =30 prótons + 30 elétrons), de oxigênio (O
= 8 prótons + 8 elétrons) de hidrogênio (H = 1 elétron + 1 próton), assim por
diante, cada um com sua composição característica, uns mais leves, outros mais
pesados, todos correspondentes ao campo pesado em que gira o planeta Terra. Sendo
grosseira a composição do campo, grosseira deve ser também a influência que ele
nos proporciona, através das ínfimas partículas, elementares e básicas, que
preenchem este campo (em que gira a Terra) e envolvem o planeta em forma de
reserva natural, para propiciar a composição dos elementos como o ferro, o
azoto, o zinco, o oxigênio, o hidrogênio, etc. Por que, então, não supor que
existem neste Universo Infinito, outros campos mais leves, se a matéria se
transforma, é transformável, campos onde os átomos tenham outras composições,
também mais leves, para atender a natureza, também leve, do campo onde existam?
Por que, pois, não supor que, assim como existem átomos de ferro, de azoto, de
hidrogênio, não possam existir átomos da paz, da esperança, do amor? Não que
esses átomos tenham que ser, em si, a paz ou a esperança, posto que são
elementos materiais. (Ou não são?) Mas que, pelo menos, sejam carregados da
energia que esses sentimentos podem influenciar. Não poderão, também, os átomos
de ferro, pesados e corrosivos, além de nos darem a sensação da força física,
influenciar nosso organismo também para as sensações irritantes, com facilidade
nos levando à ira, ao ódio, e destes, porque nos põem em perigo, ao medo?
5. Sementes da inteligência
Atingimos
situação que não nos permite mais cogitar apenas sobre o material. A matéria
foi dissecada em células; depois em átomos e vamos atingindo assim situação
mais profunda. Que são realmente os “quanta”? Einstein aceitou essa teoria
formulada por Planck, chegando mesmo a incluí-la em seu estudo sobre o efeito
fotoelétrico, mas conduziu sua conclusão para esferas mais transcendentais,
proclamando que a “matéria e a energia são dois aspectos distintos de uma mesma
realidade”. Promulgava que, da mesma forma que a energia podia ser convertida
em matéria, qualquer pequena quantidade desta poderá, também, desintegrar-se e
transformar-se em um tremendo foco de energia. Ou inteligência ¾ poderá
dizer neste ponto qualquer pessoa que tenha ajuizado a comparação anteriormente
citada, do átomo distendido a tal ponto que seu núcleo ficaria do tamanho de
uma laranja e seus elétrons como pequeninas nozes, a girar distanciadas do
núcleo num espaço de 2 km. Que restaria nesse espaço? Não poderá conter um
pequenino átomo, além da poderosa soma de energia, uma considerável parcela de
inteligência?
Vamos
transcrever aqui o que disse sobre o átomo Thomaz Alva Edson, o grande inventor
americano que nos deixou, entre outros inventos, a utilíssima lâmpada elétrica:
“Creio que todo átomo de matéria é inteligente e tira a sua energia de um
gérmen primordial. A inteligência do homem é, a meu ver, a soma total das
inteligências dos átomos de que ele é composto, Cada átomo tem um poder natural
particular de seleção e procura incessantemente harmonizar-se com os outros
átomos. Não creio que a matéria seja inerte e só atue impulsionada por uma
força exterior. Para que vos convençais disto, bastará observardes os milhares
de meios pelos quais os átomos de hidrogênio se combinam com os de outros
elementos e formam diversas substâncias. Imaginais que esses átomos giram sem
inteligência e mecanicamente? Seria um erro crasso. Os átomos, reunindo-se e
harmonizando-se, tomam formas tão belas e variadas: ora emitem um perfume
agradável, como se quisessem exprimir o seu contentamento, e outras vezes,
durante a moléstia e a morte, a decomposição, a falta de asseio, a oposição dos
átomos constituintes se faz sentir imediatamente por odores desagradáveis”.
Inteligências maiores envolvendo inteligências menores
Não concordamos
em ser o homem a soma dessas inteligências a que alude Edson, mas reconhecemos
a profunda sabedoria do inventor norte-americano, que pôde assim iniciar
debates sobre tão sério quão profundo assunto. Mas se o homem não é a soma
dessas inteligências microscópicas, pode ele influenciar, ativar e reforçar a
inteligência dos átomos de que se serve para compor e manter coesos os corpos
físico e astral. Ele não pode ser a soma dessas inteligências, mas no átomo tem
o espírito humano, como inteligência que é, sua origem remotíssima. O átomo, ou
o subátomo, é o início ou semente da Vida Universal ¾
inteligente e material. Vamos descobrindo que ele ¾ o átomo ¾ é,
em síntese o Universo em miniatura. E o que é o Universo? Força e Matéria,
no dizer de Buchner. “Não há forca sem matéria, não há matéria sem força”,
disse ele. E adiantou: “Como coisas em si, não são nem possíveis, nem
concebíveis. Consideradas separadamente, são abstrações vazias servindo apenas
para pôr em evidência dois aspectos de um só e único ser [...]” A força só pode
ser a inteligência, que nos faz pensar e procurar reunir estas informações para
condução de uma idéia. Forca e matéria são, pois, dois aspectos da Inteligência
Universal, que preenche o Cosmos imenso e produz um processo evolutivo que se
chama Vida. O átomo, ou o subátomo, é o início dessa escalada evolucionista que
torna o Cosmo vibrátil. A força que incita o átomo e tudo o mais que vive e
palpita nesse campo de vibrações constantes, é a inteligência que se movimenta
do micro para o macro, no processo evolutivo, transformando a matéria e
produzindo energia. “O espírito ¾ pensa o signatário ¾ cresceu da força que incitou primeiro um átomo, querendo
com isto dizer que este Universo é constituído de forcas maiores envolvendo
forças menores, influenciando as menores no rumo da evolução. Se nosso espírito
¾
continuamos a pensar ¾ possui hoje corpos, como o físico e o astral, ele deve ter
poder de concentrar, manter unidos e influenciar, de inteligência maior para
inteligência menor, os átomos que compõem esses corpos. É um processo
inteligente de mentes envolvendo mentes, para a produção da Vida”.
6. Os computadores
Neste
trabalho nós comparamos nosso “corpo astral” a um computador, e por isso
necessário é que falemos um pouco nos computadores que vão marcar o início de
uma nova civilização. Ora, todos nós sabemos que aos mais modernos computadores
fabricados atualmente falta apenas aquilo que nós chamamos de consciência. A consciência é o próprio
espírito, o puro espírito sem matéria, que os computadores não possuem nem
poderão possuir, posto que vivem apenas um processo mecânico regulado pelo que
o homem, neles, programou e programa. Mas existem computadores programados de
tal forma, acionando milhões de bits, que
podem, inclusive, manter certo tipo de conversa com os humanos. Diz Robert
Jastrow, diretor do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da NASA, EUA, num
trabalho publicado no “Time” de New York em fevereiro de 1978 e condensado no
Brasil por “Selecões de Readers Digest”, que “o primeiro computador eletrônico
não era tão dotado, embora tivesse uma memória tão prodigiosa e algumas
aptidões matemáticas, mas hoje os modelos mais sofisticados podem até ser
programados para aprender através da experiência, acompanhar um debate, fazer
perguntas pertinentes e compor músicas e poesias agradáveis. Podem também
vencer campeões de xadrez e participar de uma conversa distraída”.
E prossegue: “São qualidades amenas para o
computador; ele imita a vida como um macaco eletrônico. À medida que os
computadores se tornam mais complexos, a mutação se torna mais perfeita. No
final a linha delimitando a cópia do original fica indefinida. Dentro de mais
15 anos veremos o computador como uma forca de vida emergente”.
Explica
ainda esse funcionário americano mais adiante: “A suposição parece ridícula
porque, em primeiro lugar, os computadores carecem dos impulsos e das emoções
vivas; mas os impulsos podem ser programados no cérebro de um computador,
exatamente como a Natureza programou no cérebro de nossos ancestrais, como
parte do equipamento de
sobrevivência”.
Um
computador, como se vê, é pura silicone em que a inteligência humana
estabeleceu eletronicamente uma programação, que se torna automática, como
automáticos são nossos impulsos. “O homem chegou um pouco mais perto da
possibilidade de criar máquinas inteligentes ao produzir computadores que não
só ouvem mas falam, comparando ordens verbais com vocabulários das suas
memórias até encontrarem uma correspondência aceitável”, diz Thomaz Hoover em
artigo de “Omni” de outubro de 1979 e também condensado por “Seleções Readers
Digest” de agosto de 1980, Brasil. Acrescentando que “as máquinas não têm
grandes dificuldades com manipulações analíticas, mas debatem-se com questões
de linguagem. Agora, porém, os pesquisadores descobriram como traduzir os sons para forma digital (o
grifo é nosso) armazenando-os em fichas
de circuito integrado (chips) (o grifo é nosso), com o que os computadores
podem acumular extenso vocabulário. Cronômetros, calculadoras e brinquedos
educativos que falam, assim como
tradutores capazes de dizer até 500 palavras, já se encontram à venda no
mercado. Outra criação é a máquina capaz de esquadrinhar minuciosamente uma
página, reconhecer letras, palavras e frases, aplicar regras de fonética,
sintetizar tudo isso e ler alto um texto usando uma frase com sentido. A mais
bem sucedida criação da pesquisa da IA (inteligência artificial) é a máquina de
ler, de grande utilidade para cegos”.
Como se
vê, máquinas que agem por força de matrizes criadas pelo homem, matrizes que
regulam os impulsos elétricos, tal qual como nossos nervos conduzem os impulsos
iniciados em nosso “corpo astral” (perispírito) com base nas matrizes
armazenadas pelo nosso modo de pensar e viver. Aqueles impulsos de que falamos
no início desta combinação de informações, que nos levam “mecanicamente” a
fazer coisas que posteriormente nossa consciência (o ser real e que os
computadores não possuem) quando em completa paz, isto é, livre da influência
do “corpo astral” e de tudo o que nele se acha armazenado, repudia. São
exatamente esses momentos de repúdio que nos levam à suposição, e da suposição
à certeza, da existência de como que
duas forças a se debaterem em nossa personalidade ¾ a
personalidade da consciência pura ou real e a personalidade mecânica; quer
dizer: o espírito contra a forma instintiva de tudo aquilo que o próprio
pensamento (que é a essência do espírito), programou no “corpo astral”, esse
campo energético de ação poderosa onde bilhões de microscópicos bits
(aqui os átomos ou subátomos, a matéria fluídica, o “od”, o fluido vital, etc.)
estão carregados da influência das experiências vividas anteriormente e por
isso, unidos sob a ação geral do espírito ¾ formam uma programação de força poderosa que somente um
esforço mais poderoso ainda terá condições de contrariar.
Nas células e no ADN um exemplo
Temos
exemplo dessa poderosa programação dentro de nossa estrutura física, que muito
se aproxima da idéia que queremos compor. Tal exemplo está na substância
chamada ADN, abreviatura de ácido desoxirribonucleico, onde um mecanismo dos
mais exatos cumpre continuadamente a lei de gênesis, de haver reprodução
somente segundo sua espécie, sendo portanto o portador do código de
hereditariedade das coisas viventes, já que o ADN é o composto químico de que
são constituídos os genes. Esse minúsculo computador parece ter memória
própria. Foi Rutherford Platt quem deu estas explicações: “Seu ADN pessoal
acha-se salpicado através de seu corpo em cerca de 60 mil bilhões de pontinhos ¾ o número
médio de células vivas no humano adulto [...]”
“Surpreendentemente,
a molécula do ADN tem uma forma basicamente simples. Consiste em duas aspirais
entrelaçadas, parecidas a fitas de átomos enfileiradas, ligadas entre si em
intervalos regulares por travessa ¾ semelhante a uma escada de caracol... Há uma lógica na
longa forma delgada do ADN; dá-lhe a capacidade, semelhante à fita magnética de
gravação, de armazenar a enorme quantidade de dados necessitados durante uma
vida.”
“As
próprias fitas do ADN são de açúcar e de fosfato; as travessas da escada em
caracol são compostas de nitrogênio... Sua seqüência variada nas fitas do ADN
dirige os eventos que fazem o corpo crescer muito similar ao modo em que as
minúsculas variações nas fitas magnéticas produzem, segundo a sua ordem, os
sons da música.”
“O Dr.
Beadle diz que, se as instruções codificadas do ADN de uma única célula humana
fossem traduzidas ao inglês, encheriam uma enciclopédia de 1000 volumes.”
“Ao passo
que o ADN dentro do núcleo está dando ordens que estimulam o crescimento, a
digestão, as batidas do coração [...]”
Fantástico
o contido nesta parte que nós extraímos de Veio
o Homem a Existir por Evolução ou por Criação? edição em português de 1968, da Watchtower Bible and Tract
Society of New York, lnc. Esse livro transcreve ainda da revista Lock, número 16 de janeiro de 1962, esta
singular frase: “A célula é tão complexa como a cidade de Nova Iorque”. E Sir
James Gray, professor de zoologia da Universidade de Cambrigde, concorda com
isso. Em Science Today (A Ciência
Atual), também citado naquele livro diz “que uma bactéria é muito mais complexa
do que qualquer sistema conhecido do homem. Não existe laboratório no mundo que
possa competir com a atividade de bioquímica do mais pequeno organismo vivo”.
O livro
acima citado ¾ Veio o Homem a
Existir por Evolução ou Criação? ¾ discute
a teoria da evolução das espécies preconizada por Charles Darwin, partindo do
ponto de vista de que se a vida orgânica evoluiu da ínfima célula, esta deveria
ter tomado a forma e proporções condizentes com a evolução. Não esposamos tal
opinião, porque admitimos que a célula foi e é simplesmente o receptáculo
apoiador do elemento que evolui: a força (na
célula, ainda não racionalizada). Força que, passando de receptáculo a
receptáculo, aumenta sempre mais sua condição até chegar a situação de espírito
(força dotada de razão). Nesta altura a força
já domina um campo energético (perispírito) considerável no qual vem
estabelecendo uma programação resultante das experiências vividas no percurso
já feito, de receptáculo para receptáculo, do mais simples ao mais complexo,
desde a pequenina célula ao organismo humano.
Para nós,
pois, o "corpo astral" assemelha-se a um imenso computador.
7. Energia programada
Poderíamos inserir nosso
artigo ¾
base deste opúsculo ¾
de forma completa, no início das informações combinadas que alinhamos. Mas o
fazemos aqui por julgarmos que neste ponto o leitor ou inquiridor, aqueles que
formularam perguntas, já atingiram o ponto de cruzamento das comparações
alimentadoras, para não dizermos geradoras da idéia que desejamos salientar.
Uma idéia do que seja esse campo energético que, através dos tempos e lugares,
vem tomando várias designações, entre as quais a de “corpo astral”, a que
melhor pode expressar o que ele seja, no nosso entender.
O artigo
Eis,
agora o artigo, na íntegra:
“A
expressão ‘energia programada’, como uma das características do ‘perispírito’,
nasceu fortuitamente, de forma natural. Foi em um domingo em que alternando com
um outro companheiro, atendíamos ao público no estrado da Filial de Belém (do
Racionalismo Cristão, acrescentamos agora). Diante de nós estava um rapaz dos
seus 25 anos, que nos perguntava como atua a Lei das Causas e Efeitos. Ora,
esse é um e requer muito tato e delicadeza na resposta.”
“Olhamos
demoradamente para o rapaz, notando a sinceridade da pergunta e o interesse
estampado em sua fisionomia.”
“E
para nós tornou-se mais fácil a resposta, a partir do instante em que ficamos
sabendo ser ele ¾
o rapaz ¾
um programador eletrônico.”
“Nosso
perispírito, por certo, é um potente campo de força que vem sendo trabalhado
por cada um de nós, desde os primeiros momentos de nossa vida latejante.
Trabalhando nesse campo, é como se estivéssemos diante de uma colossal máquina
eletrônica, da qual somos os operadores e a ela estamos indissoluvelmente
ligados por mil e um filetes elétricos, através dos quais vamos estabelecendo
uma programação automática por efeito de nossos pensamentos, sentimentos e
atos, o que é a mesma coisa que dizer que vamos programando nossas situações
futuras, boas ou más, conforme a qualidade de nossos pensamentos, sentimentos e
atos.”
“Pensar,
sentir ou agir é o mesmo que operar. Assim, somos operadores automáticos, e ao
mesmo tempo autônomos, no Grande Universo, e o nosso ‘corpo astral’ é a máquina
na qual trabalhamos. Os pensamentos, sentimentos e atos é que vão estabelecendo
a programação. Os impulsos que estamos tendo neste momento têm por base os
impulsos de ontem, e os de hoje programam os de amanhã, sempre em proporções
crescentes. Os nossos atos deixam em nosso perispírito uma espécie de sulcos
que atuam como molas impulsionadoras. Nossos impulsos têm por base essas
supostas molas. Conforme a qualidade de nossos pensamentos, sentimentos e atos,
bons ou maus, com os quais estamos no momento operando essa máquina, assim
serão nossos impulsos.”
Nossas tendências
“E assim
se explica o sentido de nossas tendências e aptidões, que têm por base o que
fizemos no passado” ¾ continua o artigo. “Assim também se explica a formação do
nosso caráter, aquela chamada natureza boa ou má que as pessoas expõem com suas
atitudes.”
“Que
matéria para estudos está oferecendo esse fabuloso campo energético, que é
nosso perispírito! Ele justifica e explica não só o desenvolvimento de nossa
vida vegetativa, como também a do chamado atavismo animal e os fenômenos
fortuitos da auto-sugestão, para os quais muitos procuram, até hoje,
explicações, como o doente de um mal que parecia incurável e que, de repente,
ficou bom, ou como o de um covarde que de um dia para o outro se agigantou.”
“O
perispírito é matéria que se oferece docilmente ao pensamento para que ele se
efetive e se realize, enquanto que o campo fluídico obedece à idéia,
estabelecendo, de imediato, a energia correspondente.”
“Por
isso, aquilo que pensamos é o que tende a ser, e através do pensar, sentir ou
do agir podemos mudar qualquer situação, por pior que seja ou pareça.”
“Desta
forma, foi fácil ao rapaz entender, porque esse era seu campo de atividades. E
a nós ensejou lembrar a parábola do semeador, usada pelo incomparável Jesus,
que falava, por certo, a agricultores.”
“Porque,
também, nosso perispírito é o campo no qual trabalha o semeador ¾ nosso
espírito. Se bons os pensamentos, atos e sentimentos gerados, boa a semente
nele lançada. Se boa a semente, logicamente que bons têm que ser os frutos a
colher na época certa.”
“Quem se
dispusera estudar seriamente o perispírito, terá perspectivas infinitas a
observar, como infinito e vasto é o
Universo dentro do qual a matéria, em seu estado fluídico, está seriada
inteligentemente para servir à Força, que dela se serve realmente para
estabelecer a programação Universal, que também é Geral. Deus, ou como o
chamarem, Inteligência Universal, Força Criadora, Grande Foco ou Alma Mater, é
assim a Força que usou a matéria fluídica para formar a Natureza e fazer desta
a matriz da Criação, pois nela, nessa Natureza Maravilhosa, está realizada, de
forma completa, toda a programação da Vida Infinita, efetivada através dos
infinitos planos da Inteligência Universal.”
“O rapaz
queixou-se de forte insônia. Dissemos-lhe que, por haver vivido em intensa
ansiedade, havia ele programado, no seu perispírito, a insônia de que sofria.
Por que ¾ sugerimos ao final ¾ não programar, agora, o bom sono, procurando sentir calma
e lançando no perispírito os efeitos de pensamentos convictos de que irá dormir
nas horas convenientes?”
Tempos
depois vimos novamente o rapaz, que nos lançou um sorriso de muita satisfação.
Um
despretensioso artigo que, bem analisado, resume tudo o que pretendemos saber
sobre nossa vida interior.
8. O automatismo da vida vegetativa
Por que
nosso corpo físico vai da infância à decrepitude, envelhecendo sempre mais,
embora esse fato desgoste a maioria das pessoas, que prefeririam parar numa
eterna juventude? Por que, por outro lado, muitas das alterações, como esta,
ocorrem em nossa vida independentemente de nossa vontade consciente? Como se um
agente regulasse, por uma atividade mecânica, tal processo, e no entanto,
permanecesse integrado à nossa personalidade por vias que ainda não alcançamos
de forma total. Vejam o que disse o Visconde de Sabóia, em A Vida Psíquica do Homem, sobre
o fenômeno que regula o desenvolvimento e equilíbrio do corpo físico:
“Achando-me,
como cirurgião, e principalmente como lente de clínica cirúrgica da Faculdade
de Medicina do Rio de Janeiro, em condições de observar por mais de 30 anos os
fenômenos referentes aos grandes e curiosos processos de reparação dos tecidos
orgânicos, ou da fisiologia patológica, ‘sentia-me arrastado diante da
admirável coordenação e relação desses fenômenos com a origem da vida nos seres
orgânicos e principalmente no homem’ a perguntar a mim mesmo qual era a
natureza e essência das causas, ou leis que determinavam as transformações
ovulares e embriogênicas, e faziam com que um corpúsculo celular no estado
fisiológico passasse por diversas transformações e encerrasse em si uma espécie
de virtualidade, para, no músculo, formar uma fibra muscular ¾ ora lisa
ora estriada ¾ gozando ou desenvolvendo todas as propriedades do
respectivo aparelho orgânico; nos nervos ¾ uma célula nervosa ¾ , nos ossos ¾ uma célula óssea ¾ recebendo, para desenvolver-se o mesmo impulso de vida que
o óvulo ou semente experimenta ao contacto do germe fecundante, de que resulta
a impregnação da vida na matéria, ao passo que essas mesmas células, chamadas a
refazerem esses mesmos tecidos, quando acidentalmente sofria uma divisão de
solução de continuidade, estabeleciam a união e reparavam assim a solução de continuidade,
mas às vezes sem apresentarem a constituição e assumirem os caracteres e as
propriedades das células musculares, nervosas e ósseas.”
“Em
contraposição apresentavam-se em lugares e regiões onde não havia necessidade
de qualquer reparação ou composição orgânica, massa de tecido de natureza
muscular, óssea ou nervosa, constituindo produtos chamados heterogêneos ou
heterólogos.”
“Em
resumo: por que é que o sangue, como diz Raul Pictet em seu Estudo Crítico do Materialismo e do Espiritualismo, pág, 302,
deposita aqui o músculo, ali o osso, mais adiante o humos vítreo, a unha, a
cartilagem, os cabelos, a sinóvia, o conjunto dos tecidos de que o corpo de
todos os animais é constituído?”
“Por que,
ouso inquirir, a plasticidade ou a célula elementar, chegando ao periósseo ou
ao tecido ósseo, a fim de reparar as perdas fisiológicas ou acidentais que este
sofrer, se converte em célula óssea, e não em um tecido de espécie diversa,
restabelecendo ali, por um trabalho verdadeiramente ontológico, a forma específica,
e seguindo assim uma direção apropriada e um plano determinado, como um
prolongamento da ontogênese?”
“São
questões estas bem cativantes e interessantes que em todo caso as teorias
físico-químicas ou das energias químico-térmicas, não podem, por si mesmas,
resolver.”
Estes
tópicos de Visconde de Sabóia os aproveitamos de uma seleção feita por Luiz de
Mattos, no livro Pela Verdade,
da doutrina Racionalismo Cristão, Rio de Janeiro, Brasil,por ele fundada.
Demonstram claramente a ação do perispírito, onde estão (só podem estar)
regulados tais fenômenos, como programados num vasto computador infalível.
A ação mecânica nos órgãos de nutrição
Os
leitores que não sejam médicos, como não o somos, podem compreender com mais
clareza o processo mecânico do perispírito
sobre o corpo físico,
quando aquele regula neste a nutrição. O corpo humano, já por si, deve ser uma
máquina regulada e conduzida através da programação estabelecida no “corpo
astral”, embora neste devam estar os comandos efetivadores das operações da
mecânica fisiológica. O aparelho digestivo é uma demonstração desse mecanismo,
posto que funciona de maneira comprovadamente automática, deixando boquiabertos
até os investigadores mais atualizados, com a complexidade das operações que
realiza. É de admirar a maneira como fabrica as substâncias capazes de
transformar as proteínas animais em proteínas humanas, para que possam os
músculos e o tecido conjuntivo sobreviver. Por mais que se empenhe, o homem não
conseguiu até hoje construir um laboratório com capacidade de efetuar as
transformações que o aparelho digestivo normalmente realiza, notadamente no
trabalho de converter gorduras vegetais em outros tipos de açúcares e gorduras
mesmo.
Hoje já
podemos com facilidade contemplar o percurso dos alimentos: desde a mastigação,
quando deve entrar em ação o primeiro processo químico, que consiste em
segregar a saliva portadora da substância conhecida como ptalina, que se
encarrega de transformar o amido do pão em açúcar; a deglutição, a caída no
estômago onde as chamadas ondas peristálticas se incumbem de mobilizar a
matéria nutritiva para o depósito fecal, no qual novos agentes químicos
procedem a novas seleções de seus componentes, e onde 35 milhões de glândulas
produzem a renina, que coagula o leite, para facilitar a sua digestão e o seu
melhor aproveitamento, elaborando ainda o ácido clórico e a pepsina, de grande
poder corrosivo... Onde vai buscar o estômago a capacidade de policiar os
possíveis excessos, fechando nessas ocasiões a válvula situada no fundo do
esôfago, impedindo a entrada de mais alimentos?
Para os
intestinos vai, em seguida, o alimento por força dos enérgicos impulsos
ondulatórios do estômago. O intestino delgado, por certo, constitui-se em uma
das maravilhas admiradas pelo homem, pois a esse órgão incumbe desintegrar os
alimentos nos seus componentes mais simples, para facilitar sua condução para o
sangue e daí, levados são a qualquer ponto do corpo humano deles necessitados.
Se pudéssemos observar mais atentamente o complicado sistema do intestino
delgado, admirar-nos-íamos com o tenaz movimento de compressão e oclusão dos
seus músculos anulares, tão tenazes que conseguem despedaçar os alimentos para
facilitar uma perfeita dissolução. Ademais, ele permite que seu comprimento de
seis a oito metros seja reduzido até meio metro, no caso de uma intervenção
cirúrgica, se for o caso, sem nenhum perigo para a vida do ser humano.
Sabemos
que o intestino delgado possui cerca de 5 milhões de pilosidades semelhantes ao
cabelo. Esse denso matagal, como pode ser comparado, confere ao intestino
delgado uma superfície interior de absorção fabulosamente poderosa.
E o que
dizer das enzimas (secreções desintegradoras de gorduras, proteínas e alimentos
hidrocarbonados, que os convertem em outros materiais constitutivos simples,
que no ato da distribuição, jamais trocam ou confundem os seus materiais,
guiados que devem ser por um código rigoroso, normas matemáticas de precisão
absoluta. Admiramos, com certo espanto, a disciplina laboratorial com que a
bílis, auxiliada pelo fígado, se encarrega de alcalinizar os sucos e os
derramar no duodeno. Aí é feita inteligentemente a distribuição do material
transformado: glicose aminoácidos, ácidos graxos e glicerina; as glicoses e os
aminoácidos são conduzidos ao fígado pela corrente sangüínea enquanto que os
ácidos graxos e a glicerina são enviados às pilosidades intestinais atendendo
pedido do sistema linfático. É assim que as células vão recolhendo a sua parte
de aminoácidos que passam pelo sangue, para repararem, por exemplo, parte da
pele, ou do cabelo, ou das unhas, efetuando a combinação de acordo com a
necessidade de cada setor.
O
interessante é que tudo isso se efetua sem que tenhamos consciência do fato. O
automatismo deve estar regulado nas partes mais profundas do campo energético
do corpo astral, sem o que não poderemos justificar jamais a exatidão da
programação cumprida.
E o que
dizer, ainda mais, do intestino grosso e sua abundante flora bacteriana, no
trabalho incessante de elaborar vitaminas e decompor as poucas proteínas que
tenham ainda conseguido subtrair-se ao processo digestivo, no trabalho eficaz
de fiscalização e aferição das tarefas anteriores?
Admirável
ainda é a corrente circulatória, podendo ser comparada ao mais perfeito sistema
de navegação fluvial, como admirável é também o alto poder curativo do sangue.
Nos vasos capilares ocorre uma expulsão de plasma sanguíneo e um extravasamento
de glóbulos brancos, formando o plasma intersticial ou onde vivem as células do
corpo. E o coração? A que comparar esse tão maltratado órgão, que não
realizaria com precisão suas vitais funções, atuando simultaneamente como motor
e bomba para jogar o sangue a todos os pontos do corpo, não fosse constituído
de um músculo de excepcional poder de resistência? Já viram de que maneira as
artérias, como rios, efetuam a distribuição da generosa encomenda ¾ o sangue
¾ que o
coração concede ao corpo inteiro, com exceção da epiderme, da córnea do olho,
do cabelo, das unhas e da cartilagem, alimentados, no entanto, por um fluido
chamado linfa?
Destas
informações está cheia a literatura médica, tão abundantes que extrapolam os
limites da medicina e se popularizam, não os conhecendo quem não se dispuser a
ler, posto que já nos primeiros anos escolares a pedagogia moderna os difunde
também nas suas formas elementares.
Tal
multiplicidade de movimentos não poderia alcançar a harmonia maravilhosa que
caracteriza o funcionamento do corpo humano, aqui destacada a parte da vida
vegetativa, não aceitássemos também a existência do agente regulador do
processo mecânico. O corpo astral contém, como vamos descobrindo, a energia
programada de maneira a automatizar nosso subconsciente e, assim, ativar essa
importante parte do nosso viver.
9. O corpo astral e a evolução das espécies
Fala-se
muito em evolução das espécies, mas somente dentro do sentido material. No
entanto, esse fenômeno natural da vida se dá graças à programação que
lentamente se vai estabelecendo no campo energético, forçando, assim, o
surgimento de novas formas para atender novas necessidades criadas ou
programadas. Sem o fator “vontade” ¾ já potencializada na força iniciante, aquela que aciona
ainda um átomo ¾
jamais uma espécie poderia ensejar o surgimento de outra. Charles Darwin, que
olhou o fenômeno evolutivo do ponto de vista positivista, pensou na “força”
como o elemento que evolui, escolheu, todavia, permanecer jungido aos objetivos puramente científicos, materialistas.
A teoria
evolucionista teve seu embrião com o naturalista inglês Eramus Darwin, avô de
Charles ¾ todos o sabem ¾ e partiu do ponto de que, quando uma planta ou um animal
adquire de seu meio-ambiente um caráter novo, pode transmiti-lo à sua progênie,
decorrendo de tal fato urna mudança, embora lentíssima, que pode justificar a
teoria. Muitos deram como exemplo a girafa, que pertencia a uma espécie de
pescoço curto, mas que, em virtude da rarefação do vegetal rasteiro, teve que
passar a comer os brotos das árvores mais altas, forçando desse modo, o
espichamento do pescoço para alcançar os galhos altos, e, assim, foi surgindo
nova espécie, de pescoço mais comprido. Sustentavam, também, que a pele grossa
de alguns outros animais ficou como uma potente armadura em virtude dos golpes
violentos que recebiam, na luta pela sobrevivência. Assim esses novos
caracteres foram transmitidos à progênie que passou a surgir com pele mais
grossa. E que muitos outros animais começaram a se pôr de pé em virtude da
necessidade de alcançarem os frutos das árvores mais altas, onde também
escapava ataque dos mais ferozes. Por tal processo, naturalmente, decorreu o
surgimento da espécie dos gorilas e dos gorilas, o homem!
Pode
ainda vigorar em justificativa da teoria de Charles Darwin o fato de que,
também, os membros de diferentes espécies competiam uns com os outros,
resultando da luta travada qualquer variação vantajosa que habilitava seu
possuidor a sair vencedor. Luta em que os mais aptos sobreviviam e os demais
pereciam, efetuando-se, assim, uma natural seleção. Os sobreviventes iam sempre
transmitindo aos seus descendentes as variações benéficas, e por essa via,
conduzindo-se para formas melhores, mais aptas.
O processo é astral
Simplesmente lendo estas linhas, nossa imaginação vai delineando o processo que conduziu uma espécie a outra, até o aparecimento do homem. É que não pode existir forma alguma no plano material que não tenha sua matriz no plano astral, na forma energética. “Esse outro agente ¾ diz Antonio Pinheiro Guedes, médico brasileiro, em sua obra Ciência Espírita (Racionalismo Cristão, Rio de Janeiro, Brasil) ¾ é o perispírito, corpo anímico, constituído de uma matéria etérea, parte do fluido universal selecionado e pertencente a cada esfera ou mundo, e por via do qual o espírito se incorpora, consubstancia-se órgão por órgão, molécula a molécula, com seu corpo, a cuja organização, a cuja constituição e feitura ele assiste e preside, semelhante ao pedreiro que amassa o barro, prepara a argamassa, escolhe e afeiçoa o material com o que faz o muro e constrói o edifício”. É do mesmo autor: “Todos os corpos desprendem emanações que, se escapam à nossa vista, são observadas pelos médiuns, pelos sonâmbulos e outros sensitivos, os quais descrevem, como formando uma atmosfera, um halo, em torno de todos eles, inclusive os minerais”, explicando esse médico em seguida que “o espírito elabora seu perispírito desde o início de sua formação e individualização, sendo como que sua pele, seu arcabouço”.
O autor
citado penetrou, não há dúvidas, nas origens do ser, seguindo, em suas
pesquisas, a trilha da força, da
inteligência, ao contrário dos transformistas-materialistas, forçados a
estabelecerem seu trabalho no plano da matéria. Para Pinheiro Guedes, a
reprodução, arremedo, ou a estática (formas, atitudes, feições), é uma espécie
de memória física, retentividade de formas. Lembra que esse fenômeno se opera
sempre em relação à existência remota podendo o homem ou a mulher, em
conseqüência dessa vitalização da força, apresentar no seu todo ou em certos
traços fisionômicos, o tipo de um animal,que muito naturalmente a força ocupou em vidas passadas.
Ele
explicou, a seu modo, a formação dos seres, em virtude das forças universais,
que se combinam e atuam, num trabalho que vai do micro ao macro, da pequenina
célula ao homem. Leiam-no, mais uma vez: “O animal é o microcosmo; em seu
organismo, preso ao mundo orgânico pelos elementos componentes da matéria
orgânica, operam as forças cósmicas, produzindo fenômenos materiais ¾
mecânicos, físicos e químicos; operam as forças bioquímicas, produzindo
fenômenos cujo objetivo é a conservação do indivíduo e da espécie, tanto animal
como vegetal; e por isso tais fenômenos são denominados: funções da vida
orgânica ou vegetativa, funções de nutrição e reprodução”.
No mundo
inorgânico, soubemos por ele ainda, imperam os fatores calórico, polarização,
atração, afinidade... “e as forças cósmicas essencialmente ativas, agindo sobre
a matéria inorgânica (aquela de que está cheia a atmosfera da Terra) criam a
matéria inorgânica”. Hoje todos nós sabemos que é a combinação química dos
corpos simples, como o carbono, o oxigênio, hidrogênio e azoto, elementos
materiais inorgânicos, unidos sob a ação de leis químicas, que operam a
transformação da matéria inorgânica para orgânica. “São esses primeiros
compostos que favorecem a metamorfose da matéria bruta em substância vital” -
sentencia Pinheiro Guedes.
Eis como
ele explica, em seu já citado livro, a formação ou surgimento da célula: “E,
pois, os corpos e tudo quanto hoje se encontra na Terra, aqui se criou em
virtude e por ação das potências e energias naturais, chamadas forças cósmicas;
as quais não são outros senão o calórico
que opera a polarização, esta que determinou a atração; a afinidade, que é um modo particular de agir dessas três forças
sincretizadas em uma, a qual cria as substâncias inorgânicas.”
..........................................................................................................................
“Calórico,
polarização, atração, afinidade, são portanto os fatores
do mundo
inorgânico, que surgiu da matéria cósmica, porção desagregada
da
fotosfera solar.”
........................................................................................................................
A
polarização leva as partículas mais densas a se reunirem num ponto central;
formou-se, desse modo, o núcleo, constituído pelas moléculas mais pesadas,
sobre as quais a atração se desenvolve mais pronta e energicamente; a porção
menos densa, que fica em torno do núcleo, constitui o blastema, que se mantém,
antes da formação da membrana envolvente, graças às forças combinadas de
polarização, atração e coesão e à influência dos centros limítrofes; cada um
dos quais impera, segundo a sua energia, sobre uma certa zona, limitada por
essas energias dependentes da maior ou menor riqueza de corpúsculos em cada
zona.”
“Eis
criada a célula.”
A transformação das espécies
Assim foi descrita a unidade orgânica ¾ a célula ¾ início, como sobejamente sabemos, de toda a vida animal, na face do planeta Terra. Uma célula que, reunida a outra célula pela força de atração, ou mesmo gerada pela própria célula inicial em virtude do fenômeno de osmose, permite a formação dos corpos mais complexos e a modificação das espécies, que no reino animal vão desde os que se caracterizam ainda pela vibratilidade, essa força inicial que futuramente vai produzir o movimento. E de espécie em espécie, das mais rastejantes ¾ segunda etapa a que conduz a vibratilidade ¾ aos de movimentos mais seguros e até cadenciados, chega-se ao homem, numa cadeia maravilhosa de sucessão de formas, E só pode ser a “força” que conduz o processo evolutivo das espécies ¾ voltamos a dizer; aquela memória retentiva que vai nascendo no campo polarizado, que cria, conserva e aumenta essa memória/matriz das sucessões de formas por que passa a “força” no percurso evolutivo. Pinheiro Guedes encontra o início dessa “força na polarização, que auréola os átomos e depois vai se desdobrando em outros atributos para poder passar a incitar corpos orgânicos, mais complexos, pois”.
Cremos
que toda “força”, mesmo aquela que aciona um átomo (aqui ainda não
inteligenciada no sentido que damos a essa palavra), é impulsionada para a
frente, sempre para a frente. O impulso na “força” mais elementar, deve
corresponder a um anseio. Parece que assim como no plano físico há troca de
células proporcionada pela alimentação, no corpo astral (mesmo da “força” mais
elementar) deve haver também troca de elementos, (aqui elementos fluídicos),
determinada essa troca pelo anseio . O anseio é polarização, que atrai as
correntes ou os elementos afins contidos nas forças cósmicas, cujo toque
aumenta o poder da memória retentiva, e a memória retentiva aumentada, favorece
a evolução, que se processa com a formação pela força de novo receptáculo, que
esteja agora em conformidade com suas novas necessidades, Pois é em virtude da
necessidade, sempre em crescimento na “força” que as espécies vão gerando novas
formas, igualmente melhor adaptadas às condições evolutivas.
O
processo da evolução, então, deve ser procurado no corpo astral, onde o anseio
estabelece a troca de elementos fluídicos, cria a energia correspondente à
necessidade renovada e aumentada, que se reflete no novo corpo gerado. Assim
viemos dos corpúsculos aos mamíferos. Assim surgiu o reino animal, com sua
grandiosa variedade de espécies formando a parte mais fina do laboratório por
onde a força se depura e emerge à luz do raciocínio, que caracteriza o homem.
10. Dos animais à concepção dos computadores
Quando
assistimos pela televisão a um desses filmes de ficção científica tão ao gosto
dos novos tempos, das novas gerações, lembramo-nos dos animais menores ¾ seres
nos quais a capacidade de raciocinar (escolher ou decidir) ainda não aflorou.
Afiguram-se-nos então como os robôs ou elementos biônicos, criação moderna do
homem: como estes, aqueles parecem seguir uma programação preestabelecida. Os
“robôs” ¾ sabemos ¾ são conduzidos pelas matrizes e relés, os animais menores
pelo que nós chamamos de instinto, onde, de outra forma, devem estar as
matrizes e relés da finalidade que cada espécie deve cumprir dentro da
Natureza.
O
instinto é justamente esse impulso que nos projeta cegamente para a frente,
quando perdemos ou esquecemos a calma e deixamos de ouvir a razão. Fato que,
assim pensando, nos lembra e prova que no passado, próximo ou remoto, fomos
puramente esse instinto ¾ esse instinto condutor da “força” de espécie para espécie,
por todo reino animal, onde cada espécie cumpre uma finalidade determinada pela
necessidade de conseguir, lá mais adiante, a razão, que lhe vai dar condições
de escolher e decidir. De tal percurso fica a marca ou a memória, essa
retentividade do que acumulamos na fase de puro animal irracional. E da
influência dessa memória começamos a nos libertar quando assomamos à razão,
constituindo a fase hominal, por isso mesmo, a mais dolorosa no plano da evolução
universal da “força”. A faculdade do raciocínio dá-nos a capacidade para, com
muito esforço, livrar-nos da influência da fera que um dia, na esteira
evolutiva da vida, todos nós fomos. O percurso, na fase hominal, tem que ser
feito através das muitas categorias de inteligência que distancia o bruto do
sábio, e que caracteriza a espécie até que possa a “força” ¾ espírito
¾ se
desfazer de toda a herança animalesca e apresentar-se apta, com atributos mais
elevados, a viver em plano de existência mais elevado, de mais harmonia com as
poderosas e justas leis que regem o Cosmos.
Exemplos patentes
Vemos,
por exemplo, um cão no trabalho de vigilância ao patrimônio do dono e nenhuma
diferença do “robô” que o homem já pode construir para uma finalidade idêntica.
O papagaio, que parece um gravador perfeito, nada entende do que diz, mas
repete as palavras que continuadamente ouve e ficam gravadas em seu corpo
energético (matéria fluídica mais sensível que a cera da carnaúba ou o
acetato), podendo, assim, repeti-las sempre que acionado. As abelhas constituem outro magnífico exemplo: no afã de
produzirem mel, catam pólen (guiadas por que?) numa organização admirada pelo
homem, que não consegue imitá-las, e nesse trabalho salienta-se a programação
que cada espécie traz gravada em seu corpo instintivo (as abelhas jamais
misturam pólen de uma espécie de flor a outra). Todas nada mais são do que. e
pequeninas máquinas no trabalho incessante da Inteligência Universal. como se
víssemos “forcas” superiores intermediárias da Força Total, auxiliando, desde o
início da criação no grande Laboratório em que se constitui a Natureza (e,
neste planeta, os 3 reinos ¾ o mineral, o vegetal e o animal), essas pequeninas
máquinas, programando no campo energético (o instinto) a finalidade de cada
espécie (tal qual o homem faz com a cibernética) até que adquiram ou atinjam a
capacidade de raciocinar, e, assim, escolher e decidir.
Cumprem o que lhes exige a necessidade essencial
Uma coisa espanta a
quantos se demoram a observar os animais menores: o fato de que eles só fazem o
que lhes é essencial, o determinado pela necessidade. Comem o que precisam e,
em regra geral, a quantidade exata. Até o ato sexual parece ser medido pela
necessidade de sobrevivência, havendo para cada espécie uma época certa para o
acasalamento. Mesmo o gato selvagem, que se não agrupa facilmente, procura seu
par no fim de cada primavera, É justamente isso que nos causa admiração: fazem
tudo mais certinho que o homem, que ganhou o direito ao livre-arbítrio mas
parece estar aprendendo, dolorosamente, a usá-lo. E percebemos que cada espécie
tem um hábito que a caracteriza, parecendo-nos que foram programadas todas
unicamente para a finalidade que cada uma delas cumpre. Vejamos o ouriço,
completamente coberto de espinhos, que ele usa instintivamente quando atacado
nos seus passeios noturnos: enrola-se todo formando uma bola de espinhos
protegendo a cabeça e a parte interna. O falcão caça em vôos formando aspirais
até bem em cima da presa e a ataca de surpresa, esmagando-a com a colisão. Os
bois almiscarados, quando em perigo, formam um círculo em torno dos filhotes e
ficam com as cabeças voltadas para fora. O impala, quando assustado, começa a
correr e dar saltos enormes, de mais de seis metros de extensão e pulos para o ar
de três metros. O instinto do búfalo africano faz meditar. Considerado o animal
mais perigoso da África, é, apesar disso, o mais bem protegido dos demais do
grupo, filhotes e fêmeas. Se fica ferido, as fêmeas não o abandonam, enquanto
que se uma fêmea fica ferida, o macho não se incomoda e a abandona prontamente;
os gnus que, ao correrem, formam sempre uma fila indiana; o hipopótamo parece
só querer sombra e água fresca; o leão fica junto a um poço de água à espera
que algum animal venha beber, sendo suas presas favoritas as zebras, mas só as
mata pela sobrevivência.
O grande laboratório ou usina programadora
A grande
Natureza, como sabemos, constitui, através das variadas espécies e seus
hábitos, um laboratório ou potente usina programadora. De espécie em espécie,
de hábito em hábito, vai a “força” adquirindo os elementos, armazenando
experiências, enriquecendo seu campo energético ¾ evoluindo, crescendo. Há espécies que se vão aproximando
do homem ¾ o instinto mais apurado, hábitos mais requintados, como o
cão, o cavalo e outros mais. Fiquemos no cão, que usa o faro como o homem usa a
bússola, e é considerado o mais amigo do homem, e nisso parece estar o início
do sentimento designado por afeto. Já se perguntaram o que faz um cão correr,
quando com dores intestinais, e com seu faro, escolher, selecionar mesmo, uma
erva, capim que lhe cure o mal? Onde aprendeu ele isso? Não parece, assim,
aquele “robô” de que falamos, programado para maiores empreendimentos? O circo ¾
lembramo-nos agora ¾ tem sido, através dos tempos, um atestado eloqüente do
que estamos pretendendo expressar neste
capítulo. Quem de nós ainda não assistiu, deslumbrado, proezas de animais
amestrados pelo homem (programados pelo homem como em computadores): chimpanzés
que fumam charutos, andam de bicicleta e até cumprem outros atos copiados do
homem, depois, é claro, de longamente treinados (programados) por este; leões
que, ao estalo do chicote (como o botão que acionamos no computador) saltam
voando por sobre arcos em chamas; cavalos que, levados pela sugestão de um
torrão de açúcar, dançam ao de valsas, como os treinou o domador. Qualquer um
de nós, em vida doméstica, temos tido sobejos exemplos da força que é um hábito
tenazmente inculcado no campo energético de um animal de estimação: admiramos,
por exemplo, aquele vizinho que durante anos acostumou seu cão a esperar
pacientemente o jornaleiro e, quando este chega recebe o jornal na boca e o
leva a seu dono, fato reproduzido todos os dias e às mesmas horas como ato
computado. Recentemente vimos pela televisão a invasão de uma cidade brasileira
por andorinhas, que ali vão todos os anos, na mesma época, emigradas da Europa.
Às cinco e meia horas em ponto batem em revoada e às dezenove e dez minutos em
ponto, infalivelmente, regressam, para o repouso da noite. Sempre os mesmos
hábitos e às mesmas horas, como atos
computados. Certamente por isso que o Dr. W. S. Mec Culloch, ao comparar os
inventos com os dotes possuídos pelos animais e insetos, observou, conforme
está expresso em Veio o Homem a Existir
por Evolução ou por Criação;
já referido por nós: “Na realidade, os computadores são animais
desajeitados, obtusos... Não têm nem o cérebro de uma formiga retardada”. Nesse
mesmo livro lemos, ainda, um trecho transcrito de Bionics the Science of
‘Living’ Machines (Biônica, ciência das Máquinas ‘Vivas’). Ei-lo: “Os
engenheiros aproveitaram indícios após indícios das funções dos animais vivos.
O nome dessa fascinante ‘ciência copiadora’ é biônica, palavra tão nova que a
maioria dos dicionários ainda nem a alista...”
“Pensem
nas asas de avião modeladas segundo as asas dos pássaros, nos velocímetros, que
aproveitaram sugestões do vôo dos besouros, nos computadores, que resultaram na
pesquisa da célula nervosa, nos estimuladores do coração, usados internamente,
desenvolvidos à base do estudo da eletricidade animal, e nos tubos de TV que
copiam o olho do caranguejo; vemos que o homem está aplicando cada vez mais os
princípios da Natureza às suas próprias necessidades.” O fato de que o homem
pode melhorar sempre o que faz, notando-se sensivelmente essa melhora de século
para século, e que os animais irracionais, caiam séculos sobre séculos, fazem
seu trabalho sempre da mesma maneira e forma é que aumenta em cada um de nós a
impressão de que eles, assim ainda sem raciocínio, são como os robôs que o
homem já constrói. As aves, conforme sua espécie ¾ lembra Veio o Homem
a Existir por Evolução ou por Criação? ¾ constroem sempre os mesmos ninhos: as abelhas as mesmas
colméias, os castores os mesmos túneis, sem contudo melhorarem estas
estruturas. Com o homem ocorre o contrário: das cabanas de outrora, ele chega
hoje aos palácios, aos edifícios, melhorando sempre a forma, em busca de mais
beleza, mais funcionalidade, mais conforto, como se o homem constituísse uma espécie
que contém diversas categorias de inteligência, e que uma categoria vai dando
lugar a outra, buscando maior evolução, que se nota no aumento de inteligência,
graças à programação que se vai estabelecendo nesse imenso computador, que é o
perispírito, ou “corpo astral”.
11. A força do instinto ainda no homem
Agora
vamos acompanhar um homem que se dispôs a aprender a dirigir automóvel.
Escolhemos este caso porque é dos mais práticos. No princípio do aprendizado,
ele força em demasia a atenção, na convicção de que quanto maior for seu
interesse, mais depressa aprenderá. No entanto, quanto mais se esforça, mais se
atrapalha, e depois ele mesmo descobre que somente com o passar do tempo e
muito treino é que o comando do carro vai se tornando mais fácil.
O mesmo
ocorre quando uma pessoa ágil está datilografando (para citarmos outro exemplo)
e achamos que ali está ocorrendo como que um milagre. Porque nos espanta
verificar que a pessoa está operando inconscientemente. Será mesmo que a
atenção pode acompanhar e conduzir conscientemente a movimentação milimétrica
dos dedos acionando as teclas, sempre as certas? Já viram todos, com certeza,
um taquígrafo acompanhando um orador dos mais fluentes? Afigura-se-nos que
algo, além dele, opera o acompanhamento. Queremos dizer que não é mais o
consciente normal que trabalha, e sim, algo mais interior: o subconsciente, e
quem fala em subconsciente está falando em perispírito, porque é justamente
essa camada energética que parece não ter mais fim onde nós guardamos a memória
(retentividade) dos atos praticados e até dos pensamentos e dos sentimentos. No
caso do aprendizado para motorista, para datilógrafo, taquígrafo ou para
qualquer o ofício, é necessário que primeiro, o tornemos mecânico, como força
mecânica é a energia do perispírito. Isso significa que, no início de qualquer
treinamento (e todos sabem disso) é necessário que pratiquemos os atos com
cautela, muita atenção mesmo, para irmos lançando as impressões de tais atos no
subconsciente (perispírito), porque, com a prática, será esse corpo de memória
mecânica que irá conduzir nossos atos, a tal ponto que nossa atenção consciente
já não mais possa acompanhar, e esta, quando atenta, até atrapalha a ação
daquele, nestes casos citados.
Mais
nitidamente podemos sentir, ou ver, essa ação mecânica, quando uma pessoa está
cantando. Melhor dizendo: quando nós mesmos estamos cantando. Nessa ocasião, se
não formos um profissional responsável, podemos fazer duas coisas ao mesmo
tempo: cantar e, por exemplo, serrar uma tábua, cortar um terno e coisas
semelhantes, Até podemos deixar o pensamento divagar pelo tempo, indo ao
passado em busca das recordações que a música nos está sugerindo. Não é mesmo
verdade? Você e qualquer um outro, aliás, todos nós já experimentamos isso, ou
podemos verificá-lo neste exato momento. Nossa mente consciente acompanha o
que, na ocasião, fazemos, enquanto que nosso subconsciente age de outra forma,
quase que independentemente, quando vai liberando a música (e até a letra) que
estejamos cantando e que temos gravada no perispírito.
Desse
modo se pode provar que o perispírito (subconsciente ou instinto) pode nos
conduzir, independentemente de nossa vontade, se a ele afrouxarmos o comando de
nossas ações.
O processo vem conduzindo o progresso da humanidade.
Assim
parece ocorrer tudo o que se relaciona com a atividade humana e é mesmo tal
processo o condutor da humanidade para o estágio tecnológico reconhecidamente
avançado, que ela vem desfrutando em nossos dias. Das cavernas, passamos às
tribos e às cabanas ou barracas; depois, às vilas e às cidades, e hoje às
deslumbrantes metrópoles proporcionadoras de conforto e luxo de que parece ser
ávido o ser humano. Deslumbra-nos ¾ citando um exemplo dos mais populares da tecnologia de
hoje ¾ a
arquitetura do mundo em que cada vez mais se busca, junto à beleza do aspecto,
a funcionalidade e racionalismo das linhas e traçados.
Diante de
tal progresso, indiscutivelmente vertiginoso, podemos até imaginar o futuro,
porque esse futuro sonhado já está em cima do que hoje admiramos. Tocando
nesses exemplos, teremos que ir buscar o engenheiro ou o arquiteto que os
conduziu até nós. A caverna, onde moravam os primeiros homens, criou impressões
fortíssimas no perispírito do primeiro arquiteto, até que nesse corpo de
memória mecânica gerou-se a primeira cocha em forma de maquete astral, ou uma
forma de caverna criada pela imaginação do homem. A idéia da cabana deu lugar à
idéia de outra forma de habitação, que veio evoluindo até os dias de hoje, e
alcançamos os monstros de concreto e a arquitetura deslumbrante das cidades
contemporâneas. E assim vamos passar para o futuro aperfeiçoando, pelo mesmo
processo, as construções e todas as demais formas de engenharia. Porque um
engenheiro ou um arquiteto, antes de construir um prédio, desenhou a planta ou
construiu a maquete no seu próprio perispírito. O primeiro estilo deu lugar ao
segundo estilo arquitetônico e este ao terceiro, sempre mais exuberante, sempre
mais moderno, mais funcional.
Sempre em busca do aperfeiçoamento da Vida
Como pôde
o homem chegar a isto? Não só em tais fatos repousa nossa admiração. Mais
ainda, e muito mais mesmo, nas normas e regulamentos, nas leis em suma, que os
homens (infelizmente ainda uma minoria) criam, buscando, através delas, cada
vez mais, o aperfeiçoamento da vida em comum, a concórdia. Ninguém duvida que
os homens existem em constante atividade, tendo Leandro Konder, que lemos
recentemente através de uma pequena biografia de Marx, dito que “o indivíduo
não deve ser concebido fora do quadro das suas relações com os outros
indivíduos, isto é, fora do quadro da vida social”, e sim “dentro dos limites
estabelecidos pelas circunstâncias que lhes convêm. As circunstâncias fazem o
homem na mesma medida em que este faz as circunstâncias". O ser humano não
existe, em geral, numa situação de contemplação: seu normal de existir é de uma
contínua intervenção ativa no mundo”.
Acreditamos,
então, que uma corrente se vai formando em torno da Terra com a impressão dos
pensamentos de todos os homens que ontem e hoje (e mesmo amanhã) idealizaram o
Bem e uma sociedade organizada nos princípios da Justiça para todos, porque
essas impressões deixadas no “corpo astral” da Terra influirá na vida dos
homens do futuro, arrojando-os mais para a frente. Em resumo: tais impressões estabelecerão
finalmente uma programação fortíssima que gerará fatalmente efeitos no futuro.
Afinal, assim como nós vamos programando nossa vida futura no corpo energético
que pertence a cada um de nós, assim também na Natureza, que é como o Corpo
Astral da Inteligência Universal (Deus), portanto a ação mecânica da Vida, já
está estabelecida uma programação que fatalmente influirá na condução dos seres
para o progresso, para a evolução ¾ o objetivo da Vida.
Pois bem,
o que queríamos salientar neste capítulo é que, pelo mesmo processo como os
animais menores ¾ tidos como irracionais ¾ podem ser treinados a ponto de operarem maravilhas, os
homens também o podem, para cumprirem essa programação Geral, que o Cosmos
inteiro irradia, para, afinal, trocarem esse estado de brutos pelo de seres
exatamente racionais que pretendemos ser.
12. No fundo de tudo, o Espírito
Até aqui
já deu para entendermos a mecânica do processo mental, onde o consciente é quem
aprende, mas quem memoriza e opera, isto é, quem torna esse aprendizado
mecânico é o subconsciente. O consciente expõe o agente principal em ação ¾ o
espírito, a força ¾ enquanto o subconsciente passa a ser o auxiliar, que
arquiva em seu universo ou dimensão individual, transformando-se, assim,
naquela força mecânica municiadora do consciente.
A matéria
¾ todos o
sabemos ¾ já se confunde com a energia, e o que nós não sabemos
ainda é onde começa uma e termina a outra. Se dividirmos um átomo, vamos
encontrar os elétrons e os prótons, e, com estes, os nêutrons. Na divisão
seguinte encontrar-se-ão os "quanta" considerados mais energia que
matéria. E os "quanta" serão básicos até onde? Se da matéria, pura
matéria como a conhecemos, chegamos à energia quase pura energia, é
comprovadamente certo que, no mesmo sentido, da energia podemos chegar ao
espírito. Quer dizer: se podemos estabelecer a relação matéria/energia, certo
também que podemos estabelecer outra relação: energia/espírito.
Porque é
bem certo que quando tivermos a capacidade de dissecar a energia assim como já
dissecamos a matéria, encontraremos nas subdivisões dela ¾ da
energia ¾ o puro espírito, a força essencial. E retroagindo assim ao
ponto em que encontramos o início da matéria na energia vamos concluir que o
espírito é o início (só pode ser!) da energia.
O raciocínio
até aqui desenvolvido nos lança na mente, como num impacto, a lembrança de que
o início de tudo está no que nos chamamos Deus, que é a Força Criadora, a
Inteligência Universal ou o Grande Foco, como se nos afigura melhor à
imaginação. A Inteligência Universal derrama a luz da sua Sabedoria e Força por
tudo, está no interior de tudo, é essencial a tudo. Se assim é, a matéria está,
também, penetrada por essa Inteligência, sendo, portanto, infalivelmente,
inteligência.
A relação Macro/Micro
Essa Inteligência
Universal é o Macro Absoluto, o inverso do micro (átomo) de que muito vimos
falando. Vejamos bem que a relação Macro/Micro enseja os mesmos raciocínios
cultivados anteriormente e envolvendo a relação matéria/energia e
energia/espírito. Os que já tentaram dissecar Deus, essa Força Criadora,
chegaram fatalmente ao micro. No micro, pois, está o início de Deus, da Criação
Universal, e para chegar a Ela só existe para cada um de nós um único caminho
possível ¾ nossa existência pessoal. Só a atingiremos se nos
esforçarmos por alargar o espaço que já nos é interior.
Vemos,
então, que a matéria nada mais é que ilusão, e uma ilusão só é ilusão enquanto
acreditamos nela. A ilusão será maior quanto mais atrasado for o campo em que
vivemos. Supõe-se que cada campo de Inteligência Universal seja dirigido por um
Pensamento ou Plano correspondente, com seu campo fluídico subordinado à Idéia.
Nesse campo, cada espírito é receptáculo da Idéia correspondente ao plano a que
pertence, e inicia a jornada evolutiva de forma aparentemente ilusória enquanto
acreditar na ilusão.
Mas o Cosmos todo é um Oceano de Força e é nele que
o espírito se movimenta, em busca de sua realização, lutando pela Idéia
Definitiva. No espaço indimensional do Universo ¾ diz o Racionalismo Cristão,
Rua Jorge Rudge, 119, Rio de Janeiro, Brasil ¾ “em que a Inteligência
vibra, sem interrupção, acusando permanente ação consciente e constante
demonstração de vida, agita o espírito a sua força intranuclear, que se
exprime, em todas as atividades, por movimentos vibratórios”.
“São
esses movimentos ¾ prossegue ainda o mesmo sistema ¾
irradiados de um núcleo de Força, que é o espírito, no oceano de uma essência
idêntica, que é o Todo, assinalando o poder atrativo que faz com que os
atributos desse Todo convirjam para o núcleo, desenvolvendo-o, e dando-lhe
maior potencialidade”.
Cada tipo de pensamento gerado, ou emitido, de
pronto cria a energia correspondente. Conforme for a ideia, será a energia
gerada, e assim como for a energia, terá que ser a matéria, que, ao que parece,
nada mais é que a energia
altamente condensada. Portanto, “sois o que pensardes ser” ¾ conforme
avisou Jesus.
Não poderão existir outros tipos de átomos?
Os
átomos, ou os "quanta", formam a matéria. Nós conhecemos muitos tipos
de átomos: os átomos de ferro, os de cobre, de zinco, de oxigênio, de
hidrogênio, etc. Voltamos, assim, a perguntar: não existirão átomos de ira, do
medo, da inveja ¾ ou os da paz, da tranqüilidade, das virtudes? Quer dizer:
não poderemos a todo instante estar arquivando em nossa estrutura, astral, e
até física, átomos da energia correspondente à Ideia ou ao sentimento que se
forem gerando em nosso arcabouço mental? Por que um homem se irrita com
facilidade, ou com facilidade se deixa dominar pelo medo? Não será que a idéia
ou o sentimento do medo consciente gerou a energia correspondente acumulando na
estrutura retentiva do perispírito os miasmas deletérios próprios de tais
sentimentos, de forma que em qualquer outro momento de vibrações semelhantes,
sejam disparados ou acionados os milhões de átomos de tais miasmas deletérios
(energia correspondente) num processo que cada vez mais aumenta o poder da ira
e diminui a capacidade do controle pessoal? Os miasmas deletérios são, também,
matéria fluídica, passando seus átomos a serem deletérios em virtude da energia
negativa de que estão acumulados.
As moléculas retêm e transportam conteúdos da memória
O
perispírito é um campo acumulador, inclusive, de memória, já o foi dito.
“Parece não haver dúvidas de que as lembranças são armazenadas em moléculas de
memória e que moléculas ARN e ADN retêm e transportam conteúdos de memória”,
lembra-nos Erich von Daniken, em De Volta
às Estrelas. E diz mais: “Em metódico prosseguimento destas pesquisas, a
humanidade poderia, num futuro não remoto, ter a possibilidade de não mais
perder, com a morte de uma pessoa, o saber e as memórias que ele tenha
acumulado, conservando e passando adiante seu patrimônio intelectual”. Que
exatamente quis dizer Daniken com isso? Embora muito rudimentarmente, o homem
já deixa, de muitos anos, seu saber e sua memória gravados nos livros, nos
discos e nas fitas magnéticas. Hoje já se fala em pesquisar as neuro-rnemórias.
isto é: tenta-se captar do sistema nervoso as impressões que ali uma pessoa,
através dos pensamentos combinados com os sentimentos, acumulou em forma de
memória. Muitos podem estar admirados, mas memória pode também ser pura
impressão, as mesmas impressões que se formam nas chapas fotográficas que,
reveladas, guardamos como lembrança. Portanto, memórias dos momentos que
vivemos e que podemos guardar ou arquivar para quando delas quisermos fazer
uso. Prosseguindo: nossos cientistas vão tentando transmitir essas impressões
que são gravadas nas fitas magnéticas ou nos cartões/matrizes, para computadores
supersensíveis e ultracapazes. “Será que ainda veremos golfinhos
inteligentíssimos, treinados para pesquisas, executando tarefas em postos
submarinos?” ¾ perguntou Daniken nesse livro citado por último.
E mais
ainda: “Será que veremos macacos, cujos cérebros foram programados para
manobrar máquinas de construção de estradas, executando importantes serviços?”
Achamos
ser mais fácil ao homem programar uma máquina por ele criada do que alterar ou
modificar a natureza interior dos animais menores, principalmente depois que o
sentido da harmonia e o respeito pela obra da Inteligência Universal germinar
dentro desse mesmo homem. Mas a analogia entre a máquina e os animais menores é
ainda importante para lembrar que estes últimos já devem ser computadores em
que trabalham entidades altamente evoluídas, de planos superiores ao nosso, com
o objetivo de auxiliarem a Criação, principalmente na formação do espírito que
emerge através dos pequeninos seres, assim como o homem trabalha através dos
computadores e outras máquinas com o objetivo de auxiliar a Vida.
O
importante é que compreendamos o processo da programação universal, toda ela
sintetizada no átomo, Não tem a semente em si programada a mesma árvore de que
se originou? Na semente, o calor do sol e a umidade da terra, assim combinados
e em fermentação, vão liberando energia contida e dessa emanação se forma o
“corpo astral” dentro de cuja forma vai crescendo a planta.
Assim
também nos deveríamos sentir no imenso oceano cósmico em que temos origem e de
que vamos, cada vez mais, acumulando a energia. “Entre nosso saber originado do
presente ¾ fala-nos ainda Daniken no seu livro De Volta às Estrelas já citado ¾ e o volume de recordações do passado humano, encontra-se
uma barreira que só poucos homens conseguem romper em momentos felizes. Pessoas
sensíveis ¾ pintores, poetas, músicos e pesquisadores ¾ sentem
emocionalmente esta recordação primitiva e procura, às vezes, em esforços
desesperados, fazer vir à tona aquelas informações acumuladas. O curandeiro,
entre os primitivos, procurava entrar em transe, por meio de tóxicos ou ritmos
monótonos, a fim de poder vencer a barreira que o separava da memória
primitiva”.
Um acumulador potente
E assim
chegamos à conclusão de que nosso perispírito nada mais é realmente do que um
potente campo de força que vem sendo trabalhado por cada um de nós, desde os
primeiros momentos de nossa vida latejante, como escrevemos em nosso artigo
citado. Vamos acumulando nesse “corpo astral” as moléculas de energia
correspondente aos nossos pensamentos, sentimentos e atos, de forma que ali
fica gravado em programação o resultado dessa vivência. Uma vivência maléfica
só pode acumular energia maléfica, assim como uma vivência benéfica acumula
energia benéfica. Um homem perverso não o é somente no espírito ¾ o é em
todo o seu universo pessoal ¾ corpo mental, corpo astral e corpo físico. Aliás, ele se
cobre todo com os efeitos do que gera, e se torna prisioneiro desse campo de
força, que o conduz submisso aos impulsos que libera. Uma camada de átomos
carregados de energia maléfica continuadamente acumulada em nosso interior,
influencia nossos atos, infernizando-nos a vida. Em contrapartida, um homem
amante da paz e da concórdia só pode viver num universo atômico de paz e
concórdia, deliciando-se cada vez mais com o viver.
Pois se o
“corpo astral” é matéria ou energia que
se filtra para o corpo físico e se
condensa ali, temos neste invólucro de enxofre, azoto, oxigênio e outros elementos, a mais poderosa condensação também do que somos em espírito.
Assim
como a felicidade ou o sofrimento estão acumulados nos átomos que nos
influenciam, a saúde e a doença estarão já alojadas nesses mesmos acumuladores
antes de atingirem o físico. Pois tudo em nossos corpos, quer o astral quer o
físico, nada mais é do que energia programada. Nosso cérebro nada mais é do que
um formidável computador onde 14 bilhões de neurônios acumulados com a energia
retentiva de todo o nosso passado, influenciam nossa idéia, subjugando-a se
fraca for nossa vontade, porque ali, como em todo o nosso corpo físico, essa
energia está sintetizada em forma de moléculas oriundas, na sua maioria, de
nosso corpo astral.
Em
virtude disso, nosso corpo físico será benéfico (sadio) se o correspondente
astral acumular energia benéfica irradiada pela força, que é o espírito.
Trazemos o mal nas células do corpo físico também, mas as geramos no
pensamento.
Olhemos as crianças
Sim,
olhemos as crianças, que vivem a fase da vida em que ¾
comprovado e admitido por todos ¾ se gravam mais fortemente as impressões, que mais
fortemente passarão a influenciar as demais fases da vida terrena.
Por que
assim? Não será, então, porque na infância e juventude ocorre mais
aceleradamente o processo de desenvolvimento e crescimento do corpo físico? Não
será também porque, ao incorporar nessas fases, células da alimentação diária,
a elas o grande gerador adiciona outros elementos, mais finos, recebidos estes
através do próprio gerador ou transformador ¾ o perispírito ¾ na forma de energia correspondente aos sentimentos e pensamentos
que geramos nessas duas fases?
Não será
porque está no pensamento a base do nosso viver?
13. Recondução dos impulsos
Que força
é essa que, parecendo superior ao nosso entendimento, nos conduz, subjuga-nos,
governa-nos? Voltamos a formular a mesma pergunta do início deste opúsculo. Mas
qual de nós não sabe agora onde está a sede dessa força, que se transforma em
instinto dominador quando a razão e a vontade são mais fracas?
Essa
camada de possíveis elétrons astrais negativos a circular violentamente no
âmbito de nossa personalidade precisa urgentemente ser rompida. Ou modificada.
Melhor ainda: transformada, que nada neste Universo se perde ou se cria. Não
podemos, pois, simplesmente entornar a água suja do velho camburão de nossa
personalidade,mas sim,como nos tem sido indicado, abrir sobre ele nova
torneira. Cada pingo de água limpa expulsará um pingo de água suja, e de pingo
novo em pingo novo, o líquido de nossa personalidade se irá modificando. De
átomo positivo em átomo positivo, a estrutura astral que forma a personalidade
se irá também modificando. A questão é persistência no treinamento e esperar
que o tempo opere o efeito almejado.
Para cada espírito um estilo de treinamento
Cremos
não existir um tipo de treinamento comum para modificação da personalidade
humana: cada espírito descobrirá por si o que melhor lhe convém. Comum a todos,
e essencial para o treinamento, deve ser a intenção sincera de trabalhar pela
modificação. Existem indicações deixadas pelos que foram realmente mestres. E
como das fundamentais, está a de procurar as causas para eliminar os efeitos,
implicando isto em ter a coragem de admitir seus erros, conhecê-los claramente
para poder dar-lhes combate. Ninguém também pode tentar eficientemente se não
sentir em si as garantias da vitória. Quer dizer: um espírito deverá se
conhecer como componente da Força Cósmica Total que movimenta o Universo
Infinito. Precisa ter consciência, a mais clara possível, do elemento em que se
movimenta, e saber que “são esses movimentos ¾ como diz ainda o “Racionalismo Cristão”, Rio de Janeiro,
Brasil ¾ irradiados de um núcleo de Força, que é o espírito, no
oceano de uma essência idêntica, que é o Todo, assinalando o poder atrativo que
faz com que atributos desse todo convirjam para o núcleo, desenvolvendo-o, e
dando-lhe maior potencialidade”. Isto faz com que o ser humano sinta em si, de
forma intensa, o Ser Real, que é pura e unicamente aquela “força de vontade
dotada de pensamentos” indicada por muitos filósofos, ou, como ainda diz o
Racionalismo Cristão, Rio de Janeiro, Brasil: “O espírito é luz, é
inteligência, é vida, é poder criador, Nele não há matéria em nenhum dos seus
estados. É, portanto, imaterial. Partícula individualizada, assim se conserva
em toda a trajetória que faz no processo de sua evolução”. Força que tem poder,
através do pensamento, de gerar energia e, com a energia, a matéria (ou a
ilusão da matéria).
O Ser
Real, na sua natureza essencial, já é perfeito. Não tem a semente em si tudo o
que a árvore que a gerou contém? O espírito é uma individualidade em que, desde
quando era um simples átomo, se vai alojando a Força Total, dando sentido à
evolução. O Ser Real, na essência, é inteligência ¾
pensamento, pois. “Conforme pensares, assim serás” (Jesus). A personalidade
nada mais é que a ilusão criada por essa camada que parece envolver a parte em
que a Totalidade vai lentamente penetrando. O Ser Real é indestrutível e
eterno, existindo para todo o sempre. Vibra permanentemente no sentido
positivo. “A Força ¾ diz ainda mais o Racionalismo Cristão, Rio de Janeiro,
Brasil ¾ mantém o Universo regido por leis comuns, naturais e
imutáveis. Comuns, porque são inerentes a todos, sem a mínima exceção;
imutáveis, por serem absolutas, e nesse sentido não há lugar para o imprevisto,
para o acaso ou a dúvida, imperando ¾ só e sempre ¾ a exatidão, a certeza a perfeição (o grifo é nosso)”.
O poder da concentração
Um dos
maiores mestres indicou que o treinamento para modificação da personalidade
deve ter início na concentração. Krishna, que há milênios viveu na Índia,
deixou bons ensinamentos hoje difundidos pelo Shagavad Gita (tradução de Francisco Valdomiro Lorez - Editora “O
pensamento”, São Paulo, Brasil). Vamos ouvi-lo. “Assim sentado, domina a sua
mente e dirige o pensamento a um ponto de concentração, retendo ao mesmo tempo,
as impressões dos sentidos e não deixando entrar na mente pensamentos que
vagueiam, Nessa posição, conservando calma e persistência, purifica a sua alma,
dirigindo a consciência ao Eu Real, ao Absoluto, que é a base de todos os
seres”. E mais: “Se tua mente não atingiu ainda o necessário grau do domínio
das paixões e imperfeições, anda para cá e para lá, desviando-se do seu
Objetivo Supremo, sê vigilante e refreia pela força de vontade concentrada,
reconduzindo-a sempre ao Alvo”.
Incontável
é já o número daqueles que conseguiram o equilíbrio da mente praticando a
concentração. No início, o pensamento teimoso e mal educado, foge para os
objetos que mais lhe dão prazer. Mas a firme resolução, no entanto, termina por
levá-los ao autodomínio.
A importância da paz interior
É ponto
pacífico que somente atingimos o domínio pessoal, após compreendermos que um
crime cometido não nos pode dar o sossego que permita a boa concentração. “Por
muito importante que seja a tua reta ação ¾ sentenciou ainda Krishna ¾ o primeiro lugar pertence sempre ao reto pensamento.
Procura, portanto, o teu refúgio na paz e na calma do reto pensar, ó Arjuna:
porque aqueles que baseiam o seu bem-estar só nas ações, com estas
necessariamente perdem a felicidade e a paz, e caem na miséria e no
descontentamento”. Outro conselho de Krishna: “Os homens estão aferrados a este
mundo, porque agem com o fim de obter recompensas e ganhos; estão apegados aos
objetos de seus desejos, e, por isso, cansam-se na escravidão dos sentidos”. E
mais: “Esta tentação, ó príncipe, é a essência dos desejos que o homem em si
acumulou. Ela é seu maior inimigo e chama-se Paixão, nasce da natureza carnal, cheia de pecado e de erros, e
ataca o homem para consumir”.
Na imaginação o forte poder de modificação
Atingimos,
assim, a consciência de nossos erros e defeitos, que pontilham nossa
personalidade de manchas e geram a força maléfica que nos impulsiona cegamente
para a frente, para o centro de um contínuo sofrimento.
Conhecemos
o grande poder da concentração, para domínio dos pensamentos. Urge conhecermos
agora a outra grande força: a imaginação, ou a faculdade da concepção, “Na
faculdade da concepção ¾ lembra-nos o Racionalismo Cristão, Rio de Janeiro, Brasil ¾ estão o
gênio inventivo, as criações do pensamento e a engenhosa força realizadora de todas
as transformações e melhoramentos” (o grito é nosso). É com essa força
realizadora que deveremos trabalhar em seguida, já que contamos agora com o
apoio da concentração.
Da
imaginação e seu poder muitos homens de real esclarecimento nos falaram. Ela é
a força das transformações, como nos diz o Racionalismo Cristão. Lourenço Prado
disse, também, em seu Alegria e Triunfo (Editora “O
Pensamento”, São Paulo, Brasil) que a imaginação foi apelidada a tesoura da mente, pois está sempre
cortando, cortando, dia e noite, as figuras que vedes nela e, mais cedo e mais
tarde encontrareis no mundo as suas criações... São, ainda, “as imagens astrais
que vivem na atmosfera magnética dos homens e das coisas”, como indicou Papus.
Bem
recentemente, um escritor norte-americano ¾ Richard Bach ¾ nos deu, através de seu livro Ilusões ¾ Editora Record, tradução de Luzia Machado da Costa ¾ uma
demonstração do poder da imaginação, no diálogo que os personagens travam em
torno da vida terrena, e desta assemelhar-se a uma fita cinematográfica, cujas
imagens, na fita em si, são totalmente estáticas, mas aparentemente vivendo por
força da ilusão dos movimentos que lhes confere o projetor. Assim falou um
deles: “Então devo imaginar essa magnetização? Imagino alguma linda dama, sábia
e mística, aparecendo no meio do povo, de um campo de feno em Terragon,
Illinois? Posso fazer isso, mas é só isso, é apenas a minha imaginação”.
O outro:
“¾ Apenas a
sua imaginação? Claro que é a sua imaginação, já esqueceu disso? Onde está o
seu pensamento, aí está a sua experiência. Conforme o homem pensar, assim será:
aquilo que receei aconteceu-me. Pense e enriqueça. Visualização Criativa para o
divertimento e lucro; como encontrar amigos sendo você quem é.”
Ou:
“¾ Você
quer saber o que dizem seus sonhos? É o mesmo que olhar para as coisas de sua
vida desperto e perguntar-lhes o que representam”.
Deu para
entender. Porque muitos outros também disseram: “Seu corpo é a expressão física
de seu pensamento” ¾ seu corpo e tudo que o rodeia, podemos acrescentar, porque
a concentração de todas as imagens geradas no passado e hoje se configuram no
corpo astral, e mesmo no físico, condicionam nosso ser.
Somos
pensamentos, somos pura imaginação gerando permanentemente a energia
correspondente, e com os pensamentos e a imaginação, podemos operar toda ordem
de transformações em nosso ser, direta e particularmente, e em nosso redor, por
afinidade e influência. Atentemos para o fato de que, quando pensamos demoradamente
num determinado assunto, geramos imagens que permanecerão impressas na
estrutura astral na forma de plaquetas de energia e aí serão tão intensas
quanto a intensidade do próprio pensamento gerador. Por outras palavras: uma
imagem gerada no perispírito constitui-se em uma matriz produtora de outras
imagens semelhantes, e se dermos seguimento a essas imagens, outras mais se
sucederão geometricamente, condicionando o prisma pelo qual passamos a ver a
vida. Tais plaquetas passam a influenciar nosso modo de pensar e de agir.
Imagens mentais, portanto, cujos similares, como sugeriu Lourenço Prado, vamos
encontrar daí para diante, no mundo, atraídas para nós em virtude das leis do
magnetismo e das afinidades.
O processo
Eis
evidenciado o processo das transformações, e vantajoso, pois, é pensar
demoradamente no Bem, no positivo, para que formemos plaquetas de energia
correspondentes e possamos, depois, viver sob sua influência. Eis porque
escrevemos este opúsculo, como outros também o fizeram, e engenheiros e
arquitetos constroem edifícios que nada mais são que decalques das maquetes que
eles carregam no perispírito, a
influenciar-lhes a vida.
Queremos
nos libertar do jugo dos nossos defeitos morais, mas a força do instinto em que
eles se transfiguraram nos mantém ligados e nos lança para a frente. Parece, às
vezes, que somos impotentes diante dessa força; o querer apenas não basta, é
necessário um outro esforço ¾ o esforço da imaginação apoiada na concentração. Meditemos profunda e persistentemente no oposto dos defeitos que nos dominam. Somos
ansiosos e a pressa nos oprime? Meditemos na paciência e na calma, procurando
mesmo visualizar sob os diversos ângulos as vantagens que a paciência nos pode
dar, como já ensinaram muitos mestres. Somos egoístas e avaros ao extremo, a
ponto de já sofrermos com a avareza e o egoísmo? Meditemos, de igual modo, nas
delícias do desprendimento, que, por todos os seus aspectos, nos livrará dessa
prisão. Meditemos muito e continuadamente, até que tenhamos carregado nosso perispírito com a energia correspondente
e essa energia nos estará influenciando no futuro para o Bem e para o positivo
da vida. Muitos estarão pensando ser isso impossível, ou mesmo tolice. Que
recordem estes os exemplos dos que se submetem aos demorados treinamentos para
datilógrafos, motoristas e outras profissões em que, muitas vezes, é o
subconsciente que vai operar com base naquelas imagens que, no início do
treinamento, são lançadas, com muito cuidado nesse campo da memória retentiva,
Um leigo no assunto, acompanhando um datilógrafo em seu mister, por exemplo,
acha impossível que uma pessoa, ele principalmente, consiga escrever à máquina
com tal ligeireza, mas com o treinamento correspondente e o passar do tempo,
fica ele admirado de sua própria agilidade, com a habilidade com que os dedos
manipulam os teclados sem que a consciência
possa acompanhar tais movimentos. E no entanto isso é possível.
Por isso,
é necessário que cessemos em nós a avareza, por exemplo, para que possamos ter
paz e encontremos a segurança que procuramos. O processo, assim, é dos mais
simples: pensar sempre nas virtudes opostas aos nossos defeitos, para criarmos
em nosso perispírito novas formas,
novas imagens ou matrizes que possam ir lentamente substituindo as antigas,
estabelecendo nova programação no grande computador que somos: um pingo de água
límpida expulsando do camburão outro pingo de água suja, ou um átomo de energia
positiva substituindo um outro de energia negativa, até que a envergadura
astral que nos cobre seja atomicamente positiva.
Primeiro
você começa a pensar nas virtudes opostas a seus defeitos; depois você começa a
se opor aos defeitos, aumentando cada vez mais o poder de oposição com a
energia favorável que começa também a se formar em seu perispírito.
Há no
seio da humanidade homens que parecem ser produto natural dessa disciplina,
desenvolvida, por certo, anos seguidos de anos. os líderes de todos os
segmentos são produto desse magnífico exercício, desse querer forte que faz com
que estejam eles permanentemente carregando seu mental de imagens sempre
positivas, enchendo-se, assim, da energia correspondente. Seres que sabem
formar em suas mentes as imagens nítidas do ideal que alimentam até que a
energia assim concentrada nos impele muito naturalmente para a frente, para a
realização desse ideal.
Comerciantes
vigorosos, capitães da indústria moderna e todos os demais líderes estão
atestando por aí afora nossa assertiva. Homens pertinazes e batalhadores, cujo
êxito é conseqüência natural da certeza de que estão carregadas suas mentes,
certeza de que foram feitos para a vitória que está permanentemente desenhada
nos seus perispíritos, de tal forma
que a energia, por essas imagens gerada, os conduz no rumo certo.
O segredo
é simplesmente este: imaginar ou criar forte e claramente no mental as imagens
do objetivo a seguir, até que elas se gravem nitidamente no perispírito e tomem forma no plano
físico, pela nossa realização e esforço, não encontrando oposição nessa vontade
posto que a energia gerada por todas as imagens que há tempos vimos aninhando
ao mental, facilitam nossa ação.
Afinal,
somos nada mais nada menos que um repositório onde a Força Total vai lentamente
se alojando. Imaginar Deus como o Grande Foco de Luz convicta e persistente é
abrir nossa mente a essa Força, é chamar para nosso interior a Luz desse Grande
Foco de Força e Poder, até que Ela se vá alojando mais e mais no nosso
interior, no grande e infalível processo que se chama evolução.
14. Disciplina na conduta
Os que se
foram autodisciplinando aprenderam, todavia, que não basta o exercício da
imaginação, e que é necessário, após o longo estágio da meditação concentrada,
a reta ação. O próprio Krishna isso indicou, conforme se lê ainda no Bhagavad Gitâ: “Como já te disse, ó nobre príncipe, há dois caminhos que vão
à Perfeição. O primeiro é o caminho do Conhecimento, e o segundo o da Ação. Uns preferem o
primeiro e outros, o segundo desses dois caminhos; sabe, porém, que
considerados do alto, ambos são um só caminho...”
Também
disse:
“Seja,
pois, o motivo de tuas ações e dos teus pensamentos sempre o cumprimento de
teus deveres, e faze as tuas obras sem procurares recompensa, sem te
preocupares com o teu sucesso ou insucesso, com o teu ganho ou o teu prejuízo
pessoal. Não caias, porém, em ociosidade e inação, como acontece facilmente aos
que perderam a ilusão de esperar uma recompensa de suas ações”.
Tal
conselho significa, a nosso entender, que todos os que alcançaram a importância
da imaginação, como um projeto que fixamos na mente, devem também considerar que
um projeto demoradamente mentalizado deve ser posto em execução, Por isso,
muitas escolas ¾ dentre elas o Racionalismo Cristão ¾ estão
indicando a disciplina e método no viver como o final exercício para a
transformação em atos de tudo o que já arquivamos na imaginação (corpo astral),
de tal forma que cada vez mais tenhamos facilitada nossa real integração à
grande programação Universal, ligando, dessa forma, nosso pequenino ser ao Ser
Absoluto.
Um extenso corredor que nos dá forma
A
disciplina e método devem ser como um corredor através do qual vamos modelando
nossa conduta em busca da expressão legítima quando aferida pelos objetivos da
Vida. Constituem, por isso, uma espécie de moldura sob a qual damos forma à
nossa natureza, forjamos o caráter.
Urge
conhecermos os valores essenciais da Vida, pelos quais codificamos o sentido da
boa moral. A boa moral, assim, fica sendo a intenção das atitudes com as quais
podemos ter acesso ao planos seguintes da vida ¾ por terem essas atitudes repercussão em todas as demais
esferas do Infinito; são como os trilhos somente sobre os quais poderemos
chegar lá ...
O
primeiro dos elementos dessa extensa regra deve ser o Trabalho, através do qual
cada um executa aquilo que lhe for conferido como Dever e ergue o edifício da
sua dignidade pessoal. Do trabalho depende a segurança da Família e a grandeza
da Nação a que cada ser humano pertence. O legítimo trabalho, pois, é aquele
que tem por base a honestidade de propósitos e a pontualidade no compasso de
execução.
Cada
pessoa pode estabelecer ou escolher os princípios que melhor possam contribuir
para regularizar a formação de sua conduta, O autor adotou regras preconizadas
pelo Racionalismo Cristão, por ver nelas o corredor ideal para moldar os
caracteres, e as transcreve aqui para orientação dos leitores:
1 fortalecer a vontade, no sentido do Bem;
2) cultivar pensamentos elevados, em favor do
semelhante;
3) estender seu auxílio a quem dele necessitar,
quando os meios e a oportunidade o permitirem;
4) manter o equilíbrio das emoções na análise
dos fatos, para não afetar a serenidade necessária;
5) conduzir-se, respeitosamente, na linguagem e
nas atitudes;
6) ter consideração pelo ponto de vista alheio,
principalmente quando manifestado com serenidade;
7) eliminar, do hábito comum, a discussão
acalorada;
8) não desejar para os outros o que não quer
para si;
9) combater a maledicência;
10) não ligar o pensamento a pessoas maldosas,
perturbadas e inconvenientes;
11) exercer o poder da vontade contra a irritação;
12) adotar, por normas disciplinares, o hábito
sadio de somente tomar decisões que se inspirem no firme propósito de fazer
justiça, agindo, para com todos, com ponderação, serenidade e valor;
13) repelir os maus pensamentos;
14) usar de comedimento no falar, no vestir, no trabalho,
no dormir, no alimentar e no recrear;
15) não se descuidar com a polidez e a
pontualidade, por serem estas reflexo da boa educação;
16) impor às exigências da vida humana disciplina
mental e física;
17) esquecer-se de quem tenha praticado ofensas,
traições e ingratidões;
18) desviar do seu convívio social aqueles que não
possuem envergadura moral;
19) reduzir, ao tempo mínimo possível, o contacto
que interesses materiais o obrigam a manter com pessoas inidôneas,
esquecendo-as, em seguida;
20) cultivar, permanentemente, o bom humor, por
meio do qual as células orgânicas recebem influências salutares;
21) promover, por todos os meios espirituais, a
longevidade, atenta ao conceito de que a saúde do corpo depende do bom estado
da mente;
22) dedicar-se, integralmente, à segurança e à
estabilidade do lar;
23) conservar em plena forma a higiene mental e
física;
24) não voltar a ter entendimentos ou
reconciliação com seres comprovadamente desonestos, detratores e falsos, porque
a natureza não dá saltos e as modificações bruscas não se operam numa só
encarnação;
25) apurar, no máximo, o sentimento fraternal de
amizade para com as pessoas de bem, com a finalidade de intensificar a corrente
harmoniosa do planeta, em benefício comum.
O ser
humano que se dispuser a cumprir as regras expostas, atingirá seguramente a
concepção do Ideal mais elevado neste mundo em termos de conduta e estará
caminhando para a real espiritualização. Os princípios de Cícero, ou os de
Horácio, que constituem pontos altos deste Ideal, se tornarão de fácil
assimilação no processo da transformação.
Para
Cícero, “observar, pontualmente, todas as regras que podem constituir o homem
honrado, é o mesmo que satisfazer todas as obrigações e cumprir todos os
documentos que respeitam a todas as partes e a todas as ações da vida, somente
podendo ser o homem honrado a proporção que as observa”. E indicou estes quatro
princípios para caracterizar o que se possa entender por honrado: Ponderação,- Justiça, Valor e Moderação.
“Para
Horácio ¾ fala-nos ainda o Racionalismo Cristão, Rio de Janeiro,
Brasil ¾ homem honrado é o que se vence a si mesmo, aquele a quem a
morte, a pobreza e os trabalhos não atemorizam e que, sabendo reprimir os seus
desejos intemperados, despreza as honrarias”.
Conclusão
Hoje já
se faz clara distinção entre vontade e
desejo. Vontade ¾ todos o sabem ¾ é aquela força em que nos apoiamos para, vencendo os
obstáculos criados por nossas próprias raízes, nos lançarmos para a frente;
enquanto que desejo é aquela outra força que nos puxa para trás, tentando nos
aprisionar mais ainda a essas raízes. A vontade utiliza-se da imaginação, posto
que nos lança para o inusitado, enquanto o desejo, nos puxando para trás, deve
ter por base a experiência, isto é, a memória de tudo o que já vivemos.
* * *
É
necessário que o homem moderno conheça urgentemente esse mecanismo mental. As
máquinas começam a povoar o mundo, os computadores a substituírem o homem em
diversos setores. O homem não foi convenientemente esclarecido e preparado para
a era da cibernética, e poderá confundir-se com elas, vivendo pura e unicamente
a parte mecânica.
Urge,
pois, conhecer a ação do perispírito, antes que se torne perigoso demais, antes
que o próprio homem se confunda com as máquinas que ele está criando.
* * *
Por
isso é que estamos mostrando a semelhança de nosso perispírito com um
computador, um potente campo de força que vem sendo trabalhado por cada um de
nós, como se estivéssemos diante de uma colossal máquina eletrônica, um
computador mesmo, do qual somos os operadores e a ele estamos,
indissoluvelmente, ligados por mil e um filetes fluídicos, por cuja via vamos
estabelecendo uma programação automática por efeito dos nossos pensamentos,
sentimentos e atos, isto é, vamos programando nossas situações futuras, boas ou
más, conforme a qualidade desses pensamentos, sentimentos e atos.
As
máquinas eletrônicas ou os computadores, como já foi dito, agem por força de
matrizes, tal como as matrizes ou plaquetas que vamos criando no perispírito
por ação do poder imaginativo. Nas máquinas, as matrizes são acionadas pelos
impulsos elétricos; no homem os impulsos nervosos são iniciados no corpo
astral, lá no ponto onde estão as plaquetas ou matrizes criadas pelo nosso modo
de pensar, sentir e agir.
Mas há
uma diferença fundamental entre os homens e as máquinas. Estas cumprem os
impulsos elétricos, mas deles após, ficam inconscientes, enquanto que os homens
obedecem a impulsos que, posteriormente, o que chamamos consciência analisa, e
se maléfico, repudia. Quer dizer: o homem tem consciência, e essa consciência é
o espírito ou a fagulha da Inteligência Universal, portanto dotado de razão e lógica que o fazem repudiar os
atos praticados inconscientemente.
Quer
dizer ainda: quando o homem age sem o comando desse ser dotado de razão e lógica, dessa consciência
individual, ele está sendo conduzido pura e unicamente pelo instinto, que é a
síncrese do corpo astral carregado de energia das experiências vividas, e aí
ele se compara às máquinas, é pura e unicamente um computador.
Nisto consiste
nossa mensagem: que o homem deve ter consciência dessa parte instintiva, de
como ela age ou opera, para anular seus efeitos, quando forem deletérios,
estabelecendo nesse caso nova programação com a ajuda da parte consciente ¾ o
espírito; e conhecer o Ideal da Vida (moral) e tudo fazer para dar cumprimento
em si da Grande Programação Universal.
Eis
porque este livro precisa ser lido e difundido, em benefício da humanidade.
Resumo
Um resumo absoluto dos conceitos emitidos neste
pequeno livro seria unicamente
este:
Diversos leitores da primeira edição de Energia
Programada mostraram-se
apreensivos com o fato de ter este escriba contrariado a teoria de Buchner, que disse ser o Universo
constituído de Força e Matéria. É preciso
notar que Buchner “fotografou” o Universo e no-lo apresentou assim
aparentemente estático, como instantaneamente também o percebem nossos olhos
não afeitos às seriíssimas mutações da vida. Estático ou fotografado
instantaneamente, o universo se nos apresenta realmente com estes dois
elementos ¾ Força e Matéria. Mas é evidente que um desses dois
elementos tem que ser primordial.
Tem o autor para si, pois, que o Universo é
constituído de Força e Matéria, como disse Buchner, mas a Força (Deus ou
Inteligência Universal) é o elemento primordial, porque é inteligência ¾ gera
pensamentos. O pensamento gera a energia correspondente e a energia, por sua
vez, gera a matéria. Quer dizer: A inteligência em ação é pura energia e se
condensa naquilo a que chamamos matéria.
Somos assim:
- Espírito (Pensamentos)
- Perispírito (Energia)
- Corpo Físico (Matéria ou Energia Condensada)
- O Espírito é um centro de inteligência gerador de
pensamentos.
- O Perispírito é um campo de Energia produzido
pelos Pensamentos.
- O Corpo Físico é, assim, essa Energia condensada.
Somos, em síntese, exatamente o que pensamos.
Quando o Espírito quer, o corpo físico cede.
Um corpo físico é doente porque o Espírito que o
anima se faz doente, quer dizer, é de Vontade fraca, que só produz pensamentos
negativos.
Um homem mau não o é apenas em pensamentos, mas sim
em todo seu universo pessoal: o espiritual, o astral e o físico. Um homem mau
se reveste com o resultado de seus pensamentos malignos, porque os corpos
físico e astral condensam em si o resultado desses pensamentos malignos, que
geram a energia correspondente e esta cria um físico atomicamente negativo
(doente), encerrando o Ser em um centro intenso sofrimento.
* * *
O Espírito se liga ao Corpo Físico por intermédio do
Perispírito, que na sua parte mais grosseira deve ter uma certa relação com a
parte mais fina do Corpo Físico.
Nessas circunstâncias, o Perispírito é a Matriz do
corpo físico, estando nele impressas as fases do desenvolvimento e crescimento,
troca de células e recomposição dos tecidos de acordo com sua natureza.
A ação mecânica do Corpo Astral (Perispírito) sobre
o Físico se nota nitidamente nos fenômenos que regulam a nutrição.
O perispírito é também o elemento através do qual a
Inteligência Universal (aqui mecanizada através da Natureza) processa a
evolução das espécies.
As espécies constituídas (assim como toda a
Natureza) formam o laboratório através do qual o elemento Força processa sua
evolução e ,emerge como Espírito, com capacidade de escolher e decidir, com o
poder do raciocínio,
O Perispírito é um acumulador dos resultados por que
vai passando a Força no processo evolutivo.
A experiência acumulada aqui, reflete-se ali, na
formação do receptáculo (Corpos Físico e Astral) seguinte, e assim as formas
vão emergindo, sempre melhoradas, expressando na conformação do mais recente
receptáculo atingindo o resultado das experiências vivenciadas.
A evolução, até certo ponto, se faz por um processo
mecânico, como mecânica é a ação do Perispírito sobre o Corpo Físico, nas
espécies menores. Quando o Espírito atinge a capacidade de escolher e decidir,
a capacidade plena de raciocinar, passa à obrigação de ir racionalizando essa
ação mecânica, e nisso consiste a luta do homem neste mundo. A fera que fomos
outrora deixou marcas profundas nesse acumulador, e essas marcas nos
impulsionam cegamente para a frente em muitas ocasiões de nossa existência.
Neste ponto é que nos assemelhamos a um computador,
porque um computador vive por uma ação mecânica, puramente mecânica. E quando
são apenas aqueles impulsos cegos que nos levam para a frente, é sinal de que
estamos vivendo unicamente a parte mecânica de nosso ser.
A parte mecânica de nosso ser é o resultado das
experiências pelas quais passamos e tem por sede o Perispírito. Quer dizer: é
nosso Perispírito que está agindo mecanicamente, enquanto o Ser real, a
Consciência, está adormecido ou vencido por essa ação mecânica. Aí nos
comparamos a uma máquina, somos meramente um computador.
Mas o Espírito, além do raciocínio, possui muitos
outros atributos ou componentes, o entre eles estão a Vontade e o Poder de
Concepção com base na Imaginação.
E com base na Imaginação, visualizando imagens
novas, podemos disciplinar ou redirecionar essa ação mecânica. Se nosso
Perispírito é um acumulador de energias, devemos então agir no sentido de
acumular a partir de então novas imagens, resultado de novos pensamentos, até
que esse acumulador esteja positivamente energizado.
Positivamente energizado o Perispírito, o resultado
é um Corpo Físico sadio, mais suave, menos grosseiro.
Ou talvez nem precisemos mais do Corpo Físico.
Trabalhar para bem pensar, eis o sentido da moral (como dizia Descartes, o
nosso maior dever neste mundo.